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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Resumo e análise das Cenas I e II do Ato V de Romeu e Julieta

. Cena I
Resumo
Na manhã de quarta-feira, numa rua de Mântua, um alegre Romeu descreve um sonho maravilhoso que teve na noite anterior: Julieta encontrou morto, mas beijou-o e insuflou nova no em seu corpo. Nesse momento, Baltasar entra e Romeu cumprimenta-o alegremente, dizendo que deve ter vindo de Verona com notícias da esposa e do seu pai. Romeu comenta que nada pode estar doente no mundo se Julieta estiver bem. Baltasar responde que nada pode estar doente, pois Julieta está bem: está no céu, depois de ter sido encontrada morta naquela manhã, em sua casa. Desesperado, Romeu grita: "Então eu vos desafio, estrelas".
Então diz a Baltasar para lhe dar uma caneta e um papel (com os quais escreve uma carta para Baltasar entregar a Montecchio) e contratar cavalos, e diz que retornará a Verona naquela noite. O criado diz-lhe que parece tão perturbado que tem medo de o deixar, mas Romeu insiste. De repente para e pergunta se Baltasar traz consigo uma carta de Frei Lourenço. Ele responde que não, e Romeu envia-o de volta. Ido o servo, Romeu declara que se deitará com Julieta nessa noite. De seguida, procura um farmacêutico, um vendedor de drogas. Depois de dizer ao homem, na loja, que parece pobre, oferece-se para lhe pagar bem por um frasco de veneno. O farmacêutico responde-lhe que tem exatamente isso, mas que vender veneno em Mântua acarreta a sentença de morte. Romeu responde que o farmacêutico é pobre demais para recusar a venda. O farmacêutico finalmente cede e vende-lhe o veneno. Uma vez sozinho, Romeu fala com o frasco, declarando que irá ao túmulo de Julieta e se matará.

. Cena II

Resumo
Na sua cela, Frei Lourenço fala com Frei João, a quem havia enviado anteriormente a Mântua com uma carta para Romeu. Ele pergunta-lhe como Romeu respondeu à sua carta (que descrevia o plano que envolvia a falsa morte de Julieta). Frei João responde que não conseguiu entregar a carta, porque foi trancado numa casa em quarentena devido a um surto de peste. Frei Lourenço fica preocupado ao perceber que, se Romeu não souber da falsa morte de Julieta, não haverá ninguém para a recuperar da tumba quando ela acordar. (Ele não sabe que Romeu soube da morte de Julieta e que acredita que a mesma é real.) Procurando um pé de cabra, Frei Lourenço declara que terá de resgatar Julieta do túmulo por conta própria. Então envia outra carta a Romeu para o avisar sobre o que aconteceu, e planeia manter Julieta na sua cela até o marido chegar.

Análise das cenas
A sequência de equívocos e mal entendidos nesta seção revela o trabalho inevitável do destino. Não há razão para o plano do frade não resultar. Mas um surto de peste força Frei João a uma quarentena que o impede de entregar a carta de Frei Lourenço a Romeu, enquanto Baltasar procura o jovem com notícias da morte de Julieta. Assim como o público sente um destino inviolável a cair sobre Romeu, este também se sente encurralado pelo destino. Mas o destino que o público reconhece e o destino que Romeu vê em seu redor são muito diferentes. O público sabe que Romeu e Julieta estão fadados a morrer; Romeu sabe apenas que o destino de alguma forma tentou separá-lo da amada. Quando ele grita "Então eu vos desafio, estrelas", está a gritar contra o destino que ele acredita estar a frustrar os seus desejos. Por isso, tenta desafiá-lo, matando-se e passando a eternidade com Julieta: "Bem, Julieta", diz ele, "eu dormirei contigo esta noite". Tragicamente, é a própria decisão de Romeu de evitar o seu destino que realmente o traz. Quando se mata por causa de Julieta adormecida, ele assegura o último suicídio duplo.
Através da ironia do desafio de Romeu recaindo sobre ele mesmo, Shakespeare demonstra o extremo poder do destino: nada pode ficar no seu caminho. Todos os fatores se conjugam a seu favor: o surto de peste, a transmissão da mensagem da morte de Julieta por Baltasar e a decisão de Capuleto de mudar a data do casamento de Julieta. Mas o destino também é algo ligado às instituições sociais do mundo em que Romeu e Julieta vivem. Esse destino, causado pela interação de normas sociais das quais Romeu e Julieta não podem escapar, parece igualmente poderoso, embora menos divino. É um destino criado pelo homem, e a incapacidade humana de ver através do absurdo do mundo que ele criou. Agora, nesta cena, vemos Romeu como agente do seu próprio destino. A sorte que acontece com Romeu e Julieta é mais interna do que externa. É determinada pelas naturezas e escolhas dos dois protagonistas. Se Romeu não fosse tão imprudente e emocional, tão rápido em cair na melancolia, o duplo suicídio não teria ocorrido. Se Julieta tivesse achado possível explicar a verdade aos pais, o duplo suicídio talvez não tivesse ocorrido. Mas desejar que alguém não seja como é é desejar o impossível. O amor entre Romeu e Julieta existe precisamente porque eles são quem são. A natureza destrutiva e suicida do seu amor é um aspeto da sua natureza tanto enquanto indivíduos como enquanto casal.
Na personagem do boticário, mais uma vez, Shakespeare fornece um exemplo secundário das forças sociais paradoxais e prementes que atuam na peça. O farmacêutico não deseja vender veneno porque é ilegal, proibido pela sociedade. Mas é a mesma sociedade que o torna pobre e que insiste na validade das diferenças entre ricos e pobres. O farmacêutico é pressionado a vender o veneno por forças externas que ele, como Romeu, se sente completamente incapaz de controlar.


Traduzido de SparkNotes

Seinfeld: Temporada 02 - Episódio 02

Resumo e análise da Cenas IV e V do Ato IV de Romeu e Julieta

Resumo
Bem cedo na manhã seguinte, a casa Capuleto fervilha com os preparativos para o casamento. Capuleto manda a enfermeira acordar a filha. Ela encontra Julieta morta e começa a lamentar a situação, logo acompanhada pelos pais. Páris chega com Frei Lourenço e um grupo de músicos para o casamento. Quando descobre o que aconteceu, junta-se aos lamentos. O frade lembra a todos que Julieta foi para um lugar melhor e pede que se preparem para o funeral. Tristemente, eles obedecem e saem.
Deixados para trás, os músicos começam a arrumar os seus apetrechos. Pedro, o servo capuleto, entra e pede-lhes que toquem uma música feliz para aliviar o seu coração triste. Eles recusam, argumentando que tocar essa música seria inapropriado. Irritado, Pedro insulta-os, e os músicos respondem da mesma forma. Depois de lhes dirigir um insulto final, Pedro sai. Os músicos decidem esperar que os enlutados retornem, para que possam comer o almoço que será servido.

Análise
No seu luto por Julieta, os Capuletos aparecem menos como uma força hostil organizada contra os amantes e mais como indivíduos. O público compreende as imensas esperanças que os Capuletos depositaram em Julieta, bem como um sentimento de amor por ela. Da mesma forma, o amor de Páris por Julieta parece totalmente legítimo. O seu lamento não pode ser simplesmente entendido o lamento pela perda de uma esposa que lhe poderia ter trazido fortuna. Parece ser mais pessoal que isso, mais como o pesar pela perda de um ente querido.
Muitas produções de Romeu e Julieta cortam a cena representando Pedro e os músicos. As produções fazem isso por um bom motivo: o humor da cena e os insultos trocados parecem mal colocados num momento tão trágico da peça. Se alguém olhar a cena como um mero alívio cómico, é possível argumentar que ela age como uma espécie de cesura, um momento para o público recuperar o fôlego da tragédia do Ato IV antes de entrar na tragédia ainda maior do Ato V. Se olharmos a cena em contexto com as cenas anteriores que incluem servos, um segundo argumento pode ser apresentando acerca do motivo pelo qual Shakespeare a incluiu. De cada cena que inclui criados, obtemos uma perspetiva única dos acontecimentos da peça. Aqui, na figura dos músicos, temos uma visão profundamente diferente da reação das classes mais baixas à tragédia da morte de Julieta. Inicialmente, os músicos têm receio de tocar uma música feliz, porque ela será considerada imprópria, independentemente das explicações. Afinal, não cabe a um mero músico dar explicações aos nobres que estão de luto. À medida que a cena avança, fica claro que os músicos realmente não se importam muito com Julieta ou com a tragédia que a envolve. Eles preocupam-se mais com o facto de estarem sem emprego e, talvez, com a perda de um almoço grátis. Por outras palavras, essa grande tragédia, que é, sem dúvida, uma tragédia de proporções épicas, ainda não é uma tragédia para todos.

Traduzido de SparkNotes

Resumo e análise da Cena III do Ato IV de Romeu e Julieta

Resumo
No seu quarto, Julieta pede à enfermeira que a deixe passar a noite sozinha e repete o pedido à mãe quando ela chega. Sozinha, segurando o frasco que Frei Lourenço lhe deu, pergunta-se o que acontecerá quando o beber. Se o frade não for digno de confiança e procurar apenas ocultar o seu papel no seu casamento com Romeu, ela poderá morrer; ou, se Romeu se atrasar por algum motivo, ela pode acordar na tumba e enlouquecer de medo. Julieta tem uma visão na qual vê o fantasma de Tebaldo procurando pelo marido. Ela implora ao fantasma que desista da sua busca por Romeu e, brindando ao marido, bebe o conteúdo do frasco.

Análise
Mais uma vez, Julieta demonstra a sua força. Ela mostra-se racional após refletir sobre a razão pela qual beber a poção para dormir lhe pode causar danos físicos ou psicológicos, mas escolhe beber de qualquer maneira. Nesta ação, não apenas tenta contornar as forças que obstruem o seu relacionamento com Romeu, como também assume total responsabilidade por si mesma. Ela reconhece que beber a poção pode levá-la à loucura ou à morte. Esse gesto, portanto, constitui uma ação em que ela tira a vida com as próprias mãos e determina o seu valor para ela. Além do óbvio presságio presente na visão de Julieta do fantasma vingativo de Tebaldo, o facto de ela beber a poção também sugere acontecimentos futuros. Julieta bebe a poção, assim como Romeu depois beberá o veneno do farmacêutico. Ao beber a poção, ela não apenas demonstra vontade de tirar a vida com as próprias mãos, mas contraria o que é esperado das mulheres e age.

Traduzido de SparkNotes

Resumo e análise da Cena II do Ato IV de Romeu e Julieta

Resumo
Julieta regressa a casa, onde encontra os pais preparando-se para o casamento. Ela surpreende-os ao mostrar-se arrependida da sua desobediência e ao aceitar alegremente casar-se com Páris. Capuleto fica tão satisfeito que insiste em antecipar o casamento por um dia, para quarta-feira – o dia seguinte. Julieta dirige-se aos seus aposentos para, aparentemente, se preparar para o casamento. O pai vai embora para contar as notícias a Páris.

Análise
Contrastando com o que foi dito, na cena anterior, sobre Frei Lourenço, é um desafio situar Páris ao longo do continuum moral da peça. Ele não é exatamente um adversário de Romeu e Julieta, pois nunca age conscientemente para os prejudicar ou ir contra os seus desejos. Como quase todos, ele não sabe nada sobre o relacionamento dos recém-casados. Os seus sentimentos por Julieta também são motivo de alguma ambiguidade, já que o público nunca tem acesso aos seus pensamentos. Evidências textuais posteriores indicam que Páris abriga um amor legítimo por Julieta e, embora assuma arrogantemente que ela desejará casar-se com ele, nunca a trata com maldade. No entanto, porque a jovem não o ama, ele representa uma potencialidade real e assustadora para Julieta.

Traduzido de SparkNotes

Resumo e análise da Cena I do Ato IV de Romeu e Julieta

Resumo
Na sua cela, Frei Lourenço fala com Páris sobre o casamento iminente com Julieta. Páris diz que a tristeza de Julieta pela morte de Tebaldo a desequilibrou e que, na sua sabedoria, Capuleto determinou que eles se casassem em breve, para que ela parasse de chorar e encerrasse o seu período de luto. O frade observa para si mesmo que desejaria não ter consciência do motivo pelo qual o casamento de Páris com Julieta deve ser adiado.
Julieta entra e Páris fala com ela com amor, embora de maneira arrogante. A jovem responde indiferentemente, não mostrando afeto nem aversão. Ela observa que ainda não se casou com ele. Com o pretexto de ouvir a confissão de Julieta, Frei Lourenço conduz Páris para longe, embora não antes de o rapaz a beijar uma vez. Depois de Páris sair, Julieta pede ajuda ao frade, brandindo uma faca e dizendo que se matará ao invés de se casar com Páris. O frade propõe um plano: Julieta deve consentir em se casar com Páris; então, na noite anterior ao casamento, deve tomar uma poção para dormir que a fará parecer morta; será posta para descansar na tumba dos Capuletos, e o frade enviará uma mensagem a Romeu em Mântua para o ajudar a recuperá-la quando ela acordar. Julieta retornará a Mântua com Romeu e estará livre para morar com ele longe do ódio dos seus pais. Ela concorda com o plano de todo o coração. Frei Lourenço dá-lhe a poção para dormir.

Análise
Frei Lourenço é a personagem mais ardilosa da peça: ele, secretamente, casa os dois amantes, leva Romeu a Mântua e encena a morte de Julieta. As maquinações do frade também parecem ser ferramentas do destino. No entanto, apesar do papel que Frei Lourenço desempenha na morte dos amantes, Shakespeare nunca o apresenta sob uma luz negativa, ou mesmo ambígua. Ele é sempre tratado como uma presença benigna e sábia. O fracasso trágico dos seus planos é tratado como um acidente desastroso no qual o frade não tem responsabilidade.

Traduzido de SparkNotes

Resumo e análise da Cena V do Ato III de Romeu e Julieta

Resumo
Pouco antes do amanhecer, Romeu prepara-se para descer da janela de Julieta, para começar o seu exílio. Ela tenta convencê-lo de que os gritos de pássaros que ouvem são do rouxinol, uma ave noturna, e não da cotovia, um pássaro matutino. Romeu não pode aceitar as suas reivindicações; ele deve sair antes que a manhã chegue ou ser morto. Julieta declara que a luz lá fora não vem do sol, mas de algum meteoro. Superado pelo amor, ele responde que ficará com Julieta e que não se importa se os homens do príncipe o matam. Diante dessa reviravolta, a jovem esposa declara que o pássaro que ouviram foi a cotovia; que é madrugada e ele deve fugir. A enfermeira entra para avisar Julieta que Lady Capuleto se aproxima. O casal separa-se em lágrimas. Romeu sai pela janela. De pé, no pomar abaixo da sua janela, promete a Julieta que se verão novamente, mas ela responde que ele parece pálido, como um morto no fundo de uma tumba. O marido retorque que, para ele, ela aparece da mesma maneira, e que é apenas a tristeza que faz os dois parecerem pálidos. Romeu apressa-se enquanto Julieta puxa a escada e implora ao destino que o traga de volta rapidamente.
Lady Capuleto chama a filha, que se pergunta por que razão a mãe viria falar com ela tão cedo pela manhã. Sem saber que a jovem é casada com Romeu, Lady Capuleto entra na sala e confunde as lágrimas de Julieta como um sofrimento contínuo por Tebaldo. A mulher conta-lhe o seu profundo desejo de ver "o vilão Romeu" morto. Julieta leva a mãe a acreditar que ela também deseja a morte de Romeu, quando na verdade está a declarar firmemente o seu amor por ele. Lady Capuleto conta à filha sobre o plano de Capuleto de Julieta casar com Páris na quinta-feira, explicando que o pai deseja fazê-la feliz. A jovem fica horrorizada. Ela rejeita o enlace, dizendo: “Eu não me vou casar ainda; e quando o fizer, juro / será Romeu – que sabe que odeio - / em vez de Páris”. Capuleto entra na câmara. Quando descobre a determinação de Julieta em o desafiar, fica furioso e ameaça renegar a filha se ela se recusar a obedecer-lhe. Quando Julieta pede à mãe que interceda, esta nega-lhe a ajuda.
Depois de Capuleto e Lady Capuleto se afastarem, Julieta pergunta à enfermeira como poderá escapar da situação. A enfermeira aconselha-a a prosseguir com o casamento com Páris – ele é um par melhor, diz ela, e Romeu está como morto de qualquer maneira. Embora enojada com a deslealdade da sua enfermeira, Julieta finge concordar e diz-lhe que fará a confissão na casa de Frei Lourenço. Julieta corre para o frade, jurando que nunca mais confiará no conselho da enfermeira. Se o religioso for incapaz de a ajudar, Julieta comenta consigo mesma que ainda tem o poder de tirar a própria vida.

Análise
Para combater a chegada da luz, Julieta tenta mudar mais uma vez o mundo através da linguagem: ela afirma que a cotovia é realmente um rouxinol. Na cena da varanda, Romeu viu Julieta transformando a noite em dia, aqui ela é capaz de transformar o dia em noite. Mas, assim como os seus votos de desprezar os seus nomes não conseguiram superar as instituições sociais que os atormentaram, eles não podem mudar o tempo. Julieta é, dos dois, a mais pragmática e percebe que Romeu deve partir, enquanto ele está disposto a morrer simplesmente para permanecer ao lado dela.
Num momento remanescente da cena da varanda, uma vez do lado de fora, Romeu despede-se de Julieta enquanto ela fica de pé à sua janela. Aqui, os amantes experimentam visões que prenunciam descaradamente o final da peça. Este será o último momento que passam vivos na companhia um do outro. Quando Julieta voltar a ver Romeu, ele estará morto e, quando ela olha pela janela, já o vê morto: “Ó Deus, tenho uma alma que adivinha mal! / Acho que te vejo, agora tu és tão baixo, / Como alguém morto no fundo de uma tumba. / Ou a minha visão falha, ou tu pareces pálido”.
No confronto com os pais após a partida de Romeu, Julieta mostra a sua completa maturidade. Ela domina a conversa com a mãe, que não consegue acompanhar a inteligência da filha e, portanto, não tem ideia de que Julieta está a proclamar o seu amor por Romeu sob o pretexto de dizer exatamente o contrário. A sua decisão de romper com o conselho da sua enfermeira desleal – e, de facto, excluir a enfermeira de qualquer das suas ações futuras – é outro passo no seu desenvolvimento. Ter uma enfermeira é uma marca da infância; ao abandonar a enfermeira e manter a lealdade para com o marido, Julieta abandona completamente da infância e entra na feminilidade.
Shakespeare situa esse amadurecimento logo após a noite de núpcias da jovem, vinculando a ideia do desenvolvimento desde a infância até à idade adulta à experiência sexual. De facto, Julieta sente-se tão forte que desafia o pai, mas nessa ação ela aprende o limite do seu poder. Por mais forte que possa ser, não passa de uma mulher num mundo dominado por homens. Poder-se-ia pensar que Julieta deveria aceitar o convite do pai para a renegar e ir morar com Romeu em Mântua. Isso não é uma opção, porém. Julieta, como mulher, não pode deixar a sociedade; e o pai dela tem o direito de fazê-la fazer o que ele deseja. Embora derrotada pelo pai, Julieta não volta a ser uma menina. Ela reconhece os limites do seu poder e, se não for possível encontrar outra maneira, decide usá-lo: para uma mulher em Verona que não pode controlar a direção da sua vida, o suicídio, a capacidade bruta de viver ou não viver essa vida, pode representar o único meio de afirmar autoridade sobre o eu.

Traduzido de SparkNotes

Seinfeld: Temporada 02 - Episódio 01

Resumo e análise da Cena IV do Ato III de Romeu e Julieta

Resumo
Capuleto, Lady Capuleto e Páris caminham juntos. Capuleto diz que, devido aos terríveis acontecimentos recentes, não teve tempo de perguntar à filha sobre os sentimentos dela por Páris. Lady Capuleto afirma que ela conhecerá os pensamentos da filha pela manhã. Páris está prestes a sair quando Capuleto o chama de volta e lhe diz que acha que a filha o ouvirá, depois corrige-se e afirma que tem a certeza de que Julieta cumprirá a sua decisão. Ele promete a Páris que o casamento será realizado na quarta-feira, depois para de repente e pergunta que dia é aquele. Páris responde que é segunda-feira; Capuleto decide que quarta-feira é muito cedo e que o casamento deve ser realizado na quinta.

Análise
As razões de Capuleto para mudar a data do casamento de Julieta com Páris não são totalmente claras. Em cenas posteriores, ele afirma que deseja trazer um pouco de alegria para um momento triste e querer curar Julieta do seu profundo luto (é claro que, ironicamente, ela lamenta o banimento do marido e não a morte de Tebaldo). Mas também é possível que, neste momento de conflito com os Montecchios, Capuleto deseje toda a ajuda política que puder obter. Um casamento entre a filha e Páris, um parente próximo do príncipe, ajudaria bastante nesse aspeto. Independentemente da motivação de Capuleto, a sua decisão torna óbvia a impotência das mulheres de Verona. A impotência de Julieta nesta situação é posta a nu pela ironia da determinação de Capuleto de empurrar o casamento de quarta para quinta-feira, quando alguns dias antes ele queria adiar o casamento por dois anos.

Traduzido de SparkNotes

Resumo e análise da Cena III do Ato III de Romeu e Julieta

Resumo
Na cela de Frei Lourenço, Romeu é tomado pela tristeza e pergunta-se que sentença o príncipe decretou. O frade responde-lhe que tem sorte: o príncipe apenas o baniu. Romeu afirma que o banimento é uma pena muito pior que a morte, pois ele terá de viver, mas sem Julieta. O frade tenta aconselhar Romeu, mas o jovem é tão infeliz que não aceita nada disso e cai no chão. A enfermeira chega e Romeu pede desesperadamente notícias sobre Julieta. Ele assume que a esposa agora pensa nele como um assassino e ameaça esfaquear-se. Frei Lourenço detém-no e repreende-o por não ser viril. O religioso explica que Romeu tem muito a agradecer: ele e Julieta estão vivos, e depois de os problemas acalmarem, o príncipe Della-Scala pode mudar de ideia. O frade estabelece um plano: Romeu visitará Julieta naquela noite, mas terá de deixar o seu aposento e Verona, antes da manhã. Irá depois residir em Mântua até que as notícias do seu casamento se espalhem. A enfermeira entrega a Romeu o anel de Julieta, e esse símbolo físico do seu amor revive o seu espírito. A enfermeira parte e Romeu despede-se do frade. Ele deve preparar-se para visitar Julieta e depois fugir para Mântua.

Análise
Shakespeare cria uma tensão psicológica interessante em Romeu e Julieta, vinculando consistentemente a intensidade do amor jovem com um impulso suicida. Embora o amor seja geralmente o oposto do ódio, violência e morte, Shakespeare retrata a autoaniquilação como aparentemente a única resposta à esmagadora experiência emocional que constitui ser jovem e apaixonada. Romeu e Julieta parecem flertar com a ideia da morte durante grande parte da peça, e a possibilidade de suicídio repete-se com frequência, prenunciando as suas mortes finais no Ato V. Quando Julieta entende mal a enfermeira e pensa que Romeu está morto, ela não pensa que ele foi morto, mas que se matou. E, pensando que Romeu está morto, Julieta decide rapidamente que ela também deve morrer. O seu amor por Romeu não permitirá outro curso da ação.
A ameaça real de suicídio feita por Romeu na cela de Frei Lourenço, na qual ele deseja "saquear / A odiosa mansão" que é o seu corpo para que possa erradicar o seu nome, lembra a cena da varanda, na qual Romeu despreza o seu nome Montecchio na frente de Julieta, dizendo: "Se eu a tivesse escrito, rasgaria a palavra". Na cena da varanda, um nome parecia ser uma coisa simples que podia segurar na sua frente e rasgar. Uma vez rasgado, poderia facilmente viver sem ele. Agora, com uma melhor compreensão de como é difícil escapar às responsabilidades e reivindicações da lealdade da família, de ser um Montecchio, Romeu modifica a metáfora. Ele não se concebe mais como capaz de rasgar o seu nome. Em vez disso, agora deve arrancá-lo do corpo e, no processo, morrer.


Resumo e análise da Cena II do Ato III de Romeu e Julieta

Resumo
Na casa de Capuleto, Julieta anseia que a noite caia, para que Romeu a encontre "sem falar e sem ser visto". De repente, a enfermeira chega com as notícias da luta entre Romeu e Tebaldo. Mas a enfermeira está tão perturbada que tropeça nas palavras, fazendo parecer que Romeu está morto. Julieta assume que ele se matou e resigna-se a morrer. A enfermeira então começa a lamentar a morte de Tebaldo, e Julieta teme brevemente que este e Romeu estejam mortos. Quando a história é finalmente contada e Julieta entende que Romeu matou Tebaldo e foi condenado ao exílio, amaldiçoa a natureza de que deve colocar "o espírito de um demónio" na "carne doce" de Romeu. A enfermeira ecoa Julieta e amaldiçoa o nome de Romeu, mas a jovem denuncia-a por ter criticado o marido e acrescenta que ela se arrepende de o ter culpado. Julieta afirma que o banimento de Romeu é pior do que dez mil Tebaldos mortos. Ela lamenta que vai morrer sem ter uma noite de núpcias, uma solteira viúva. A enfermeira assegura-lhe, no entanto, que sabe onde Romeu está escondido, e fará com que ele a encontre na noite de núpcias. Julieta dá à enfermeira um anel para dar ao marido como um sinal do seu amor.

Análise
O amor entre Romeu e Julieta, feliz no ato II, é testado em circunstâncias terríveis, já que o conflito entre as suas famílias é mais desastroso do que se poderia imaginar. A maneira como os jovens amantes respondem à sua separação iminente ajuda a definir as qualidades essenciais das suas respetivas personagens. Depois de ouvir que deverá ser exilado, Romeu age com o drama habitual: fica triste e dominado pela sua paixão. Ele cai no chão, recusa-se a ouvir a razão e ameaça matar-se. Julieta, por outro lado, mostra um progresso significativo no seu desenvolvimento, desde a menina simples e inocente do primeiro ato até à mulher corajosa, madura e leal da conclusão da peça. Depois de criticar Romeu pelo seu papel na morte de Tebaldo e de ouvir a enfermeira dizer o nome de Romeu, ela recupera o controle de si mesma e percebe que a sua lealdade deve ser para com o marido, e não para o primo Tebaldo.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Resumo e análise da Cena I do Ato III de Romeu e Julieta

Resumo
Enquanto caminham na rua sob o sol escaldante, Benvólio sugere a Mercúcio que entrem em casa, temendo que uma altercação seja inevitável caso encontrem homens Capuletos. Mercúcio responde que Benvólio tem um temperamento tão rápido quanto qualquer homem na Itália e não deve criticar os outros por seus fusíveis curtos. Tebaldo entra em cena acompanhado de um grupo de amigos. Aproxima de Benvólio e Mercúcio e pede para falar com um deles. Irritado, Mercúcio começa a provocá-lo. Romeu entra também e Tebaldo volta a sua atenção de Mercúcio para ele e chama-o vilão. Romeu, agora secretamente casado com Julieta e, portanto, parente de Tebaldo, recusa-se a ficar irritado com o ataque verbal de Tebaldo. Este ordena a Romeu que puxe da sua espada. O jovem protesta que tem boas razões para amar Tebaldo e não deseja lutar com ele. E pede que, até que Tebaldo saiba o motivo desse amor, deixe de lado a espada. Mercúcio, com raiva, sacode a espada e declara com humor cortante que, se Romeu não lutar contra Tebaldo, ele o fará. Mercúcio e Tebaldo começam a lutar. Romeu, tentando restaurar a paz, coloca-se entre os combatentes. Tebaldo apunhala Mercúcio por debaixo do braço de Romeu e, quando aquele cai ferido, Tebaldo e os seus homens fogem apressadamente. Mercúcio morre, amaldiçoando os Montecchios e os Capuletos: “Uma praga a ambas as casas”, e ainda derramando suas loucuras espirituosas. Enfurecido, Romeu declara que o seu amor por Julieta o tornou efeminado e que deveria ter lutado contra Tebaldo no lugar de Mercúcio. Quando Tebaldo, ainda zangado, volta à cena, Romeu empunha a espada. Eles lutam, e Romeu mata Tebaldo. Benvólio pede-lhe que fuja; aproxima-se um grupo de cidadãos indignados com as recorrentes lutas de rua. Romeu, chocado com o que aconteceu, grita "Oh, sou o joguete do destino!" E foge.
O príncipe entra, acompanhado por muitos cidadãos, os Montecchios e os Capuletos. Benvólio conta ao príncipe a história da luta, enfatizando a tentativa de Romeu de manter a paz, mas Lady Capuleto, tia de Tebaldo, chora que Benvólio está a mentir para proteger os Montecchios. Ela exige a vida de Romeu. O príncipe Della-Scala prefere exilá-lo de Verona. Ele declara que, caso Romeu seja encontrado na cidade, será morto.

Análise
A violência repentina e fatal na primeira cena do ato III, bem como o acumular de lutas, serve como um lembrete de que, não obstante toda a ênfase estar colocada no amor, na beleza e no romance, Romeu e Julieta tem lugar num mundo ainda masculino em que as noções de honra, orgulho e status tendem a entrar em erupção durante um conflito. A crueldade e os perigos do ambiente social da peça são ferramentas dramáticas que Shakespeare emprega para fazer com que o romance dos amantes pareça ainda mais precioso e frágil – o seu relacionamento é a única pausa do público confrontado com o mundo brutal que pressiona contra o amor de Romeu e Julieta. As rixas entre Mercúcio e Tebaldo e depois entre este e Romeu são caóticas; Tebaldo mata Mercúcio por sob o braço de Romeu, foge e, de repente e inexplicavelmente, volta para lutar contra Romeu, que o mata como vingança. A paixão supera a razão a cada passo.
O grito de Romeu ("Oh, sou o joguete do destino!") refere-se especificamente à sua falta de sorte ao ser forçado a matar o primo da sua nova esposa, sendo, por isso, banido. Lembra também que o destino paira sobre a peça. A resposta de Mercúcio ao seu destino, no entanto, é notável na maneira como diverge da resposta de Romeu. Este culpa o destino, ou a fortuna, pelo que aconteceu consigo. Já Mercúcio amaldiçoa os Montecchios e os Capuletos. Ele parece ver as pessoas como a causa da sua morte e não dá crédito a nenhuma força maior.
A sociedade elisabetana geralmente acreditava que um homem demasiadamente apaixonado perdia a sua masculinidade. Romeu concorda claramente com essa crença, como se comprova quando afirma que o seu amor por Julieta o fez "efeminado". Mais uma vez, porém, essa afirmação pode ser vista como uma batalha entre o mundo privado do amor e o mundo público da honra, dever e amizade. O Romeu que duela com Tebaldo é o Romeu que Mercúcio chamaria de "verdadeiro" Romeu. O que procurou evitar o confronto por preocupação com a sua esposa é a pessoa que Julieta reconheceria como o seu Romeu amoroso. A palavra efeminado é aplicada pelo mundo público da honra àquelas coisas que não respeita. Ao usar o termo para descrever o seu estado atual, Romeu aceita as responsabilidades que lhe são impostas pelas instituições sociais de honra e dever da família.
A chegada do príncipe e dos cidadãos enfurecidos muda o foco da peça para um tipo diferente de esfera pública. O assassinato de Tebaldo por Romeu é marcado pela imprudência e vingança, características apreciadas pelos nobres, mas que ameaçam a ordem pública que os cidadãos desejam e que o príncipe tem a responsabilidade de defender. Como alguém que exibiu essas características, Romeu é banido de Verona. Antes, o príncipe agiu para reprimir o ódio dos Montecchios e dos Capuletos, a fim de preservar a paz pública; agora, ainda atuando para evitar surtos de violência, o príncipe, involuntariamente, age para frustrar o amor de Romeu e Julieta. Consequentemente, com o seu amor censurado não apenas pelos Montecchios e pelos Capuletos, mas também pelo governador de Verona, a relação do par amoroso põe Romeu em perigo de uma represália violenta por parte dos parentes de Julieta e do estado.

Traduzido de SparkNotes

Seinfeld: Temporada 01 - Episódio 05

Resumo e análise das Cenas V e VI do Ato II de Romeu e Julieta

Resumo
Romeu e Frei Lourenço esperam que Julieta chegue à cela. Um Romeu em êxtase afirma descaradamente que não se importa com o infortúnio que possa vir, pois ficará pálido em comparação com a alegria que sente agora. O frade aconselha-o a amar moderadamente e não com muita intensidade, dizendo: “essas delícias violentas têm fins violentos”. Julieta entra e Romeu pede-lhe que fale poeticamente do seu amor. Ela responde que aqueles que podem tão facilmente descrever o seu "valor" são mendigos, o seu amor é demasiado grande para ser descrito com tanta facilidade. Os amantes saem com o frade e são casados.

Análise das cenas V e VI
Ao longo destas cenas, Shakespeare enfatiza a emocionante alegria do amor jovem e romântico. Romeu e Julieta estão elétricos antecipando o que está para vir. Numa cena maravilhosamente cómica, ela mal consegue conter-se quando a enfermeira finge estar cansada demais para lhe dar a notícia. Romeu está igualmente excitado, proclamando impetuosamente e de forma blasfema que o seu amor é a força mais poderosa do mundo.
Embora a euforia do amor domine claramente estas cenas, alguns presságios ameaçadores são revelados. O jogo da piada da enfermeira, no qual ela adia contar a Julieta as notícias, encontrará o seu triste espelho numa cena futura, quando a angústia da enfermeira a impede de relatar notícias a Julieta causando, assim, uma terrível confusão. Existe um presságio mais profundo na observação do frade, referindo-se ao amor poderoso de Romeu, de que "essas delícias violentas têm fins violentos". Todos os espectadores sabem que a peça é uma tragédia e que Romeu e Julieta morrerão. As palavras do frade, portanto, são mais do que apenas uma diferença de opinião relativamente a Romeu; elas reforçam a presença e o poder do destino.
A devoção de Frei Lourenço à moderação é interessante, pois oferece uma alternativa à maneira como todas as outras personagens de Romeu e Julieta vivem suas vidas. De Romeu a Tebaldo, de Montecchio a Capuleto, todas as personagens seguem a paixão, abandonando a cautela. O frade critica esse modo de agir e sentir, notando o seu poder destrutivo. Frei Lourenço certamente está correto, mas, depois de expor sua crença, o frade envolve-se em todo o excesso e paixão contra os quais aconselhou as personagens. A paixão dos jovens amantes pode ser destrutiva, mas também é extraordinariamente bela; se Romeu e Julieta fossem moderados na sua afeição, o seu amor não soaria como o conhecemos.


Resumo da Cena V do Ato II de Romeu e Julieta

Resumo
No pomar de Capuleto, Julieta espera impacientemente a sua enfermeira, a quem enviou para encontrar Romeu três horas antes. Por fim, ela regressa e a jovem pressiona-a ansiosamente por notícias. A enfermeira afirma estar cansada demais, dolorida e sem fôlego para lhe contar o que aconteceu. Julieta fica frenética e, eventualmente, a enfermeira cede e diz-lhe que Romeu está esperando na cela de Frei Lourenço para casar com ela. A enfermeira parte para esperar no caminho o criado de Romeu, que deve trazer uma escada para ele usar para subir à câmara de Julieta naquela noite, para consumar o casamento.


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