Português

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Resultados do PISA 2023

     Diga muitas vezes OCDE. Alugue o táxi que levará João Costa até ao aeroporto. Porém, antes, leia (já não digo o estudo, que tem muitas páginas, logo uma coisa aborrecida - o tempo ganho dará para se deliciar com «n» vídeos do TikTok) o que Paulo Guinote escreveu sobre o estudo: inclusão-e-equidade-PISA.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Pai

     No dia em que celebrarias 96 anos...

    A palavra portuguesa "pai" deriva diretamente da forma latina «pater», que originou pelo caminho «padre», usado em textos portugueses antigos. Ora «pater» terá derivado do proto-indo-europeu *phtḗr (note-se que as letras representam os supostos sons das palavras reconstruídas a partir da comparação das várias línguas europeias).

    Foi, portanto, este *phtḗr que esteve na origem do vocábulo latino «pater» e seus derivados, bem como dos vocábulos que designam "pai" nas línguas germânicas, por exemplo, o termo inglês father, cujo "f" inicial resulta da transformação do som inicial do indo-europeu. De facto, várias das palavras iniciadas por "p" nas línguas latinas começam por "f" nas línguas germânicas: "peixe" → "fish" (ambas derivam do proto-indo-europeu *peysk-.

    Em suma, do indo-europeu *phtḗr (uma reconstrução, como atrás foi referido), passamos para o latim pater, daí para o português antigo padre e para o atual pai.


    A seguir, vamos descobrir de onde veio João e, depois, saudade...

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Um pinheiro diferente

Marco de Angelis

Objetivo da NASA: causar o maior estrago possível


 

    O nome do meio de comunicação é Notícias ao Minuto, a autoria do pedaço de prosa é anónima. Ainda bem para o escriba: o objetivo é fazem com que a Estação Espacial Internacional caia onde possa causar risco (?).
    Desde o vocabulário até à falta de nexo, é a total labreguice linguística que galopa desenfreadamente.

Na aula (XLIX): adolescência desnudada


    Numa qualquer aula, um trabalho fruto da cooperação entre um aluno e uma aluna.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Semelhanças e diferenças entre o principezinho e o escravozinho


 

Principezinho

Escravozinho

Semelhanças

. viviam no mesmo castelo

. “tinham nascido na mesma noite de verão”

. alimentavam.se do “mesmo seio” = a Aia amamentava ambos

. eram ambos beijados pela rainha

. eram tratados pela Aia com o mesmo carinho

. “Os olhos de ambos reluziam como pedras preciosas”

Diferenças

. Cabelo:
    - cabelo louro e fino

. Berço:
    - berço magnífico e de marfim

. Condição social:
    - classe social: nobreza / realeza – príncipe herdeiro do trono
    - rico
    - filho da rainha

. Frágil

 
- cabelo negro e crespo

 
- berço pobre e de verga

 
- classe social: escravo


- pobre
- filho da escrava

. Nada tinha a recear

 

Diferenças entre o tio e o rei


 

Rei

Tio

Diferenças

. nobre

. bravo

. bondoso

. devasso

. maldoso

. cobarde

. cruel

    O facto de o narrador tratar as personagens por «rei» e «bastardo» evidencia as características (contrastantes) de ambos.


terça-feira, 28 de novembro de 2023

Modos de expressão em "A Aia"

    1. Narração: representa momentos de avanço, de progressão na ação, as peripécias. Uma das suas marcas é o recurso ao pretérito perfeito (“adivinhou”, “sentiu”, “escutou”) e, ocasionalmente, ao pretérito imperfeito (“corriam”).


    2. Descrição: descreve personagens ou espaços onde decorrem os acontecimentos:

• “o cabelo louro e fino”
• “o cabelo negro e crespo”.

 
    3. Diálogo: as personagens falam entre si e o narrador retira-se para segundo plano, como sucede no penúltimo parágrafo, onde o discurso direto é utilizado para justificar o suicídio da Aia: “– Salvei o meu príncipe – e agora vou dar de mamar ao meu filho!”

Caracterização do velho nobre


Tipos

Modos de caracterização

Direta

Indireta

Física

. velho

 

Psicológica

 

. experiência
. sabedoria

Social

. nobre – “de casta nobre”

. prestígio (dado pela idade e pela sua condição social

 

Simbologia do conto "A Aia"

 
Lua cheia: momento em que o rei inicia a sua marcha para a guerra, representa o sonho e a ilusão da conquista e da fama.

Lua a minguar: tal sucede quando é anunciada a morte do rei e da derrota das suas tropas.

Sete lanças: o número 7 está associado à tragédia, à morte (neste caso, do rei).

Beira de um grande rio: simboliza o limiar entre a vida e a morte, neste caso do rei e da elite da sua nobreza guerreira.

Armas rotas do cavaleiro: indiciam a derrota do rei na guerra, ideia acentuada pelo sangue e pelo facto de regressar sozinho.

Personagens:
a aia, a rainha e a população do reino representam o Bem;
o bastardo e a sua horda simbolizam o Mal.

 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

O narrador do conto "A Aia"


1. Presença
 
    O narrador de “A Aia” é não participante, ou seja, não é uma personagem do texto, sendo a narração / o discurso feita(o) na terceira pessoa: “Era uma vez um rei…”; “Nascida naquela casa real, ela tinha a paixão…”.



2. Ciência

    Neste caso, o narrador é omnisciente, visto que conhece profundamente a história, incluindo o interior, o estado de alma das personagens.


 
3. Posição

    O narrador é, predominantemente, objetivo, isto é, apenas se refere ao que observa, conjetura ou escuta, com marcas de subjetividade, como se pode compreender através dos seguintes exemplos:

- narrador subjetivo:
• “Ai!”
• “Pobre principezinho da sua alma!”
• “Mas, ai! Dor sem nome!”
- narrador objetivo:
• “A rainha tomou a mão da serva.”
• “Então a ama sorriu e estendeu a mão.”

O espaço psicológico de "A Aia"

    O espaço psicológico de um texto narrativo corresponde às vivências íntimas, aos pensamentos, aos sonhos, às memórias, às reflexões, etc., das personagens e que caracterizam o ambiente a elas associado.

    No caso deste conto, destaca-se o ambiente de luto, dor e tristeza após a morte do rei e do escravozinho, entrecortado por uma alegria pontual (por exemplo, quando a rainha descobre que o filho está vivo e bem de saúde).

 

O espaço social do conto "A Aia"

 
Classe social das personagens: a realeza (o rei, a rainha e o principezinho); os escravos (a aia e o seu filho).

 
Contraste entre a riqueza (representada pelo próprio reino e pelo berço de marfim do principezinho) e a pobreza (representada pelo berço pobre e de verga do escravozinho).

 
A ambição do reino (que sonha com fama, glória e novas terras) e, por isso, paga um preço alto (a sua vida) para a satisfazer, e do tio bastardo (que, após a morte do rei, invade o palácio para assassinar o sobrinho e usurpar o trono).

 
Ambiente de corte, representado pelo palácio, pelo casal real, pelas aias e guardas, etc.

 

Espaço físico ou geográfico de "A Aia"

    A descrição do espaço físico é feita do geral para o particular, do exterior para o interior: “reino abundante em cidades e searas”, “castelo sobre os montes”, “palácio”, “entrada dos vergéis reais”, “câmara”, “câmara dos tesouros”.


1.1. Exterior
“reino abundante em cidades e searas” – o reino governado pelo rei e desejado pelo bastardo;
• “à beira de um grande rio” – o local onde o rei morre numa batalha, trespassado por sete lanças, juntamente com “a flor da sua nobreza”;
• o “castelo sobre os montes”: o local onde mora o tio bastardo do principezinho;
• “no cimo das serras”, “na planície” – os espaços percorridos pelo bastardo e pela sua horda, até chegarem “às portas da cidade”;
• o palácio – local onde moram a rainha, a aia e os respetivos filhos, entre outros, e que é invadido pelo tio e pela sua horda, para matarem o pequeno príncipe e usurparem o trono.
 
1.2. Interior
 
    O espaço interior é constituído pelos espaços que formam o palácio: a câmara onde estão os berços e dormem os dois bebés; “ao fundo da galeria”, onde a aia avistou homens da horda do bastardo; o pátio, onde os guardas do palácio e a horda do tio lutavam; a câmara dos tesouros, para onde a aia é conduzida para escolher a sua recompensa e se suicida.
    Por outro lado, o espaço exterior relaciona-se com as personagens que nele se movem:



                    . “castelo sobre os montes”

. “o cimo das serras”

. “na planície, às portas da cidade” o palácio onde moram a rainha, o principezinho, a escrava, a aia, os guardas, etc.


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