Português

segunda-feira, 8 de maio de 2017

'Ode ao Telemóvel'

Do rico ao pobre
Com mil funções
Todos têm um
Que faz vibrar corações!

Falo do telemóvel,
Claro está.
Quando o atendo
digo: "Está lá?"

Mensagens aqui
Chamadas acolá.
Todos querem um,
Nem que seja para dizer "olá".

De máquina fotográfica,
A despertador também.
Viciante ou entediante,
É uma descoberta fascinante.

Qualquer telemóvel,
Com ou sem internet,
Liga-se ao automóvel
Para ouvir a Janet.

Quando ligo os fones
É como magia:
Escolho a música
E entro num mundo de fantasia!

Ana Reigado

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Lídia - Retrato


. Nome: Lídia[1] é o nome de uma musa clássica das Odes de Ricardo Reis, heterónimo de Pessoa.

. Retrato físico:
. tem cerca de 30 anos (“os seus trinta anos”);
. é bela e elegante (“Mulher feita e bem feita”);
. é uma mulher morena de estatura baixa (“morena portuguesa, mais para o baixo que para o alto”);
. possui um sinal perto do nariz que lhe fica bem.

. Retrato psicológico:
. discreta;
. simples;
. humilde;
. corajosa;
. lutadora;
. consciente;
. triste;
. ciumenta.

. Retrato social:
. pertence ao povo (“Mulher nascida do povo”);
. quanto à profissão, é uma camareira de hotel;
. é uma mulher a dias;
. não possui instrução, é naturalmente simples e sábia;
. está consciente da sua situação social e cultural: é analfabeta, enquanto Ricardo Reis é doutor;
. assume a maternidade de um filho de pai incógnito sem exigências.

. Condição familiar:
. Lídia é uma irmã preocupada e temerosa (“tem um ar triste”);
. é politicamente solidária.

. Simbologia:
. Lídia representa a sabedoria popular comparável ao “sábio saber” dos poetas instruídos;
. Representa também a possibilidade de Ricardo Reis existir sem o seu criador, ligando-o à vida e ao mundo quotidiano e real.


Bibliografia:
. Arrumar as Ideias, Fernanda Delindro e Maria Pereira, Areal Editores.



[1] O poeta latino Horácio apresenta-nos, na sua poesia, três figuras femininas: Lídia, que simboliza a mulher experiente; Neera, que representa a mulher enganadora; Cloe, a mulher imatura. Estas três figuras surgem também nas Odes de Ricardo Reis, contudo constituem apenas uma visão idealizada de mulher.

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