Herman José, humorista da RTP, num dos
seus programas representou juntamente com o ator Victor de Sousa, uma entrevista
a el-Rei D.JoãoV. Nesta conversa entre o entrevistador (Victor de Sousa) e o
Rei (Herman José), estão presentes várias
características de D.JoãoV defendidas por José Saramago no “Memorial do convento”.
Logo
na entrada do absolutista estão presentes as seguintes características, a
irresponsabilidade e a inconsciência, consequências da pouca idade deste
senhor. Sendo estas visíveis no descer das escadas, de uma forma descomposta e
desordeira e, quando chega ao pé do apresentador e pede comida, agindo como que
se não estivesse sendo entrevistado.
Ao
longo da conversa vão surgindo outras características, tais como, a sua
infidelidade e a vida dissoluta que levava. O facto de el-Rei ao observar a
rapariga que lhe vai levar o pedaço de bolo, ele toma-lhe a mão e pede-lhe que
se sente no seu colo, sendo este uma prova da sua libertinagem.
Quase
no fim da conversa, o apresentador chama à atenção do rei para o facto de este
ter gasto, de uma forma desmedida, todo o ouro vindo do Brasil. Salientando
assim, o seu gigantismo, o seu lado menos empreendedor e o seu luxo.
Concluindo,
nesta representação caracterizadora do rei, semelhante à forma como José
Saramago caracterizou o absolutista no seu romance, de uma forma irónica e de modo a ridiculariza-lo, querendo com
isto criticar o rei. Provavelmente o humorista queria relembrar José Saramago,
tal e qual como um humorista faz, fazendo rir os espectadores, utilizando a
descrição do jovem e irresponsável rei absolutista.
Inês A.
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