. morte de Maria.
» Casarão vasto, "sem ornato nenhum":
. ausência de elementos decorativos;
. corte com o mundo profano.
» "Arrumadas às paredes":
. tocheiras
. cruzes
® sofrimento, morte
. círios
. "alfaias e guisamentos de igreja"
® vida religiosa
» "A um lado":
. esquife
® morte, martírio, sacrifício
» "Do outro":
. cruz negra com o letreiro J.N.R.J.
® morte, martírio, sacrifício
® ressurreição
. toalha
® limpar os pecados
. Semana Santa
® morte
® ressurreição, nova vida
» "A um lado":
. "tocheira baixa com tocha acesa e já bastante gasta"
® símbolo de final de
vida no mundo profano
» "sobre a mesa":
. castiçal de chumbo
. hábito de religioso dominicano
. túnica
. escapulário
. rosário
. cinto
® tomada de hábito
® morte para o mundo profano e entrada no
mundo espiritual
® envergar o hábito = vida iluminada
» "No fundo, porta..."
® baixos do palácio.
NOTAS:
1.ª) A luminosidade do ambiente é
escassa. Mergulhado na penumbra, o cenário, apenas iluminado por «tocheiras»,
«tocha acesa e já gasta», «vela acesa», propicia uma introspeção profunda onde
tudo indicia a “entrada” para a vida religiosa, para a Ordem dos Dominicanos,
ideia acentuada pela presença das «alfaias e guisamentos de igreja» e pelo
hábito.
2.ª) A cruz negra com o letreiro,
aliadas aos restantes elementos ligados à vida religiosa, simboliza que alguém
passará por sofrimento, sacrifício, martírio e morte para a vida mundana.
3.ª) O jogo penumbra / luz e o ambiente
secreto, intimista, de intenso recolhimento, possibilitam o encontro do «eu» com
os mais recônditos lugares do seu espaço interior.
4.ª) A obra não obedece à unidade de
espaço, pois decorre em lugares diferentes, embora todos os acontecimentos
decorram em Almada.
5.ª) O espaço ganha uma dimensão trágica, pois fecha-se
gradualmente, não possibilitando a saída das personagens para a dimensão física
da vida.
A progressiva
escassez de elementos decorativos e de luminosidade adensam a atmosfera trágica
que culminará na catástrofe.