"Cesário Verde é um poeta persianista."
sábado, 13 de outubro de 2018
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Referências bibliográficas
Manual Encontros 10, Porto Editora
terça-feira, 9 de outubro de 2018
Texto expositivo: o Barroco
A partir dos tópicos que se seguem, elabore uma exposição sobre o tema
do Barroco.
I. Aceções do termo:
a) Período histórico (séculos xvi-xvii);
b) Categoria intemporal (parte final de um determinado
movimento artístico).
|
II. Origem do termo:
Alemanha,
século xviii
III. Aceção original:
Movimento
artístico que nega o bom gosto ou
o equilíbrio da arte renascentista. |
IV. Características que vários
teóricos atribuem ao Barroco:
a) Primado da cor e da profundidade;
b) Turbulência e desequilíbrio;
c) Religiosidade panteísta;
d) Sobrecarga decorativa;
e) Liberdade criadora;
f) Irregularidade/extravagância.
|
V. O Barroco em Portugal:
a)
Concílio de
Trento (Contra-Reforma);
b)
Restauração da Independência;
c)
Período de
prosperidade, devido ao ouro
aos diamantes do Brasil. |
VI. O Barroco em Portugal —
características:
a) Estética da imitação;
b) Gosto pelo burlesco (categoria próxima da sátira e
da paródia, proporcionando a deformação da realidade representada);
c) Apreciação do lúdico;
d) Aproveitamento máximo da Retórica, evidenciado, por exemplo,
nos sermões de Vieira (exuberância estilística);
e) Mistura de artes (a música, o azulejo e a palavra do
pregador);
f) Importância do discurso moralizador.
|
Aspetos que deve ter em consideração na elaboração do
texto:
a)
Correção
linguística (acentuação, ortografia, sintaxe);
b)
Estrutura e
planificação:
—
Divisão em três
partes (introdução, desenvolvimento e conclusão);
—
Marcação correta
de parágrafos;
—
Utilização
adequada de conectores (consultar a página 330 do manual).
Início possível:
Podemos compreender o termo «barroco» em duas aceções…
Abrir: a ignorância galopa
A «notícia» contém vários erros, mas é mais do que suficiente limitar o reparo à forma como o verbo «abrir» surge conjugado.
O entrevistado usou a pessoa do plural do modo condicional («abriríamos»), porém o redator da «coisa» decidiu introduzir ali um hífen por razões que nem ele saberá e daí resultou um erro mais do que comum, infelizmente.
Hifeniza-se por aí o que não deveria sê-lo e não se usa o hífen não situações em que a ortografia o exige. E assim segue o estupro da língua portuguesa: sem dó nem piedade.
O entrevistado usou a pessoa do plural do modo condicional («abriríamos»), porém o redator da «coisa» decidiu introduzir ali um hífen por razões que nem ele saberá e daí resultou um erro mais do que comum, infelizmente.
Hifeniza-se por aí o que não deveria sê-lo e não se usa o hífen não situações em que a ortografia o exige. E assim segue o estupro da língua portuguesa: sem dó nem piedade.
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
"Como vivo coitada, madre, por meu amigo"
• Assunto: a donzela dá conta à mãe da tristeza em que vive
desde que o seu amigo lhe mandou dizer que vai partir para a guerra contra os
mouros e reza por ele a Santa Cecília.
• Tema: a coita de amor / a saudade / a ausência do amigo.
• Sujeito de enunciação: a
donzela.
• Destinatário:
a mãe.
•
Papel da mãe: confidente (a donzela confessa à sua mãe o
seu estado de espírito infeliz e a sua preocupação, bem como a razão desses
sentimentos).
•
Valor documental: esta cantiga de
amigo, à semelhança de muitas outras, espelha o contexto sociopolítico e
cultural da época medieval:
- Época de conflitos e guerras: o amigo comunica
à donzela que se prepara para partir para o “ferido” ou “fossado”.
- Época de grande religiosidade, comprovada
pelas referências a Santa Cecília.
- Fase primitiva da língua portuguesa.
• Estrutura formal:
-
4 coblas, constituídas por um dístico + o refrão;
-
rima emparelhada consoante e toante;
-
métrica: alternância entre 13 sílabas nos dísticos e 7 no refrão;
-
refrão:
-
sugere a existência de um coro;
- intensifica / enfatiza o sofrimento da
donzela;
-
paralelismo perfeito e leixa-prem – esta cantiga apresenta uma estrutura
paralelística.
• Classificação
quanto à forma:
»
cantiga de refrão
»
cantiga paralelística perfeita (e leixa-prem)
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Cantiga de Amigo
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Poesia Trovadoresca
terça-feira, 2 de outubro de 2018
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
Ficha de verificação do documentário “Grandes Livros: Sermão de Santo António aos Peixes”
Assinale as afirmações verdadeiras (V) e falsas (F) e corrige estas.
1. No século XVII, o Catolicismo sofreu um golpe com o nascimento das
Igrejas Protestantes. ___
2. O sermão era uma forma literária de os pregadores conseguirem realizar
a tarefa de angariar escravos para as missões. ___
3. O perfil dos pregadores era cuidadosamente controlado e valorizava-se
a roupa, os gestos, o aspeto, o olhar e a voz. ___
4. Naquela altura, nasceu um dito devido à amizade entre o P.ᵉ António
Vieira e D. João IV: “Amanhã, vou pôr tapete em S. Roque.” ___
5. Camões chamou a Vieira o “imperador da língua portuguesa”. ___
6. O Padre António Vieira pregou em Portugal, no Brasil e em Roma. ___
7. Redigiu cerca de 700 sermões e 200 cartas. ___
8. O Sermão de S. António aos Peixes
trata de um assunto intemporal: a variedade enorme de peixes e o que eles fazem
para se comer uns aos outros devido à ambição do poder. ___
9. O segundo sermão mais conhecido será o Sermão da Quinquagésima. ___
10. Padre António Vieira chama aos pregadores “o sal da terra”, porque
este impede a corrupção. ___
11. A citação usada no início do sermão, “Vos estis sal terrae.”, é da
autoria de S. Mateus. ___
12.
Aproveitando o facto de Portugal ter perdido a soberania, os franceses
conquistaram grande parte das feitorias da Índia, China, Japão, entre outras.
___
13.
Nesta nova conjuntura política, o interesse de Portugal vira-se para o Brasil.
___
14.
Os portugueses não queriam colonizar o Brasil, que estava a ser colonizado por
escravos africanos. ___
15.
Naquela altura, o Brasil era composto por dois estados: o estado do Brasil e o
do Recife. ___
16.
António Vieira foi para o Brasil com 13 anos, quando o pai foi nomeado escrivão
da Relação da Baía. ___
17.
Santo António, como os homens não o ouviam, virou-se para o mar e os peixes
puseram a cabeça de fora para o escutarem pregar. ___
18.
Vieira aprende a ler e escrever no Colégio dos Jesuítas. Um dia fugiu de casa,
porque ficou tão impressionado com um sermão sobre as penas do Inferno que foi
pedir ao Superior que o deixasse entrar para a Ordem. ___
19.
É tão dotado que se torna professor de retórica antes de ser ordenado padre.
___
20.
Movimenta-se facilmente pela Baía e o seu nome fica famoso rapidamente. ___
21.
Apesar de ser neto de portugueses, abraça a causa da defesa indígena. ___
22.
Entre os índios é tão admirado que lhe chamam “Pequeno Deus”. ___
23.
O Sermão de S. António aos Peixes tem
uma arquitetura bem marcada: na primeira parte, elogia as virtudes dos peixes;
na segunda, critica os vícios. ___
24.
Louva a antiguidade e a dimensão dos peixes, a sua obediência, quietude e
impossibilidade de serem domesticados. ___
25.
Entre os peixes que ele critica está o “quatro-olhos”, sempre atento ao céu e
ao inferno. ___
26.
Na segunda parte, critica roncadores, pegadores, voadores e o polvo, que
simboliza a traição. ___
27.
Nesta época, Portugal sofreu grandes transformações. Depois de 60 anos de
ocupação filipina, Portugal restaurava a sua independência em 1640. ___
28.
Quem sucedeu ao reinado espanhol foi D. João IV. ___
29.
Vieira não apoiava o novo rei, mas vem do Brasil apresentar a fidelidade da
colónia. ___
30.
D. João IV vai encantar-se com Vieira, convida-o para seu conselheiro pessoal e
torna-o precetor de D. Pedro, o seu filho mais novo. ___
31.
António Vieira tornou-se um diplomata e tratava de todos os assuntos
importantes para Portugal. ___
32.
Nessa altura, viajou e conheceu a França, a Holanda, a Inglaterra e a Itália.
___
33.
A Inquisição não gostava da simpatia de Vieira pelos índios, escravos e judeus.
___
34.
Os discursos humanistas de Vieira causam tanto incómodo que se criam boatos. Há
mesmo quem garanta que se vai casar com uma judia. ___
35.
A amizade do rei protege-o da prisão, mas não impede que tenha de viajar de
novo para o Brasil. ___
36.
Cria a Companhia para o comércio com o Brasil e consegue o fim do confisco dos
bens dos judeus. ___
37.
Vieira pregou este sermão, pela primeira vez, no dia 24 de Junho de 1654. ___
38.
O Sermão de S. António aos Peixes é
um sermão onde Vieira consegue ser furioso e muito habilidoso no modo como
desfere as críticas. ___
39.
Neste sermão, Vieira critica os pregadores, os colonos que tratavam os índios
como escravos e animais, os fracos e os traidores, os dois milhões de nativos
mortos e as mais de quinhentas povoações destruídas no espaço de quarenta anos.
___
40.
Três dias depois de proferir o polémico sermão, Vieira embarca de novo para
Portugal para pedir a D. João IV que coloque os índios sob a alçada dos
missionários, fora do alcance dos colonos. ___
41.
Quando regressa ao Brasil, leva na bagagem a nova lei de proteção dos índios e
é cada vez mais odiado. ___
42.
Depois da morte de D. João IV, sobe ao trono D. Pedro, que detesta Vieira. ___
43.
Depois de passar os últimos anos a evangelizar, a erguer igrejas e a elaborar
catecismos em dialetos diferentes, os colonos prendem-no na Igreja de S. João
Batista e expulsam-no do Brasil. ___
44.
Já em Portugal e sem a proteção do rei, Vieira é acusado de heresia pela
Inquisição. ___
45.
Vieira, seguindo as ideias de Bandarra, que, no século anterior, profetizara um
quinto império para Portugal, vai mais longe e anuncia a ressurreição de D.
Sebastião, o que lhe traz graves problemas com a Inquisição. ___
46.
António Vieira fica preso numa cela em Coimbra, proibido de escrever e de
pregar. ___
47.
O pregador é libertado quando a Inquisição recebe a ordem de libertação enviada
pelo Papa. ___
48.
Vieira não é querido em Portugal, nem pode regressar ao Brasil, pelo que decide
ir para Roma. ___
49.
A rainha Cristina da Suécia encanta-se com ele e quer que seja seu pregador
pessoal. Ele aceita. ___
50.
O Papa Clemente X tem-lhe admiração e concede-lhe dois benefícios – a abolição
da Inquisição /Santo Ofício em Portugal e um documento que o isenta, até ao fim
dos seus dias, de qualquer dependência da Inquisição. ___
51.
Aos 73 anos, Vieira fica finalmente livre da Inquisição e regressa ao Brasil
para morrer. ___
52.
Cego e quase surdo, dita os seus sermões e cartas que nunca deixou de escrever.
___
53.
Vieira continua a ser polémico porque defende a escravatura dos africanos. ___
54.
Em 1697, morre com 80 anos, na Baía. ___
55. O seu epitáfio, escreveu-o ele próprio num sermão
que proferiu em Roma: “Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem. Por
isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura.
Para nascer, pouca terra. Para morrer, toda a terra. Para nascer, Portugal.
Para morrer, o mundo.”.Fonte: Textos Integrais, Lucinda Cunha
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