Português

domingo, 12 de junho de 2011

Respostas «modelares» (V)

Exame de 2010 - 2.ª Fase

GRUPO  II


          Comente a importância de Blimunda na consecução do sonho de voar, em Memorial do Convento, de José Saramago, fazendo referências pertinentes à obra.


R -

     Introdução (1.º parágrafo):
  • O sonho de voar do padre Bartolomeu de Gusmão;
  • A concretização do sonho através da construção da passarola.

     Desenvolvimento (2.º / 3.º parágrafos) - Acção de Blimunda:
  • Recolha das duas mil vontades;
  • Dom de ver por dentro as pessoas e os objectos:
                    » acompanhamento da construção da passarola;
                    » verificação da (in)existência de falhas / defeitos de construção da
                       passarola, olhando periodicamente por dentro.


     Conclusão (último parágrafo):
  • O papel fulcral de Blimunda na construção da passarola;
  • A conjugação dos quatro saberes.

Santos Populares de 5 de Junho


Roubado aqui.

Respostas «modelares» (IV)

Exame de 2010 - 2.ª Fase

TEXTO  A


3. Indique um efeito expressivo da enumeração presente na estância 147.


R - Na estância 147, o Poeta enumera o conjunto de qualidades dos vassalos portugueses, como se pode verificar no seguinte extracto, em que aqueles são comparados a leões e a touros bravos: "Olhai que ledos vão, por várias vias, / Quais rompentes liões e bravos touros..." (est. 147, vv. 1-2- ss.).
          Com a enumeração, o Poeta pretende, por um lado, enfatizar a superior qualidade dos vassalos do Rei, que tudo suportam e vencem (fome, guerras, condições climatéricas adversas, confrontos religiosos, naufrágios...), e, por outro, destacar os inúmeros perigos enfrentados, na guerra e no mar, durante a aventura dos Descobrimentos.

sábado, 11 de junho de 2011

"O Homem que matou Liberty Valance"

"O Homem que matou Liberty Valance", de John Ford

Ransom Stoddard: You're not going to use the story, Mr. Scott?
Maxwell Scott: No, sir. This is the West, sir. When the legend becomes fact, print the legend.

          A mensagem de Ulisses, de Fernando Pessoa (in Mensagem)...

Respostas «modelares» (III)

Exame de 2010 - 2.ª Fase

TEXTO  A


2. Justifique a interpelação ao Rei, relacionando-a com o sentido das estâncias 145 a 148.


R - O Poeta interpela o Rei ("Por isso vós, ó Rei..." - est. 146, v. 5), que o é por desígnio de Deus ("... que por divino / Conselho estais no régio sólio posto..." - est. 146, vv. 5-6), considerando que este deve reconhecer o valor dos seus súbditos, que, como se verificou no passado, reúnem qualidades para o fazerem "vencedor", isto é, para reacenderem na Pátria o orgulho e a coragem ("Olhai que sois (...) / Senhor só de vassalos excelentes." - est. 136, vv. 7-8).
          Essa interpelação resulta do facto de o Poeta constatar que a Pátria vive mergulhada no desânimo e na abulia ("Dua austera, apagada e vil tristeza." - est. 145, v. 8), bem como num aviltamento de valores, factores que não permitem uma atitude colectiva, enérgica e optimista.
          Por outro lado, o Poeta exalta os heróis valorosos por si cantados (estância 147), por contraste com a inércia e a indignidade ("Não tem um ledo orgulho e geral gosto, / Que os ânimos levanta de contino / A ter pera trabalhos ledo o rosto." - est. 146, vv. 2 a 4) dos seus contemporâneos, perdidos "No gosto da cobiça..." (est. 145, v. 8).

Respostas «modelares» (II)

Exame de 2010 - 2.ª fase

TEXTO  A

4. No último parágrafo, o narrador assume uma atitude de comentador.
    Transcreva do texto dois excertos exemplificativos de tal atitude e explicite a intenção que pode estar subjacente a estes comentários.


R - Os dois excertos que exemplificam a atitude de comentador assumida pelo narrador são os seguintes: "Sem falar que a Vénus cantariam todos os galos do mundo se tivesse os olhos que Blimunda tem..." (ll. 35 e 36); "... sobre Vulcano também Baltasar ganha, porque se o deus perdeu a deusa, este homem não perderá a mulher." (linhas 37 a 39).
          O primeiro excerto destaca os dotes de Blimunda, nomeadamente o poder de ver por dentro as pessoas e as «coisas», dotes esses que a fazem exceder os de Vénus, deusa do amor.
          Por seu turno, o segundo excerto afirma a fidelidade e o amor que caracterizam a relação entre Baltasar e Blimunda, através do contraste que estabelece com o deus Vulcano, que "perdeu a deusa".

Respostas «modelares» (I)

Exame de 2010 - 2.ª fase

TEXTO  A

1. Considere o primeiro parágrafo do texto.
    Descreva o comportamento de Scarlatti imediatamente antes de ser iniciado no "segredo", fundamentando a resposta em três citações do texto.


R. No momento em que vai ser iniciado no "segredo", Scarlatti mostra-se indiferente ("Não parecia curioso..." - linha 1), calmo ("... olhava tranquilo..." - linha 2; "Sem precipitação, tão tranquilamente como antes estivera olhando as andorinhas..." - linhas 10 e 11) e cúmplice ("... disse, sorrindo, e o músico respondeu, em tom igual..." - linha 5).

terça-feira, 7 de junho de 2011

"JOANA"


          Trabalho produzido em 2010 pela turma do 7.º C, supervisionada pelo professor Paulo D'Alva e que acabou de vencer o o Grande Prémio do Festival de Cinema de Portel.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dedicatória - Correcção

Segunda-feira: o entusiasmo do povo após a noite eleitoral

Classificação do romance

1. O conceito de romance histórico

          De acordo com a «definição actual» de romance histórico, este terá tido início no século XIX, com o Romantismo, período literário que valorizava imenso o passado histórico. Romances anteriores, como o Princess de Clives, da autoria de Madame de Lafayette, não cabem nesta classificação, uma vez que não possuem traços essenciais como a factualidade e o rigor histórico.
Sir Walter Scott
          Assim, diversos autores consideram que o primeiro romance histórico foi a obra Waverley, saída da pena do escritor britânico Sir Walter Scott (1771 - 1832), natural de Edimburgo, Escócia, escrito em 1814 e que veio definir as características do género. Dentre as suas obras, a mais conhecida será, eventualmente, Ivanhoe, escrito em 1820. A sua obra, considerada globalmente, está associada à afirmação da história e dos interesses da Escócia, cuja sociedade retratou através da acção individual dos seus membros num contexto definido com pormenor. A sua influência espalhou-se pela Europa, chegando naturalmente a Portugal e sendo visível em Alexandre Herculano e Almeida Garrett, particularmente em O Arco de Santana.


          1.1. Características do romance histórico

          O romance histórico procura a recriação histórica, que passa, entre outras coisas, pela criação de ambientes, traduzidos pela chamada «cor local», obtida através de uma série de recursos:
  • evocação, o mais fiel possível, da linguagem da época e dos diferentes grupos sociais;
  • descrição pormenorizada do vestuário e da indumentária das personagens;
  • reconstituição de espaços (cidades, castelos e monumentos), com especial incidência nos aspectos arquitectónicos;
  • recriação de grandes movimentações das personagens (saraus, torneios, manifestações populares), procurando criar a ilusão de fidelidade ao tempo narrado;
  • a presença de personagens referenciais, ao lado de personagens ficcionais, frequentemente os heróis dos romances históricos, na medida em que proporcionam ao autor maior / total liberdade criativa.
          A procura dessa fidelidade ao real histórico leva os escritores a socorrerem-se de fontes diversas: «documentos antigos», «velhos livros», «memórias», etc. Exemplificativa deste aturado trabalho de pesquisa é a polémica que envolveu, há alguns anos, o jornalista-escritor Miguel de Sousa Tavares e o seu romance Equador, acusado de plagiar obras estrangeiras, ao incluir no seu texto extractos das mesmas.


          1.2. O romance histórico português

          O primeiro autor português a cultivar uma forma de romance histórico foi Alexandre Herculano (Lendas e Narrativas; O Bobo; Eurico, o Presbítero...), cujos protagonistas eram geralmente personagens medievais profundamente românticas no que diz respeito ao seu comportamento e forma de sentir e estar.

Linguagem e estilo

1. Figuras de estilo
  • Ironia: a visão crítica dos acontecimentos do narrador é, geralmente, suportada pela ironia (relação rei / rainha, determinados actos religiosos, autos-de-fé, etc.);
  • Metáfora: "(...) esta cidade, mais que todas, é uma boca que mastiga..." (p. 27);
  • Hipálage: "(...) a regalar a vista sôfrega nas grandes peças de carne..." (p. 42).

2. Registos de língua
  • Língua popular e familiar, geralmente com função crítica e irónica ou como forma de explicitação da classe social das personagens: "emprenhar" (p. 11), "vossemecê" (p. 40);
  • Calão: "puta", "merda", etc.

3. Verbo
  • Uso do presente do indicativo (p. 39): transporta o leitor para o tempo da narrativa;
  • Modo imperativo, relembrando a oratória barroca - Padre António Vieira (p. 308);
  • Gerúndio.

4. Construção frásica
  • frases longas que, por um lado, aproximam o texto do discurso oral e, por outro, traduzem o monólogo interior e a celeridade do pensamento (pp. 94, 131);
  • paralelismo de construção (p. 26);
  • ausência de sinais gráficos indicadores de diálogo, sendo a vírgula que separa as falas das personagens;
  • ausência dos pontos de exclamação e de interrogação;
  • paralelismo de construção (p. 26);
  • enumeração (p. 335);
  • hibridismo de tipologias discursivas: utilização do discurso directo, indirecto e indirecto livre, sem recurso, porém, aos tradicionais sinais gráficos (dois pontos, seguidos de travessão) e lexicais (verbos introdutores do discurso como “perguntar”, “declarar”, “dizer”, “afirmar”, etc.);
  • polissíndeto (pp. 99, 112-113).

5. Oposições sugeridas por vocábulos antónimos para sugerir as diferenças entre ricos e pobres (p. 27).
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