«Persistência da Memória», Salvador Dali |
Uma imagem que perdura
“Persistência
da Memória” é o título atribuído por Salvador Dali a uma das suas principais
pinturas a óleo. Dali nasceu em Figueres, Catalunha, a 11 de maio de 1901 e
faleceu a 23 de janeiro de 1989, na sua terra natal. Formou-se na Escola de
Belas-Artes de San Fernando em Madrid, destacando-se sobretudo pelo seu
trabalho surrealista. As suas obras atraem a atenção pelas incríveis
combinações de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. O
seu trabalho mais conhecido, “Persistência da Memória” foi concluído em 1931 e
está exposto no Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque, desde 1934.
Na
tela, encontram-se
representados três relógios que marcam diferentes horas, cujas formas derivam
de um queijo (camembert) que o autor observava enquanto pintava. O pintor
mostra o tempo e a memória, através dos relógios moles e dependurados, sugerindo
que o tempo é maleável, não é rígido, mas sim mutável, relativo, onde passado e
presente se fundem. Observa-se nas formas dos relógios uma evidente conotação
sexual, sobretudo no relógio central, estendido sobre uma pedra que simula a
caricatura do próprio Dali, representado no quadro de olhos fechados e caído,
sendo destacado, num fundo preto, como uma premonição do seu tempo futuro. O
artista coloriu os relógios de azul, cor do espaço infinito, cuja perspetiva
também se direciona ao infinito.
Na
obra, estão também presentes formigas na parte de trás do relógio laranja e uma
mosca no relógio derretido à esquerda. As formigas representam a decadência, e
o ato de atacar o relógio como se ele fosse um produto orgânico é outro sinal
da sexualidade inserida na obra, onde as formigas procuram satisfazer os
instintos. A mosca em cima do relógio figurativamente indica que o tempo voa.
Ao ver o terreno, percebe-se que não existe qualquer
vegetação ou vida no solo ou até mesmo na água vista no horizonte. O artista
retratou o tempo parado e a vida morta pela pausa do tempo, ou seja, sem o
tempo não há vida, segundo Dali. O solo pintado de cor terra, pó da vida
eterna, uma vez que tudo vira terra e se renova. As cores do anoitecer delimitam a linha do horizonte, encontro de terra e
mar, fundidos no céu infinito, misto de sonho e realidade. A obra
tem como fundo a paisagem de Porto Lligat, em Barcelona. Os penhascos e o mar
são iluminados com uma luz transparente e melancólica, uma vez que este lugar
faz relembrar Dali da sua infância. Pode notar-se também um contraste entre o macio e o
duro, estando o primeiro representado pelos relógios e o segundo pelos
rochedos.
A obra “A Persistência da
Memória” foi assim nomeada devido ao facto de ser dificilmente esquecida.
Segundo Dali, as formas e as cores da obra ficam gravadas na memória até mesmo
de quem a observou apenas uma vez.
Esta obra centra-se na
obsessão humana com tempo e a memória. Sendo uma pintura que desencadeia
variadas interpretações e controvérsias devido a origem dos relógios derretidos,
sendo portanto um desafio descodificá-la e uma imagem inolvidável.
Bibliografia:
- www.artgalleryabc.com/next90.html;
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Dal%C3%AD;
- http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Persist%C3%AAncia_da_Mem%C3%B3ria;
- http://www.infopedia.pt/$persistencia-da-memoria-(pintura);
- http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/01/07/903289/conheca
-persistencia-da-memoria-salvador-dali.html.
-persistencia-da-memoria-salvador-dali.html.
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