Português

quinta-feira, 31 de março de 2011

O Acordo Ortográfico e as palavras que sofrem alterações

          Este «post» aborda as alterações de ortografia que o léxico da língua portuguesa sofrerá com o Acordo Ortográfico, remetendo, nomeadamente, para a listagem de palavras que serão afectadas.

quarta-feira, 30 de março de 2011

"A Portugal", Jorge de Sena

                    Esta é a ditosa pátria minha amada
                    Não, nem é ditosa porque o não merece,
                    nem minha amada, porque é só madrasta
                    nem pátria amada, porque eu não mereço
                    a pouca sorte de ter nascido nela.
                    Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
                    Quanto esse arroto de passadas glórias.
                    Amigos meus mais caros tenho nela
                    Saudosamente nela,
                    Mas amigos são por serem meus amigos
                    e mais nada.
                    Torpe dejecto de romano império,
                    Babugem de invasões,
                    Salsujem porca de esgoto atlântico,
                    Irrisória face de lama, de cobiça e de vileza,
                    De mesquinhez, de fátua ignorância.
                    Terra de escravos, de cu para o ar,
                    Ouvindo ranger no nevoeiro a nau do Encoberto.
                    Terra de funcionários e de prostitutas,
                    Devotos todos do Milagre,
                    Castos nas horas vagas, de doença oculta.
                    Terra de heróis a peso de ouro e sangue,
                    E santos com balcão de secos e molhados,
                    No fundo da virtude.
                    Terra triste à luz do Sol caiada,
                    Arrebicada, pulha,
                    Cheia de afáveis para os estrangeiros,
                    Que deixam moedas e transportam pulgas
                    (Oh!, pulgas lusitanas!) pela Europa
                    Terra de monumentos
                    em que o povo assina a merda
                    o seu anonimato.
                    Terra-museu em que se vive ainda
                    com porcos pela rua em casas celtiberas.
                    Terra de poetas tão sentimentais
                    Que o cheiro de um sovaco os põe em transe.
                    Terra de pedras esburgadas,
                    Secas como esses sentimentos,
                    De oito séculos de roubos e patrões,
                    Barões ou condes.
                    Oh! Terra de ninguém, ninguém, ninguém!
                    Eu te pertenço.
                    És cabra! És badalhoca!
                    És mais que cachorra pelo cio!
                    És peste e fome, e guerra e dor de coração!
                    Eu te pertenço!
                    Mas seres minha, não!

O Cheque

Roubado do blogue Portugal dos Pequeninos:


          «A imagem, por si, é a mensagem e a massagem. Uma escritora de livros infantis, ainda ministra da educação do Portugalório, contempla a aventura por vir. A seu lado, duas raparigas e dois rapazes - os "melhores" alunos do secundário -, em vez de exibirem livros, mostram réplicas de cheques que lhes devem ter sido entregues pelos "resultados". A educação não pode ser tratada como uma prostituta notória à semelhança do que ainda ontem aconteceu no parlamento. Agora é que sim. Agora é que não. Que lindo futuro.»

Semana Académica Coimbra 2011

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