. Nome: Lídia[1]
é o nome de uma musa clássica das Odes
de Ricardo Reis, heterónimo de Pessoa.
. Retrato físico:
. tem cerca de
30 anos (“os seus trinta anos”);
. é bela e
elegante (“Mulher feita e bem feita”);
. é
uma mulher morena de estatura baixa (“morena portuguesa, mais para o baixo que
para o alto”);
. possui
um sinal perto do nariz que lhe fica bem.
. Retrato psicológico:
.
discreta;
.
simples;
.
humilde;
.
corajosa;
.
lutadora;
.
consciente;
.
triste;
.
ciumenta.
. Retrato social:
. pertence
ao povo (“Mulher nascida do povo”);
.
quanto à profissão, é uma camareira de hotel;
.
é uma mulher a dias;
.
não possui instrução, é naturalmente simples e sábia;
. está
consciente da sua situação social e cultural: é analfabeta, enquanto Ricardo
Reis é doutor;
.
assume a maternidade de um filho de pai incógnito sem exigências.
. Condição familiar:
.
Lídia é uma irmã preocupada e temerosa (“tem um ar triste”);
.
é politicamente solidária.
. Simbologia:
.
Lídia representa a sabedoria popular comparável ao “sábio saber” dos poetas
instruídos;
.
Representa também a possibilidade de Ricardo Reis existir sem o seu criador,
ligando-o à vida e ao mundo quotidiano e real.
Bibliografia:
.
Arrumar as Ideias, Fernanda
Delindro e Maria Pereira, Areal Editores.
[1]
O poeta latino Horácio apresenta-nos, na sua poesia, três figuras femininas: Lídia,
que simboliza a mulher experiente; Neera, que representa a mulher enganadora;
Cloe, a mulher imatura. Estas três figuras surgem também nas Odes de Ricardo Reis, contudo constituem
apenas uma visão idealizada de mulher.
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