Salvador
Domingo Felipe Jacinto Dali i Doménech, 1º Marques de Dali de Púbo, foi um
importante pintor catalão surrealista cujo trabalho mais conhecido foi “A
persistência da memória”.
Neste
quadro, observamos em primeiro plano, uma espécie de ave no chão, uma oliveira
seca, sem folhas e três relógios derretidos a marcar horas diferentes, enquanto
que um quarto relógio permanece fechado e sólido, porém a ser devorado por
pequenos insetos. Este é caracterizado pela sua cor vermelha, enquanto que os
outros três apresentam cores douradas e prateadas. Este plano encontra-se á
sombra e os relógios desvanecem-se numa ligeira escuridão. A luz solar está
projetada no segundo plano, onde observamos os rochedos mais iluminados, onde
predominam os tons amarelos, castanhos e azuis claros.
As
imagens flácidas dos relógios que se dobram mostram a abcessão humana com a
passagem do tempo e com a memória, na medida em que, esta não é permanente e
apenas é constituída por algumas partes
e representações. Os relógios a dilatarem-se e a ave que está no chão também a
dissolver-se, o quarto relógio a ser devorado e a oliveira seca e sem folhas
são premonições de morte que podem revelar o inconsciente do pintor, concluindo
eventualmente que este tem medo da morte.
Assim,
através da linguagem imaginaria da memória e dos sonhos, Dali distorce a
realidade, retira os objetos do seu contexto real tentando libertar-se da
racionalidade e ultrapassar os limites da matéria em busca do abstrato e do
insólito, tal como, o espaço e o tempo que se deformam e desvanecem, á medida
que a mancha escura vai tomando conta do quadro.
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