Português

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Obra de António Ferreira

         Dos escritores renascentistas, apenas António Ferreira se pode considerar como representante íntegro do espírito classicista e humanista que conviveu com a tradição literária renascentista e com a Contra-Reforma; fez parte dos «Zagais da Estremadura» e como tal se relaciona com Sá de Miranda e com todos os seus seguidores, que pugnavam a favor do gosto renascentista; pelos destinatários das suas obras sabemos que conviveu com a elite governante, administrativa, social e literária do seu tempo. As Odes e Cartas dirigem-se a personalidades como Pêro de Andrade Caminha, Sá de Miranda, Diogo Bernardes, Francisco de Sá e Meneses, Duque de Aveiro, Padre Luís Gonçalves da Câmara (mestre de D. Sebastião), D. Francisco Coutinho, D. Constantino de Bragança, cardeal D. Henrique, rei D. Sebastião, Diogo de Teive, etc.
         Dois importantes factos distinguem António Ferreira dos outros autores clássicos renascentistas: nunca escreveu em castelhano e usou sempre a medida nova. De facto, o autor utilizou sempre a língua portuguesa em prosa e verso. Na sua Carta a Pêro de Andrade Caminha, censura-o por ter utilizado a língua castelhana e, em simultâneo, estimula-o a escrever em português, enriquecendo a nossa língua, como fizeram os Gregos, os Latinos, os Espanhóis e os Italianos, que sempre escreveram nas suas próprias línguas e não nas dos outros.


1. Poesia

         A obra de António Ferreira, que inclui sonetos, epigramas, odes, elegias, éclogas, epitalâmios, cartas, epitáfios, um poema religioso (História de Santa Comba dos Vales), foi compilada pelo autor num volume editado pelo seu filho mais velho, Miguel Leite Ferreira, em 1598, intitulado Poemas Lusitanos. Seguiram-se-lhe outras edições, nomeadamente em 1771 e 1829.
         No aspeto de estrutura formal, António Ferreira aperfeiçoou a carta e a elegia, e foi o introdutor em Portugal do epigrama, da ode e do epitalâmio. Todas estas formas são elaboradas sobre modelos italianos, latinos e gregos: à expressão em novas formas corresponde fatalmente a expressão de novas ideias, sentimentos e temas.

         Destas composições, umas estão recheadas de lugares comuns petrarquistas e renascentistas, outras assumem certa importância e inovação na época, como as odes e as cartas. O facto de se falar em lugares-comuns não assume aqui a conotação negativa vulgar de mera repetição da tradição literária: provenientes em geral de autores (autoridade) greco-latinos (auctoresauctoritas), os lugares comuns sentem-se viva e diferentemente na Idade Média, Renascimento e Barroco, segundo a idiossincrasia epocal. Referem-se a áreas semânticas múltiplas: natureza, sentimentos humanos, vida, etc.
         De facto, o interesse das composições líricas é desigual. Por exemplo, os sonetos, por vezes harmoniosos, repisam os lugares-comuns do petrarquismo, mas só há vibração nos referentes à morte da primeira esposa. As éclogas, geralmente de cunho virgiliano ou sannazzariano, e as elegias revestem-se também de pouco interesse. No entanto, nas odes horacianas, de que terá sido o primeiro cultor português, e sobretudo nas cartas, António Ferreira mostra toda a sua excelência enquanto escritor, podendo considerar-se o mais completo teorizador português quinhentista, em vernáculo, dos padrões e valores humanísticos, sobre aqueles relacionados com a arte literária.

         Nas suas cartas e odes perpassam, referenciadas ou como destinatárias de dedicatórias, personalidades múltiplas de relevo histórico, desde poetas como Pêro de Andrade Caminha, Diogo Bernardes, Sá de Miranda, Francisco de Sá de Meneses, Jerónimo Corte Real, Diogo de Teive, a figuras de importância político-social como Alcáçova Carneiro, secretário de Estado de D. João III, filho do Duque de Aveiro (D. João de Lencastre), príncipe D. João (filho de D. João III), D. João III, D. Sebastião, D. Duarte (filho do Infante D. Duarte), Cardeal D. Henrique, Reis Cristãos (Carlos V, Francisco I), Marquês de Torres Novas (D. Jorge), Afonso de Albuquerque (filho do governador da Índia do mesmo nome), D. Constantino de Bragança (governador da Índia), Conde de Redondo (D. Francisco Coutinho, regedor da Casa da Suplicação), Luís da Câmara (mestre de D. Sebastião), e muitos outros. Temos assim uma rede polarizada de personalidades a quem António Ferreira expõe os seus sentimentos e atitudes perante as questões mais diversas. A todos prodigaliza conselhos e encorajamentos, que encobrem por vezes uma crítica discreta, pois entendia o escritor exercer desta maneira uma certa autoridade espiritual que reivindica para os poetas e os doutos em Humanidades. Diversos poemas são dedicados a D. Maria Pimentel, sua primeira mulher.
         Por outro lado, do conjunto das cartas e odes desprende-se uma atitude horaciana mais ou menos harmonizada com uma sabedoria cristã. António Ferreira adota uma postura de impassível superioridade perante as opiniões irracionais do «vulgo» (odi profanum vulgus) e perante a vacuidade dos bens por que se bate a maioria dos homens. Para ele, o «vulgo» ou «povo» é um conceito basicamente moral e não social: “Eu chamo povo onde há baixos intentos;”. Pelo contrário, considera sábio quem, guiando-se pelo próprio juízo, pode desprezar o que lhe é exterior:
“Ditoso aquele que em si só encerra
e, estimando o tesouro que em si tem,
pisa soberbamente toda a terra.”
         A razão humana, educada nas letras clássicas, feita de ponderação, buscando uma felicidade terrestre ao abrigo de paixões e ilusões, e que é a mais alta forma de autodomínio, é o único guia em que Ferreira confia. Em seu nome, condena todas as manifestações de impulsividade, incluindo o espírito de aventura e a brutalidade guerreira. Como se relaciona então com a ideologia expansionista da época, praticamente unânime em Portugal? Não obstante o elogio dirigido a heróis militares, o escritor insiste na superioridade da razão sobre a coragem física e, com alguma regularidade, censura ou lamenta aqueles que trocam a quietude da meditação e do estudo pelos riscos do mar e da guerra, levados pela ambição da riqueza, na esteira do que já fizera Sá de Miranda.

         No campo das ideias políticas e sociais, em carta dirigida a D. Sebastião, António Ferreira expõe, de forma inequívoca, a doutrina do contrato social (provavelmente herdada de Aristóteles) e nega o poder monárquico absoluto:
“absoluto poder não há na terra
que antes será injustiça e crueldade”
e afirma a condição humana dos reis:
“iguais somos, Senhor, na natureza:
assim entramos na vida, assim saímos.”
Além disso, contrapõe à nobreza do sangue a aristocracia do saber, lamentando que lhe não sejam reconhecidas no seu tempo as prerrogativas a que se sente com direito:
“Aquela proveitosa liberdade
aos antigos Poetas concedida […]
porque entre nós será mal recebida?”

         Parte da sua obra, nomeadamente as epístolas dirigidas aos confrades em letras, consagra-se a problemas do ofício de escrito, sobretudo à defesa e ilustração da língua portuguesa. Como já foi referido, o escritor quinhentista interessou-se a fundo pelo nosso idioma, inclusivamente na sua forma medieval, de que fez duas imitações felizes a propósito do texto do Amadis. Reagiu contra o emprego da língua castelhana por parte dos poetas seus contemporâneos e foi um dos poucos portugueses do século XVI que não escreveram em castelhano um só verso. Pelo contrário, por exemplo, Gil Vicente ou Camões mesclaram com alguma frequência as duas línguas. Terá sido este amor à língua portuguesa que o levou a designar a sua coletânea de Poemas Lusitanos:
“Eu desta glória só fico contente:
que a minha terra amei, e a minha gente.”

         Além disso, António Ferreira foi um notável doutrinário, o mais importante teorizador do Classicismo, tendo como fonte principal o poeta latino Horácio, nomeadamente a sua Epístola aos Pisões (também conhecida por Arte Poética). Alguns dos traços desse magistério são os seguintes:

a) a primazia do estudo e do trabalho sobre a inspiração, isto é, a poesia não pode ser só inspiração, deve ser fruto de trabalho e estudo apurado e prolongado sobre o texto:
“doutrina, arte, trabalho, tempo e lima
fizeram aqueles nomes tão famosos
por quem a Antiguidade se honra e estima.”

b) a necessidade do conhecimento aprofundado e de uma imitação dos antigos que afinal consiste na apropriação nacional do património literário das línguas clássicas:
“Do bom escrever, saber primeiro é fonte.”

c) a necessidade da crítica e da autocrítica, de «tempo e de lima»: o poeta deve desconfiar de si próprio e fazer discutir pelos entendidos as suas composições;

d) o sentido da justa proporção:
“há nas cousas um fim, há tal medida,
que quanto passa ou falta dela é vício.”

e) a proscrição de toda a herança peninsular medieval, conservando apenas, como mal inevitável, a rima, que restringe a liberdade dos versos «e com som leve o juízo engana», enquanto se não encontrar outro sistema rítmico mais próximo do verso latino – de facto, Ferreira considera desejável que se fizesse uso do verso branco;

f) a necessidade de tomar a Razão como único guia

         No conjunto da sua obra lírica, há a destacar ainda as exortações que dirigiu a vários confrades no sentido de produzirem uma epopeia nacional (ideia já expressa por Garcia de Resende no Prólogo do Cancioneiro Geral), não tanto um texto que fosse a afirmação dos valores guerreiros e cruzadistas nacionais, mas um monumento de cultura e sobretudo da língua. Coube a Camões seguir o repto e produzir Os Lusíadas.


2. Teatro

         A seguir…

Bibliografia:


Vida de António Ferreira

         Nasceu em 1528, em Lisboa, filho de Martim Ferreira e de Mexia Fróis Varela. O pai era escrivão de fazenda de D. Jorge de Lencastre, Duque de Coimbra.
         Na sua educação conviveu com os filhos de D. Jorge de Lencastre e com pessoas de grande relevância nobiliárquica, administrativa e literária. Frequentou em Coimbra o curso de Humanidades e Leis e doutorou-se em Cânones. Foi temporariamente professor nesta Universidade.
         A frequência da Universidade deu-se na época áurea do Humanismo Bordalês, em que pontificaram os Gouveia (André, Marcial, Diogo Júlio), Diogo de Teive, João da Costa, António Mendes, Jorge Buchanan, Arnaldo Fabrício, Guilherme de Guérente, Nicolau Grouchy, Elias Vinet.
         Parece ter-se enamorado em Coimbra por uma senhora de família nobre de apelido Serra, que evocará veladamente em algumas poesias. Em 1557 casou com D. Maria Pimentel, senhora de Torres Novas, que morreu no terceiro ano de casamento, que primeiro cantou e depois chorou muito sentidamente: «Com que mágoa (ó Amor) com que tristeza / Viste cerrar aqueles tão fermosos / Olhos, onde vivias, poderosos / De abrandar com sua vista a mor dureza!».
         Voltou a casar em 1564, com D. Maria Leite, de Cabeceiras de Basto, de quem teve dois filhos. Também ela foi evocada nos seus textos.
         Em 1567 foi nomeado Desembargador da Relação de Lisboa. Em 1569, apenas com 41 anos, morre em Lisboa vitimado pela peste, deixando dois filhos, um dos quais (Miguel Leite Ferreira) lhe publicará, em 1598, a obra em Poemas Lusitanos.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Análise do soneto "Está o lascivo e doce passarinho"

"Já não dá para abastecer"


     A greve de motoristas de materiais perigosos está a originar a escassez de combustíveis um pouco por todo o país.

     A plataforma VOST Portugal criou o sítio janaodaparaabastecer.vost.pt, onde as pessoas podem pesquisar, por posto de combustível, quais os que estão encerrados e quais os combustíveis que já esgotaram nos outros que ainda não encerraram.


Gatos pingados

     Significado: A expressão «gatos pingados» traduz uma suposta inferioridade (numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância.

     Origem: Detetar a origem exata destas expressões nascidas no seio popular é uma tarefa praticamente impossível em muitos casos, facto que dá origem ao surgimento de diferentes teorias.

     Uma das explicações que é possível encontrar disseminada remete para uma tortura procedente do Japão que consistia em despejar pingos de óleo a ferver em cima de pessoas ou animais, especialmente gatos. Além disso, parece que os recipientes de onde o óleo era despejado tinham a requintada e original forma de gatos. Eram os gatos «pingados». Existem várias narrativas ambientais na Ásia que mostram pessoas com os pés mergulhados num caldeirão de óleo quente.
     Falta nesta explicação o passo que liga a expressão ao sentido de «conjunto de poucas pessoas»: como o suplício tinha uma assistência reduzida, dada a enorme crueldade do ato, ela passou a denominar pequena assistência sem entusiasmo ou curiosidade para qualquer evento.

     Uma outra explicação, desprovida dos elementos fantasiosos acima expostos, remete para uma das aceções do verbo «pingar», entretanto caída em desuso, que era justamente «supliciar, deixando cair sobre o corpo pingos de um líquido fervente", de acordo com o dicionário Houaiss. De facto, não era incomum o hábito de pingar escravos, gatos ou outros animais.
     Quanto ao sentido de «gato pingado» como «membro de um conjunto de poucas pessoas», convém ter presente o facto de gatos torturados se tornarem arredios, avessos ao contacto humano. Como diz o ditado, «gato escaldado (isto é, queimado com água fervente) tem medo (até) de água fria". É possível também que a ideia de escassez associada figurativamente ao verbo «pingar» tenha atuado como reforço da noção.

Meteorito caiu no Brasil


     Um meteorito caiu no Brasil, mas, felizmente, para o redator da notícia on-line, não causou qualquer dado

     Os tempos estão tão maus que não há sequer o cuidado de rever o que se escreve?

Governo pondera demitir-se por causa dos professores


     E eu que pensei que já estávamos na Semana Santa e tínhamos deixado o Carnaval lá bem para trás [notícia].

"Rebellion", Arcade Fire

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Catedral de Notre Dame


     15 de abril de 2019, dia em que a Catedral de Notre Dame, em Paris, ardeu por completo, salvando-se apenas o esqueleto.

Passar a mão pela cabeça

     A expressão «passar a não pela cabeça» significa perdoar ou acobertar um erro cometido por algum protegido.

     Ela relaciona-se com o costume judaico de abençoar cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto se pronunciava a bênção.

Que maçada!

     Significado: A expressão refere-se a uma tragédia ou a um contratempo, um aborrecimento.

     Origem: A sua origem leva-nos até à fortaleza de Massada, situada na região do Mar Morto, em Israel, reduto de Zelotas, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio coletivo para não se renderem, de acordo com o relato do historiador Flávio Josefo.
     De facto, os Zelotas, quando se aperceberam da ameaça dos soldados romanos, encerraram-se num templo onde acreditavam poder furtar-se aos inimigos. No entanto, os romanos rapidamente começaram a destruir o local, pelo que os Zelotas, convictos da sua derrota, adotaram uma solução que, evitando o confronto direto com a tropa adversária, lhes traria menor sofrimento: o suicídio coletivo.
     Assim se explicará a génese da palavra "maçada" (= "lugar seguro", "fortaleza"), o grande aborrecimento por que tiveram de passar os Zelotas. Por causa da origem etimológica da palavra, passou a escrever-se maçada em vez de massada, o nome daquela terra.

     De acordo com outra explicação, o termo derivará de maça, uma arma medieval com forma de clava que terminava numa esfera ou pera provida de picos metálicos. A sua função básica era abrir cabeças, uma grande maçada para as vítimas, convenhamos.
     
     

Acordo leonino

     A expressão acordo leonino refere-se ao facto de, num contrato, um dos contratantes obter condições muito vantajosas relativamente ao outro.

     A sua origem estará, muito possivelmente relacionada, com as fábulas em que o leão é a personagem que possui todo o poder.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Páscoa

     A Páscoa designa, de acordo com o Dicionário Onomástico-Etimológico da Língua Portuguesa, da autoria de José Pedro Machado, a "Grande festa judaica e cristã" que comemora a Ressurreição de Jesus Cristo.
     A sua origem etimológica encontra-se no latim vulgar «pascua», proveniente do latim eclesiástico «Pascha», cruzado com «pascua», que era o "alimento" (propriamente "pasto"), pois a Páscoa põe fim ao jejum da Quaresma.
     Por sua vez, o termo «pascha» deriva do grego «páscha», que significa «a Páscoa, festa judaica e cristã; "em particular", a refeição da Páscoa; o anho pascal», proveniente do hebreu «pasach», que quer dizer "passagem" e designa a festa celebrada em recordação da saída do Egito. Posteriormente, passou a designar a festa cristã celebrada em honra da Ressurreição de Jesus Cristo, por motivo da coincidência das datas.
     De acordo com  a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, o significado etimológico de Páscoa é incerto. Alguns autores procuram-no em raiz egípcia e, nesse caso, significaria "golpe", "ferida"; outros ligam a palavra ao siríaco e então quereria dizer "ser feliz", "estar alegre". Deste modo, o termo referir-se-ia à festa de júbilo por excelência. O significado geralmente aceite é o que adquiriu no hebraico bíblico; "saltar", "passar adiante". Primeiramente, Páscoa designaria uma dança ritual, aplicando-se a palavra também à passagem do Sol pela constelação do Carneiro ou da Lua para o seu zénite. Por fim, impôs-se-lhe o significado de "passagem" de Javé ao dar a morte aos primogénitos do Egito, "saltando" por cima das casas dos hebreus a quem poupou. «Pesah», no TM, designa o rito sagrado (49 vezes) ou a própria "vítima" (31 vezes) ou refere-se simultaneamente ao rio e à vítima (2 vezes). Não se sabe com exatidão quando começou e em que consistia a sua origem, antes de estar associada à festa dos Ázimos, acreditando-se, contudo, que será anterior a Moisés. Seria a festa que os israelitas desejavam celebrar quando saíram do Egito com os seus rebanhos. Textos bíblicos sugerem mesmo que se julgavam obrigados a tal celebração (Ex. 8, 21-25). Admite-se geralmente que era comum às tribos semitas e estava ligada à vida nómada e pastoril. Era a festa das primícias dos pastores. Ofereciam à divindade os primogénitos do rebanho, talvez com um sentido propiciatório e para afastarem doenças ou malefícios sobre a família ou sobre os rebanhos.


FONTE: Ciberdúvidas

Quaresma

     O vocábulo «Quaresma» refere-se ao período do ano litúrgico católico que medeia entre Quarta Feira de Cinzas e a Páscoa e deriva do latim «quadragesimam» («partem», «diem»), ou seja, "quadragésima parte" e "quadragésimo dia".
     Ao longo do tempo, a palavra evoluiu no que diz respeito à sua fonologia, tendo ocorrido diversas síncopes: quadragesima(m) > quaragesima > quaraesima ou quaresima > quaresma.
     Segundo Edwin Williams, este termo terá surgido primeiro em castelhano, língua da qual passou para o português.
     Note-se que do latim «quadragesimam» deriva o nome comum «quaresma», que designa uma "planta herbácea, glanduloso-viscosa, de flores brancas, pertencente à família das Saxifragáceas, espontânea em Portugal", bem como a flor desta planta.
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