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domingo, 13 de agosto de 2023

Estrutura do texto (partes e subpartes) e sentido global


Estrutura do texto: é o modo como as ideias de um texto são organizadas. Assim, é possível delimitar partes (e subpartes) na generalidade dos textos. Embora cada género textual apresente características específicas e não se organizem todos da mesma forma, a grande maioria tem uma estrutura tripartida constituída por introdução, desenvolvimento e conclusão.
A forma do texto, a sua disposição gráfica, deve refletir a organização das ideias (por exemplo, a distribuição do texto por parágrafos.

 
Sentido global do texto: é a mensagem que o texto transmite. É constituído pela síntese das ideias principais.

 

Universo de referência

    Uma determinada palavra pode ser usada em diferentes contextos, isto é, pode pertencer a diferentes universos de referência.

    Demos como exemplo a palavra «coração». Regra geral, usamo-la no contexto (= universo de referência) da Medicina, relacionada com «veias», «artérias» e «circulação». No entanto, pode ser associada também, por exemplo, à Botânica quando nos referimos à parte central de um fruto («melancia», «melão»), ou à Mecânica se aludimos ao núcleo de uma máquina («motor»).


quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Elementos de persuasão

    Um elemento de persuasão é um argumento usado para convencer ou persuadir o ouvinte ou leitor.
    Um dos exemplos mais evidentes é o texto publicitário, que recorre sistematicamente a elementos de persuasão para convencer o público a adquirir um produto (publicidade comercial) ou a adotar um determinado comportamento (publicidade mão comercial ou institucional).
    Podem ser elementos de persuasão:
            . argumentos (conjuntos de razões que sustentem um povo de vista) e exemplos;

. factos, citações, estudos científicos, testemunhos;

. recursos expressivos como comparações, interrogações retóricas, símbolos, antíteses, analogias, hipérboles, ironias, eufemismos;

. jogos de palavras, trocadilhos e citações famosas;

. verbos no modo imperativo ou no modo conjuntivo com valor de imperativo;

. imagens e sons;

. alusões ao mundo conhecido do público-alvo, para procurar aproximar-se ao destinatário da mensagem.

 

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Facto, opinião e ponto de vista

 
Facto: é um acontecimento real e objetivo, que não depende da opinião de um sujeito.

 
Opinião: é um juízo de valor, uma avaliação de um indivíduo face a um assunto. É, por isso, subjetiva.

 
Ponto de vista: é o modo de ver e compreender o mundo de um indivíduo específico. Corresponde a uma opinião e, por isso, é subjetivo. De facto, todos os dias, somos confrontados com situações em que temos de tomar uma posição, justificar as nossas escolhas, expor e defender pontos de vista. Para isso, precisamos de argumentar, ou seja, apresentar e justificar com clareza a nossa posição.

    Para expressarmos um ponto de vista, usamos:

. a primeira pessoa;

. expressões que introduzem a opinião (“na minha opinião”, “na minha perspetiva”, “pessoalmente”, “penso que”, “considero que”, etc.).

 

Tema e ideias principais

  
Tema: é a ideia principal de um texto. Pode ser apresentado sob a forma de uma palavra ou expressão que designa um domínio da realidade ou uma área do conhecimento, que nos indica de que trata o texto.

 
Ideias principais: são as ideias mais importantes, as que contêm a informação essencial de um texto.

 

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

O discurso político


1. Definição

            O vocábulo «político» provém do latim «politicus», que, por sua vez, teve origem no grego πολιτικóσ («politikós»), que significa «dos cidadãos» ou do «do Estado» (ou seja, cidadão, pertencente à cidade), traduzindo Πóλισ («pólis») conceito de «cidade», mas também de «Estado», visto que «cidade», na Grécia clássica, correspondia a uma unidade estatal.
            Em termos de definição, um discurso político é um texto que pertence ao género argumentativo em que se expõe uma tese (isto é, defendem ideias e propostas sobre o rumo de um país ou de uma comunidade e sobre as medidas que devem ser adotadas para que essas propostas tenham sucesso), que se pretende provar, através de argumentos e exemplos.
            A sua finalidade é convencer o interlocutor e aderir a esse ponto de vista.
            O discurso político contém uma dimensão ética e social, apela ao bem comum e veicula valores de vária ordem (social, económica, cultural, etc.), assumindo-se como uma voz coletiva.

2. Objetivo

            O objetivo de um discurso político é convencer o interlocutor a aderir a uma ideia ou a uma causa, apoiando-as, socorrendo-se da retórica, a arte de bem discursar, por escrito ou oralmente e desencadeando uma reação do público: votar, apoiar, intervir, mobilizar-se para uma iniciativa, etc.

3. Estrutura

Introdução:
Apresentação da tese que se vai defender, para a adesão do interlocutor.
Desenvolvimento:
Apresentação dos argumentos;
Refutação dos contra-argumentos;
Apresentação de provas – exemplos.
Organização em parágrafos, contendo cada um uma ideia principal.
Conclusão:
Confirmação da tese.

4. Características – Marcas de género

Caráter persuasivo
Interação com o interlocutor – o locutor questiona, repete, usa o imperativo e a segunda pessoa verbal (singular e plural), e emprega o vocativo em apóstrofes, com o propósito de defender uma causa política, um rumo de ação para um país, uma comunidade, etc.
Argumentação
Estratégia: convencer os ouvintes a aderir às propostas do enunciador, mobilizando argumentos válidos e coerentes e guiando-se por princípios honestos e justos, ou contra-argumentos, se for necessário.
Registo expositivo
Articulação entre os registos expositivo e argumentativo: o orador apresenta factos (exposição) que fundamentam a argumentação e atestam as afirmações proferidas através de provas.
Dinamismo discursivo – nomeadamente entoação, ritmo, tom, pausas oportunas, expressividade e gestos.
Coerência e coesão
Informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos, coerência e validade dos argumentos, contra-argumentos e provas.
Eloquência
Exploração dos recursos expressivos e da plasticidade da língua – nomeadamente metáforas, comparações, estruturas sintáticas paralelas, construções de imagens e jogos semânticos.
Mobilização de recursos expressivos
Metáfora, comparação, interrogação retórica, apóstrofe, enumeração, reiteração, ironia, etc.
Exploração de outros recursos
Postura do corpo, expressão facial, tom e volume da voz, etc.


domingo, 28 de janeiro de 2018

Artigo de divulgação científica


. Definição

            O artigo de divulgação científica é um texto de natureza essencialmente expositiva e informativa, em que se divulgam factos relevantes de uma determinada área do conhecimento ao grande público, em muitos casos resultado de investigações mais ou menos recentes.

            Não se deve confundir o artigo de divulgação científica com o artigo científico. Este divulga, em primeira mão, o resultado do trabalho científico de um cientista, de um investigador, enquanto o primeiro divulga conhecimentos já aceites pela comunidade científica.

            Por outro lado, o artigo de divulgação científica é escrito por um investigador ou por um jornalistas e é publicado na imprensa generalista, em revistas de divulgação do conhecimento ou, desde a sua explosão, na Internet.


. Objetivo: expor e difundir os resultados de uma investigação ou desenvolvimento de uma determinada teoria ou ideia.


. Estrutura

1. Título: identificação objetiva do tema do artigo (pode ser acompanhado por antetítulo e subtítulo).

2. Resumo (opcional): apresentação breve do assunto do artigo.

3. Texto:
. Introdução: exposição sucinta do tema que irá ser desenvolvido (enquadramento e relevância do tema).
. Corpo do texto: desenvolvimento do tema, com informação seletiva, hierarquização das ideias e explicitação das fontes (pesquisas realizadas – metodologias, análise de dados e discussão dos resultados).
. Conclusão: retoma sintética que reforça as principais ideias desenvolvidas – síntese dos tópicos relevantes.


. Marcas de género / Características

. Mobilização de informação significativa e seletiva (divulgação alargada de factos científicos relevantes e suscitadores de interesse – exposição dos dados e conclusões relevantes), pois é dirigido ao público geral e não especializado.

. Caráter expositivo.

. Hierarquização das ideias (com título, subtítulo, secções…) para organizar devidamente o texto e para facilitar a retenção dos factos mais relevantes pelo leitor.

. Encadeamento lógico dos tópicos tratados, da informação.

. Rigor, objetividade, exatidão e clareza no conteúdo e na linguagem:
- registo de língua corrente e técnico-científico;
- predomínio da denotação;
- uso da terceira pessoa.

. Explicitação das fontes, possibilitando ao leitor a confirmação da informação ou o aprofundamento dos seus conhecimentos.

. Relevância de aspetos paratextuais.

. Texto de dimensões reduzidas, dado destinar-se ao público geral.

. Linguagem apelativa, no sentido de cativar o leitor e fazer sobressair aspetos curiosos, intrigantes e inovadores do conhecimento divulgado.


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