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Assunto: balanço/reflexão
do sujeito poético da/sobre a sua vida, dominada pela conjura dos erros, da
fortuna e do amor, que o tornaram infeliz.
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Tema: o desespero
do sujeito poético.
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Estrutura interna
• 1.ª parte (vv. 1-12) – Num
discurso autobiográfico, o sujeito poético confessa que viveu uma vida marcada
pelo sofrimento, devido aos erros cometidos, à falta de sorte / ao destino e ao
Amor.
• 2.ª parte (vv. 13-14) – Conclusão
do balanço de vida, numa expressão de raiva e desespero intensificados pelo
desejo de vingança.
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Desenvolvimento do tema
▪ O «eu» começa por identificar os fatores
responsáveis pela sua perdição, pela vida infeliz e pelo sofrimento: os erros
próprios, a má fortuna e o amor ardente.
▪ Os versos 3 e 4 clarificam quem os
erros cometidos pelo «eu» e a «má fortuna» foram seus inimigos ao longo da
vida e conjuraram/conspiraram contra si, impedindo-o de ser feliz. Por outro
lado, acrescenta que o Amor era suficiente para provocar a sua perdição, para o
fazer infeliz – constituindo, pois, o principal responsável.
▪ Na segunda estrofe, o sujeito
lírico esclarece que o passado interfere e condiciona o modo como o presente é
vivido. Assim, os momentos difíceis, as “cousas que passaram”, provocaram tão grande
sofrimento que ainda estão bem presentes no seu espírito. Por isso, o passado
ensinou-lhe uma lição: aprendeu a não desejar ser feliz, desistiu de procurar
ser feliz (“Que já as magoadas iras me ensinaram / A não querer já nunca ser
contente.” – vv. 7-8), a fim de evitar mais sofrimento. Assim, no presente
sente-se condicionado pelas memórias tristes do passado, que impedem a
felicidade e o sossego no presente.
▪ No primeiro terceto, de forma
amargurada, o «eu» confessa que também é culpado pelo seu infortúnio, pelos
sucessivos erros que cometeu, daí que a sorte o não tenha bafejado. Por isso,
foi castigado pela Fortuna / Destino, provocando-lhe grandes desilusões (“As
minhas mal fundadas esperanças.”). Assim sendo, a sua infelicidade foi
resultado dos seus erros sucessivos e das punições do Destino, de quem foi
vítima.
▪ No verso 12, considera que o Amor
lhe provocou “breves enganos”: as suas experiências amorosas constituíram
breves ilusões (experiências amorosas curtas e enganadoras) e nunca foram a
verdadeira vivência do amor.
▪ Nos dois versos finais, o sujeito
poético manifesta um desejo impossível de realizar: ver alguém puni-lo por toda
a culpa que teve na sua vida infeliz. O «eu» sente-se vítima e deseja vingar-se.
Trata-se de mais um momento de hipertrofia do «eu», de excessivo egocentrismo.
● Estado de espírito do sujeito poético
O estado de espírito do sujeito
poético é marcado por diversos sentimentos, tendo em conta o seu percurso de
vida:
▪ amargura (v. 1);
▪ perseguição (v. 2);
▪ dor (v. 6);
▪ exasperação e revolta (vv. 7-8);
▪ mágoa (v. 7);
▪ desilusão e sem esperança (v. 8);
▪ desencanto (v. 8);
▪ amargura (vv. 8-9);
▪ culpa (vv. 9-10);
▪ frustração (v. 12);
▪ cólera (v. 12);
▪ desejo de vingança (vv. 13-14).
● Tom do poema
No poema, predomina o tom confessional,
melancólico e de ira.
Este tom adequa-se a este soneto, no
qual o «eu» reflete sobre a sua existência, marcada pelo sofrimento e pela
infelicidade, e exprime toda a sua revolta perante o que lhe sucedeu.
● Recursos expressivos
• Interjeição + exclamação “Oh!”
(v. 13): enfatiza o tom emotivo com que o sujeito poético manifesta
o seu desespero.
• Personificações:
. vv. 1-2: identifica as causas da perdição do sujeito
poético (os erros próprios, a “má fortuna” e o amor ardente, que se conjuraram
para o perder).
• Predomínio da 1.ª pessoa:
uso das formas verbais (“passei”), dos pronomes pessoais (“mim”), dos
determinantes possessivos (“meus”) de 1.ª pessoa determinam o caráter
autobiográfico do soneto, que consiste numa reflexão do sujeito poético sobre o
seu percurso de vida.
aonde encontramos o locus amoenus??
ResponderEliminarOlá! parte da análise deste poema não corresponde a este soneto. Bom trabalho!
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ResponderEliminaradorei
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