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sexta-feira, 18 de março de 2022

A loba putina


Oleksiy Kustovsky

 

David e Golias


Mike Luckovich

 

Análise da cena dos Judeus Casamenteiros da Farsa de Inês Pereira


 Ver a restante análise aqui: [análise-da-cena-dos-judeus-casamenteiros]

Análise da cena 8 da Farsa de Inês Pereira

 
Inês recusa o casamento com Pêro Marques, porque deseja casar com um homem [ideal de marido]:
‑ “discreto” (sábio, educado, de trato fino);
‑ que saiba tanger viola (atributo de cortesão, o que significa que Inês deseja casar com alguém de um nível social superior ao seu);
‑ carinhoso, tolerante, sensato e meigo (macio como a farinha – “discreto feito em farinha”);
‑ se tiver estas qualidades, não lhe interessa mais nada (que seja, eventualmente, feio, pobre, “sem feição”, ou que passe menos bem, isto é, que coma apenas “pão e cebola”).
        É a afirmação da ideia de ascensão social através do casamento.
 
 
Papel da mãe:
‑ conselheira e amiga: prudente, possui o sentido prático da vida:
. “Sempre tu has de bailar, / E sempre ele ha de tanger?” (vv. 407-408)® a vida não é só diversão;
. “Se não tiveres que comer, / O tanger ha de fartar.” ® é necessário trabalhar para ter sustento ma vida;
‑ premonitória em relação ao futuro da filha: “Como às vezes isso queima!” (v. 415).

            Ao reentrar em cena, mostra-se surpreendida por Pero Marques já se ter ido embora, ela que se tinha ausentado de casa para os deixar «à vontade».

            Por outro lado, alerta novamente a filha para a necessidade de se casar com alguém que lhe garanta segurança económica e uma vida estável, chamando-a à razão – a música não a alimentará.

 
 
Conceito de casamento
 
. Inês
            Para Inês, o casamento é uma forma de ascender socialmente e de diversão, algo que fica bem visível ao valorizar os dotes artísticos em detrimento da riqueza ou do conforto.
 
. Mãe
            O conceito de vida da Mãe é o oposto do da filha, ciente que está das responsabilidades que o matrimónio acarreta e da impossibilidade de se viver sem dinheiro. Esta personagem retoma as preocupações expostas na cena 2 da peça, alertando-a novamente para a necessidade de se casar com alguém que lhe garanta segurança económica.
            Por outro lado, censura a conceção de vida idealizada pela filha e dá-lhe conselhos com base em expressões de cariz popular e de caráter sentencioso (“Se não tiveres que comer / o tanger te há de fartar?”).
 
 
A Mãe enquanto personagem-tipo
 
            A Mãe, enquanto personagem-tipo, representa o grupo das mães que tem o mesmo tipo de preocupações relativamente às suas filhas, daí não ter nome na peça.
 
 
Conflito de gerações
 
            A relação entre a Mãe e Inês ao longo da peça configura o tradicional conflito de gerações entre pais e filhos. A jovem, pela idade, tem uma perspetiva imatura da vida, enquanto a Mãe, como pessoa mais velha, conhecedora e experiente, aconselha a filha a precaver-se quanto ao futuro: “Sempre tu hás de bailar / e sempre ele há de tanger? / Se não tiveres que comer / o tanger te há de fartar”.

Apresentação de Pero Marques - Análise das cenas 4 e 5 da Farsa de Inês Pereira

Caracterização das personagens
 
1.ª) Pero Marques
 
• Apresentação:

▪ Anda desorientado pelas ruas à procura da casa de Inês (confessa que não sabe onde mora, pois esqueceu-se; identifica-a através de uma parreira).

▪ Revela-se alegre e feliz por Inês o receber (“Folguei ora de vir cá”).

Objetivo da sua visita: saber a resposta de Inês à carta que lhe escreveu (“eu vos escrevi de lá / uma cartinha, senhora”).

▪ Desconhece a utilidade de uma cadeira e não sabe usá-la – nunca terá visto uma (“E que val aqui uma destas?”).

▪ Senta-se de costas para Inês e a Mãe (“Assentou-se com as costas pera elas e diz”).

Identificação:
- Nome: Pero Marques.
- Pai: Pero Marques, já falecido.
- Estatuto social:
. é rico; tem muito gado;
. herdou a maior...

 

Ver a restante análise aqui: {cena-do-Escudeiro}

Grande alívio na Ucrânia


Patrick Chappatte

 

segunda-feira, 14 de março de 2022

Análise da cena 7 da Farsa de Inês Pereira

             Após a saída de Pero Marques, Inês Pereira considera-o um covarde (note-se a comparação depreciativa com um judeu: “mais covarde que um judeu”; de facto, na época e nas peças de Gil Vicente, os judeus são muito mal considerados), dado que, encontrando-se sozinho com ela, preferiu ir-se embora em vez de a cortejar e seduzir.
            Qualquer outro homem teria agido de forma bem diferente, a coberto da «solidão» do encontro e da escuridão: “Se fora outro homem agora, / e me topara a tal hora / estando comigo às escuras, / dixera-me mil doçuras, [hipérbole] / ainda que mais nam fora.”
 

Análise da cena da Alcoviteira da Farsa de Inês Pereira

  Visita de Lianor Vaz
 
1. Caracterização de Lianor
 
▪ É uma alcoviteira / casamenteira: arranja casamentos.
 
▪ Apresenta-se como amiga e confidente de Inês Pereira.
 
▪ Na questão da apresentação de Pero Marques a Inês, mostra-se uma mulher persuasiva, sensata, experiente e prática.
 
▪ Entra em cena aflita, agitada e desorientada, «benzendo-se» e mostrando assim a sua aflição e esconjurando as más influências do clérigo que a tinha atacado.
 
▪ Foi atacada/assediada por um clérigo.
 
 
2. Episódio de Lianor Vaz
 
2.1. Resumo
 
            Lianor Vaz relata que, no caminho para a casa de Inês, um clérigo a atacou, sob o pretexto de saber se ela “era macho ou fêmea”.
            A Mãe confessa que...

Ver a restante análise aqui: [cena da Alcoviteira]

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