domingo, 15 de dezembro de 2019
Seinfeld: Temporada 01 - Episódio 02
sábado, 14 de dezembro de 2019
Resumo e análise da Cena IV do Ato I de Romeu e Julieta
Resumo
Romeu, Benvólio e o seu amigo Mercúcio,
todos usando máscaras, reuniram-se a um grupo de convidados que usavam máscaras
a caminho do banquete dos Capuletos. Ainda melancólico, Romeu pergunta-se como
entrarão na festa dos Capuletos, já que são Montecchios. Quando essa
preocupação é deixada de lado, afirma que não vai dançar no banquete. Mercúcio
começa a zombar gentilmente dele, transformando todas as declarações de Romeu
sobre o amor em metáforas descaradamente sexuais. Romeu recusa-se a envolver-se
nessa brincadeira, explicando que num sonho ele aprendeu que ir ao banquete era
uma má ideia. Mercúcio responde com um longo discurso sobre a rainha Mab das
fadas, que visita os sonhos das pessoas. O discurso começa como um voo de
fantasia, mas Mercúcio fica quase fascinado por ele, e uma tensão amarga e
fervorosa instala-se. Romeu intervém para interromper o discurso e acalmar Mercúcio,
que observa que os sonhos são apenas "os filhos de um cérebro ocioso".
Benvólio volta a atenção para a
festa. Romeu expressa uma última preocupação: ele tem a sensação de que as
atividades da noite acionarão a ação do destino, resultando em morte prematura.
Porém, os espíritos de Romeu elevam-se e ele continua com seus amigos em
direção ao banquete.
Análise
Esta cena pode parecer
desnecessária. Como público, já sabemos que Romeu e os seus amigos vão para uma
festa. Já sabemos que Romeu é melancólico e Benvólio mais pragmático. A
inclusão desta cena não contribui diretamente para a exposição ou progressão da
trama.
No entanto, a cena aumenta o senso
geral de destino através da afirmação de Romeu de que os eventos da noite
levarão à morte prematura. O público, é claro, sabe que ele sofrerá uma morte
prematura. Quando Romeu se entrega a “quem tem a direção do meu curso”, o
público sente a presença do destino.
Esta cena também serve como
introdução ao Mercúcio inteligente, rodopiante e fascinante. Soltando
trocadilhos selvagens à esquerda e à direita, parecendo falar com tanta
liberdade quanto os outros respiram, ele estabelece-se como um amigo que pode,
gentilmente ou não, zombar de Romeu como ninguém mais pode. Embora pensativo, Benvólio
não tem o raciocínio rápido para esse comportamento. Com o seu discurso
selvagem e o seu riso, Mercúcio é um homem de excessos. Mas suas paixões são de
outro tipo que não aquelas que levam Romeu a amar e Tebaldo a odiar. As paixões
destas duas personagens são fundamentadas na aceitação de dois ideais
diferentes veiculados pela sociedade: a tradição poética do amor e a
importância da honra. Mercúcio não acredita em nenhum. De facto, ele contrasta
com todos as outras personagens de Romeu e Julieta, porque é capaz de
ver através da cegueira causada pela aceitação sincera dos ideais sancionados
pela sociedade: ele abre buracos na adoção arrebatadora de Romeu da retórica do
amor, enquanto zomba da adesão exigente de Tebaldo às modas do dia. Não é por
acaso que Mercúcio é o mestre do jogo nesta peça. Um trocadilho representa
derrapagem, ou torção, no significado de uma palavra. Essa palavra, que
anteriormente significava uma coisa, agora de repente é revelada como tendo
interpretações adicionais e, portanto, torna-se ambígua. Assim como Mercúcio
pode ver através das palavras outros significados usualmente degradados, ele
também pode entender que os ideais mantidos por aqueles que o rodeiam têm
origem em desejos menos inteligentes do que alguém gostaria de admitir.
O discurso da rainha Mab de Mercúcio
é um dos mais famosos da peça. A rainha Mab, que traz sonhos às pessoas
adormecidas, parece basear-se livremente em figuras da mitologia celta pagã que
antecederam a chegada do cristianismo à Inglaterra. No entanto, o nome tem um
significado mais profundo. As palavras "quean" e "mab" constituíam
referências a prostitutas na Inglaterra elisabetana. Na rainha Mab, Mercúcio
cria uma espécie de trocadilho conceitual: ele alude a uma tradição mitológica
povoada de fadas e anexa-a a uma referência a prostitutas. Atrai a diversão
infantil das fadas para uma visão muito mais sombria da humanidade. O próprio
discurso revela essa dicotomia. Uma criança adoraria a descrição de Mercúcio de
um mundo de fadas repleto de carruagens de nozes e corcéis de insetos, as suas
histórias de uma fada trazendo sonhos para as pessoas que dormem. Mas observemos
mais de perto esses sonhos. A rainha Mab traz sonhos adequados para cada
indivíduo, e cada sonho que ela traz parece descer para uma depravação e
brutalidade mais profundas: os amantes sonham com o amor; advogados sonham com
casos legais e ganham dinheiro; os soldados sonham em "cortar gargantas
estrangeiras". No final do discurso, a rainha Mab é a “bruxa” que ensina
as jovens a fazer sexo. O conto de fadas da criança transformou-se em algo
muito, muito mais sombrio, embora essa visão sombria seja um retrato preciso da
sociedade. Mercúcio, por mais divertido que seja, pode ser visto como
oferecendo uma visão alternativa da grande tragédia que é Romeu e Julieta.
"Não dizes senão tolices", diz Romeu a Mercúcio para o forçar a
encerrar o discurso da rainha Mab. Mercúcio concorda, dizendo que os sonhos
"são filhos de um cérebro ocioso". Mas as visões de amor de Romeu não
se qualificam como sonhos? As fantasias de Tebaldo sobre as noções de perfeita
posição social e propriedade não contam como sonhos? E o sonho de Frei Lourenço
de trazer a paz a Verona? Na avaliação de Mercúcio, todos esses desejos
"são filhos de um cérebro ocioso". Todos são ilusões. O seu
comentário pode ser visto como um alfinete nas grandes paixões idealistas do amor
e da lealdade da família que animam a peça. O discurso da rainha Mab não
esvazia a grande tragédia e os ideais românticos de Romeu e Julieta, mas
acrescenta-lhes o subtexto de um trocadilho, aquele lado negro que oferece uma
visão alternativa da realidade.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena III do Ato I de Romeu e Julieta
Resumo
Na casa de Capuleto, pouco antes
do início do banquete, Lady Capuleto chama a enfermeira, pois precisa de ajuda
para encontrar a filha. Julieta entra e a mãe dispensa a enfermeira para que
possa falar a sós com a filha. No entanto, muda imediatamente de ideia e pede à
enfermeira que permaneça e a aconselhe. Antes que Lady Capuleto possa começar a
falar, a enfermeira inicia uma longa história sobre como, quando criança,
Julieta sem entender se tornou cúmplice inocente de uma piada sexual. Lady Capuleto
tenta, sem sucesso, parar a divertida enfermeira. Julieta, envergonhada, ordena-lhe
que pare.
Lady Capuleto pergunta a Julieta o
que ela pensa sobre casar-se. A jovem responde que nunca pensou nisso. A mãe
observa que deu à luz Julieta quando tinha quase a idade atual da filha. E continua,
animada, afirmando que Julieta deve começar a pensar em casamento, porque o
valente Páris manifestou interesse nela. Julieta, obedientemente, responde que vai
olhar para Páris durante o banquete para ver se poderá amá-lo. Um criado entra
para anunciar o começo da festa.
Análise
Chegado à terceira cena, o público
finalmente conhece a segunda personagem inscrita no título da obra.
Tematicamente, esta cena continua a desenvolver a questão da influência dos
pais, particularmente a força dessa influência sobre as jovens. Lady Capuleto,
ela mesma uma mulher que se casou em tenra idade, oferece total apoio ao plano
do marido para a filha e pressiona Julieta a pensar em Páris como um marido antes
da filha começar sequer a pensar em casamento. Julieta admite o quão poderosa é
a influência dos seus pais quando diz sobre o pretendente: "Se o facto de
olhar pode levar ao afeto, olharei para ele, para que isso aconteça; contudo as
flechas dos meus olhos não irão mais além do que a vossa vontade o permita.”.
De facto, Julieta está a dizer que seguirá o conselho da mãe exatamente ao
pensar em Páris.
Enquanto fornece um momento de
humor, a anedota tola da enfermeira sobre Julieta quando bebé também ajuda a
retratar a inevitabilidade da situação da jovem. O comentário do marido da
enfermeira sobre Julieta caindo de costas quando ela atinge a maioridade é uma
referência ao seu envolvimento um dia num ato sexual. O seu comentário,
portanto, mostra que Julieta tem sido vista como um objeto potencial de
sexualidade e casamento desde que era criança. Em termos gerais, o seu destino de
um dia ser dada em casamento foi definido desde o nascimento.
Além do desenvolvimento temático,
esta cena fornece uma visão magnífica das três principais personagens
femininas. Lady Capuleto é uma mãe impotente e ineficaz: ela dispensa a
enfermeira, procurando falar sozinha com a filha, mas, assim que a enfermeira
começa a sair, fica nervosa e chama-a de volta. A enfermeira, na sua hilariante
incapacidade de parar de contar a história sobre a insinuação do seu marido
sobre o desenvolvimento sexual de Julieta, mostra uma veia vulgar, mas também
uma familiaridade com a jovem que implica que foi ela, e não Lady Capuleto,
quem criou a miúda. De facto, foi a enfermeira, e não Lady Capuleto, que
amamentou Julieta quando era bebé.
A própria Julieta é revelada nessa
cena como uma jovem ingénua e obediente à mãe e à enfermeira. Mas há vislumbres
de força e inteligência nela que estão totalmente ausentes na sua mãe. Onde
Lady Capuleto não consegue que a enfermeira cesse a sua história; já Julieta
interrompe-a com uma palavra. Já observámos que a frase de Julieta transcrita
parece implicar uma completa concordância com o controle de sua mãe. Mas a
frase também pode ser interpretada como ilustrando um esforço da parte de
Julieta de usar uma linguagem vaga como meio de afirmar algum controle sobre a sua
situação. Nesta frase, ao concordar em ver se pode amar Páris, ela está a dizer
ao mesmo tempo que não colocará mais entusiasmo nesse esforço do que a mãe
exige. A frase pode, portanto, ser interpretada como uma espécie de resistência
passiva.
Nesta cena, mais uma vez, é feita
uma comparação direta entre criados e senhores. No decorrer da história da
enfermeira, fica claro que a sua própria filha, que teria a idade de Julieta,
morreu há muito tempo. O marido da enfermeira também morreu. Essas mortes podem
ser simplesmente coincidentes, mas parece igualmente provável que correspondam
à posição mais baixa da enfermeira na vida.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena II do Ato I de Romeu e Julieta
Resumo
Noutra rua de Verona, Capuleto
caminha com Páris, um parente nobre do príncipe. Os dois discutem o desejo de Páris
de se casar com a filha de Capuleto, Julieta. Capuleto está muito feliz, mas
também afirma que Julieta – ainda com catorze anos - é jovem demais para se
casar. Ele pede a Páris que espere dois anos, garante-lhe que o favorece como
pretendente e convida-o para o tradicional baile de máscaras que irá realizar
naquela mesma noite, para que Páris possa começar a cortejar Julieta e
conquistar o seu coração. Capuleto envia um criado, Pedro, para convidar uma
lista de pessoas para a festa. À medida que Capuleto e Páris se afastam, Pedro
lamenta não saber ler pelo que, portanto, terá dificuldade em realizar sua
tarefa.
Romeu e Benvólio surgem em cena,
discutindo ainda se Romeu será capaz de esquecer o seu amor. Pedro pede a Romeu
que lhe leia a lista de convidados; o nome de Rosalina é um dos que constam
nela. Antes de partir, Pedro convida Romeu e Benvólio para a festa – assumindo,
diz ele, que não são Montecchios. Benvólio diz a Romeu que o banquete será a
oportunidade perfeita para comparar Rosalina com as outras mulheres bonitas de
Verona. Romeu concorda em ir com ele, mas apenas porque a própria Rosalina
estará lá.
Análise
Esta cena apresenta Páris como a
escolha de Capuleto para marido de Julieta e também põe em movimento a eventual
reunião de Romeu e Julieta na festa. No processo, a cena estabelece como a
jovem está sujeita à influência dos pais. Romeu pode ser forçado a lutar por
causa da inimizade do seu pai com os Capuletos, mas Julieta está muito mais constrangida.
Independentemente de qualquer conflito entre famílias, o pai de Julieta pode
forçá-la a casar-se com quem ele quiser. Essa é a diferença entre ser homem e
mulher em Verona. Pode parecer pior ser-se apanhado pela violência de uma luta,
mas o status de Julieta como jovem deixa-a sem poder ou escolha em
qualquer situação social. Como qualquer outra mulher nesta cultura, ela passará
do controle de um homem para outro. Nesta cena, Capuleto parece ser um homem de
bom coração. Ele difere para a capacidade de Julieta escolher por si mesma
("Minha vontade de consentir é apenas uma parte"). Mas o seu poder de
forçá-la a casar-se, se ele achar necessário, está implicitamente presente.
Assim, a influência dos pais nesta tragédia torna-se uma ferramenta do destino:
o casamento arranjado de Julieta com Páris e o tradicional conflito entre Capuletos
e Montecchios contribuirão para a morte de Romeu e Julieta. As forças que
determinam o seu destino são estabelecidas bem antes de as duas personagens se
encontrarem.
O espectro da influência dos pais,
evidente nesta cena, deve ser entendido como um aspeto da força exercida sobre
os indivíduos por estruturas sociais como a família, a religião e a política.
Todas estas estruturas sociais maciças irão, com o tempo, lançar obstáculos no
caminho do amor de Romeu e Julieta.
Pedro, que não sabe ler, empresta
um toque de humor à cena, especialmente na maneira como o seu analfabetismo o
leva a convidar dois Montecchios para a festa, ao mesmo tempo que afirma
expressamente que nenhum Montecchio é convidado. Mas a falta de educação de Pedro
também faz parte das estruturas sociais arreigadas. Julieta não tem poder
porque é mulher. Pedro não tem poder porque é um servo humilde e, portanto, não
pode ler.
Romeu, é claro, ainda está
apaixonado por Rosalina; mas o público pode concluir que ele encontrará Julieta
no banquete, e as expectativas começam a aumentar. Através da engenhosa
manipulação de Shakespeare da trama, o público começa a sentir o farfalhar do
destino que se aproxima.
Traduzido de SparkNotes
Resumo e análise da Cena I do Ato I de Romeu e Julieta
Resumo
Sampson e Gregory, dois serviçais
da casa Capuleto, passeiam pelas ruas de Verona. Através de brincadeiras
obscenas, Sampson exala o seu ódio pela casa de Montecchio. Os dois trocam
comentários penosos sobre conquistar fisicamente homens Montecchio e conquistar
sexualmente mulheres Montecchio. Gregory vê dois servos dos Montecchio a aproximar-se
e discute com Sampson sobre a melhor maneira de os provocar a lutar sem violar
a lei. Sampson morde o polegar para os Montecchio – um gesto altamente
insultuoso. Um confronto verbal rapidamente se transforma em briga. Benvólio,
um parente de Montecchio, entra e desembainha a espada na tentativa de parar o
confronto. Tebaldo, um parente de Capuleto, vê a espada desembainhada de Benvólio
e tira a sua. Benvólio explica que está apenas a tentar manter a paz, mas Tebaldo
professa um ódio pela paz tão forte quanto o seu ódio por Montecchio e ataca. A
luta espalha-se. Um grupo de cidadãos com tacos tenta restaurar espancando os
combatentes. Montecchio e Capuleto entram, e apenas as suas esposas os impedem
de se atacar. O príncipe Della-Scala chega e ordena que a luta pare sob pena de
tortura. Os Capuletos e Montecchios deitam as suas armas no chão. O príncipe
declara que a violência entre as duas famílias se prolonga há muito tempo e
proclama uma sentença de morte contra qualquer pessoa que perturbe a paz civil
novamente. E acrescenta que falará com Capuleto e Montecchio mais diretamente
sobre esse assunto; Capuleto sai com ele, os desordeiros dispersam, e Benvólio
é deixado sozinho com os seus tios, Montecchio e Lady Montecchio.
Benvólio descreve a Montecchio
como a luta começou. Lady Montecchio pergunta se Benvólio viu seu filho Romeu,
ao que o jovem responde que o tinha visto a passear por um bosque de plátanos
fora da cidade, mas como lhe parecia perturbado, não falou com ele. Preocupados
com o filho, os Montecchios dizem a Benvólio que Romeu tem sido visto com
frequência melancólico, andando sozinho entre os plátanos. Eles acrescentam que
tentaram descobrir o que o incomoda, mas não tiveram sucesso. Benvólio vê Romeu
a aproximar-se e promete descobrir o motivo da sua melancolia. Os Montecchios
partem rapidamente.
Benvólio aproxima-se do seu primo.
Com ar triste, Romeu diz-lhe que está apaixonado por Rosalina, mas que ela não
retribui os seus sentimentos e que jurou viver uma vida de castidade. Benvólio
aconselha Romeu a esquecê-la, contemplando outras belezas, mas este afirma que
a mulher que ele ama é a mais bonita de todas. Romeu parte, assegurando ao
primo que este não pode ensiná-lo a esquecer o seu amor. Benvólio resolve fazer
exatamente isso.
Análise
Numa abertura cheia de ação
estimulante que certamente atrairá a atenção do público (e projetada
parcialmente para esse fim), Shakespeare fornece todas as informações
necessárias para entender o mundo da peça. Na luta, ele retrata todas as
camadas da sociedade de Verona, desde as que detêm menos poder, os servos, até ao
príncipe que ocupa o pináculo político e social. Além disso, fornece uma
excelente caracterização de Benvólio como temente da lei, Tebaldo como cabeça
quente e Romeu como distraído e apaixonado, enquanto revela o ódio profundo e
de longa data entre os Montecchios e os Capuletos. Ao mesmo tempo, Shakespeare
estabelece alguns dos principais temas da peça. A abertura de Romeu e
Julieta é uma maravilha de economia, poder descritivo e emoção.
A origem da luta, como é comum nas
bravatas sexuais e físicas, introduz o importante tema da honra masculina. Esta
temática não funciona na peça como uma espécie de indiferença estoica à dor ou
ao insulto. Em Verona, um homem deve defender a sua honra sempre que for atingida,
verbal ou fisicamente. Esse conceito de honra masculina existe em todas as
camadas da sociedade de Verona, desde os servos até aos nobres. Anima Sansão e
Gregório tanto quanto Tebaldo.
É significativo que a luta entre
Montecchios e Capuletos irrompa em primeiro lugar entre os servos. Os leitores
da peça geralmente concentram-se nas duas grandes famílias nobres, como
deveriam. Mas não se deve negligenciar a inclusão por Shakespeare dos serviçais
na história: as perspetivas dos criados em Romeu e Julieta são
frequentemente usadas para comentar as ações dos seus senhores e, portanto, da
sociedade. Quando os servos aparecerem na peça, não devem ser encarados apenas
como objetos destinados a fazer o mundo de Romeu e Julieta parecer
realista. As coisas que os criados dizem muitas vezes mudam a maneira como
podemos ver a peça, mostrando que, embora os Montecchios e os Capuletos sejam
gloriosamente trágicos, também são extremamente privilegiados e estúpidos, já
que apenas os estúpidos trariam a morte sobre si mesmos quando não há
necessidade disso. As preocupações prosaicas das classes mais baixas mostram a
dificuldade das suas vidas; dificuldade que os Capuletos e Montecchios não
teriam de enfrentar se não fossem tão cegos pela honra e pelo ódio.
Através figuras da segurança civil
e do príncipe, a luta apresenta ao público um aspeto diferente do mundo social
de Verona que existe além dos Montecchios e dos Capuletos. Esse mundo social
contrasta constantemente com as paixões inerentes às duas famílias. O contraste
entre as exigências do mundo social e e as paixões particulares dos indivíduos
é outro tema poderoso da peça. Por exemplo, observe-se o modo como os criados
tentam alcançar os seus desejos enquanto permanecem do lado certo da lei. Observe-se
como Sansão é cuidadoso ao perguntar: "A lei está do nosso lado, se eu
disser 'Ei' '", antes de insultar os Montecchios. Depois de o príncipe
instituir a pena de morte para quem voltar a perturbar a paz, as hipóteses de
as paixões privadas se sobreporem à sobriedade pública aumentam bastante.
Finalmente, esta primeira cena
também nos apresenta Romeu, o amante. Mas essa introdução vem com um choque. Numa
peça chamada Romeu e Julieta, esperaríamos que o abandonado Romeu estivesse
apaixonado por Julieta, mas, em vez disso, ele está apaixonado por Rosalina.
Quem é ela? A questão permanece na peça, pois a jovem nunca aparece no palco,
mas muitos amigos de Romeu, desconhecendo que se apaixonou e se casou com
Julieta, acreditam que ele está apaixonado por Rosalina durante toda a peça. E
Frei Lourenço, por um lado, mostra-se chocado por as afeições de Romeu poderem
mudar tão rapidamente de Rosalina para Julieta. Dessa maneira, Rosalina
assombra Romeu e Julieta. Pode-se argumentar que ela existe na peça
apenas para demonstrar a natureza apaixonada de Romeu, o seu amor ao amor. Por
exemplo, nos clichês, ele fala sobre o seu amor por ela: "… pena de
chumbo, fumo resplandecente, fogo gelado, saúde doentia…". Parece que o
amor de Romeu pela casta Rosalina decorre quase inteiramente da leitura de
poesia de mau amor. O amor de Romeu por Rosalina parece, pois, um amor imaturo,
mais uma afirmação de que ele está pronto para estar apaixonado do que o amor
real. Um argumento alternativo sustenta que o amor de Romeu por Rosalina mostra
que ele deseja sentir amor por quem que que seja bonito e queira compartilhar os
seus sentimentos, manchando assim a nossa compreensão do amor de Romeu por
Julieta. Ao longo da peça, a pureza e o poder do amor de Romeu por Julieta parecem
superar quaisquer preocupações sobre a origem desse amor e, portanto, quaisquer
preocupações sobre Rosalina, mas a questão do papel desta na peça oferece um
ponto importante para consideração.
Traduzido de SparkNotes
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
Processos irregulares de formação de palavras I - Correção (G 61)
Valor aspetual
Processos irregulares de formação de palavras
1.
Identifique o valor aspetual expresso nos seguintes excertos do poema “Ode
Triunfal”:
a) “Nos
cafés – oásis de inutilidades ruidosas / Onde se cristalizam e se precipitam /
Os rumores e os gestos do Útil” (vv. 44-46). Habitual ou imperfetivo
b) “Na nora
do quintal da minha casa / O burro anda à roda, anda à roda”. Iterativo
c) “E o
mistério do mundo é do tamanho disto.” Genérico
d) “E outra
vez a fúria de estar indo ao mesmo tempo dentro de todos os comboios”. Imperfetivo
e)
“Engatam-me em todos os comboios”. Imperfetivo e habitual
2.
Identifique os processos irregulares de formação de palavras presentes nas
seguintes alíneas:
a) r-r-r-r-r-r-r (verso 5) Empréstimo
b) music-halls (verso 71) Truncação
c) híper (< hipermercado) Extensão
semântica
d) leitor (de CD) Sigla
e) INEM Acrónimo
f) burquíni (< burca + biquíni) Amálgama
g) portunhol (< português +
espanhol) Amálgama
h) manif (< manifestação) Truncação
i) Ascots (verso 54) Empréstimo
j) Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z (verso 241)
Onomatopeia
3. Para
responder a cada um dos itens de 3.1. a 3.6., selecione a única opção que
permite obter uma afirmação correta.
3.1. A palavra OCDE, tendo em conta a
sua constituição, designa-se por
(A) acrónimo. (C)
empréstimo.
(B) amálgama. (D)
sigla.
3.2. A
palavra expo resulta da concretização do processo de
(A) empréstimo. (C) extensão
semântica.
(B) truncação. (D)
amálgama.
3.3. As
palavras trailer e enciclopédia concretizam, respetivamente, os
processos de
(A) truncação e extensão semântica. (C) empréstimo e amálgama.
(B) truncação e amálgama. (D) empréstimo e
truncação.
3.4. Quanto
ao processo de formação, a palavra FIFA designa-se
(A) acrónimo. (C)
onomatopeia.
(B) truncação. (D) sigla.
3.5. A
palavra ão-ão é classificável, quanto à sua formação, como
(A) amálgama. (C)
onomatopeia.
(B) truncação. (D) extensão
semântica.
3.6. Em “A
rede soltou-se do barco.” e “Não há rede na nossa sala,
por isso não podemos aceder à internet.”, as palavras sublinhadas
exemplificam o processo de
(A) amálmaga. (C)
onomatopeia.
(B) truncação. (D)
extensão semântica.
4. Sublinhe,
nas frases seguintes, palavras que podem dar origem a truncações e
identifique-as.
1. Amanhã, a
Diana e a Sandra têm uma consulta no otorrinolaringologista, por causa
dos piercings na língua.
otorrino
2. A professora de
Matemática escorregou numa casca de banana e partiu os óculos.
profe
3. O Gonçalo
comprou uma motorizada nova para fazer piões.
moto
4. A Isa não
vai ter nenhuma negativa no final do período.
nega
5. Hoje, a
Marta lanchou com a sua avó Miquelina.
vó
6. A Fonseca
vai fazer uma lipoaspiração ao seu gato.
lipo
7. O torneio
de voleibol começará na
próxima semana.
vólei
8. Já
inscrevi a irmã da Rafaela na pré-escola.
pré
9. A Alice e
a Laura têm uma consulta marcada para a próxima segunda-feira.
segunda
10. Sabiam
que a Carolina e a Mariana jogam basquetebol?
básquete
. Ficha
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
Processos irregulares de formação de palavras I (G 61)
Valor aspetual
Processos irregulares de formação de palavras
1.
Identifique o valor aspetual expresso nos seguintes excertos do poema “Ode
Triunfal”:
a) “Nos
cafés – oásis de inutilidades ruidosas / Onde se cristalizam e se precipitam /
Os rumores e os gestos do Útil” (vv. 44-46). ___________________________
b) “Na nora
do quintal da minha casa / O burro anda à roda, anda à roda”.
______________________
c) “E o
mistério do mundo é do tamanho disto.” __________________________________
d) “E outra
vez a fúria de estar indo ao mesmo tempo dentro de todos os comboios”.
______________
e)
“Engatam-me em todos os comboios”. ____________________________
2.
Identifique os processos irregulares de formação de palavras presentes nas
seguintes alíneas:
a) r-r-r-r-r-r-r (verso 5)
________________________________________
b) music-halls (verso 71)
_______________________________
c) híper (< hipermercado)
_______________________________
d) leitor (de CD)
___________________________________
e) INEM
____________________________________
f) burquíni (< burca + biquíni)
________________________
g) portunhol (< português +
espanhol) __________________________
h) manif (< manifestação)
______________________________
i) Ascots (verso 54)
_____________________________
j) Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z (verso 241)
______________________
3. Para
responder a cada um dos itens de 3.1. a 3.6., selecione a única opção que
permite obter uma afirmação correta.
3.1. A palavra OCDE, tendo em conta a
sua constituição, designa-se por
(A) acrónimo. (C)
empréstimo.
(B) amálgama. (D)
sigla.
3.2. A
palavra expo resulta da concretização do processo de
(A) empréstimo. (C) extensão
semântica.
(B) truncação. (D)
amálgama.
3.3. As
palavras trailer e enciclopédia concretizam, respetivamente, os
processos de
(A) truncação e extensão semântica. (C) empréstimo e amálgama.
(B) truncação e amálgama. (D) empréstimo e
truncação.
3.4. Quanto
ao processo de formação, a palavra FIFA designa-se
(A) acrónimo. (C)
onomatopeia.
(B) truncação. (D) sigla.
3.5. A
palavra ão-ão é classificável, quanto à sua formação, como
(A) amálgama. (C)
onomatopeia.
(B) truncação. (D) extensão
semântica.
3.6. Em “A
rede soltou-se do barco.” e “Não há rede na nossa sala,
por isso não podemos aceder à internet.”, as palavras sublinhadas exemplificam
o processo de
(A) amálmaga. (C)
onomatopeia.
(B) truncação. (D) extensão
semântica.
4. Sublinhe,
nas frases seguintes, palavras que podem dar origem a truncações e
identifique-as.
1. Amanhã, a
Diana e a Sandra têm uma consulta no otorrinolaringologista, por causa dos piercings
na língua.
___________________________________________________
2. A
professora de Matemática escorregou numa casca de banana e partiu os óculos.
___________________________________________________
3. O Gonçalo
comprou uma motorizada nova para fazer piões.
___________________________________________________
4. A Isa não
vai ter nenhuma negativa no final do período.
___________________________________________________
5. Hoje, a
Marta lanchou com a sua avó Miquelina.
___________________________________________________
6. A Fonseca
vai fazer uma lipoaspiração ao seu gato.
___________________________________________________
7. O torneio
de voleibol começará na próxima semana.
___________________________________________________
8. Já
inscrevi a irmã da Rafaela na pré-escola.
___________________________________________________
9. A Alice e
a Laura têm uma consulta marcada para a próxima segunda-feira.
___________________________________________________
10. Sabiam
que a Carolina e a Mariana jogam basquetebol?
___________________________________________________
. Correção
Subscrever:
Mensagens
(
Atom
)