Português

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Vida de António Ferreira

         Nasceu em 1528, em Lisboa, filho de Martim Ferreira e de Mexia Fróis Varela. O pai era escrivão de fazenda de D. Jorge de Lencastre, Duque de Coimbra.
         Na sua educação conviveu com os filhos de D. Jorge de Lencastre e com pessoas de grande relevância nobiliárquica, administrativa e literária. Frequentou em Coimbra o curso de Humanidades e Leis e doutorou-se em Cânones. Foi temporariamente professor nesta Universidade.
         A frequência da Universidade deu-se na época áurea do Humanismo Bordalês, em que pontificaram os Gouveia (André, Marcial, Diogo Júlio), Diogo de Teive, João da Costa, António Mendes, Jorge Buchanan, Arnaldo Fabrício, Guilherme de Guérente, Nicolau Grouchy, Elias Vinet.
         Parece ter-se enamorado em Coimbra por uma senhora de família nobre de apelido Serra, que evocará veladamente em algumas poesias. Em 1557 casou com D. Maria Pimentel, senhora de Torres Novas, que morreu no terceiro ano de casamento, que primeiro cantou e depois chorou muito sentidamente: «Com que mágoa (ó Amor) com que tristeza / Viste cerrar aqueles tão fermosos / Olhos, onde vivias, poderosos / De abrandar com sua vista a mor dureza!».
         Voltou a casar em 1564, com D. Maria Leite, de Cabeceiras de Basto, de quem teve dois filhos. Também ela foi evocada nos seus textos.
         Em 1567 foi nomeado Desembargador da Relação de Lisboa. Em 1569, apenas com 41 anos, morre em Lisboa vitimado pela peste, deixando dois filhos, um dos quais (Miguel Leite Ferreira) lhe publicará, em 1598, a obra em Poemas Lusitanos.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Análise do soneto "Está o lascivo e doce passarinho"

"Já não dá para abastecer"


     A greve de motoristas de materiais perigosos está a originar a escassez de combustíveis um pouco por todo o país.

     A plataforma VOST Portugal criou o sítio janaodaparaabastecer.vost.pt, onde as pessoas podem pesquisar, por posto de combustível, quais os que estão encerrados e quais os combustíveis que já esgotaram nos outros que ainda não encerraram.


Gatos pingados

     Significado: A expressão «gatos pingados» traduz uma suposta inferioridade (numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância.

     Origem: Detetar a origem exata destas expressões nascidas no seio popular é uma tarefa praticamente impossível em muitos casos, facto que dá origem ao surgimento de diferentes teorias.

     Uma das explicações que é possível encontrar disseminada remete para uma tortura procedente do Japão que consistia em despejar pingos de óleo a ferver em cima de pessoas ou animais, especialmente gatos. Além disso, parece que os recipientes de onde o óleo era despejado tinham a requintada e original forma de gatos. Eram os gatos «pingados». Existem várias narrativas ambientais na Ásia que mostram pessoas com os pés mergulhados num caldeirão de óleo quente.
     Falta nesta explicação o passo que liga a expressão ao sentido de «conjunto de poucas pessoas»: como o suplício tinha uma assistência reduzida, dada a enorme crueldade do ato, ela passou a denominar pequena assistência sem entusiasmo ou curiosidade para qualquer evento.

     Uma outra explicação, desprovida dos elementos fantasiosos acima expostos, remete para uma das aceções do verbo «pingar», entretanto caída em desuso, que era justamente «supliciar, deixando cair sobre o corpo pingos de um líquido fervente", de acordo com o dicionário Houaiss. De facto, não era incomum o hábito de pingar escravos, gatos ou outros animais.
     Quanto ao sentido de «gato pingado» como «membro de um conjunto de poucas pessoas», convém ter presente o facto de gatos torturados se tornarem arredios, avessos ao contacto humano. Como diz o ditado, «gato escaldado (isto é, queimado com água fervente) tem medo (até) de água fria". É possível também que a ideia de escassez associada figurativamente ao verbo «pingar» tenha atuado como reforço da noção.

Meteorito caiu no Brasil


     Um meteorito caiu no Brasil, mas, felizmente, para o redator da notícia on-line, não causou qualquer dado

     Os tempos estão tão maus que não há sequer o cuidado de rever o que se escreve?

Governo pondera demitir-se por causa dos professores


     E eu que pensei que já estávamos na Semana Santa e tínhamos deixado o Carnaval lá bem para trás [notícia].

"Rebellion", Arcade Fire

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Catedral de Notre Dame


     15 de abril de 2019, dia em que a Catedral de Notre Dame, em Paris, ardeu por completo, salvando-se apenas o esqueleto.

Passar a mão pela cabeça

     A expressão «passar a não pela cabeça» significa perdoar ou acobertar um erro cometido por algum protegido.

     Ela relaciona-se com o costume judaico de abençoar cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto se pronunciava a bênção.

Que maçada!

     Significado: A expressão refere-se a uma tragédia ou a um contratempo, um aborrecimento.

     Origem: A sua origem leva-nos até à fortaleza de Massada, situada na região do Mar Morto, em Israel, reduto de Zelotas, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio coletivo para não se renderem, de acordo com o relato do historiador Flávio Josefo.
     De facto, os Zelotas, quando se aperceberam da ameaça dos soldados romanos, encerraram-se num templo onde acreditavam poder furtar-se aos inimigos. No entanto, os romanos rapidamente começaram a destruir o local, pelo que os Zelotas, convictos da sua derrota, adotaram uma solução que, evitando o confronto direto com a tropa adversária, lhes traria menor sofrimento: o suicídio coletivo.
     Assim se explicará a génese da palavra "maçada" (= "lugar seguro", "fortaleza"), o grande aborrecimento por que tiveram de passar os Zelotas. Por causa da origem etimológica da palavra, passou a escrever-se maçada em vez de massada, o nome daquela terra.

     De acordo com outra explicação, o termo derivará de maça, uma arma medieval com forma de clava que terminava numa esfera ou pera provida de picos metálicos. A sua função básica era abrir cabeças, uma grande maçada para as vítimas, convenhamos.
     
     

Acordo leonino

     A expressão acordo leonino refere-se ao facto de, num contrato, um dos contratantes obter condições muito vantajosas relativamente ao outro.

     A sua origem estará, muito possivelmente relacionada, com as fábulas em que o leão é a personagem que possui todo o poder.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Páscoa

     A Páscoa designa, de acordo com o Dicionário Onomástico-Etimológico da Língua Portuguesa, da autoria de José Pedro Machado, a "Grande festa judaica e cristã" que comemora a Ressurreição de Jesus Cristo.
     A sua origem etimológica encontra-se no latim vulgar «pascua», proveniente do latim eclesiástico «Pascha», cruzado com «pascua», que era o "alimento" (propriamente "pasto"), pois a Páscoa põe fim ao jejum da Quaresma.
     Por sua vez, o termo «pascha» deriva do grego «páscha», que significa «a Páscoa, festa judaica e cristã; "em particular", a refeição da Páscoa; o anho pascal», proveniente do hebreu «pasach», que quer dizer "passagem" e designa a festa celebrada em recordação da saída do Egito. Posteriormente, passou a designar a festa cristã celebrada em honra da Ressurreição de Jesus Cristo, por motivo da coincidência das datas.
     De acordo com  a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, o significado etimológico de Páscoa é incerto. Alguns autores procuram-no em raiz egípcia e, nesse caso, significaria "golpe", "ferida"; outros ligam a palavra ao siríaco e então quereria dizer "ser feliz", "estar alegre". Deste modo, o termo referir-se-ia à festa de júbilo por excelência. O significado geralmente aceite é o que adquiriu no hebraico bíblico; "saltar", "passar adiante". Primeiramente, Páscoa designaria uma dança ritual, aplicando-se a palavra também à passagem do Sol pela constelação do Carneiro ou da Lua para o seu zénite. Por fim, impôs-se-lhe o significado de "passagem" de Javé ao dar a morte aos primogénitos do Egito, "saltando" por cima das casas dos hebreus a quem poupou. «Pesah», no TM, designa o rito sagrado (49 vezes) ou a própria "vítima" (31 vezes) ou refere-se simultaneamente ao rio e à vítima (2 vezes). Não se sabe com exatidão quando começou e em que consistia a sua origem, antes de estar associada à festa dos Ázimos, acreditando-se, contudo, que será anterior a Moisés. Seria a festa que os israelitas desejavam celebrar quando saíram do Egito com os seus rebanhos. Textos bíblicos sugerem mesmo que se julgavam obrigados a tal celebração (Ex. 8, 21-25). Admite-se geralmente que era comum às tribos semitas e estava ligada à vida nómada e pastoril. Era a festa das primícias dos pastores. Ofereciam à divindade os primogénitos do rebanho, talvez com um sentido propiciatório e para afastarem doenças ou malefícios sobre a família ou sobre os rebanhos.


FONTE: Ciberdúvidas

Quaresma

     O vocábulo «Quaresma» refere-se ao período do ano litúrgico católico que medeia entre Quarta Feira de Cinzas e a Páscoa e deriva do latim «quadragesimam» («partem», «diem»), ou seja, "quadragésima parte" e "quadragésimo dia".
     Ao longo do tempo, a palavra evoluiu no que diz respeito à sua fonologia, tendo ocorrido diversas síncopes: quadragesima(m) > quaragesima > quaraesima ou quaresima > quaresma.
     Segundo Edwin Williams, este termo terá surgido primeiro em castelhano, língua da qual passou para o português.
     Note-se que do latim «quadragesimam» deriva o nome comum «quaresma», que designa uma "planta herbácea, glanduloso-viscosa, de flores brancas, pertencente à família das Saxifragáceas, espontânea em Portugal", bem como a flor desta planta.

Comer muito queijo

     Quando dizemos a alguém que come muito queijo, estamos a «acusá-lo» de ser esquecido, de ter má memória.

     A origem da expressão faz-nos recuar no tempo. De facto, há alguns séculos, enraizou-se a crença segundo a qual a ingestão de laticínios diminuía certas faculdades intelectuais, especificamente a memória.
     A obra Nova Floresta, da autoria do padre Manuel Bernardes (1644-1710), contém um passo, relativo aos procedimentos a observar para manter e exercitar a memória, que comprova a existência desta crença: "Há também memória artificial da qual uma parte consiste na abstinência de comeres nocivos a esta faculdade, como são lacticínios, carnes salgadas, frutas verdes, e vinho sem muita moderação: e também o demasiado uso do tabaco." (Manuel Bernardes, C. O., Nova Floresta, tomo 2, título V - Beneficência, Benignidade, páginas 206 e 207).
     Curiosamente, estudos científicos contemporâneos sobre a memória e a nutrição concluíram que o leite e o queijo contêm cálcio e fósforo, elementos importantes para o trabalho cerebral. Contudo, a expressão "comer muito queijo" com o significado de «ser esquecido» ou «ter má memória» ficou.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...