domingo, 17 de junho de 2012
Exames a Sério
«Considerando o facilitismo da escola e o simulacro de exames, o que terá surpreendido, durante todos estes anos, o observador menos advertido, foi os resultados terem sido sempre piores. Explicação óbvia: quando se pede zero, obtém-se menos que zero.
E foi para que se não descobrisse o efeito do projecto inconfessável, imposto à escola durante todos estes anos, que foram desvalorizando os exames, que tentaram acabar com todos eles. Usando "argumentos" tão inteligentes e ideologicamente reveladores como os de que os exames ferem a auto-estima dos alunos, discriminam os mais desfavorecidos e levam os professores a preocupar-se apenas (?) em preparar os alunos para as provas.
Só a opinião pública, progressivamente esclarecida, impediu que acabassem com todos os exames. Vieram, então, as provas cada vez mais fáceis, de "faz-de-conta". Mas mesmo assim, com exigência mínima, provas ridículas, pressão sobre os professores para "passarem" todos os alunos, as retenções aumentaram sempre. Por uma razão tão óbvia que só os "cientistas" da educação, preparados para perceberem as coisas difíceis, não podem compreender: a descida da exigência gera cada vez mais ignorância, desinteresse e irresponsabilidade nos alunos e explicável desmotivação em muitos professores.
O facto de a exigência, a auto-exigência, a avaliação a sério não serem cultivadas na escola, apresentadas como um auto-desafio, leva as crianças, desde o primeiro dia de aulas, a aprenderem o seu contrário, isto é, a não levarem a escola a sério.
Nesta perspectiva, os exames a sério - sendo um exercício de autonomia para os alunos - são o momento (educativo, diria mesmo ético e cívico) em que alunos, professores, directores, os próprios pais e, claro, o ME, são confrontados com as suas responsabilidades.
Cada realidade educativa deve ter um regime de exames adequado. Em Portugal, a situação do ensino, a cultura dominante nas escolas, exige a regulação, durante um certo período, de um regime intensivo de exames.
Por isso, a imposição da exigência e de exames a sério, com todas as outras mudanças de fundo e instrumentais que serão progressivamente introduzidas, irá reduzir a necessidade de retenções. Como em breve se verá e o "eduquês" teme.
Esqueçamos as tretas, libertemo-nos da moda: os exames a sério não são, pois, para reprovar, mas, pelo contrário, para transitar... sabendo-se. (Havendo casos em que a transição sem o aproveitamento desejável pode ser considerada útil para o progresso do aluno).
Todos temos consciência de que a generalidade dos alunos, na generalidade das disciplinas, só estuda empenhadamente quando a avaliação é a sério. Serão poucos os que investem quando a passagem é "de borla". E só se aprende quando se estuda, ao contrário do que é prometido pelos "especialistas" da educação.
O exame é uma orientação e um desafio de superação para os alunos, os professores e mesmo os pais. A competição é sempre connosco próprios, deve ser assim promovida e vivida.
Com o novo ministro da Educação vêm os primeiros exames a sério. Deveriam ter vindo antes de qualquer outra medida, para se avaliar o verdadeiro estado da educação.
Mas esses primeiros exames, convém sublinhá-lo, por serem a sério e não ter havido ainda tempo para mudar a escola, irão traduzir-se, como só o Professor Santana Castilho parece não compreender (?), em resultados previsivelmente piores.
Devemos, no entanto, estar preparados para alguma surpresa: é que os alunos portugueses não são menos dotados, em inteligência, orgulho e vontade, do que os alunos dos outros países e, como dizia uma das personagens do Frei Luís de Sousa, "a necessidade pode muito". De facto, quando foi noticiado o nome do actual Ministro da Educação, um aluno do 11.º ano disse ao pai: "Temos de estudar, vem aí o Nuno Crato."
É preciso, pois, aguardar com esperança os efeitos "imediatos" da libertação do "quartel general" do "eduquês".
O facto de a exigência, a auto-exigência, a avaliação a sério não serem cultivadas na escola, apresentadas como um auto-desafio, leva as crianças, desde o primeiro dia de aulas, a aprenderem o seu contrário, isto é, a não levarem a escola a sério.
Nesta perspectiva, os exames a sério - sendo um exercício de autonomia para os alunos - são o momento (educativo, diria mesmo ético e cívico) em que alunos, professores, directores, os próprios pais e, claro, o ME, são confrontados com as suas responsabilidades.
Cada realidade educativa deve ter um regime de exames adequado. Em Portugal, a situação do ensino, a cultura dominante nas escolas, exige a regulação, durante um certo período, de um regime intensivo de exames.
Por isso, a imposição da exigência e de exames a sério, com todas as outras mudanças de fundo e instrumentais que serão progressivamente introduzidas, irá reduzir a necessidade de retenções. Como em breve se verá e o "eduquês" teme.
Esqueçamos as tretas, libertemo-nos da moda: os exames a sério não são, pois, para reprovar, mas, pelo contrário, para transitar... sabendo-se. (Havendo casos em que a transição sem o aproveitamento desejável pode ser considerada útil para o progresso do aluno).
Todos temos consciência de que a generalidade dos alunos, na generalidade das disciplinas, só estuda empenhadamente quando a avaliação é a sério. Serão poucos os que investem quando a passagem é "de borla". E só se aprende quando se estuda, ao contrário do que é prometido pelos "especialistas" da educação.
O exame é uma orientação e um desafio de superação para os alunos, os professores e mesmo os pais. A competição é sempre connosco próprios, deve ser assim promovida e vivida.
Com o novo ministro da Educação vêm os primeiros exames a sério. Deveriam ter vindo antes de qualquer outra medida, para se avaliar o verdadeiro estado da educação.
Mas esses primeiros exames, convém sublinhá-lo, por serem a sério e não ter havido ainda tempo para mudar a escola, irão traduzir-se, como só o Professor Santana Castilho parece não compreender (?), em resultados previsivelmente piores.
Devemos, no entanto, estar preparados para alguma surpresa: é que os alunos portugueses não são menos dotados, em inteligência, orgulho e vontade, do que os alunos dos outros países e, como dizia uma das personagens do Frei Luís de Sousa, "a necessidade pode muito". De facto, quando foi noticiado o nome do actual Ministro da Educação, um aluno do 11.º ano disse ao pai: "Temos de estudar, vem aí o Nuno Crato."
É preciso, pois, aguardar com esperança os efeitos "imediatos" da libertação do "quartel general" do "eduquês".
Guilherme Valente, Expresso (16/06/2012)
sábado, 16 de junho de 2012
Caixa de comentários
Não vale a pena insistir em linguagem de corredor de escola, vão de escada ou caserna na caixas de comentários. Todos eles serão eliminados.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Matriz do Exame Nacional de Matemática 2012 - 6.º ano
A pedido de várias famílias, aqui fica.
Atos ilocutórios
Categorias
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Objectivos
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Marcas Linguísticas
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Assertivos
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· Traduzem uma
posição, uma verdade assumida pelo locutor.
|
· Verbos declarativos (exs.: afirmar,
concluir, declarar, dizer, aceitar, etc.);
· Verbos assertivos (exs.:
aceitar, admitir, achar, acreditar, considerar, confessar, discordar, negar,
responder, entender, etc.);
· Expressões verbais modalizadas (exs.:
considerar / achar necessário, possível, certo; colocar a hipótese de, etc.);
· Asserções simples (afirmativas/negativas).
|
· O Eusébio foi
um grande futebolista.
· Acredito que
o Benfica será campeão.
|
Directivos
|
· Revelam a
intenção de o locutor (através de ordens, sugestões, pedidos, …) conduzir o interlocutor
a agir segundo o que lhe é dito, isto é, à realização de uma acção.
|
· Expressão da ordem, pedido, conselho, aviso,
sugestão, instrução
através de:
Ø frases de tipo imperativo;
Ø verbos directivos (exs.:
avisar, exigir, implorar, mandar, ordenar, proibir, etc.);
· Expressão de pedidos de informação/confirmação
com base em:
Ø frases simples interrogativas;
Ø frases complexas interrogativas dominadas por verbos de inquirição (exs.: perguntar, interrogar, inquirir, investigar,
etc.);
Ø frases interrogativas negativas com valor positivo.
· Expressões volitivas do tipo «querer que + verbo”.
|
· Assine aqui,
por favor.
· Não é verdade
que demoraste três horas a fazer o teste?
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Expressivos
|
· Exprimem
sentimentos, emoções, estados de espírito do locutor face ao que enuncia.
|
· Verbos expressivos (exs.:
agradecer, compadecer-se, congratular-se, deplorar, desculpar-se, deplorar,
felicitar. lamentar, repudiar, etc.);
· Verbos modalizados por advérbios (exs.: achar bem/mal, gostar
muito/pouco, etc.);
· Frases de tipo exclamativo.
|
· Agradeço a
tua lembrança.
· Gosto muito
de ter aulas de Português.
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Compromissivos
|
· Traduzem o
compromisso de o locutor realizar uma acção futura.
|
· Frases simples marcadas pelo futuro do indicativo ou outro do mesmo valor;
· Verbos compromissivos (exs.: comprometer-se,
garantir, jurar, prometer, tencionar, etc.);
· Fórmulas de despedida que dêem lugar
a compromissos futuros;
· Frases complexas, com lógica
do tipo condição-consequência, em
que a última dá lugar a comprometimento do locutor.
|
· Logo falto à
aula.
· Se não
trouxeres o documento assinado pela tua mãe, não irás à visita.
|
Declarações
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· Expressam o
poder (reconhecido institucionalmente) de o locutor criar / transformar uma
realidade pelo próprio acto de dizer (actos oficiais: casamentos, reuniões,
julgamentos).
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· Frases proferidas por locutores institucional
ou individualmente reconhecidos com poder, autoridade;
· Verbos declarativos/performativos: declarar,
renunciar, nomear, baptizar abrir, encerrar, terminar.
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· Os serviços
encerram por hoje.
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Declarações
assertivas
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· Pretendem
exprimir o que deve ser considerado como uma verdade a seguir, por o locutor
possuir uma autoridade específica que é reconhecida pelo interlocutor.
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· Expressões modalizadas: ser fundamental,
considerar importante, considerar fundamental, considerar imprescindível.
|
· É essencial
que o senhor traga todos os comprovativos.
· É a resposta
da Teresa que está correcta.
|
quarta-feira, 13 de junho de 2012
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Reforma aos 80 anos
«Para o presidente executivo da AIG - American International Group -, a crise da dívida na Europa demonstra que os governos a nível mundial têm de aceitar que as pessoas vão ter de trabalhar mais anos, à medida que a esperança de vida aumenta. Robert Benmosche defendeu que a idade da reforma terá de se estender até aos 80 anos.»
domingo, 10 de junho de 2012
Atos de fala
1. Ato de fala
Chama-se ato de fala à produção de um enunciado, linguisticamente funcional, num determinado contexto de interação comunicativa, para realizar uma ação: avisar, informar, prometer, pedir, ordenar, etc. Comunicar não é apenas uma forma de solicitar compreensão para o que o emissor diz, mas é também uma forma de este influenciar o recetor.
Um ato de fala é, assim, em simultâneo, fala (ato locutório) e ação (ato ilocutório).
2. Ato de fala direto e indireto
O locutor realiza um ato de fala direto quando aquilo que diz corresponde literalmente àquilo que pretende dizer:
- Dá-me o jornal.
No caso do ato de fala indireto, o locutor transmite no seu enunciado mais do que aquilo que realmente diz em sentido literal:
- Importas-te de me dar o jornal?
Neste segundo exemplo, o locutor, por delicadeza ou cortesia, usa uma frase interrogativa que, neste contexto, deve ser entendida como uma ordem pelo recetor. O locutor, quando profere a frase, não pretende obter uma resposta do tipo sim, importo ou não, não importo. Deste modo, ele quis foi dar a ordem expressa no primeiro exemplo.
Outros exemplos de atos de fala indiretos:
- Pode dizer-me as horas?
- Vamos começar a atividade?
- Sabe a que horas joga a seleção nacxional?
- Em casa falaremos! (é um ato de fala indireto, dado que o locutor faz
uma ameaça.)
- Não acham que a sala está muito abafada?
3. Ato locutório
Chama-se ato de fala à produção de um enunciado, linguisticamente funcional, num determinado contexto de interação comunicativa, para realizar uma ação: avisar, informar, prometer, pedir, ordenar, etc. Comunicar não é apenas uma forma de solicitar compreensão para o que o emissor diz, mas é também uma forma de este influenciar o recetor.
Um ato de fala é, assim, em simultâneo, fala (ato locutório) e ação (ato ilocutório).
2. Ato de fala direto e indireto
O locutor realiza um ato de fala direto quando aquilo que diz corresponde literalmente àquilo que pretende dizer:
- Dá-me o jornal.
No caso do ato de fala indireto, o locutor transmite no seu enunciado mais do que aquilo que realmente diz em sentido literal:
- Importas-te de me dar o jornal?
Neste segundo exemplo, o locutor, por delicadeza ou cortesia, usa uma frase interrogativa que, neste contexto, deve ser entendida como uma ordem pelo recetor. O locutor, quando profere a frase, não pretende obter uma resposta do tipo sim, importo ou não, não importo. Deste modo, ele quis foi dar a ordem expressa no primeiro exemplo.
Outros exemplos de atos de fala indiretos:
- Pode dizer-me as horas?
- Vamos começar a atividade?
- Sabe a que horas joga a seleção nacxional?
- Em casa falaremos! (é um ato de fala indireto, dado que o locutor faz
uma ameaça.)
- Não acham que a sala está muito abafada?
3. Ato locutório
Sempre que alguém fala, realiza em simultâneo três ações: um ato locutório, um ato ilocutório e um ato perlocutório.
O ato locutório consiste na produção de um enunciado de acordo com as regras gramaticais da língua, transmitindo um conteúdo proposicional, isto é, consiste na enunciação de palavras ou frases que veiculam uma determinada mensagem.
4. Ato ilocutório
O ato ilocutório é a ação que o locutor realiza quando profere um enunciado. Dito de outra forma, é o ato locutório produzido num determinado contexto comunicativo, com determinadas intenções e sob certas condições.
5. Ato perlocutório
O ato perlocutório é a consequência, o resultado ou o efeito provocado no interlocutor por um determinado ato ilocutório (exs.: surpreender, intimidar, convencer, seduzir, assustar, etc.).
Observe-se a frase seguinte:
* Vamos começar a aula? - pergunta o professor.
O ato locutório consiste na produção de um enunciado de acordo com as regras gramaticais da língua, transmitindo um conteúdo proposicional, isto é, consiste na enunciação de palavras ou frases que veiculam uma determinada mensagem.
4. Ato ilocutório
O ato ilocutório é a ação que o locutor realiza quando profere um enunciado. Dito de outra forma, é o ato locutório produzido num determinado contexto comunicativo, com determinadas intenções e sob certas condições.
5. Ato perlocutório
O ato perlocutório é a consequência, o resultado ou o efeito provocado no interlocutor por um determinado ato ilocutório (exs.: surpreender, intimidar, convencer, seduzir, assustar, etc.).
Observe-se a frase seguinte:
* Vamos começar a aula? - pergunta o professor.
- Esta frase é um ato locutório, visto que ela obedece às regras gramaticais da língua portuguesa e é contextualmente correta.
- É também um ato ilocutório, na medida em que, indiretamente, o professor realiza uma ação, a de mandar calar os alunos.
- O ato ilocutório levará a uma determinada ação por parte do(s) interlocutor(es): os alunos calam-se. Esta ação constitui o ato perlocutório.
H. I. 3. Pragmática
1. Enunciador, enunciação, enunciado.
2. Informação pragmática / enciclopédia.
3. Deixis / Deíticos.
4. Dialogismo.
5. Atos de fala.
5.1. Tipologia dos atos ilocutórios.
2. Informação pragmática / enciclopédia.
3. Deixis / Deíticos.
4. Dialogismo.
5. Atos de fala.
5.1. Tipologia dos atos ilocutórios.
Questionário SERMÃO - Cap. I
1. A frase «Vos estis sal terrae» («Vós sois o sal da terra»), transcrita da
Bíblia, mais concretamente do Evangelho de S. Mateus, capítulo V, versículo 13,
constitui o chamado conceito predicável, a partir do qual se desenvolverá o Sermão.
1.1. Observe a frase «Vós sois o sal da
terra».
1.1.1.
Identifique os referentes do pronome
pessoal «vós».
O pronome pessoal “vós” refere-se aos pregadores.
1.1.2.
Refira a subclasse a que pertence o verbo usado.
O verbo usado, “sois”, pertence à
subclasse dos copulativos.
1.1.3.
Identifique a função sintática desempenhada pelo constituinte «o sal da terra».
“O sal da terra” desempenha a
função sintática de complemento direto.
1.1.4. Indique por palavras suas a relação de sentido entre o
constituinte com a função de sujeito e o constituinte referido em 1.1.3.
O constituinte com
a função de sujeito é Jesus Cristo e os constituintes referidos em 1.1.3. são
os pregadores. Cristo chama aos pregadores, sal da terra, pois estes foram
“enviados” para combater a corrupção tal como o sal e para pregarem a Sua
palavra.
1.1.5. Identifique o que representa o «sal».
O “sal” representa a
palavra de Cristo.
1.1.6. Indique, agora, o que representa o elemento «terra».
O elemento
“terra” representa o local onde os pregadores proclamam a mensagem de Cristo,
isto é, o planeta Terra.
1.1.7 Sabendo que «predicar»
significa atribuir propriedades a entidades ou situações ou estabelecer
relações entre entidades ou situações, explique em que medida a frase de 1.1.
representa um conceito predicável.
A frase 1.1 representa um conceito predicável, pois
esta pode significar que o sal da terra
é matéria orgânica capaz de revitalizar a terra e torna-la apta para cultivo.
1.2. Por que motivo é atribuída por Cristo a propriedade «sal da terra» aos referentes do pronome
pessoal «vós».
A
propriedade “sal da terra” é atribuída aos referentes do pronome pessoal “ vós”
pois, são os pregadores que vão espalhar a palavra de Cristo.
1.3. Relacione a função do sal com a função das entidades referidas
por «vós».
As
entidades referidas por “vós” relacionam-se com a função do sal, pois como
este, pretendem impedir a corrupção e eliminar as coisas negativas que existem
na Terra.
1.4. Como avalia o padre António Vieira o sucesso dessas entidades
no desempenho da sua função?
O padre
António Vieira avalia o sucesso dessas entidades no desempenho da sua função
como duvidosa. Isto está demonstrado no seguinte excerto : “ … e os pregadores
não pregam a verdadeira doutrina;”
1.5. Enuncie o problema levantado pelo padre Vieira.
O
problema levantado pelo padre Vieira é a causa da corrupção.
1.5.1.
Identifique e classifique o vocábulo que introduz esse problema.
O
vocábulo é desta, que é a aglutinação da preposição simples de com o
determinante demonstrativo esta.
1.6. Refira as duas hipóteses gerais apresentadas como causas
possíveis do problema.
As duas
hipóteses gerais apresentadas como causas possíveis do problema são as seguintes:
ou porque o sal não salga, ou porque a terra não se deixa salgar.
1.6.1. Identifique os elementos linguísticos que as introduzem como
causa do problema e as apresentam como duas alternativas.
Os elementos linguísticos que as
introduzem são “ou” e “;”.
1.7. Enumere os motivos que poderão ter conduzido à primeira causa
e os que poderão ter conduzido à segunda.
Os
motivos que poderão ter conduzido à primeira causa são os seguintes: os
pregadores não pregarem a verdadeira doutrina, os pregadores dizerem uma coisa
e fazerem outra e os pregadores se pregam a si e não a cristo. Os motivos que
poderão ter conduzido à segunda causa são os seguintes: os ouvintes, sendo
verdadeira a doutrina que lhe dão, a não quererem receber, quererem antes
imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem e estes em vez de servirem a
Cristo, servirem os seus apetites.
2. O segundo parágrafo inicia-se com uma premissa e, com base nela,
o padre António Vieira coloca uma pergunta.
2.1. Enuncie a premissa.
A premissa é a seguinte : «Não é tudo isto verdade? Ainda mal»
2.2.
Parafraseie a pergunta.
A pergunta é acerca de todas as
suposições que o padre António Vieira enunciou para responder ao problema
levantado por este.
2.3. Identifique a parte do problema para o qual é proposta, neste
parágrafo, uma solução e refira a solução proposta, bem como a finalidade da
adoção de tal proposta.
Neste parágrafo
é proposta uma solução para “o que se há- de fazer ao sal que não salga”. A
solução proposta é deitar o sal fora como inútil, para que seja pisado por
todos. A finalidade da adoção de tal proposta é eliminar os pregadores que não
pregam uma doutrina verdadeira.
2.3.1. O problema e a finalidade da solução proposta estão
representados por duas orações subordinadas adverbiais que ocorrem na mesma
frase. Classifique-as.
Orações subordinadas adverbiais consecutivas e finais.
2.3.2. Qual é o tipo de argumento usado para sustentar essa
proposta? Justifique a sua resposta.
É um argumento de causa e consequência,
pois a consequência ocorreu devido a Cristo não ensinar corretamente a palavra
aos pregadores.
3. Para fundamentar o que se há de fazer à terra que se não deixa
salgar (isto é, aos ouvintes que não querem seguir os ensinamentos da
verdadeira doutrina), o padre António Vieira recorre ao exemplo de Santo
António.
3.1.
Indique a razão por que o padre Vieira convoca a figura de Santo António.
Padre António Vieira convoca a
figura de Santo António, pois este arranjou uma solução/ resolução para o
problema, mudou o púlpito e o auditório.
3.2.
Relate o episódio ocorrido com o santo e que justifica o título deste sermão.
O episódio ocorrido com a
santo e que justifica o título deste sermão é o seguinte: Santo António estava
em Itália a pregar contra os hereges, porém estes não o ouviam e quase lhe
tiraram a vida. Perante estes acontecimentos e sem mais nada que fazer, Santo
António tomou a resolução de mudar de púlpito e de auditório e começar a pragar
para os peixes, peixes estes que começaram a colocar as suas cabeças à tona da
água e a ouvir o santo.
3.3. Em determinado passo do capítulo, o autor do texto recorre a
diversas interrogações. Aponte a intencionalidade do pregador ao colocar essas
questões.
Ao
colocar essas questões, o autor pretendeu analisar as soluções que o padre
António tinha perante as circunstâncias e ao mesmo tempo mostrar que ele não
seguiu nenhum caminho esperado ou óbvio.
3.4. Aponte a decisão tomada pelo padre Vieira.
A decisão tomada pelo
padre Vieira foi de ir até ás praias e aos mares pregar.
3.4.1. Refira três argumentos apresentados pelo pregador que justificam
essa atitude.
Os três argumentos apresentados pelo pregador são o facto de Santo
António ter os pés descalços e não poder protestar, o facto da sua glória
divina.
3.5. O primeiro capítulo termina com uma invocação e com a
expressão de um desejo.
3.5.1.
Indique o destinatário da invocação e a sua intencionalidade.
O destinatário da invocação é Maria “ Senhora do
mar” e a sua intencionalidade é de pelo menos uma pessoa ouvir o sermão.Questionário SERMÃO - Cap. I
1.
1.1
1.1.1 Os
referentes do pronome pessoal “vós”, são os pregadores
1.1.2 O
verbo pertence á subclasse dos verbos copulativos.
1.1.3 Atendendo
á resposta na pergunta anterior e à observação da frase e às exigências do
verbo, a função sintática desempenhada pela expressão apresentada é a de
predicativo do sujeito.
1.1.4 A
função referida na pergunta 1.1.3, acompanhada pelo verbo, classifica o
sujeito, ou seja atribui-lhe características, fazendo a primeira função
referida parte do predicado para poder classificar então a função de sujeito.
1.1.5 O
sal representa os pregadores e a purificação da “terra” através do ensinamento
da doutrina de Jesus Cristo.
1.1.6 A
“terra” representa a humanidade corrupta que necessita de ser purificada pelo
sal, para que a corrupção não se espalhe mais pela mesma.
1.1.7 Analisando
a frase exposta em 1.1, e olhando para os constituintes sintáticos da frase, e
visto o verbo requerer um predicativo do sujeito, podemos classificar a
expressão como predicável, visto possuir um elemento que apresenta
características de um previamente apresentado, além do que esta frase tem
outras características metafóricas encerradas no predicativo do sujeito acima
referido com as quais predica o sujeito.
1.2 Cristo atribui a
propriedade de “sal da terra” aos pregadores pois quer que estes ajam para com
a humanidade como o sal age na terra.
1.3 A função do sal
na terra, é a de purificar, desinfetar, e a dos pregadores terá de ser a mesma
para com os maus costumes da humanidade e os maus valores incutidos nesta
última.
1.4 O padre António
Vieira não classifica o sucesso destas entidades como grande, mas sim como
pequeno, visto haver muita mediocridade de valores e corrupção na terra.
1.5 O problema
enunciado pelo padre Vieira é o seguinte : Havendo tanto “sal” na terra ,
porque continua a “terra” impura?”
1.5.1 O vocábulo que introduz esse problema
é a palavra “qual” e pertence á classe dos pronomes
1.6
As duas hipóteses são as
seguintes: Ou o “sal” não estava a cumprir a sua função, ou a “terra” não se
deixava salgar.
1.6.1 Os
elementos que introduzem as hipóteses são os vocábulos “ou” e são
articuladores, mais especificamente, conjunções coordenadas disjuntivas.
1.7 Os motivos que
podem ter levado á primeira causa são fatores como: os pregadores não pregarem
a verdadeira doutrina, os pregadores fazerem o contrário do que dizem, ou então
os pregadores se pregarem a si e não a Deus. Os motivos que podem ter levado á
segunda são os seguintes: Ou os ouvintes não desejam receber a verdadeira
doutrina, ou os ouvintes imitam os maus pregadores ou ainda então os ouvintes em
vez de servirem a cristo servem os seus apetites.
2
2.1 A premissa é a
seguinte: “Suposto pois, que, ou o sal não salgue ou a terra se não deixe
salgar: que se há-de fazer a este sal, e que se há-de fazer a esta terra? O que
se há de fazer ao sal que não salga?”
2.2 A pergunta colocada pelo
padre Vieira pretende buscar uma resposta simples para a mudança do
comportamento dos elementos referidos. No fundo ele pergunta: O que poderemos
fazer para mudar estes hábitos de maus pregadores e de maus ouvintes?
2.3 Neste propõe-se
uma solução para a mudança dos pregadores, sendo esta o desprezo e os castigos,
atribuindo respeito e reverencia aos que fazem um bom trabalho, visando com
estas medidas mudar o comportamento dos maus pregadores .
2.3.1 A
primeira é uma oração subordinada adverbial condicional, e a segunda é uma
oração subordinada adverbial final
2.3.2 O
tipo de argumento utilizado é um argumento de autoridade, visto que o padre
António Viera se baseia nos enunciados de Cristo segundo as escrituras de Mateus
para anunciar a solução, não havendo maior autoridade na doutrina cristã que o
próprio Jesus Cristo.
3
3.1 O padre António
Vieira convoca a figura de Santo António por este ter tomado das mais
brilhantes resoluções quanto ao segundo problema apresentado e por ter sido
extremamente valoroso como pregador.
3.2 O episódio que
ocorreu com o Santo relatado pelo Padre Vieira, foi o seu sermão aos peixes na
cidade de Armino, visto os homens recusarem-se a ouvi-lo.
3.3 Ao colocar estas
questões, o Padre António Vieira pretende que o leitor/ouvinte busque uma
resposta ao dilema apresentado, apresentando seguidamente uma resposta
dissuadindo as duvidas.
3.4 Padre António
Vieira decide não pregar sobre Santo António, mas sim imitá-lo na pregação.
3.4.1 Para
suportar a sua decisão argumenta, que se a igreja quiser que se pregue sobre
Santo António no evangelho que fornece-se então outro, pois “Vos estis sal
terra” era muito bom texto para outros Santos , mas para Santo António era
curto. Argumenta também que os outros egrégios doutores foram sal da terra,
enquanto que Santo António foi sal da terra e do mar. Por fim argumenta que não
há Santo com uma fortuna em termos valorativos deixada na terra como Santo
António.
3.5
3.5.1 O destinatário dessa
invocação é “domina maris” Maria, senhora dos mares e mãe de Cristo, e invoca-a
com a intenção de que ela lhe não falte com a regular inspiração que tem nos
seus sermões.
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