Português: 9.º Ano
Mostrar mensagens com a etiqueta 9.º Ano. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 9.º Ano. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Delimitação da ação de "A Aia"

    A ação deste conto é fechada, visto que a história conhece um desfecho: o suicídio da aia, a personagem principal.

Sequências narrativas de "A Aia"


 
1. Sequências narrativas
 

Situação inicial) Apresentação das personagens – o rei jovem que foi para a guerra e a rainha sozinha com o filho bebé (1.º parágrafo).

1.ª) Morte do rei e reação da rainha ao tomar conhecimento da sua morte (2.º e 3.º parágrafos).

2.ª) Apresentação do bastardo e da aia, cuidadora dos dois bebés, e da sua preocupação com a vida do príncipe (4.º a 7.º parágrafos).

3.ª) Preparativos para defender o palácio do ataque do «bastardo» (8.º parágrafo).

4.ª) Troca dos bebés de berço pela aia, para salvar o príncipe (9.º parágrafo).

5.ª) Rapto do bebé do berço onde dormia (10.º parágrafo).

6.ª) Descoberta da troca de bebés (o príncipe fica a salvo no berço de verga e a aia mostra-o à rainha, que julgara que o filho morrera) (11.º e 12.º parágrafos).

7.ª) Morte do «bastardo» e do escravozinho; aclamação da aia por ter salvado o príncipe (13.º e 14.º parágrafos).

8.ª) Ida ao tesouro real para a aia escolher a sua recompensa (15.º e 16.º parágrafos).

Desenlace: suicídio da aia – escolhe um punhal e crava-a no peito.

 
 
2. Articulação das sequências narrativas

 
    As sequências narrativas do conto articulam-se por encadeamento, dado que os acontecimentos se sucedem por ordem cronológica.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Estrutura do conto "A Aia"

  
Situação inicial (1.º parágrafo):

Apresentação do rei e do reino.

Partida do... 


Análise da estrutura interna do conto → link.

Explicação do título "A Aia"

    O título do conto “A Aia” indica a personagem principal do texto. Por outro lado, o uso do determinante artigo definido «A» indicia...


Análise do título → explicação do título.

Resumo do conto "A Aia"


    Um rei jovem e valente tinha partido para batalhar em terras distantes em busca de conquistas e fama, deixando só e triste a rainha e um filho pequeno, ainda de berço. Numa das batalhas, o rei perdeu a vida e foi chorado pela esposa, sobretudo por deixar órfão o pequeno filho frágil e desamparado, herdeiro do trono.
    Sendo o herdeiro natural do trono, o bebé estava sujeito aos ataques dos inimigos do reino, nomeadamente do seu tio, irmão bastardo do falecido rei, que vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes.
    O pequeno príncipe era amamentado pela aia da rainha, mãe também de um bebé de berço, que alimentava e tratava as duas crianças com igual carinho, dado que um era seu filho e outro seria, futuramente, seu rei, demonstrando grande lealdade sem limites ao seu príncipe e verdadeiro amor maternal pela sua cria. A sua lealdade e dedicação eram tais que a aia também chorou copiosamente a perda do rei, no entanto acreditava na vida para além da morte, por isso julgava-o reinando num outro reino no Céu. Os meninos dormiam lado a lado no mesmo quarto, todavia, enquanto o filho da aia dormia num berço de verga, o príncipe dormia num berço de marfim.
    Como seria expectável, o tio bastardo desceu da serra com a sua horda e deu início a uma matança sem tréguas, não encontrando grande resistência. De facto, a defesa estava bastante fragilizada, pois a rainha não sabia como a promover, limitando-se a recear e a chorar a sua fraqueza de viúva sobre o berço do filho.
    Uma noite, quando estava prestes a adormecer, a aia ouviu um ruído de luta e pressentiu que o tio bastardo estava a invadir o palácio para matar o pequeno príncipe. Apercebendo-se do que se iria passar, sem hesitar, a serva trocou as crianças nos respetivos berços. Assim, salvaria a vida do futuro rei à custa do seu próprio filho. Nesse instante, um homem enorme entrou na câmara, arrancou a criança que dormia no berço de marfim e partiu, levando-a.
    A rainha, que entretanto chegara à câmara, ficou desesperada, enlouquecida, ao ver as roupas desmanchadas e o berço vazio. A aia mostrou-lhe, então, o berço de verga e o jovem príncipe que nele dormia. Entretanto, o capitão dos guardas veio dar notícia de que o tio bastardo tinha sido derrotado, mas infelizmente o príncipe também tinha perecido. A rainha mostrou, então, o futuro rei salvo e, depois de identificar a sua salvadora, abraçou-a e beijou-a, chamando-lhe irmã do seu coração.
    Todos a aclamaram e exigiram que fosse recompensada, por isso a rainha levou-a ao tesouro real, composto pelas mais variadas riquezas, para que a serva pudesse escolher a joia que mais lhe agradasse. A ama pegou num punham e, olhando o céu onde acreditava estar o seu filho, cravou-o no seu coração, afirmando que, agora que havia salvado o seu príncipe, tinha de ir amamentar o seu filho. Deste modo, pôs fim à sua dor de mãe, por fidelidade ao seu príncipe, e seria de novo feliz, no Além.


Ligações:

    . Título.

    . Estrutura da ação.

    . Delimitação da ação.

   

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

domingo, 27 de agosto de 2023

Exemplo de texto de opinião sobre o poder das palavras


 Planificação

- Título: O poder das palavras.

- Introdução:

. Apresentação da situação / tema: o poder das palavras.

. Apresentação da opinião / posição pessoal: as palavras que constroem e as que destroem.

- Desenvolvimento:

1.º argumento: há palavras boas, que fazem bem.

Exemplos: gastronomia e plano amoroso.

2.º argumento: há palavras más, que magoam e destroem.

Exemplo: exame médico.

- Conclusão: retoma da posição inicial.

 

O poder das palavras
 
    Ricardo Araújo Pereira deu-me a honra de prefaciar um livro meu. Nas primeiras linhas do seu prefácio, ele escreveu: “Faço com palavras tudo o que é importante. Por exemplo, se quero que uma pessoa saiba que gosto dela, recorro mais depressa a palavras do que, digamos, a beijos.” Meditei nestas suas palavras e adicionei a sua moral a esta equação: bom uso das palavras x uso bom das palavras ao quadrado = felicidade.
    As palavras têm um poder tremendo. Repito com assertividade: as palavras têm um poder tremendo. Há palavras que edificam, outras que destroem; umas trazem bênção, outras, maldição. E é entre estas duas balizas que a comunicação vai moldando a nossa vida.
    Comecemos pela gastronomia. Na hora da refeição, quem é que não saliva ao ler um crispy de peito de frango com emulsão de gengibre e limão? Ou um bacalhau lascado com puré de batata doce e goiaba confit? Antes de estes apetecíveis pratos chegarem à nossa mesa, já os pré-saboreamos mentalmente. E quantas vezes a sedutora descrição dos pratos é bem mais aprazível que o repasto propriamente dito?
    Há dias, num restaurante tradicional, um dos pratos da ementa era bife raspado. Soou-me bem e pedi. O que era? Um simples hambúrguer no prato. Estava apetitoso, sem dúvida, mas o prazer que senti ao degustar as sílabas bi-fe-ras-pa-do antes de o dito prato pousar na mesa foi infinitamente superior.
    No plano amoroso, as palavras têm também um poder incrível. Outrora, nas cartas de amor, as palavras voavam distâncias, marcadas pela saudade dos namorados; hoje, o impacto das palavras nas relações amorosas é tão ou mais forte porque é imediato, à distância de um clique. Casais apaixonados são unânimes em assumir que muitas vezes o flirt verbal é tão poderoso quanto o próprio beijo ou toque. Nuns casos, as palavras trocadas virtualmente são autênticos preliminares; noutros, conseguem ter ainda mais impacto do que o toque real.
    E o poder da palavra silenciosa? O silêncio é ouro, já ouviram dizer? Há palavras que deviam ser escondias num baú fechado a sete chaves. Porque não edificam, porque magoam, porque destroem… Há uns tempos fui fazer um exame médico. Após o questionário clínico habitual, a médica prosseguiu: “Agora, vou fazer-lhe umas maldades”. Nesse instante, o meu corpo sucumbiu e o desmaio tornou-se iminente. Ora, a palavra maldade magoou-me mais do que o próprio exame. Teria sido muito sensato ter escondido tal palavra num quarto escuro. Não teria magoado tanto.
    Se queremos relações pessoais e profissionais mais saudáveis e felizes, usemos e abusemos das palavras positivas na nossa vida. E não nos cansemos de elogiar. Palavras de louvor e honra trazem felicidade não só a quem as recebe mas também, e sobretudo, a quem as oferece.

 
Sandra Duarte Tavares, in Visão do dia 17/02/2017
 

sábado, 26 de agosto de 2023

Exemplo de texto de opinião sobre o uso de telemóveis nas aulas


    A tecnologia faz parte do quotidiano da esmagadora maioria das pessoas. Um dos objetos mais usados neste contexto é o telemóvel.

    Elabora um texto de opinião, constituído por 200 a 300 palavras, no qual defendas o teu ponto de vista sobre o seguinte tema: O telemóvel tem lugar no ensino atual?
 
    O teu texto deve incluir:
. a apresentação do teu ponto de vista;
. a apresentação, no mínimo, de dois argumentos e de exemplos que justifiquem o teu ponto de vista;
. uma conclusão.

 

Planificação

- Introdução:

. Apresentação do tema – Ideias gerais sobre a presença e a importância da tecnologia na sociedade.

. Posição a defender: os telemóveis devem ser usados no ensino.

- Desenvolvimento:

1.º argumento: o telemóvel permite obter informação de forma imediata, consultar documentos didáticos, acessar a aplicações que possibilitam mais interatividade…

2.º argumento: o uso do telemóvel no ensino pode contribuir para uma maior responsabilização dos alunos.

3.º argumento – contra-argumento: o telemóvel pode constituir um fator de distração, prejudicando a aprendizagem.

- Conclusão:

. retoma da posição defendida

. síntese das ideias essenciais

 
O telemóvel na sala de aula
 
    A tecnologia está presente na vida do ser humano e veio para ficar, discutindo-se, neste momento, por exemplo, todo o impacto da inteligência artificial no nosso quotidiano presente e futuro. Neste contexto, faz todo o sentido que a tecnologia, nomeadamente os telemóveis, tenham lugar no ensino.
    Por um lado, os telemóveis permitem a consulta e a pesquisa imediatas, o que pode tornar as aulas mais dinâmicas e interativas. De facto, com eles os alunos podem visionar vídeos didáticos e imagens, obter informação de toda a espécie através da Internet para complementar as aulas e resolver tarefas sugeridas pelos professores. Além disso, é possível aceder a diversas aplicações (como, por exemplo, o iSpring) que permitem maior interatividade na resolução e na avaliação de atividades. Usando-as, os alunos têm acesso imediato aos resultados de um teste interativo, aos aspetos em que tiveram sucesso e àqueles em que falharam.
    Por outro lado, o uso autorizado de telemóveis na sala de aula pode constituir uma forma de responsabilização dos discentes, por exemplo, relativamente à sua não utilização sem permissão do professor. Além disso, deste modo, poderão interiorizar a necessidade de utilizar responsavelmente os materiais e gadgets tecnológicos, num contexto específico e regulado.
    De facto, sobretudo no caso de alunos mais jovens e que não possuem ainda maturidade suficiente para os utilizar nos momentos adequados e autorizados, os telemóveis, dado que colocam à sua disposição um mundo inteiro, podem constituir um fator de distração na sala de aula, sendo usados, por exemplo, para jogar, para enviar mensagens, para navegar na Internet e até para cabular nas provas de avaliação. Todos estes fatores acabarão por prejudicar a aprendizagem e, por consequência, a avaliação.
    Em suma, os telemóveis devem ser usados no contexto escolar, visto que podem ser uma ferramenta útil na aprendizagem, mas desde que tal seja feito de forma organizada e com autorização e supervisão dos professores. Proibir o seu uso não é solução, até porque eles estão cada vez mais presentes na vida de quase todos.

 

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Exemplo de texto expositivo sobre o Auto da Índia


    Num texto expositivo, constituído por 150 a 250 palavras, apresenta uma personagem do Auto da Índia, de acordo com os seguintes tópicos:
a) identificação da personagem;
b) apresentação de dois traços marcantes;
c) alusão a uma situação caracterizadora da personagem.

 
. Planificação

- Introdução:

. personagem: Moça

. obra: Auto da Índia

. autor: Gil Vicente

. papel / função: comentar as atitudes da Ama

. traços: fidelidade e crítica da Ama

- Desenvolvimento – traços:

1) fidelidade à Ama – ajuda-a a concretizar os seus desejos – encontros amorosos com o Lemos;

2) ironia e crítica à Ama, denunciando o seu comportamento.

- Conclusão: personagem fundamental para a caracterização da Ama.

 
A importância da Moça

 
    A Moça é uma personagem secundária do Auto da Índia, uma das peças mais importantes de Gil Vicente. Na obra, ela contribui fortemente para a caracterização da protagonista, a sua ama. Podemos destacar dois traços caracterizadores da peça: a fidelidade e a feição crítica.
    Por um lado, a personagem mostra-se fiel à Ama, ajudando-a a concretizar as suas ações e objetivos e nunca a denunciando (por exemplo, ao marido). Este traço fica evidente quando a auxilia nos encontros com o Lemos, indo inclusivamente às compras para o jantar de ambos.
    Por outro lado, a Moça mostra-se irónica e crítica, pois, apesar da fidelidade, comenta criticamente as atitudes da Ama e a dos seus pretendentes, o que contribui para desmascarar o caráter falso, hipócrita e dissimulado da protagonista, bem como a pelintrice do Lemos e a fanfarronice e a falsidade do Castelhano.
    Em suma, a Moça é uma personagem fundamental para o conhecimento da verdadeira natureza da Ama.

 

Normas da citação


    A citação consiste na reprodução de um discurso noutro discurso. Quando fazemos uma citação, devemos observar o seguinte:

• identificar o autor do texto / da obra citado(a);

• contextualizar a citação;

• transcrever as palavras citadas, tal como o original;

• colocar as citações entre aspas;

• assinalar eventuais cortes (por exemplo, quando o excerto citado é extenso e só nos interessa parte dele) com reticências dentre de parênteses (retos ou curvos);

• identificar a fonte da citação entre parênteses, indicando:
- o apelido do autor;
- o ano da publicação da obra a que pertence o texto citado;
- a(s) página(s) em que o texto citado se encontra;

indicar a referência completa de todas as obras citadas.

 
Exemplos:

 
                De acordo com Diniz Braga, “devido à evolução tecnológica […], o mundo mudou bastante e as pessoas precisam de se adaptar a essa nova realidade.” (Diniz; Braga, 2016, p.98)

 

                Segundo Martins et al., “O consumidor […], antes de fazer uma compra, pesquisa informação sobre a empresa na Internet.” (Martins et al., 2016, p.12

[Neste caso, trata-se de uma citação de um texto com vários autores.]

 

Exemplo de texto expositivo


    Elabora um texto expositivo sobre o seguinte tema: Os níveis de organização do corpo humano.


Revisão textual

    A revisão do texto constitui o terceiro passo do processo de produção escrita.
    Depois de o escrever, há ainda alguns passos a seguir:

 
Primeiro: reler o texto, para detetar erros e/ou imperfeições relativamente ao tema, ao tipo ou ao género textual, à estrutura e à correção linguística.

 
Segundo: corrigir o texto, isto é, as falhas e os erros detetados.

 
Terceiro: reescrever o texto, dando-lhe a forma final.

 

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Textualização


    Depois de elaborado o plano, passa-se à redação do texto, dando-lhe uma forma mais definitiva. Para esse efeito, o aluno deve:

 
1. Construir um texto coerente.

. Unir os tópicos que constam do plano, fazendo uso de conectores e articuladores do discurso que articulem corretamente as ideias do texto.

. Respeitar o tema proposto, evitando divagações desnecessárias. Por exemplo, se o enunciado indicar que a temática é a poluição dos mares, não se pode escrever um texto sobre a poluição em geral ou outros tipos de poluição (sonora, atmosférica, etc.).

. Não mudar de assunto durante o texto.

. Respeitar o fio condutor das ideias.

. Acrescentar novas ideias ao longo do texto, evitando, assim, a repetição desnecessária de informação.

. Não se contradizer (por exemplo, num texto de opinião, não se pode apresentar posições diferentes na introdução e na conclusão).

. Adequar o texto ao público e à sua finalidade comunicativa.

 
2. Estruturar o texto.

. Distribuir cada ideia nova por parágrafos: um novo parágrafo corresponde a uma nova ideia.

. Ligar as frases e as orações através de conjunções, locuções conjuncionais, advérbios, conectores.

. Não repetir vocabulário (substituir palavras por pronomes, hiperónimos / hipónimos, etc.); diversificá-lo e adequá-lo ao tema.

. Não alterar bruscamente o tempo verbal dominante do texto que está a ser escrito (se se opta pelo passado, escreve-se no passado ao longo do texto; se se escolhe o presente, mantém-se igualmente até ao final).

. Não mudar bruscamente de pessoa gramatical. Convém ter presente que, no caso do texto de opinião e do comentário, predomina a primeira pessoa, enquanto, no texto expositivo, há um predomínio da terceira.

. Respeitar as regras fundamentais da escrita:

- correção ortográfica;

-regras de acentuação;

- regras de pontuação;

- marcação de parágrafos;

- construção frásica:

. verificar se as preposições são usadas corretamente;

. verificar se as concordâncias estão corretas (sujeito-verbo, nome-adjetivo, etc.);

. diversificar o estilo de frases;

- seleção de vocabulário adequado ao tema e ao género ou tipo de texto.

. Respeitar o intervalo de palavras indicado no enunciado.

. Respeitar os princípios do trabalho intelectual, aplicando as normas para citação.

. Ter cuidado com a apresentação final do texto.

 

Planificação de texto


    Raramente alguém, quando tem de elaborar um texto, pega num papel e numa caneta ou liga um computador e começa a escrever de rajada. Normalmente, antes de se iniciar a redação, deve pensar-se no que escrever e planificar-se o texto.
    Para proceder a essa planificação, deve fazer-se o seguinte:

 
1. Ler atentamente as indicações dadas, de forma a identificar:

. o tema;

. o género ou o tipo de texto a produzir;

. o objetivo;

. o público-alvo;

. o limite de palavras (se houver);

. as indicações relativas a aspetos a incluir no texto.

 
2. Recordar e respeitar as características e estrutura típica do género ou tipo de texto que é solicitado.

. Num texto de opinião, deve apresentar-se a opinião pessoal sobre o tema e os argumentos e exemplos que a sustentem.

. Num texto expositivo, deve abordar-se, de forma organizada, as várias partes que constituem o tópico geral do texto.

. Num texto narrativo, devem incluir-se os elementos da narrativa e os momentos de evolução da ação.

. Num comentário, devem ser respeitados os tópicos apresentados ou selecionar os que são pertinentes para a apreciação do texto, expondo conteúdos relacionados com cada um deles.

 
3. Pensar no que se quer escrever, nas ideias a apresentar, nos exemplos a usar.

 
4. Registar as ideias e informações que se considerarem importantes.

 
5. Hierarquizar a informação, de acordo com o sentido do texto, a progressão temática e a coerência global do texto.

. Não se deve apresentar só uma ideia ao longo de todo o texto.

. Deve introduzir-se ideias novas que se relacionem com as anteriores e que permitam a evolução do texto.

. Deve ordenar-se e hierarquizar-se as ideias do texto.

 
6. Distribuir as ideias pela estrutura do texto: introdução, desenvolvimento e conclusão.

 
7. Distribuir as ideias por parágrafos.

 

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Texto descritivo


 
1. Definição
 
    A descrição consiste na apresentação pormenorizada de uma pessoa (retrato, se feita por uma terceira pessoa, autorretrato, se feita pelo próprio), animal, ser, espaço, ambiente, paisagem, objeto, sentimento, emoção, etc.
    A descrição surge, normalmente, integrada noutros tipos de texto, como, por exemplo, o texto narrativo e o texto expositivo.

 
2. Estrutura
 
    O texto descritivo é bastante libre, não obstante alguns seguirem a seguinte estrutura:

. Identificação do tópico a desenvolver (pessoa, animal, objeto, paisagem…).

. Apresentação dos traços mais gerais (descrição como um todo).

. Apresentação de aspetos específicos (descrição das partes ou de algumas partes do todo).

 
3. Ordem dos elementos na descrição:
. da visão de conjunto para os pormenores (ou vice-versa);
. do mais próximo para o mais afastado (ou o contrário);
. da esquerda para a direita (ou vice-versa);
. de cima para baixo (ou o contrário).

 
4. Características
. Uso de verbos no pretérito imperfeito ou no presente do indicativo.
. Predomínio de verbos como «ser», «estar», «haver», etc.
. Uso abundante de adjetivos qualificativos e de advérbios ou de outras expressões valorativas / apreciativas.
. Presença de recursos expressivos, como, por exemplo, a metáfora, a comparação, a enumeração.
. Presença das sensações (visuais, auditivas, olfativas, táteis e gustativas).

  

Texto narrativo


 
1. Definição
 
    No texto narrativo, o narrador relata / narra acontecimentos, isto é, conta uma história, reais ou fictícios, num determinado intervalo de tempo e num determinado espaço.

 
2. Exemplos
 
    São exemplos de textos narrativos o romance, a novela, o conto, a lenda, a fábula, a notícia, a crónica, uma conversa que tenhamos com um amigo e até certos poemas, que podem conter uma estrutura narrativa.

 
3. Elementos fundamentais
 
    O texto de características narrativas pode ser literário ou não literário, estar escrito em prosa ou em verso, sendo os seus elementos fundamentais os seguintes:

Narrador: a entidade fictícia que narra a história.

Ação: os acontecimentos que constituem a história.

Personagens: os agentes, as figuras que vivem os acontecimentos.

Tempo: o(s) momento(s) em que decorre a ação.

Espaço: o(s) lugar(es) onde se desenrola a ação.

 
4. Estrutura
Situação inicial: contextualização da história:
. apresentação da(s) personagem(ens);
. localização no tempo;
. localização no espaço;
. apresentação da ação (frequentemente, os antecedentes da ação).

Complicação / Problema: acontecimento que perturba o equilíbrio, transformando a situação inicial.

Peripécias: conjunto de acontecimentos que resultam do que sucedeu na complicação.

Resolução: acontecimento que vem resolver a história.

Conclusão – Situação final: desfecho da ação – as personagens voltam a viver uma situação de equilíbrio.

 
5. Marcas linguísticas
. Uso do pretérito perfeito do indicativo.
. Utilização de verbos de ação.
. Uso de expressões de tempo e de lugar.

 

Reportagem


  
1. Definição
 
    A reportagem, tal como a notícia, é um género de texto jornalístico que pode ter características do texto narrativo. O seu objetivo é informar sobre determinado facto ou situação de modo detalhado.
    Para realizar a reportagem, o repórter desloca-se ao local onde os acontecimentos tiveram lugar, recolhendo dados, imagens e testemunhos (através de entrevista) que completarão o seu texto. Além disso, o jornalista pode fazer comentários pessoais e revelar a sua visão dos acontecimentos.

 
2. Estrutura

Título: pode ser antecedido por um antetítulo ou seguido por um subtítulo.

Lead: parágrafo inicial destacado graficamente em que se responde às perguntas Quem? (os agentes), O quê? (os acontecimentos), Onde? (o lugar) e Quando? (o tempo). É uma espécie de resumo do conteúdo do texto em apresentação geral do assunto a desenvolver.

Corpo: desenvolvimento pormenorizado do assunto, através da apresentação de relações de causa-efeito, dados estatísticos, depoimentos das pessoas entrevistadas, etc.

Conclusão: fecho do texto.

Caixa: elemento facultativo que apresenta informação complementar, não essencial para a compreensão do texto.

Subtítulos: orientam a leitura da reportagem.

Fotografias: legendadas ou não, ilustram e complementam a informação.

 
3. Características:
. o título deve ser apelativo;
. o assunto deve ter interesse social;
. o repórter relata aquilo que vê, ouve e sente, incluindo declarações de pessoas, descrições de ambientes, relatos de emoções, etc.;
. usa-se a primeira (declarações ou excertos de entrevistas ou quando o jornalista expressa o seu ponto de vista) ou a terceira pessoa gramatical;
. inclui discurso direto e indireto;
. apresenta marcas de subjetividade (presentes nos comentários pessoais que o repórter pode introduzir, ao contrário do que sucede com a notícia;. a linguagem deve ser clara e simples.

 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Carta de apresentação (exemplo)


 
Joaquina Ascensão Almeida António
Rua Vasco da Gama, n.º 69
3530-125 Mangualde
Tel.: 999999999

Diretor de Recursos Humanos da Bento & Com
Avenida 25 de Abril, n.º 123
1000-002 Lisboa

 
Mangualde, 16 de agosto de 2023

 
Assunto: Resposta ao anúncio com a referência 1234567890

 
Ex.mo Senhor,

 
Em referência ao anúncio 1234567890 do jornal «O Caracol», de 10 de agosto, venho, por este meio, apresentar a minha candidatura ao cargo aí referenciado.
Concluí no passado mês de junho o mestrado em Comunicação Social, na Escola Superior de Coimbra, com 18 (dezoito) valores. Tenho conhecimento de que a vossa empresa lidera o mercado neste ramo de atividade, o que me dá garantias de ser o melhor local para desenvolver as competências que adquiri ao longo da minha formação académica.
Dada a minha formação em Comunicação Social, bem como a experiência profissional adquirida ao longo do estágio realizado na JP & Associados, considero que estou apta a desempenhar a função em causa. Sou fluente em inglês, francês e alemão e possuo boas capacidades de comunicação e de relacionamento interpessoal. Gosto do trabalho em equipa e estou disponível para trabalhar com horários flexíveis.
Gostaria de, numa entrevista pessoal, poder transmitir outras informações que penso serem de mútuo interesse.

OU

Estou à disposição de V. Ex.ª para qualquer esclarecimento que considere necessário.
Agradeço antecipadamente a atenção de V. Ex.ª, subscrevo-me com a mais elevada consideração.

 
Joaquina A. António

 
Anexo: currículo.

 

Carta de apresentação


 
1. Definição
 
    A carta de apresentação é uma carta formal, na qual o remetente se apresenta, de uma forma breve, com o objetivo de se candidatar a um emprego ou a uma atividade, salientando as motivações e as qualidades do candidato. Pode ser a resposta a uma oferta publicada por uma empresa ou constituir simplesmente uma candidatura espontânea.
    Além disso, o remetente poderá informar o destinatário do envio do seu currículo e solicitar a realização de uma entrevista.

 
2. Estrutura
 
Cabeçalho – identificação e contactos do remetente: nome, morada, localidade, código postal, telefone/telemóvel.

Identificação e endereço do destinatário.

Local e data.

Identificação do assunto.

Saudação inicial:
- cumprimenta o destinatário com o grau de formalidade ajustado;
- fórmula de abertura: «Ex.mo Senhor Diretor / Presidente»; «Prezado / Estimado Senhor / Ex.mos Senhores», etc.

Introdução: apresenta o candidato e o cargo ou a atividade a que se candidata.

Corpo da carta (conteúdo): apresenta as qualidades pessoais e / ou a experiência profissional e as motivações do candidato para o desempenho da função a que se candidata.

Conclusão: reforço do interesse na candidatura.

Fecho e fórmula de despedida – saudação final: o candidato despede-se do destinatário com um grau de formalidade ajustado:
- «Atentamente»;
- «Atenciosamente»;
- «Com os melhores cumprimentos»;
- «Com elevada estima e consideração»;
- «Cordialmente»;
- «Subscrevo-me, com a mais elevada consideração»;
- …

Assinatura do remetente.

 
3. Marcas de género
. Linguagem clara, objetiva e formal.
. Predomínio da primeira pessoa do singular.
. Predomínio de verbos no presente do indicativo.
 

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Memórias


  
1. Definição
 
    As memórias relatam acontecimentos passados, vividos ou testemunhados pelo autor. O objetivo de uma memória não é elaborar a biografia do autor, mas registar determinados momentos, determinadas lembranças e refletir sobre eles. Por isso, as memórias não são um relato cronológico, mas uma seleção de factos, acontecimentos, pessoas, locais, etc., do passado do autor. Contrariamente ao diário, que é redigido quase simultaneamente aos acontecimentos que relata, nas memórias, esse relato normalmente dista muito tempo dos eventos. Deste modo, a memória desempenha um papel fundamental, dado que é através dela que o autor filtra e seleciona as suas recordações.

 
2. Características:

• Uso habitual da primeira pessoa.

• Utilização predominante de verbos no pretérito perfeito do indicativo.

• Recurso ocasional ao presente do indicativo para refletir acerca dos acontecimentos narrados.

• Apresentação de marcas linguísticas de primeira pessoa (verbos, pronomes pessoais, determinantes e pronomes possessivos).

• Coincidência, normalmente, entre o narrador e o protagonista.

• Apresentação de um discurso subjetivo, dado que contém confidências, emoções  e sentimentos do autor.

• Discurso pessoal e retrospetivo.

• Uso de expressões temporais e espaciais.

• Recurso a formas verbais que remetem para o tempo da escrita (presente) e, principalmente, para o tempo recuperado pela memória (pretérito perfeito e pretérito imperfeito do indicativo).

• Uso de verbos associados à memória («recordar», «lembrar», etc.).
 
3. Estrutura

Organização em memórias.

• Três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

• Recurso a alterações da ordem cronológica dos acontecimentos.
 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...