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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Pastores de Nuvens

Esta imagem que apresenta ser um cartoon, foi desenhada por Biratan Porto. Este é um “cartoonista” brasileiro que intitulou a figura com o nome de “Pastores de Nuvens”. Esta imagem foi exposta em “Água com Humor, V Porto Cartoon World Festival, no museu Nacional da Imprensa/ASA” em 2003.
            Alguns dos elementos que constituem esta imagem são por exemplo as nuvens que têm uma cor escura e estão divididas em grupos, estas parecem estar a ser guardadas, cada grupo por um único homem. Estes homens estão pobremente vestidos, um com calças rasgadas e descalço, outro por uma túnica e sandálias, ambos possuindo a barba por cortar. Outros dos elementos da figura são as bengalas que esses homens seguram, estas são tão compridas que chegam às nuvens. Outras unidades representadas na figura são as gotas de água que surgem das nuvens, as gotículas são escassas contudo cada uma delas tem uma espécie de bidão onde se vão depositar. Uma outra particularidade da figura é o seu terreno, esse é apenas constituído por areia e pedras.
             A intensão do cartoonista é alertar para a falta de água e para o desperdício desta que leva à desertificação de zonas que outrora foram ricas e férteis. Ao pôr os bidões por baixo de cada gota para as recolher ao caírem das nuvens, o pintor, está a tentar sensibilizar as pessoas que utilizam a água para os seus próprios fins a não continuarem com essa conduta. Podemos suportar essa ideia devido aos “pastores”, estes não permitem que a chuva acabe com a desertificação existente no solo, pois não a deixam cair no terreno.
            No poema de Alberto Caeiro, o autor admite que ele próprio é um pastor e que os seus pensamentos, que são provenientes dos seus sentidos, são o seu rebanho e quando escreveu o verso “Sei a verdade e sou feliz”, penso que ele queria transmitir aos leitores que a realidade nem sempre é tão boa como parece, estando assim relacionado com o cartoon, este último passa para o espectador uma realidade não tão boa do mundo.
            Na minha opinião acho que o “cartoonista” possuí uma perspetiva realista, pois está de acordo com o que acontece hoje em dia pois nós, a humanidade, alterámos e continuamos a alterar o ambiente explorando-o ao máximo mudando-o assim para pior, pois ao utilizarmos os seus recursos naturais sem os repor modificamo-lo, neste caso em a falta de água dá lugar a zonas desérticas.


Daniela E

Persistência da memória

                Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Doménech, 1º Marques de Dali de Púbo, foi um importante pintor catalão surrealista cujo trabalho mais conhecido foi “A persistência da memória”.
                Neste quadro, observamos em primeiro plano, uma espécie de ave no chão, uma oliveira seca, sem folhas e três relógios derretidos a marcar horas diferentes, enquanto que um quarto relógio permanece fechado e sólido, porém a ser devorado por pequenos insetos. Este é caracterizado pela sua cor vermelha, enquanto que os outros três apresentam cores douradas e prateadas. Este plano encontra-se á sombra e os relógios desvanecem-se numa ligeira escuridão. A luz solar está projetada no segundo plano, onde observamos os rochedos mais iluminados, onde predominam os tons amarelos, castanhos e azuis claros.
                As imagens flácidas dos relógios que se dobram mostram a abcessão humana com a passagem do tempo e com a memória, na medida em que, esta não é permanente e apenas  é constituída por algumas partes e representações. Os relógios a dilatarem-se e a ave que está no chão também a dissolver-se, o quarto relógio a ser devorado e a oliveira seca e sem folhas são premonições de morte que podem revelar o inconsciente do pintor, concluindo eventualmente que este tem medo da morte.
                Assim, através da linguagem imaginaria da memória e dos sonhos, Dali distorce a realidade, retira os objetos do seu contexto real tentando libertar-se da racionalidade e ultrapassar os limites da matéria em busca do abstrato e do insólito, tal como, o espaço e o tempo que se deformam e desvanecem, á medida que a mancha escura vai tomando conta do quadro.


Filipa P.

A irónica entrevista

Herman José, humorista da RTP, num dos seus programas representou juntamente com o ator Victor de Sousa, uma entrevista a el-Rei D.JoãoV. Nesta conversa entre o entrevistador (Victor de Sousa) e o Rei (Herman José), estão presentes várias características de D.JoãoV defendidas por José Saramago no “Memorial do convento”.
            Logo na entrada do absolutista estão presentes as seguintes características, a irresponsabilidade e a inconsciência, consequências da pouca idade deste senhor. Sendo estas visíveis no descer das escadas, de uma forma descomposta e desordeira e, quando chega ao pé do apresentador e pede comida, agindo como que se não estivesse sendo entrevistado.
            Ao longo da conversa vão surgindo outras características, tais como, a sua infidelidade e a vida dissoluta que levava. O facto de el-Rei ao observar a rapariga que lhe vai levar o pedaço de bolo, ele toma-lhe a mão e pede-lhe que se sente no seu colo, sendo este uma prova da sua libertinagem.
            Quase no fim da conversa, o apresentador chama à atenção do rei para o facto de este ter gasto, de uma forma desmedida, todo o ouro vindo do Brasil. Salientando assim, o seu gigantismo, o seu lado menos empreendedor e o seu luxo.
            Concluindo, nesta representação caracterizadora do rei, semelhante à forma como José Saramago caracterizou o absolutista no seu romance, de uma forma irónica e de modo a ridiculariza-lo, querendo com isto criticar o rei. Provavelmente o humorista queria relembrar José Saramago, tal e qual como um humorista faz, fazendo rir os espectadores, utilizando a descrição do jovem e irresponsável rei absolutista.

Inês A.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Arquétipo da época

D. João V (1689-1750), filho de D. Pedro II e D. Maria Sofia, governou Portugal de 1707 a 1750. Casou com D. Maria Ana Josefa da Áustria com quem teve 6 filhos legítimos. A época do seu reinado é marcada por um grande desenvolvimento económico (ouro e pedra preciosas do Brasil) e pela megalomania do próprio rei que se nota na promessa de construção de um convento mais grandioso que o Escorial de Madrid ou o Palácio de Versalhes se a sua esposa lhe desse um herdeiro.
Com a visualização do vídeo, deparamo-nos com algumas características do rei D. João V, também enunciadas por José Saramago na obra Memorial do Convento. Dentro dessas características destacam-se: os prazeres da carne, a sua doença (flatulência), a megalomania, a vaidade, o egocentrismo e o devoto fanático.
D. João V, apesar de casado, não esconde o seu gosto por mulheres, ao ponto de ter varias relações extraconjugais, destacando-se a relação com a Madre Pauda do Convento de Odivelas. Destas relações resultaram inúmeros filhos bastardos. Este traço é evidenciado na entrevista, quando o rei pega no braço da assistente e a senta no seu próprio colo, acariciando-a, e dando-lhe um cartão para um possível futuro encontro. Este era um rei que se dedicava pouco ao reino, pois o seu maior interesse estava centrado nas mulheres.
O monarca é ridicularizado tanto no vídeo como na obra, devido à doença de que sofria, a flatulência. Esta doença admitida por ele mesmo na entrevista deve-se ao seu gosto excessivo por comida, revelado logo no início do vídeo, quando o rei pergunta, antes de mais nada, por comida. Ao longo da conversa o soberano irá sofrer as consequências deste primeiro ato, ao ponto de ficar com o seu aparelho digestivo alterado, sendo isto evidente nos inúmeros flatos ao longo do tempo.
No vídeo é notório o gosto do rei pelo luxo e ostentação, sendo isto visível no seu próprio vestuário (peruca, vestimenta bem trabalhada…), e a na construção de um grandioso, exuberante e luxuosos convento. O propósito desta construção terá sido o cumprimento de uma promessa pessoal, sendo esta a edificação de um convento, se Deus lhe desse um herdeiro, garantindo assim a sucessão do trono. Para esta mesma construção, o rei sacrificou todo um povo por uma questão meramente pessoal, sendo destacado nesta atitude o seu egocentrismo, a sua vaidade e megalomania. O monarca é egocêntrico, até ao ponto de decidir que a sagração do edifício se realizasse na data do seu aniversário, 22 de outubro.
Em conclusão, depreende-se facilmente que o verdadeiro herói da construção do convento e da obra estudada é o povo, um povo miserável, sofrido, sem horizontes nem sonhos, vergado ao destino e a vontade omnipotente do rei. Um rei cujo único objetivo é assumir um papel gerativo de um filho e de um convento. O monarca é ridicularizado por Herman José e Saramago por protagonizar cerimónia de solenidade e por situações que revelam as suas fragilidades que descascaram facetas pouco dignificantes.

M.Y.

Pastores de Nuvens

Pastores de nuvens” é o título do cartoon criado por Biratan Porto e pulicado in Água com humor. O título é escolhido é este, porque podemos ver vários índivíduos expectantes e com cajados a guardar as nuvens e a agrupá-las, tal como se faz com os animais, daí ser esse título.
Assim que observamos o cartoon, salta-nos logo á vista os índivíduos que são representados com um aspeto de idosos, uns mais que outros, e as roupas que têm vestidas estão muito velhas e rasgadas. O índivíduo que se encontra em primeiro plano está a olhar para as nuvens de uma forma expectante. Todos os índivíduos têm cajados na mão para direcionar as nuvens, para que a água da chuva caia dentro dos bidons de que cada um dispõe.
O autor representou o chão com aspeto de um deserto, tudo muito seco e com algumas pedras espalhadas.
As nuvens têm um tom de cinzento muito carregado, que dá a ideia de que está um tempo mau e muito provavelmente vai chover.
A intencionalidade crítica do cartoon é a harmonia entre os homens, uma vez que eles se encontram todos distantes e sem contacto; a falta de água, porque os homens estão a tentar guardar a água das nuvens em bidons e a desertificação, porque o chão não tem nada, só areia e há poucas pessoas.
Assim, o cartoon pode relacionar-se com o poema intitulado “IX” de Alberto Caeiro, porque ambos falam de ser pastores, ou seja, alguém que guarda algo.
Em síntese, o autor crítica o facto de as pessoas não estarem em harmonia umas com as outras e a falta de água, e isso junto causar desertificação, tanto a nível populacional como a nível de plantas e animais.

S.T.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

"Pastores de nuvens"

            A imagem é denominada de "Pastores de Nuvens", é da autoria de Biratan Porto e está incluída na obra "Água com humor". A ilustração mostra alguns indivíduos, aparentemente pastores, com compridos cajados, a juntarem nuvens em "rebanhos", com cada pastor a guardar o seu próprio rebanho; destas nuvens pingam gotas de águas para barris metálicos, pertencentes aos pastores, tendo cada o seu. O chão e o céu são incolores e o chão é liso e sem vegetação.
            Esta obra é uma crítica à sociedade contemporânea em vários aspetos, como a ganância das pessoas e os problemas ambientais. No entanto, o alvo principal da crítica são os problemas relacionados com a Natureza, como a escassez de água, o trabalho duro pastores no cuido dos seus rebanhos e etc. A ausência de cores no céu e no solo transmite-nos uma sensação de melancolia, de uma espécie de vazio. Esta imagem contrasta com a personalidade e com a maneira de pensar de Alberto Caeiro. Este é visto como um naturalista ingénuo: ele não se preocupa em pensar muito, escolhendo a simplicidade e rejeitando a complexidade e prefere "pensar" com os sentidos, desfrutar da Natureza e da simples beleza natural das coisas. Ele é como um pastor (daí a correlação com esta imagem). Porém, a personalidade de Caeiro é contrária à sensação transmitida por esta imagem: um é feliz, simples, sensacionista, relaxado, e outro  apenas transmite tristeza e tédio, fazendo-nos todos pensar, algo que Caeiro não consegue evitar e que o deixa um pouco triste.
            Em suma, há muitos aspetos que se podem apontar como comuns ou de contraste entre os pensamentos do heterónimo de Fernando Pessoa e a ideia que a imagem apresenta. Caeiro gosta de usufruir da Natureza e a ilustração mostra esta mesma como morta, gasta e tediosa. Tal como os pastores guardam as suas nuvens, Caeiro é pastor dos seus pensamentos, sendo estes baseados nos sentidos e na simplicidade do que nos rodeia a todos. São pontos de vista diferentes aos quais, no fim, nos podemos relacionar todos.

P.M.

terça-feira, 16 de abril de 2013

"O Grito", de Munch


Edvard Munch (1863-1944), pintor e gravador norueguês, a sua infância foi marcada pela tragédia com a morte precoce da mãe e da irmã mais velha com tuberculose. Frequentou a "Escola de Artes e Ofícios" de Oslo. Morou em Berlim, Florença e Roma. Em 1893 realizou a obra “O Grito” esta tela foi pintada após uma experiência alucinante vivida pelo norueguês enquanto passeava no parque Ekebert, em Oslo. A obra é inspirada na própria vida pessoal do pintor, nas suas tristezas, angústias profundas, na sua história de vida e desencontros. A possível fonte de inspiração para esta figura humana estilizada pode ter sido uma  múmia peruana que Munch viu na exposição universal de Paris em 1887. Esta tela é considerada um fenómeno global apenas comparável ao da Gioconda, de Leonardo da Vinci e encontra-se exposta na Galeria Nacional, Oslo.
É uma pintura, tipo óleo sobre tela, têmpera e pastel sobre cartão. Mede 83.5 x 66 centímetros. Ao fundo vemos um céu, de cores quentes, em oposição ao rio em azul (cor fria) que sobe acima do horizonte, característica do expressionismo, onde o que interessa para o artista é a expressão das suas ideias e não um retrato da realidade. A figura humana, em si, também apresenta cores frias, como o azul, como a cor da angústia e da dor. A personagem encontra-se sem cabelo para demonstrar um estado de saúde precário. Os elementos descritos estão tortos, como se reproduzindo o grito dado pela figura. Quase tudo se encontra deformado, menos a ponte e as duas figuras que estão no canto esquerdo. A dor do grito está presente não só na personagem, mas também em toda a paisagem, ou seja, quando alguém se encontra num estado permanente de sofrimento todo o ambiente se altera, todo o ambiente reflecte o desespero que habita no interior. A meu ver Edvard deu o titulo” O Grito ” à sua tela devido ao momento angustiante vivido pela figura central, em comparação com a vida real o ser Humano sente como que uma vontade de gritar quando se sente angustiado e incapaz de realizar algo na sua vida.
Em suma, esta tela foi fruto de uma experiência vivida por Munch no parque Ekebert em Oslo é uma pintura que apresenta mistura de cores (tanto quentes como frias) e podemos compará-la com a realidade vivida por muita gente com doenças terminais que vivem a sua vida angustiadas. Como já referi esta tela encontra-se na Galeria Nacional na cidade de Oslo e merece ser visitada por ser uma tela que expressa vários sentimentos e pela sua mistura de realidade com ficção. Por isso, visite esta obra e aprecie cada traço desta tela.

Bibliografia:
          www.wikipédia.pt
          http://www.sabercultural.org/template/obrasCelebres/O-Grito-Edvard-Munch.html 

terça-feira, 9 de abril de 2013

'O olho do mundo'


O quadro que escolhi para o meu trabalho, foi o quadro Specchio Falso, pintado pelo autor René Magritte, no ano de 1928.Magritte nasceu em Lessines, Bélgica, no dia 21 de Novembro de 1898, a sua esposa cometeu suicídio por afogamento Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi durante esse período, que ele conheceu Georgette Berger, com quem se casou em 1922. Trabalhou em uma fábrica de papel de Parede, e foi designer de cartazes e anúncios até 1926, quando um contrato com a Galerie la Centaure, na capital belga, fez da pintura sua principal atividade. Nesse mesmo ano, Magritte produziu sua primeira pintura surrealista Magritte morreu a 15 de Agosto de 1967 (68 anos) em Bruxelas de câncer e foi enterrado no Cemitério Schaarbeek, em Bruxelas.Os seus quadros mais conhecidos são: La trahison des imagens, L'empire des lumiéres, Les fils de l'homme e Cici n'est pas un pomme.
No quadro em primeiro plano esta representado um olho humano "gigante” com as cores azul e branco a sobreporem-se, em primeiro plano também esta representada a pálpebra do olho em tons de castanho. No interior do olho este representado o céu, e as nuvens, que tem como objectivo simbolizar um olhar mais atento sobre o mundo em geral, ou seja, uma outra perspectiva do mundo, também faz parecer com que o mundo pareça um lugar magico, calmo, sossegado, bonito, o paraíso, onde todos os seres humanos e animais querem viver. O céu esta puro, ou seja, sem nuvens sem poluição, isso também quer dizer que o mundo, o céu é puro, limpo, sem nada a esconder. O facto de o céu ser azul representa simboliza a lealdade, a fidelidade, a personalidade e subtiliza. Simboliza também o ideal e o sonho.A parte de fora do olho que esta pintada a castanho tem como objectivo representar a terra, em que todos nos vivemos, quer simbolizar a corda ta Terra, que significa a maturidade, consciência e responsabilidade. Está ainda associada ao conforto, estabilidade, resistência e simplicidade, ou seja, a terra é como se fosse o lugar onde nós conseguimos alguma estabilidade, para a nossa vida. O título do quadro significa o espelho falso, porque ? Pelo facto de o mundo não ser tão bonito como parece no quadro, no quadro parece que o mundo é belo, magnifico, calmo, e na realidade isso não é verdade.
Eu escolhi este quadro pelo facto de apresentar uma perspectiva, embora seja falsa, mas uma perspectiva que todos, nos gostávamos de ter em relação ao mundo e de que fosse verdadeira. Outra das razões pelo facto de ter escolhido este quadro, foi pela pintura em si, que é bonita, interessante, misteriosa. As cores retratadas no quadro, têm significados que se adaptam bem ao que é a vida real, como por exemplo a cor azul é a cor do espirito e do pensamento, que simboliza a lealdade, a fidelidade, a personalidade e subtileza e também o ideal e o sonho que o ser humano possui. Castanho simboliza a consciência, responsabilidade, conforto, entre outros significados, isto é tudo o que a Terra nos dá, e isso esta representado no quadro pela cor da pálpebra do olho.


Bibliografia:
. http://www.artgalleryabc.com/netx90.html;
.  http://www.infopedia.pt/$rene-magritte;
. http://www.infoescola.com/biografias/rene-magritte/.

A.S. 

terça-feira, 12 de março de 2013

Um fim nunca esperado

A figuração apresentada é um cartoon e intitula-se de “Pastores de Nuvens”. É uma das obras de um cartunista brasileiro, Ubiratan Nazareno Borges Porto ou Biratan Porto, nascido em Belém do Pará a 29 de outubro de 1950. Formou-se em publicidade na Universidade Federal do Pará, sendo atualmente cartunista profissional e bandolinista nas horas vagas. Trabalha com humor gráfico há já 30 anos, tem sete livros de humor publicados e trabalhos divulgados nos EUA, Itália, França, Bélgica e Holanda. Conquistou importantes competições de humor no Brasil e noutros países. Criou o guião e dirigiu o filme de animação em 3D “Cadê o verde que estava aqui?”. No ano de 2002, conquistou o primeiro lugar no Internacional Cartoon Festival of Knokke-Heist, realizado na Bélgica, um dos mais importantes e tradicionais concursos de humor da Europa.
A imagem é formada por vários elementos, sendo um deles o solo seco e sem qualquer vegetação, o que nos remete para um deserto. Os indivíduos presentes na reprodução são pastores de nuvens uma vez que um dos sujeitos está a “bater” numa nuvem, tal como faz o pastor quando uma ovelha se afasta do rebanho. Abaixo das nuvens encontram-se potes, que aguardam que a água neles caia. Nuvens, que se encontram escuras, não por se avizinhar uma tempestade, mas sim, provavelmente, devido a poluição existente no ar.
O cartunista Biratan Porto, com a elaboração deste cartoon tinha a intenção de criticar a falta de água que o nosso planeta atravessa e que provoca, consequentemente, a desertificação dos solos, o que impede que se possa cultivar os campos, alimentar seres racionais e irracionais, e que pode mesmo vir a finalizar a espécie humana.
Tanto no cartoon, como nos poemas de Alberto Caeiro salienta-se a importância da Natureza. Para as ambas situações a Natureza, é o mais importante, a luz dos seus olhos, daí a tratarem como única e insubstituível. No cartoon estão representados pastores, que no entanto não o são, tal como Alberto Cairo é apelidado de pastor, não porque é na realidade um pastor, mas porque ama a natureza e lhe é fiel.
Os poemas de Caeiro, além do já mencionado, mostram que o poeta aceita a dor porque é natural e tudo o que é natural é justo, e também podemos ver isto no cartoon, pois os “pastores”, em vez de se levantarem e mudarem os seus hábitos, melhorarem o ambiente e acabarem com a seca, não, estão e vão continuar a estar sentados, pois aceitam o que lhes sucede sem criticar ou tentar mudar a situação, isto é, rendem-se perante o destino. Tanto nos poemas do heterónimo de Pessoa, como no cartoon, os indivíduos não pensam nem no passado nem no futuro, Caeiro apenas se centra nas suas sensações ocasionais e no presente que o situa no momento em que vive. Os “pastores” do cartoon estão sentados sem intenção de tentar mudar o futuro, ou de olhar para o passado e ver em que erraram e descobrir o que provocou a situação apresentada, para então a conseguirem alterar. Os guardadores apenas se centram na grande necessidade de obter água naquele preciso momento.
 O título do cartoon é por sua vez, “Pastores de Nuvens”, uma vez que os pastores representados não guardam as ovelhas, como é o comum, mas sim nuvens, isto porque esperam desesperadamente que caia chuva, por mais ínfima que seja.
Com a realização deste cartoon o principal objetivo do cartunista é alertar para a falta de água que provoca a desertificação dos solos e conseguir persuadir os populares a mudarem os seus hábitos diários.

MY

quarta-feira, 6 de março de 2013

'A Capoeira'


            O quadro “A capoeira” foi pintado pela artista Maria Paula Figueiroa Rego, tendo como nome artístico Paula Rego, que nasceu a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa. O nome de “capoeira” foi atribuído pela autora por significar, segundo esta, o espaço da espera, da prisão e da ausência de perspetiva.
            O mundo interno e secreto da mulher é muitas vezes retratado. Neste quadro, esse ambiente é ricamente representado numa espécie de homenagem à gravidez que sendo uma das fases da vida exclusivamente femininas. Paula Rego recria emoções, sentimentos e receios evidenciados nesta etapa, aproveitando para igualmente retratar os pensamentos e medos que pairavam na cabeça da senhora representada no quadro.
            Neste quadro, vemos quatro personagens femininas, três das quais têm as mesmas características faciais, enquanto a restante é, pela expressão facial, mais velha. Estas três figuras representam a Amélia em três momentos diferentes da gravidez. No centro do quadro e em grande plano, vemos duas dessas personagens: a primeira encontra-se sentada e ligeiramente inclinada para a frente, o que nos indica, devido a esta posição, que a gravidez ainda está no princípio, o que é reafirmado pelo ar sonhador e calmo da personagem, parecendo que sonha com o Amaro que a virá salvar daquela “jaula” e com o filho, que será o seu libertador; a segunda figura encontra-se também sentada, mas agora num cadeirão mais confortável, com apoio para os braços e sobre a qual está recostada, deixando bem visível a barriga saliente de uma gravidez já avançada, isto, conjugado com o facto de ter uma boneca excessivamente pequena no colo, indica que o nascimento do bebé está próximo. O seu rosto já apresenta sinais de preocupação, como também simboliza o receio natural de todas as futuras mães.
            Num plano mais afastado, vemos Amélia, já de cabelo solto, a ser ajudada a levantar-se da cama depois do parto por uma mulher mais velha, a parteira. A grande referência à obra está no significado dos restantes elementos que compõem o quadro e sabendo que na obra literária original Amaro mata o seu próprio filho e Amélia acaba por morrer também, podemos ver no chão do quarto, num plano próximo do observador, um livro vermelho. À sua frente podemos ver um pombo moribundo e, sabendo que este animal é usado como correio para o transporte de notícias, entende-se que a notícia esperada ou já comunicada não é boa, será antes o aviso de morte, informação confirmada pela conjugação com a galinha morta que se encontra pendurada no canto superior esquerdo, simbolizando a morte do bebé, e da própria Amélia, como no texto original. Do ventre redondo à boneca minúscula, a tela sugere a espera e a morte do filho.
            Apesar de o nascimento de uma criança ser, supostamente, um momento de alegria, neste quadro está representado exatamente o contrário, pois, apenas vemos expressões e símbolos que nos traduzem morte, dor e tristeza.

Bibliografia:
     - http://texere.blogspot.pt/2005/01/capoeira.html
     - http://www.infopedia.pt/$paula-rego
     - http://members.shaw.ca/eduardobpinto/lilian_pagina_catorze.html
     - http://pt.scribd.com/doc/74135255/Analise-Das-Imagens
     - http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/4768.pdf
     - http://opatio.com.sapo.pt/arqmpsite/tx/educacaofamiliar_naobradepaularego.pdf

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"Metamorfose de Narciso"



“Metamorphose de Narcisse” é um quadro de Dali, terminado em 1937, e está exposto na Tate Gallery em Londres. Salvador Dali nasceu em maio de 1904 e desde a infância demonstrou interesse pelas artes plásticas, em 1921, entrou para a Escola de Belas Artes de São Fernando, localizada na cidade de Madrid. Porém, em 1926, foi expulso desta instituição, pois afirmava que ninguém era suficientemente competente para o avaliar.O trabalho dele chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, com excelente qualidade plástica foi um dos grandes nomes  influenciado pelos mestres do Renascimento.
 "Metamorfose de Narciso" é uma obra ambígua. Ao mesmo tempo que vemos Narciso, ele aparenta ser várias rochas, uma em cima da outra. Na mão que segura o ovo, símbolo da vida, vemos algumas marcas, como se fossem formigas, note-se que Dali tinha pavor de formigas devido a episódios da sua infância. A fenda no ovo combina com a sombra do cabelo de Narciso e também com a fissura na unha do polegar, dando à mão um caráter petrificado, surreal. Pode-se fazer uma leitura corporal, na qual cada parte do corpo tem uma correspondência emocional. Segundo essa ideia, a unha corresponde à autoconfiança do indivíduo, podendo ser considerada mais forte ou mais frágil, dependendo da constituição física. Nesse caso, e por ser o polegar simbolicamente o dedo da auto-afirmação, a fenda pintada pode ser lida como a morte da vaidade.
Além disso, pode ser ainda ligada à maneira com que Dali frequentemente se referia à sua personalidade: metade uma pessoa ordinária, metade um génio, o que reforça a ideia de que o quadro poderia  ser um auto-retrato.Na representação a  flor brota de um ovo, símbolo da germinação da vida e ao mesmo tempo do seu mistério e fragilidade. A fria e pálida magreza dos dedos de pedra faz lembrar o destino de todos os corpos sujeitos à erosão do tempo. Onde se extinguiu o dourado reflexo da vida, imergiu o solitário esqueleto, na presença do qual até o céu escurece, carregando a leveza das nuvens com uma armadura de chumbo.Mais atrás erguem-se silenciosas montanhas cuja lava arrefecida dá lugar a imponderáveis rugas de basalto.  O caminho de lama simboliza os passos do Homem e termina junto à água. À direita do quadro, no primeiro plano, existe um cão que rasga uma carne, quase uma carcaça, talvez representando a morte de algo que algum dia já foi belo.
Em conclusão, o quadro retrata a morte mas uma morte que faz brotar o novo, o belo. Aconselho toda a gente que goste de arte a apreciar esta obra, pois está muito bem concebida em termos de metáforas, e também porque é uma obra que, uma vez decifrada, nos faz refletir na vida e no nosso dia-a-dia.

Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Dal%C3%AD#Biografia
http://www.artgalleryabc.com/next90.html

domingo, 17 de fevereiro de 2013

"Judith I"


Judith I é uma representação plástica da autoria de Gustav Klimt, a qual engloba os principais temas que o fascinam: a morte e o erotismo. A obra foi criada em 1901 e, actualmente, encontra-se em exposição no Museu de Belvedere, em Viena. Das suas inúmeras fases artísticas, apresenta-se o “Período Dourado” como a fase mais positivamente criticada pela sociedade, mas foi no seu momento artístico de “Arte Erótica” que foram criadas as suas obras mais importantes. Judith I engloba as duas fases anteriormente referidas e no momento da sua publicação gerou-se uma enorme polémica, uma vez que a obra foi interpretada como uma alegoria da ameaça feminina, pois os impulsos sexuais das mulheres eram considerados, na época, pecados insanos da alma.
A obra representa a história de “Judith e Holofernes”, a qual relata a narrativa da viúva judia de extrema beleza e crença em Deus que, para salvar o seu povo do inimigo, das tropas assírias, seduziu e decapitou o general assírio Holofernes. Não obstante, apesar de o título se encontrar completamente explícito na obra, gravado sobre uma lâmina dourada no quadro, a maioria da sociedade associou a figura feminina a Salomé, a mulher responsável pela decapitação de João Baptista, em especial a população judaica.
Em primeiro plano, apresenta-se a figura de uma mulher jovem, seminua e apenas de meio-corpo. O rosto da protagonista, ligeiramente inclinado, as suas narinas dilatadas, os olhos semicerrados, as bochechas avermelhadas e os lábios entreabertos, conferem a esta mulher uma sensualidade extrema, acompanhada por uma expressão facial erótica. Por outro lado, o seu corpo imaterial e distante contrasta, completamente, com a beleza do seu rosto. Os seus seios encontram-se moderadamente cobertos por uma blusa transparente, possui um colar extremamente justo de tonalidade dourada, a sua pele é belíssima, saudável e de um tom bastante claro, contrastando com o negro dos seus cabelos. Possui uma cabeça decapitada nas suas mãos, nomeadamente de um homem de traços judaicos, isto devido à tonalidade escura da sua pele, aos seus cabelos negros moderadamente compridos, à sua barba negra e longa e, ainda, ao nariz tipicamente judaico. Logicamente, a cabeça decapitada pertence a Holofernes.
Em segundo plano, encontram-se as inúmeras árvores acompanhadas por uma escuridão imensa, que se chega a confundir com o negro do cabelo da protagonista, transmitindo assim uma sensação nocturna. Esta representação em segundo plano simboliza os relevos assírios do Palácio de Nínive, localizado na Assíria. Relativamente às cores predominantes, destaca-se o verde e o dourado. O verde representa a esperança, a juventude e a prosperidade e o dourado, a beleza e a realeza, podendo cada um destes elementos facilmente caracterizar a história de Judith. O dourado tem um destaque especial, pois atenua a figura da mulher no quadro e é uma das características do “Período Dourado”.
Em suma, estamos perante uma obra maravilhosa. Através da análise do quadro, tomamos conhecimento não só do estilo artístico do pintor, mas também da arte vienense e, ainda, alargamos a nossa cultura geral com a descoberta da lenda judaica. A forma como Klimt retracta esta história transcendente através de meras pinceladas demonstra, sem dúvida, as suas enormes capacidades e talento. O seu nível de criatividade e paixão pela arte pode ser comparado à enorme coragem desta guerreira judaica, a qual arriscou a vida pelo seu povo e consequentemente, foi recompensada pelo sucesso da liberdade.


Bibliografia:
           - http://www.artbible.info/art/large/780.html;
                 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustav_Klimt;
              surpreendente.html#axzz2JNzCzLDL.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

«Persistência da Memória»

«Persistência da Memória», Salvador Dali

Uma imagem que perdura

“Persistência da Memória” é o título atribuído por Salvador Dali a uma das suas principais pinturas a óleo. Dali nasceu em Figueres, Catalunha, a 11 de maio de 1901 e faleceu a 23 de janeiro de 1989, na sua terra natal. Formou-se na Escola de Belas-Artes de San Fernando em Madrid, destacando-se sobretudo pelo seu trabalho surrealista. As suas obras atraem a atenção pelas incríveis combinações de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. O seu trabalho mais conhecido, “Persistência da Memória” foi concluído em 1931 e está exposto no Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque, desde 1934.
Na tela, encontram-se representados três relógios que marcam diferentes horas, cujas formas derivam de um queijo (camembert) que o autor observava enquanto pintava. O pintor mostra o tempo e a memória, através dos relógios moles e dependurados, sugerindo que o tempo é maleável, não é rígido, mas sim mutável, relativo, onde passado e presente se fundem. Observa-se nas formas dos relógios uma evidente conotação sexual, sobretudo no relógio central, estendido sobre uma pedra que simula a caricatura do próprio Dali, representado no quadro de olhos fechados e caído, sendo destacado, num fundo preto, como uma premonição do seu tempo futuro. O artista coloriu os relógios de azul, cor do espaço infinito, cuja perspetiva também se direciona ao infinito.
Na obra, estão também presentes formigas na parte de trás do relógio laranja e uma mosca no relógio derretido à esquerda. As formigas representam a decadência, e o ato de atacar o relógio como se ele fosse um produto orgânico é outro sinal da sexualidade inserida na obra, onde as formigas procuram satisfazer os instintos. A mosca em cima do relógio figurativamente indica que o tempo voa.
 Ao ver o terreno, percebe-se que não existe qualquer vegetação ou vida no solo ou até mesmo na água vista no horizonte. O artista retratou o tempo parado e a vida morta pela pausa do tempo, ou seja, sem o tempo não há vida, segundo Dali. O solo pintado de cor terra, pó da vida eterna, uma vez que tudo vira terra e se renova. As cores do anoitecer delimitam a linha do horizonte, encontro de terra e mar, fundidos no céu infinito, misto de sonho e realidade. A obra tem como fundo a paisagem de Porto Lligat, em Barcelona. Os penhascos e o mar são iluminados com uma luz transparente e melancólica, uma vez que este lugar faz relembrar Dali da sua infância. Pode notar-se também um contraste entre o macio e o duro, estando o primeiro representado pelos relógios e o segundo pelos rochedos.
A obra “A Persistência da Memória” foi assim nomeada devido ao facto de ser dificilmente esquecida. Segundo Dali, as formas e as cores da obra ficam gravadas na memória até mesmo de quem a observou apenas uma vez.
Esta obra centra-se na obsessão humana com tempo e a memória. Sendo uma pintura que desencadeia variadas interpretações e controvérsias devido a origem dos relógios derretidos, sendo portanto um desafio descodificá-la e uma imagem inolvidável.

Bibliografia:
          - www.artgalleryabc.com/next90.html;
          - http://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Dal%C3%AD;
          - http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Persist%C3%AAncia_da_Mem%C3%B3ria;
          - http://www.infopedia.pt/$persistencia-da-memoria-(pintura);
          - http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/01/07/903289/conheca
            -persistencia-da-memoria-salvador-dali.html.

domingo, 10 de junho de 2012

Questionário SERMÃO - Cap. I

1. A frase «Vos estis sal terrae» («Vós sois o sal da terra»), transcrita da Bíblia, mais concretamente do Evangelho de S. Mateus, capítulo V, versículo 13, constitui o chamado conceito predicável, a partir do qual se desenvolverá o Sermão.

1.1. Observe a frase «Vós sois o sal da terra».

1.1.1.       Identifique os referentes do pronome pessoal «vós».
O pronome pessoal “vós” refere-se aos pregadores.

1.1.2. Refira a subclasse a que pertence o verbo usado.
               O verbo usado, “sois”, pertence à subclasse dos copulativos.

1.1.3. Identifique a função sintática desempenhada pelo constituinte «o sal da terra».
               “O sal da terra” desempenha a função sintática de complemento direto.

1.1.4. Indique por palavras suas a relação de sentido entre o constituinte com a função de sujeito e o constituinte referido em 1.1.3.
               O constituinte com a função de sujeito é Jesus Cristo e os constituintes referidos em 1.1.3. são os pregadores. Cristo chama aos pregadores, sal da terra, pois estes foram “enviados” para combater a corrupção tal como o sal e para pregarem a Sua palavra.

1.1.5. Identifique o que representa o «sal».
            O “sal” representa a palavra de Cristo.

1.1.6. Indique, agora, o que representa o elemento «terra».
               O elemento “terra” representa o local onde os pregadores proclamam a mensagem de Cristo, isto é, o planeta Terra.

1.1.7 Sabendo que «predicar» significa atribuir propriedades a entidades ou situações ou estabelecer relações entre entidades ou situações, explique em que medida a frase de 1.1. representa um conceito predicável.
                                A frase 1.1 representa um conceito predicável, pois esta pode significar que o sal da                 terra é matéria orgânica capaz de revitalizar a terra e torna-la apta para cultivo.

1.2. Por que motivo é atribuída por Cristo a propriedade «sal da terra» aos referentes do pronome pessoal «vós».
                A propriedade “sal da terra” é atribuída aos referentes do pronome pessoal “ vós” pois, são os pregadores que vão espalhar a palavra de Cristo.

1.3. Relacione a função do sal com a função das entidades referidas por «vós».
                As entidades referidas por “vós” relacionam-se com a função do sal, pois como este, pretendem impedir a corrupção e eliminar as coisas negativas que existem na Terra.

1.4. Como avalia o padre António Vieira o sucesso dessas entidades no desempenho da sua função?
                O padre António Vieira avalia o sucesso dessas entidades no desempenho da sua função como duvidosa. Isto está demonstrado no seguinte excerto : “ … e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina;”

1.5. Enuncie o problema levantado pelo padre Vieira.
                O problema levantado pelo padre Vieira é a causa da corrupção.

1.5.1. Identifique e classifique o vocábulo que introduz esse problema.
                                    O vocábulo é desta, que é a aglutinação da preposição simples de com o determinante demonstrativo esta.

1.6. Refira as duas hipóteses gerais apresentadas como causas possíveis do problema.
                As duas hipóteses gerais apresentadas como causas possíveis do problema são as seguintes: ou porque o sal não salga, ou porque a terra não se deixa salgar.

1.6.1. Identifique os elementos linguísticos que as introduzem como causa do problema e as apresentam como duas alternativas.
                Os elementos linguísticos que as introduzem são “ou” e “;”.

1.7. Enumere os motivos que poderão ter conduzido à primeira causa e os que poderão ter conduzido à segunda.
                Os motivos que poderão ter conduzido à primeira causa são os seguintes: os pregadores não pregarem a verdadeira doutrina, os pregadores dizerem uma coisa e fazerem outra e os pregadores se pregam a si e não a cristo. Os motivos que poderão ter conduzido à segunda causa são os seguintes: os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhe dão, a não quererem receber, quererem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem e estes em vez de servirem a Cristo, servirem os seus apetites.

2. O segundo parágrafo inicia-se com uma premissa e, com base nela, o padre António Vieira coloca uma pergunta.

2.1. Enuncie a premissa.
                                A premissa é a seguinte :  «Não é tudo isto verdade? Ainda mal»
  
2.2. Parafraseie a pergunta.
                A pergunta é acerca de todas as suposições que o padre António Vieira enunciou para responder ao problema levantado por este.

2.3. Identifique a parte do problema para o qual é proposta, neste parágrafo, uma solução e refira a solução proposta, bem como a finalidade da adoção de tal proposta.
                Neste parágrafo é proposta uma solução para “o que se há- de fazer ao sal que não salga”. A solução proposta é deitar o sal fora como inútil, para que seja pisado por todos. A finalidade da adoção de tal proposta é eliminar os pregadores que não pregam uma doutrina verdadeira.

2.3.1. O problema e a finalidade da solução proposta estão representados por duas orações subordinadas adverbiais que ocorrem na mesma frase. Classifique-as.
Orações subordinadas adverbiais consecutivas e finais.

2.3.2. Qual é o tipo de argumento usado para sustentar essa proposta? Justifique a sua resposta.
                                             É um argumento de causa e consequência, pois a consequência ocorreu devido a Cristo não ensinar corretamente a palavra aos pregadores.

3. Para fundamentar o que se há de fazer à terra que se não deixa salgar (isto é, aos ouvintes que não querem seguir os ensinamentos da verdadeira doutrina), o padre António Vieira recorre ao exemplo de Santo António.

3.1. Indique a razão por que o padre Vieira convoca a figura de Santo António.
                Padre António Vieira convoca a figura de Santo António, pois este arranjou uma solução/ resolução para o problema, mudou o púlpito e o auditório.

3.2. Relate o episódio ocorrido com o santo e que justifica o título deste sermão.
                O episódio ocorrido com a santo e que justifica o título deste sermão é o seguinte: Santo António estava em Itália a pregar contra os hereges, porém estes não o ouviam e quase lhe tiraram a vida. Perante estes acontecimentos e sem mais nada que fazer, Santo António tomou a resolução de mudar de púlpito e de auditório e começar a pragar para os peixes, peixes estes que começaram a colocar as suas cabeças à tona da água e a ouvir o santo.

3.3. Em determinado passo do capítulo, o autor do texto recorre a diversas interrogações. Aponte a intencionalidade do pregador ao colocar essas questões.
            Ao colocar essas questões, o autor pretendeu analisar as soluções que o padre António tinha perante as circunstâncias e ao mesmo tempo mostrar que ele não seguiu nenhum caminho esperado ou óbvio.
  
3.4. Aponte a decisão tomada pelo padre Vieira.
          A decisão tomada pelo padre Vieira foi de ir até ás praias e aos mares pregar.

3.4.1. Refira três argumentos apresentados pelo pregador que justificam essa atitude.
                                         Os três argumentos apresentados pelo pregador são o facto de Santo António ter os pés descalços e não poder protestar, o facto da sua glória divina.

3.5. O primeiro capítulo termina com uma invocação e com a expressão de um desejo.
3.5.1. Indique o destinatário da invocação e a sua intencionalidade.
                                               O destinatário da invocação é Maria “ Senhora do mar” e a sua intencionalidade é de pelo menos uma pessoa ouvir o sermão.

Questionário SERMÃO - Cap. I

1.
1.1
1.1.1      Os referentes do pronome pessoal “vós”, são os pregadores

1.1.2      O verbo pertence á subclasse dos verbos copulativos.

1.1.3      Atendendo á resposta na pergunta anterior e à observação da frase e às exigências do verbo, a função sintática desempenhada pela expressão apresentada é a de predicativo do sujeito.

1.1.4      A função referida na pergunta 1.1.3, acompanhada pelo verbo, classifica o sujeito, ou seja atribui-lhe características, fazendo a primeira função referida parte do predicado para poder classificar então a função de sujeito.

1.1.5      O sal representa os pregadores e a purificação da “terra” através do ensinamento da doutrina de Jesus Cristo.

1.1.6      A “terra” representa a humanidade corrupta que necessita de ser purificada pelo sal, para que a corrupção não se espalhe mais pela mesma.

1.1.7      Analisando a frase exposta em 1.1, e olhando para os constituintes sintáticos da frase, e visto o verbo requerer um predicativo do sujeito, podemos classificar a expressão como predicável, visto possuir um elemento que apresenta características de um previamente apresentado, além do que esta frase tem outras características metafóricas encerradas no predicativo do sujeito acima referido com as quais predica o sujeito.

1.2          Cristo atribui a propriedade de “sal da terra” aos pregadores pois quer que estes ajam para com a humanidade como o sal age na terra.

1.3          A função do sal na terra, é a de purificar, desinfetar, e a dos pregadores terá de ser a mesma para com os maus costumes da humanidade e os maus valores incutidos nesta última.

1.4          O padre António Vieira não classifica o sucesso destas entidades como grande, mas sim como pequeno, visto haver muita mediocridade de valores e corrupção na terra.

1.5          O problema enunciado pelo padre Vieira é o seguinte : Havendo tanto “sal” na terra , porque continua a “terra” impura?”

                               1.5.1      O vocábulo que introduz esse problema é a palavra “qual” e pertence á classe dos pronomes

                1.6          As duas hipóteses são as seguintes: Ou o “sal” não estava a cumprir a sua função, ou a “terra” não se deixava salgar.

1.6.1      Os elementos que introduzem as hipóteses são os vocábulos “ou” e são articuladores, mais especificamente, conjunções coordenadas disjuntivas.

1.7          Os motivos que podem ter levado á primeira causa são fatores como: os pregadores não pregarem a verdadeira doutrina, os pregadores fazerem o contrário do que dizem, ou então os pregadores se pregarem a si e não a Deus. Os motivos que podem ter levado á segunda são os seguintes: Ou os ouvintes não desejam receber a verdadeira doutrina, ou os ouvintes imitam os maus pregadores ou ainda então os ouvintes em vez de servirem a cristo servem os seus apetites.

2
2.1          A premissa é a seguinte: “Suposto pois, que, ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar: que se há-de fazer a este sal, e que se há-de fazer a esta terra? O que se há de fazer ao sal que não salga?”

2.2  A pergunta colocada pelo padre Vieira pretende buscar uma resposta simples para a mudança do comportamento dos elementos referidos. No fundo ele pergunta: O que poderemos fazer para mudar estes hábitos de maus pregadores e de maus ouvintes?

2.3          Neste propõe-se uma solução para a mudança dos pregadores, sendo esta o desprezo e os castigos, atribuindo respeito e reverencia aos que fazem um bom trabalho, visando com estas medidas mudar o comportamento dos maus pregadores .

2.3.1      A primeira é uma oração subordinada adverbial condicional, e a segunda é uma oração subordinada adverbial final

2.3.2      O tipo de argumento utilizado é um argumento de autoridade, visto que o padre António Viera se baseia nos enunciados de Cristo segundo as escrituras de Mateus para anunciar a solução, não havendo maior autoridade na doutrina cristã que o próprio Jesus Cristo.

3
3.1          O padre António Vieira convoca a figura de Santo António por este ter tomado das mais brilhantes resoluções quanto ao segundo problema apresentado e por ter sido extremamente valoroso como pregador.

3.2          O episódio que ocorreu com o Santo relatado pelo Padre Vieira, foi o seu sermão aos peixes na cidade de Armino, visto os homens recusarem-se a ouvi-lo.

3.3          Ao colocar estas questões, o Padre António Vieira pretende que o leitor/ouvinte busque uma resposta ao dilema apresentado, apresentando seguidamente uma resposta dissuadindo as duvidas.

3.4          Padre António Vieira decide não pregar sobre Santo António, mas sim imitá-lo na pregação.

3.4.1      Para suportar a sua decisão argumenta, que se a igreja quiser que se pregue sobre Santo António no evangelho que fornece-se então outro, pois “Vos estis sal terra” era muito bom texto para outros Santos , mas para Santo António era curto. Argumenta também que os outros egrégios doutores foram sal da terra, enquanto que Santo António foi sal da terra e do mar. Por fim argumenta que não há Santo com uma fortuna em termos valorativos deixada na terra como Santo António.

3.5
                                 3.5.1      O destinatário dessa invocação é “domina maris” Maria, senhora dos mares e mãe de Cristo, e invoca-a com a intenção de que ela lhe não falte com a regular inspiração que tem nos seus sermões.
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