- Ironia: a visão crítica dos acontecimentos do narrador é, geralmente, suportada pela ironia (relação rei / rainha, determinados actos religiosos, autos-de-fé, etc.);
- Metáfora: "(...) esta cidade, mais que todas, é uma boca que mastiga..." (p. 27);
- Hipálage: "(...) a regalar a vista sôfrega nas grandes peças de carne..." (p. 42).
2. Registos de língua
- Língua popular e familiar, geralmente com função crítica e irónica ou como forma de explicitação da classe social das personagens: "emprenhar" (p. 11), "vossemecê" (p. 40);
- Calão: "puta", "merda", etc.
3. Verbo
- Uso do presente do indicativo (p. 39): transporta o leitor para o tempo da narrativa;
- Modo imperativo, relembrando a oratória barroca - Padre António Vieira (p. 308);
- Gerúndio.
4. Construção frásica
- frases longas que, por um lado, aproximam o texto do discurso oral e, por outro, traduzem o monólogo interior e a celeridade do pensamento (pp. 94, 131);
- paralelismo de construção (p. 26);
- ausência de sinais gráficos indicadores de diálogo, sendo a vírgula que separa as falas das personagens;
- ausência dos pontos de exclamação e de interrogação;
- paralelismo de construção (p. 26);
- enumeração (p. 335);
- hibridismo de tipologias discursivas: utilização do discurso directo, indirecto e indirecto livre, sem recurso, porém, aos tradicionais sinais gráficos (dois pontos, seguidos de travessão) e lexicais (verbos introdutores do discurso como “perguntar”, “declarar”, “dizer”, “afirmar”, etc.);
- polissíndeto (pp. 99, 112-113).
5. Oposições sugeridas por vocábulos antónimos para sugerir as diferenças entre ricos e pobres (p. 27).
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