Português: Maria Judite de Carvalho
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segunda-feira, 27 de maio de 2019

Resumo do conto "George"

● A ação do conto está centrada em George, uma personagem feminina focada em três momentos distintos (menina, mulher e velha), que representam as três idades da sua vida.
● George saiu de casa quando tinha cerca de 18 anos, rumo a Amesterdão (Holanda), em busca de liberdade e fugindo da sua realidade e da incompreensão dos pais. O seu talento era desenhar.
● Aos 45 anos é uma mulher de sucesso: pintora reconhecida, viajada, mulher de muitos amores (“casou-se, divorciou-se, partiu, chegou, voltou a partir e a chegar”), cabelos sempre pintados de cor diferente (metamorfose), “malas ricas”, “dinheiro no banco” e a sua casa holandesa.
● A personagem regressa à sua terra natal após cerca de 20 anos de ausência e desse regresso resulta a convivência imaginária entre a George adulta, a Gi adolescente e a Georgina, “velha”.
● George e Gi reencontram-se à saída da estação, quando a primeira vem para vender a casa de família (os seus pais já tinham falecido). Trata-se de um diálogo imaginado que mostra ao leitor a menina de outrora, indecisa entre ficar na terra e sair de casa. Faz referência a um namorado antigo, chamado Carlos, e ao enxoval que mãe lhe andava a fazer para ser uma mulher igual a tantas outras, votada à lida da casa. Gi finaliza este diálogo e “sorri o seu lindo sorriso branco de 18 anos. Depois ambas dão um beijo rápido, breve, no ar, não se tocam, nem tal seria possível, começam a mover-se ao mesmo tempo, devagar (…). Vão ficando longe, mais longe. E nenhuma delas olha para trás.”. Este diálogo imaginado, prenhe de memórias, está sempre rodeado de um “ar queimado”, que George continuamente sente.
● De regresso ao comboio para voltar a Amesterdão, George relembra memórias e afasta-se desse passado, à medida que o veículo se afasta fisicamente da estação: “Agora está à janela a ver o comboio fugir de dantes, perder para todo o sempre árvores e casas da sua juventude”.
● No comboio, fecha os olhos e pensa. Quando os abre, vê sentada à sua frente “uma mulher velha”, Georgina (outra das figuras desdobradas de George, neste caso na terceira idade), 70 anos e segura de que a vida passa rapidamente, aconselhando George a não ser dramática, pois viverá feliz na sua casa até morrer. Esta confirma o retrato dela mesma enquanto “rapariguinha”, conservado na mala a vida inteira.
● Georgina fecha os olhos de novo e, quando os reabre, a “mulher velha” desaparecera. Confiada na pertença do ainda tempo presente, “Georgina suspira, tranquilizada. Amanhã estará em Amesterdão na bela casa mobilada, durante quanto tempo?, vai morar com o último dos seus amores.”.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Retrato de George


. É uma pintora consagrada de 45 anos.
. O seu nome é inusitado para uma personagem feminina:
- é a provável abreviatura do nome Georgina;
- é o pseudónimo literário de duas romancistas do século XIX:
- a escritora francesa George Sand (1804-1880);
- a escritora inglesa George Eliot (1819-1880);
- trata-se de duas autoras que viviam da escrita, como, por exemplo, Camilo Castelo Branco;
- sendo pseudónimos masculinos, a sua escolha visaria a aceitação da obra;
- evoca uma elite intelectual e artística:
- remete para a independência económica, fruto do seu próprio esforço;
- associado ao escândalo das ligações sentimentais à margem das convenções da época:
- o hábito de fumar em público;
- o uso frequente de indumentária masculina;
- as cores extravagantes dos cabelos de George.
.É uma personalidade bem-sucedida num universo predominantemente masculino.
. Leva um estilo de vida normalmente interdito às mulheres:
- bem-estar económico;
- ligações efémeras e ocasionais com o sexo oposto.
. Constitui o protótipo da mulher independente profissionalmente realizada.
. Crê no poder imortalizador da arte.
. É acentuadamente egocêntrica.
. Tem plena consciência do envelhecimento e da solidão.
. Vive uma solidão combatida pela presença do dinheiro acumulado.


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