1. Escreve-se "por que" (preposição + pronome) quando o pronome («que») surge ligado a um nome pelo sentido, assumindo a função de pronome ou determinante relativo.
- O João explicou-me a razão por que (= pela qual) emigrara. (preposição "por" + pronome relativo "que")
 - Jorge Jesus, pode dizer-me por que (= por qual) motivo inventa tanto? (preposição "por" + pronome interrogativo "que")
 
2. Usa-se "porque" quando:
- se trata de uma conjunção subordinativa causal:
 
- O Rui estava muito triste porque o avô morrera.
 
- funciona como advérbio interrogativo, ligado a um verbo, em:
 
- orações interrogativas diretas:
 
- Porque faltaste à aula?
 
- orações interrogativas indiretas:
 
- O professor queria saber porque a aluna faltara à aula.
 
NOTAS:
- títulos do tipo "Porque me viciei em bolas de Berlim.";
 - frases a seguir ao advérbios «eis»:
 
- Eis porque nunca serás ninguém na vida.
 
- 1.ª) Note-se que, se introduzirmos nestas frases um nome, a grafia passa a ser separada:
 
- Eis a razão por que nunca serás ninguém na vida.
 - O professor queria saber a razão por que a aluna faltara à aula.
 
- 2.ª) Em caso de dúvida acerca do modo correto de escrever, podemos tentar substituir a forma «porque» por «pelo qual» (ou suas variantes em género ou número). Se a substituição for possível, escrevemos separado: por que.
 
3. Escreve-se "porquê" como
- advérbio de causa: "A sirene tocou, mas não sei porquê." (= por qual motivo);
 - advérbio interrogativo causal: "Fugiste de casa? Porquê?";
 - nome: "O Zé anulou a matrícula. Desconheço o porquê." (= o motivo, a razão).
 
     Note-se que "porque" e "porquê" constituem a mesma entidade gramatical. O ser ou não acentuado este advérbio interrogativo causal depende unicamente da sua posição:
- enclítica: "Porque fugiste, cão?";
 - não enclítica: "Fugiste. Porquê?".
 
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