Português

domingo, 23 de outubro de 2011

Modalidade (valor modal)


Modalidade
Valores
Exemplos
1. Modalidade epistémica: o falante expressa a sua atitude sobre a verdade ou falsidade do conteúdo proposicional do seu enunciado.

Epistémico = relativo ao conhecimento e à crença.

Frequentemente, o verbo auxiliar poder transmite o valor epistémico de possibilidade. No entanto, noutros contextos, pode ter um valor de certeza, significando capacidade de:

O João pode jogar contra vários xadrezistas ao mesmo tempo.
1. Valor de certeza: o locutor compromete-se com a verdade ou falsidade do conteúdo do seu enunciado.
. O Benfica venceu o jogo.
. O Beira-Mar perdeu o jogo.
. O Daniel perdeu a aposta.
. Eu ganhei a aposta.
2. Valor de possibilidade / dúvida: o locutor não se compromete com a verdade ou falsidade do conteúdo do seu enunciado, por não possuir conhecimentos prévios que lhe permitam fazê-lo.
. Talvez os alunos façam este exercício.
. Pode ser que o Benfica seja campeão.
3. Valor de probabilidade: o locutor assume uma perspetiva favorável à aceitação da verdade do seu enunciado.

Apesar de não ter visto chover, o locutor constatou que o chão estava molhado e concluiu (inferiu) que choveu.
. Os alunos devem ter feito o trabalho.
. O burro pode ter comido a palha.
. Provavelmente vai chover.
. Acho que o Benfica vai ser campeão.
. Deve ter chovido.
2. Modalidade deôntica: o locutor procura agira sobre o seu interlocutor, proibindo ou autorizando a situação referida no seu enunciado.

O verbo dever pode transmitir o valor epistémico de probabilidade (a) e o valor deôntico de obrigação (b):

a) Ele deve estar a chegar. (= É possível que ele esteja a chegar.)

b) Deves estudar. (= É necessário que estudes.)
1. Valor de obrigação / proibição: o locutor impõe ou proíbe aquilo que expressa no seu enunciado.
. Calem-se!
. Deveis estar calados.
. Não podeis falar tão alto.
. É proibido fumar.
2. Valor de permissão: o locutor autoriza a situação por si expressa.
. Podes sentar-te aí.
. Tens autorização para falar.
. Se já fizeste o TPC, podes sair.
. Amanhã, podes ver A Casa.
3. Modalidade apreciativa: o locutor exprime um juízo de valor (positivo ou negativo) acerca do que enuncia.
Note-se que o locutor parte de um enunciado com valor de certeza: Roubaram o teu relógio. É sobre esse conteúdo (de asserção / certeza) que expressa o seu juízo de valor apreciativo: Lamento.
. Que belo dia!
. Discordo das escolhas do Jesus.
. Felizmente o Benfica ganhou.
. Como choveu ontem.
. Lamento que te tivessem roubado o relógio.

            Existem diversos processos de expressar a modalidade:

1. Tempos e modos verbais.

2. Verbos modais: poder, dever, ter de.

2.1. Outros verbos de sentido modal:
. saber, crer (verbos do saber e da crença);
. permitir, obrigar, precisar de, necessitar de, etc. (verbos que exprimem obrigação, necessidade ou permissão).

3. Advérbios ou locuções adverbiais de frase: possivelmente, provavelmente, talvez, necessariamente, com toda a probabilidade, etc.

4. Adjetivos com sentido modal: possível, provável, capaz (É possível que…, é provável que…, é capaz de…).

5. Expressões modais: se não me engano, de facto, na minha opinião, creio eu, etc.

6. Construções exclamativas e interrogativas (na escrita) e a entoação (na oralidade) (traduzem uma apreciação):
. A verdade que eu conto, nua e crua
Vence toda a grandíloqua escritura! (Camões, Os Lusíadas, V, 89)

7. Nomes avaliativos (podem contribuir para a construção da modalidade apreciativa): charlatão, herói, carrasco, verdugo, etc.

8. Sufixos derivacionais: louvável, admirável, consumível, perecível, etc.

9. Asserção (de polaridade afirmativa ou negativa) expressa a modalidade epistémica com valor de certeza, visto que o falante assume validar ou não o conteúdo do seu enunciado.

sábado, 22 de outubro de 2011

Acabar com a Geografia?


          Parece que o ministro da Educação quer acabar com a disciplina de Geografia, ou fundi-la com a História. Realmente, para quê saber Geografia???

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Comunicado

1. Etimologia

          Comunicado provém do latim communicare, palavra que significava tornar comum, levar ao conhecimento, participar. Daí que comunicado tivesse acabado por significar a informação que é transmitida para ser partilhada em comum.


2. Definição

          Um comunicado é um documento através do qual se dá a conhecer uma informação, um acontecimento importante, um esclarecimento, um aviso ou desmentido, etc. Regra geral, o comunicado emana de uma instância superior, reveste-se de caráter oficial e destina-se ao conhecimento de um determinado público, sendo divulgado, frequentemente, através dos meios de comunicação social (comunicado de imprensa ou press release) e / ou da Internet. Como qualquer texto, deverá ser redigido tendo em conta o público recetor e os objetivos que pretende alcançar.


3. Estrutura
  • Título (sucinto, atrativo e objetivo) e, eventualmente, subtítulo;
  • Origem da informação (emissor);
  • Lead (informação essencial, presente no(s) primeiro(s) parágrafo(s), que responde às questões que também encontramos na notícia: Quem? O quê? Onde? Quando?);
  • Corpo do comunicado (não deverá ser demasiado extenso; por outro lado, a informação que divulga deve ser apresentada de forma decrescente);
  • Fecho (data e entidade responsável pela produção do comunicado, contendo o nome, a morada, o e-mail, o contacto telefónico, o fax...).

4. Características da linguagem
  • Linguagem clara e objetiva;
  • Predominância da denotação;
  • Uso da terceira pessoa do singular e do plural (verbos, pronomes, determinantes);
  • Recurso a frases e a parágrafos curtos e de fácil compreensão;
  • ...


          Em suma, o comunicado:
  • é utilizado no interior das instalações ou
  • para transmitir informação para o exterior, para um público mais vasto, nomeadamente o grande público, através dos meios acima indicados ou da afixação em local público;
  • é um texto informativo;
  • deve transmitir os dados devidamente organizados e hierarquizados;
  • aparece também designado como comunicação, nota informação ou informação.

sábado, 15 de outubro de 2011

«Ranking» dos exames nacionais

          De acordo com o jornal Público, o nosso agrupamento de escolas ocupa o lugar 503 no que diz respeito ao ensino secundário, com a média de 9, 16 valores, tendo subido 65 lugares relativamente ao ranking de 2010.

          No caso do terceiro ciclo, o agrupamento ocupa o lugar 406, com uma média de 2, 7, tendo descido do 267 de 2010.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"Não há vagas" - Ferreira Gullar

Fernando Gullar,
Prémio Camões 2010

Não há vagas

O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabem no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores
está fechado:
"não há vagas"

Só cabem no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

                    Antologia Poética, Rio de Janeiro, 1977

          Singela homenagem às medidas apresentadas, ontem, pelo Primeiro-Ministro de Portugal.

Valor do adjetivo

          Os adjetivos podem apresenter diferentes valores, em razão da relação que mantêm com o nome a que se referem:

1. Valor restritivo

          Neste caso, o adjetivo surge sempre à direita do nome que modifica, especificando a referência deste: A Joana Santos é uma mulher bela.
          Por outro lado, o adjetivo restritivo pode ser parafraseado por uma oração relativa restritiva: A Joana Santos é uma mulher que é bela.


2. Valor não restritivo

          O adjetivo não restritivo ocorre antes do nome que modifica e apresenta qualidades que não lhe são intrínsecas: A Joana Santos é uma extraordinária atriz. Neste caso, o adjetivo não pode ser parafraseado por uma oração relativa restritiva.


3. Posição do adjetivo

          Como foi referido, o adjetivo pode surgir depois (valor restritivo) ou antes (valor não restritivo) do nome que determina. Ora, a posição ocupada pelo adjetivo relativamente ao nome implica diferentes significados que o primeiro assume.
  • O meu tio é um homem pobre. -> o adjetivo significa que o homem não possui riqueza, não tem dinheiro...
  • O meu tio é um pobre homem. -> o mesmo adjetivo significa, agora, que o homem é digno de dó, de pena, é alguém muito infeliz.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Valor do adjetivo (G 2011 - 1)


Valor do adjetivo: restritivo e não restritivo


1. Observe as frases apresentadas.

a) Dá-me o livro vermelho do Pedro.
b) Adquirir produtos locais ajuda a economia figueirense.
c) Papámos um delicioso jantar naquele restaurante agradável de Escalhão.
d) Ofereceram-me um livro sobre culinária portuguesa contemporânea.
e) O doce vinho que o Hugo diz ter comprado na adega de Figueira é de assinalável qualidade.

1.1. Coloque os adjetivos no respetivo lugar da grelha, de acordo com a sua posição.

Posição pré-nominal
Posição pós-nominal





2. Altere a posição dos adjetivos sublinhados em cada uma das frases seguintes.

a) Aquela tempestade tropical é assustadora.
b) O leão é um animal selvagem.
c) A Maria traz um casaco branco.

2.1. Explicite a conclusão a que chegou após a transformação operada.

3. Observe a posição dos adjetivos sublinhados em cada par de frases.

a) (1) O professor fez uma longa comunicação.
(2) O professor fez uma comunicação longa.

b) (1) A Daniela possui uma pequena fortuna em bonecas.
(2) A Daniela possui uma fortuna pequena em bonecas.

3.1. Indique a frase da alínea a) em que o adjetivo tem um valor subjetivo, isto é, exprime uma avaliação do locutor.

3.2. Indique a frase da alínea b) em que o adjetivo é usado em sentido conotativo.

4. Altere a posição do adjetivo sublinhado em cada uma das expressões nominais seguintes e explique as diferenças de sentido daí resultantes.

a) O Rafa, hoje, tem uma cara .
b) Maria, já esqueceu aquele amor antigo?
c) A Cátia possui em casa um quadro verdadeiro.
d) A Ana, no sábado, trajava um belíssimo vestido de lá fina.
e) Quem não gosta de um alimento doce?

5. Substitua as orações relativas restritivas das frases fornecidas por um sintagma adjetival.

a) A história daquela rapariga da «Casa dos Segredos» é uma história que comove.
b) No Inverno, na sala do 11.º, quando falha o aquecimento, sente-se um frio que gela.
c) O barulho que os alunos fazem é uma situação que não podemos admitir.
d) O Conselho Executivo era o órgão que dirigia, antigamente, a escola.

6. Explique a diferença de sentido entre as seguintes frases:

a) O Marco tropeçou numa boa rapariga.
b) O Marco tropeçou numa rapariga boa.

c) A jovem simpática abraçou o Zeca.
d) A jovem, simpática, abraçou o Zeca.

7. Atente nas frases dadas.

a) O «deficit» orçamental é um drama europeu.
b) A Catarina comprou uma carteira cinzenta que encontrou na primeira loja em que entrou.
c) A primeira edição da maratona lisboeta foi disputada ontem.
d) O António comprou uma pistola baratíssima.
e) O meu avô materno ofereceu-me o meu primeiro escudo.

7.1. Sublinhe os adjetivos presentes em cada frase.

7.2. Tendo em conta a classe dos adjetivos, classifique cada um deles, explicitando a sua posição dentro do grupo nominal.

8. Observe os pares de frases.

a) O falso professor foi preso.
a’) Aquele indivíduo é um professor falso.

b) O meu avô era um homem rico.
b’) Que rico homem!

c) O exercício de Matemática era simples.
c’) Tu não és capaz de resolver um simples exercício de Português?

8.1. Identifique e classifique os adjetivos presentes nas frases.

8.2. Observe a posição do adjetivo em cada par de frases e tire conclusões quanto ao seu significado.

8.3. Identifique as frases em que o adjetivo possui um valor restritivo.

8.4. Tendo em conta a posição do adjetivo qualificativo observada em 8.1. e 8.2., que conclusão podemos retirar?

Os cortes na (des)Educação

          O ministro Nuno Crato considera que o currículo do 3.º ciclo contém disciplinas a mais. Assim sendo, prepara-se para as reduzir. Como?

          1.º) Extinguindo a segunda disciplina estrangeira obrigatória, mantendo apenas o Inglês (a primeira);

          2.º) «Cortar» nas aulas de História e Geografia;

          3.º) Reduzir o número de aulas dos alunos;

          4.º) A VERDADEIRA RAZÃO: diminuir, drasticamente, o número de professores do sistema educativo português.

          Ver notícia aqui.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Reclamação - «Cartoon» (Correção)


          Findo o prazo estabelecido para a realização do trabalho em torno desta imagem e lidas as respostas dadas, pode concluir-se que, no que diz respeito a descrição, quase todos «viram» o essencial.

          No entanto, relativamente à intencionalidade crítica... zero. De facto, apenas uma alma iluminada conseguiu associar a figura central (a do homem de punho no ar e ar agressivo que incentiva os manifestantes ao protesto) à do ponto das representações teatrais, mas... foi só. Faltou concluir que ela representa a instrumentalização da massa que protesta, agindo na sombra e sob pretextos desconhecidos.

"Analfabeto Político", de Bertold Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguer, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e
estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

"Desde a Montanha", Tomas Tranströmer

Tomas Tranströmer
Prémio Nobel da Literatura 2011

                    Estou na montanha e vejo a enseada.
                    Os barcos descansam sobre a superfície do verão.
                    "Somos sonâmbulos. Luas vagabundas."
                    Isso dizem as velas brancas.

                    "Deslizamos por uma casa adormecida.
                    Abrimos as portas lentamente.
                    Assomamo-nos à liberdade."
                    Isso dizem as velas brancas.

                    Um dia vi navegar os desejos do mundo.
                    Todos, no mesmo rumo - uma só frota.
                    "Agora estamos dispersos. Séquito de ninguém."
                    Isso dizem as velas brancas.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Reclamação - "Cartoon"


1. Descreva, sumariamente, a imagem.

2. Comente a sua intencionalidade crítica.

Steve Jobs - R.I.P.


1955 - 2011

          Steve Jobs, criador da Apple e do estúdio de animação Pixar e «pai» de produtos como o Mcintosh, o iPad e o iPhone, faleceu ontem, 5 de outubro, após uma longa luta contra um cancro no pâncreas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

República, essa grande porca


          Comemoram-se (???) hoje os 101 anos da implantação da República em Portugal.

          Para celebrar a data, deixam-se aqui três opiniões de três figuras que viveram e participaram no processo.

          Porfírio Rodrigues, um dos responsáveis militares pelo 5 de outubro, em declarações a Joaquim Madureira, autor da obra Na formosa estrivaria (1912): «Se eu soubesse que a República que tinha idealizado era a porca que me saiu, não me tinha sacrificado.»

          Afonso Costa, em 1914: «O Partido Republicano Português tem a obrigação de defender o povo, mesmo contra a vontade do próprio povo.»

          Brito Camachopolítico, escritor, jornalista (fundador do jornal republicano A Luta) e chefe do Partido Unionista, aliado de Afonso Costa e do Partido Democrático: «As moscas mudam, mas a merda é a mesma.»

domingo, 2 de outubro de 2011

Fernando Pessoa

Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!

Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio de alma disfarce!

Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Reclamação / Protesto

1. Definição

          A reclamação é um texto em que se reivindica um direito e se exige a reparação dos prejuízos sofridos pelo reclamante / queixoso.


2. Etimologia

          Protestar vem do latim protestare, que significa afirmar solenemente ou declarar publicamente um facto.
          Reclamar provém do latim reclamare e significa exigir ou reivindicar.


3. Tipos


















4. Estrutura

     » Reclamação escrita - Livro de reclamações
            * Identificação do fornecedor do bem / serviço;
            * Identificação do reclamante;
            * Motivo da reclamação:
                    - apresentação sumária da situação;
                    - apresentação da reivindicação;
            * Data;
            * Assinatura.

     » Reclamação escrita - Carta de reclamação:
          . Cabeçalho:
              * Identificação do reclamante (canto superior esquerdo):
                    - Nome;
                    - Morada;
              * Identificação do destinatário (canto superior direito):
                    - Nome / Designação da empresa;
                    - Morada;
              * Local e data (de envio);
          . Corpo:
              * Assunto;
              * Forma de tratamento / saudação inicial;
              * Relato resumido da situação / dos factos (queixa / reclamação);
              * Caraterização da situação atual;
              * Reivindicação do direito e pedido de reparo / ressarcimento;
          . Fecho:
              * Fórmula de fechamento;
              * Assinatura (do reclamante);
              * Indicação dos anexos.


5. Caraterísticas

     * Escrita na 3.ª pessoa;
     * Uso do registo formal;
     * Utilização de linguagem clara, objetiva, concisa e correta;
     * Registo expositivo-argumentativo.


6. Protesto

          O protesto é uma forma de reação solitária ou em grupo, de caráter público, contra ou a favor de determinado(a) evento/situação.
          Muitas vezes, assume o modelo de uma manifestação pública de desagrado, em que os manifestantes expressam as suas opiniões para que estas sejam ouvidas / conhecidas com vista a influenciar a opinião das massas e / ou mudar políticas, circunstâncias, medidas adotadas, etc.
          É comum, nos protestos, recorrer-se à utilização de slogans e de palavras de ordem (por exemplo, A luta continua; governo para a rua; Assim não pode ser trabalhar sem receber, etc.).

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Artigo técnico-científico

1. Artigo técnico

          O artigo técnico é um texto de caráter expositivo-argumentativo cujo autor apresenta os resultados da aplicação prática de uma teoria, transmitindo conhecimentos do domínio da técnica.


2. Artigo científico

          O artigo científico é um texto também de caráter expositivo-argumentativo em que um cientista apresenta / defende uma tese ou refuta posições assumidas por outrem. Deste modo, funciona como difusor de conhecimentos científicos a um determinado público, exprimindo o pensamento do seu autor.


          2.1. Tipos

. Artigos: textos que consistem numa descrição de descobertas originais feitas em pesquisas atuais.

. Letters (também designadas cartas ou comunicações): descrições breves de descobertas importantes resultantes de pesquisas atuais.

. Notas breves: textos / descrições breves de descobertas em pesquisas atuais.

. Revisão de literatura: narrativa coerente sobre o estado da arte naquele campo; resultados acumulados de muitos artigos diferentes sobre um tópico.

. Documento suplementar: grande volume de dados tabulados que são o resultado de uma pesquisa atual.


3. Estrutura

          A estrutura de um artigo técnico ou científico é variável, todavia muitos apresentam um esquema próximo do recomendado pelo International Comittee of Medical Journal Editors.

     1. Título: identificação do tema principal do artigo.

     2. Resumo: descrição sumária dos tópicos fundamentais do artigo (1 a 4 parágrafos).

     3. Corpo do texto:


          » Introdução:
               . Definição do contexto do trabalho a que se refere o artigo, podendo ser
                 acompanhado pela discussão de fontes primárias relevantes da literatura
                 (com recurso a citações), sintetizando a visão atual da questão abordada;
               . Apresentação dos objetivos do estudo, sob a forma de hipótese, questão
                 ou problema que está a ser estudado;
               . Breve explicação do raciocínio e da abordagem e, sempre que possível,
                 dos eventuais resultados do estudo.

          » Materiais e métodos:
               . Descrição do procedimentos adotados;
               . Descrição dos métodos e técnicas utilizados;
               . Descrição do modo como os dados foram recolhidos e analisados.

          » Resultados: apresentação dos resultados, sem interpretação, de acordo
                                  com uma sequência lógica e usando materiais ilustrativos
                                  (tabelas e figuras).

          » Discussão: interpretação dos resultados, fazendo referência a outros
                                estudos sobre o assunto e ao novo entendimento do problema,
                                à luz dos resultados da investigação.

          » Conclusão: síntese que reforça as ideias principais desenvolvidas ao longo do texto.

     4. Elementos finais:

          » Agradecimentos (opcionais): pessoas que ajudaram na elaboração do
                                         trabalho ou na sua redação.

          » Referências bibliográficas: referência às fontes utilizadas ou citadas no texto,
                                                           sob a forma de lista.

          » Apêndice ou Anexos: opcionais e pouco comuns nos artigos científicos.


4. Linguagem


     . Rigorosa, precisa e objetiva;
     . Predomínio de frases curtas;
     . Uso da terceira pessoa do singular.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"Cinco ideias para os próximos cinco anos»


          Visiona o vídeo apresentado (extraído daqui) e resolve, no teu caderno diário, as atividades da página 35 do manual adoptado.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Campo lexical e campo semântico


          Campo lexical é o conjunto de palavras ou expressões que se referem ao mesmo domínio da realidade.
          Por exemplo, se quisermos construir o campo lexical de vestuário, poderemos usar palavras como calças, camisola, meias, camisa, chapéu, sapatos, saia, vestido, etc.

          Outros exemplos:

               . campo lexical de futebol: estádio, jogador, bola, equipa, árbitro, golo...;
               . campo lexical de escola: biblioteca, quadro, livros, cadernos, disciplina...;
               . campo lexical de pintura: quadro, pincel, tinta, cavalete, tela, exposição...;
               . campo lexical de floresta: pinheiros, faia, carvalhos, urso, caverna, pânta-
                  nos, lobo, javali, veado...
               . campo lexical de mar: barco, areia, onda, marinheiro...

          Já campo semântico designa o conjunto de todos os significados que uma palavra assume num determinado contexto.
          Por exemplo, «as palavras navegar, marear, velejar, sulcar, vogar, singrar, num determinado contexto podem ter um mesmo significado: NAVEGAR. Este campo semântico consiste, então, no conjunto de palavras que têm entre si o valor semântico comum de NAVEGAR. Todas estas palavras e expressões designam de forma diferente um mesmo conceito. » (in Infopedia).

          Outros exemplos:

               . campo semântico de bola: bola de futebol, bola de neve, bola de Berlim,
                                                           estás uma bola, etc.;
               . campo semântico de morte: bater a bota, partir, falecer, ir desta para
                                                             melhor, dar o badagaio, apagar-se;
               . campo semântico de :
                         - O bebé não queria comer a sopa, mas a bateu o pé.
                         - Isaltino jurou a pés juntos que não era culpado.
                         - O texto da Filomena não tem pés nem cabeça.
                         - Depois da luta, Agamemnon saiu com pés de lã.
                         - Os teus pés são feitos.
               . campo semântico de nota:
                         - A nota de cinco euros mudou.
                         - A minha nota musical preferida é o «mi».
                         - Que nota tiveste a Português?
                         - O golo do Messi é digno de nota.
               . campo semântico de luz:
                         - Os meus filhos são a luz dos meus olhos. (= são o meu orgulho,
                            são muito amados)
                         - A Maria já deu à luz. (= teve um filho)
                         - Subimos a persiana para dar luz à sala. (= iluminar)
                         - O esclarecimento do professor fez luz sobre a dúvida do
                            aluno. (= esclarecer)
                         - A direção da escola tem luz verde para fazer obras. (= autorização)
               . campo semântico de coração:
                         - O coração é um órgão do corpo humano.
                         - A minha tia tem um coração mole.
                         - És um coração de manteiga.
                         - A minha primeira namorada tinha um coração de pedra.
                         - O Chiado é o coração de Lisboa.
                         - A minha mãe tem o coração perto da boca.
                         - A Vitória partiu o coração ao ex-namorado.
                         - Ela fez das tripas coração para manter o coração.
               . campo semântico de justiça:
                         - Praticar a justiça de Fafe. (= forma violenta de resolver os assuntos)
                         - O João disse de sua justiça. (= disse aquilo que pensava)
                         - Isso é justiça de funil. (= ser parcial mo uso da justiça)
                         - A polícia atuou com justiça. (= atuou de maneira justa, imparcial)
                         - A população fez justiça pelas próprias mãos. (= castigou ela própria,
                            sem recorrer as poderes competentes para tal)
                         - Os adeptos fizeram justiça a Jorge Jesus. (= reconheceram-lhe razão)
               . campo semântico de conta:
                         - Paguei a conta da água. (= despesa, fatura)
                         - Ele abriu uma conta fantasma. (= conta em nome de um cliente fictício)
                         - O João ajustou contas com a Joaquina. (= castigar, vingar-se)
                         - A justiça vai chamar Jorge jesus a contas. (= exigir explicações)
                         - O Pedro deu conta da limpeza da casa. (= realizar, fazer)
                         - Ela fez de conta que não ouviu. (= fingiu)
                         - A Sónia trabalha por conta própria. (= independentemente, por si
                            própria)
                         - Isso não são contas do meu rosário. (= não é da minha competência,
                            do meu interesse)
                         - As silvas tomaram conta do jardim. (= invadiram)
               . campo semântico de noite:
                         - noite dos tempos (tempo muito remoto, do qual não se tem muita
                            informação ou lembrança, apenas vagas noções)
                         - noite e dia (constantemente, sem parar, a todas as horas)
                         - noite eterna (estar morto)
                         - a noite é uma criança (ser cedo, a noite está apenas a começar)
                         - passar a noite em branco/claro (não dormir durante toda a
                           noite)
                         - da noite para o dia (de repente, com grande rapidez)
               . campo semântico de nuvem:
                         - Aquela nuvem está a tapar o sol.
                         - O professor foi às nuvens com a minha resposta. (=irritou-se)
                         - Caí das nuvens com a derrota no Porto. (= fiquei desiludido)
                         - O incêndio provocou uma nuvem escura que escondeu o céu.
                            (= fumo espesso)
                         - Uma nuvem de gafanhotos devastou o Egito. (= grande quantidade)
                         - A Joana anda nas nuvens com o novo namorado. (= anda feliz)
                         - Uma nuvem abateu-se sobre o rosto da Miquelina após a notícia
                            da morte da avó. (= ficou muito triste)
               . campo semântico de olho:
                         - olho da rua (ser despedido; no meio da rua)
                         - ter olhos de gato (ter olhos verdes)
                         - olho de lince (ter vista apurada)
                         - olho por olho, dente por dente (executar uma vingança em
                            proporção igual ou equivalente ao mal sofrido)
                         - olho vivo (ser sagaz, perspicaz)
                         - abrir o olho (ter cuidado)
                         - a olhos vistos (de forma clara, evidente)
                         - custar os olhos da cara (ter um preço muito alto)
                         - comer com os olhos (desejar muito, fixar um olhar cobiçoso
                            na pessoa amada ou objeto desejado)
               . campo semântico de verde:
                         - A mação ainda está verde. (= não está madura)
                         - Aquela professora ainda não está muito verde. (= é muito
                            inexperiente)
                         - Que saudades dos meus verdes anos! (= juventude)
                         - A carne verde é desagradável. (= não salgada)
               . campo semântico de céu:
                         - O golo do Benfica caiu do céu. (= foi bem vindo ou foi casual)
                         - A Josefina foi para o céu. (= morreu)
                         - Os dejetos correm a céu aberto. (= ao ar livre, a descoberto)
                         - Os candidatos autárquicos prometem o céu e a terra. (= superou
                            obstáculos, usou todos os meios possíveis)
                         - Ele moveu céu e terra para provar a inocência do filho. (= fez todo
                            o possível)
                         - Aquilo foi de bradar aos céus. (= foi escandaloso, censurável)

Ortografia - AO


Nova Ortografia


1. Rescreva as frases tendo em conta as regras estipuladas no (novo) Acordo Ortográfico.

a) O tractor avariou enquanto arava as terras do director da escola.
b) A erupção de um vulcão na Islândia provocou uma reacção violenta colectiva das pessoas afectadas pelo cancelamento de voos em diversos aeroportos.
c) Ocorreu, ontem, um violento sismo no Chile que causou a morte da actriz Agatha Christie.
d) Os súbditos de D. Carlos ficaram decepcionados com o seu assassinato.
e) A próxima colecção será protagonizada pelo nosso excepcional professor de Português.


2. Nos pares de palavras a seguir apresentados, apresentam-se diferentes grafias da mesma palavra. Algumas destas grafias são incorretas enquanto outras correspondem a variantes não europeias da língua que falamos.

2.1. Assinale a opção que representa a grafia correta na norma portuguesa.

a) electrofone                           eletrofone                   
b) perspectivar                          perspetivar                  
c) corrupto                                 corruto                          
d) reator                                     reactor                          
e) núpcias                                  núcias                           
f) activamente                            ativamente                  
g) exacto                                    exato                             
h) acto                                        ato                                 
i) eucalipto                                 eucalito                         
j) cético                                      céptico                          
k) bissectriz                               bissetriz                        
l) Egipto                                     Egito                             
m) suntuoso                               sumptuoso                  
n) desafectação                        desafetação                
o) óptimo                                   ótimo                             
p) carácter                                 caráter                          
q) adoptar                                  adotar                           
r) indemnizar                             indenizar                       
s) elétrico                                  eléctrico                        
t) convicto                                  convicto                        
u) perspectiva                           perspetiva                    

domingo, 18 de setembro de 2011

Programa

. Sequência 1

     . Leitura:
          » Textos informativos diversos e dos domínios transacional e educativo:
                    - Artigos científicos e técnicos;
                    - Comunicado;
                    - Reclamação / Protesto.

     . Compreensão oral:
          » Documentários de índole científica.

     . Expressão oral:
          » Reclamação / protesto;
          » Comunicado.

     . Escrita:
          » Reclamação / protesto.


. Sequência 2

     . Leitura:
          » Discurso político;
          » Sermão de Santo António aos Peixes.

     . Compreensão oral:
          » Documentários;
          » Sermão de Santo António aos Peixes em CD;
          » Filmes (A Missão; Palavra e Utopia).

     . Expressão oral:
          » Exposição.

     . Escrita:
          » Textos expositivo-argumentativos;
          » Textos de apreciação crítica.


. Sequência 3

     . Leitura:
          » Frei Luís de Sousa.

     . Compreensão oral:
          » Filme Frei Luís de Sousa;
          » Documentários (sobre Garrett, o Romantismo, etc.).

     . Expressão oral:
          » Dramatização.

     . Escrita:
          » Textos argumentativos;
          » Textos expositivo-argumentativos;
          »Resumo (de textos expositivo-argumentativos).


. Sequência 4

     . Leitura:
          » Romance de Eça de Queirós;
          » Caricaturas ( cartoons);
          » Desenhos humorísticos.

     . Compreensão oral:
          » Documentários sobre a vida e obra de Eça;
          » Excertos de filmes e /ou séries baseados na obra queirosiana;
          » Programas áudio e audiovisuais humorísticos.

     . Expressão oral:
          » Debate (participação).

     . Escrita:
          » Síntese (de textos informativo-expositivos).


. Sequência 5

     . Leitura:
          » Textos dos media:
                    - Editorial;
                    - Artigos de apreciação crítica;
                    - Imagens (função argumentativa);
                    - Textos publicitários;
          » Poesia de Cesário Verde.

     . Compreensão oral:
          » Produções áudio e audiovisuais diversas.

     . Expressão oral:
          » Textos publicitários (orais e audiovisuais).

     . Escrita:
          » Artigos de apreciação crítica;
          » Textos publicitários.
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