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domingo, 22 de agosto de 2010

Novas Oportunidades


          Toda a gente (ou quase toda) já ouviu falar em Novas Oportunidades (NO) ou, segundo Medina Carreira, uma imensa fraude que se traduz na atribuição de certificados de 6.º, 9.º e 12.º ano a eito, por vezes após apenas alguns meses de suposta frequência de qualquer coisa.
          Existe uma entidade, designada ANQ, supostamente responsável pela qualidade de toda esta encenação, que, entre outras atribuições, fixa as metas de cada Centro Novas Oportunidades (CNO), isto é, o número de certificações que tem de conceder anualmente e de cujo cumprimento depende o respectivo financiamento. Não é muito difícil de antever o resultado final de toda esta embrulhada em termos de qualidade e exigência deste tipo de formação.

          O «texto» acima transcrito é um exemplo do que escrevemos e que constitui o suporte de um certificado do Ensino Secundário atribuído a um desgraçado (?) qualquer que, mediante tamanha competência, passou a possuir o 12.º ano de escolaridade. A quantidade de erros e de falhas é de tal monta que se torna escusado estar a apontá-los ou sequer exemplificá-los. Acresce que estes «trabalhos», antes de serem apresentados, são corrigidos e aperfeiçoados por professores até se alcançar, supostamente, um desempenho minimamente decente.

          Por outro lado, conforme noticiava há dias o jornal i, estão à venda na Internet trabalhos realizados por anteriores «alunos» que já obtiveram o seu certificado a cerca de 400 euros a peça. Todos sabem disto e convivem bem com tamanha fraude, parafraseando novamente Medina Carreira.

          Não tenho dúvidas de que o país pagará um preço elevado a curto prazo por este imenso embuste. Espero, pelo menos, que não se esqueça o nome dos embusteiros e que alguém os chame à responsabilidade, dado que, no presente, ninguém parece importar-se minimamente com o assunto.

domingo, 15 de agosto de 2010

Dire Straits: "Local Hero (Going Home)" - 1983


Singela homenagem aos nossos «homens e mulher da paz» desaparecidos este Verão durante o flagelo dos incêndios.

sábado, 7 de agosto de 2010

A Origem do Ideário dos responsáveis da Educação nos últimos 30 anos

          Luís Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças de José Sócrates, ao Público de 6 de Agosto:
           «A educação – outro problema calamitoso – também não deu boas notícias com a perspectiva do fim das reprovações. Há uns meses, numa conferência em S. Francisco na Califórnia, um professor americano já reformado, que escreveu muito sobre Espanha e também sobre Portugal, perguntou-me qual a razão dos maus resultados do ensino nacional. Depois de uma longa conversa em que mostrei que os recursos financeiros, humanos e materiais eram dos melhores da Europa, os resultados brilhavam pela ausência. A finalizar disse-lhe que boa parte da culpa também era deles, americanos. Perante a surpresa expliquei-lhe que no final dos anos sessenta (ou princípios de setenta) um ministro da Educação tivera a ingenuidade de mandar umas dezenas de pessoas estudar “ciências da educação” nos Estados Unidos. Ele interrompeu-me perguntando: não me diga que foram para Boston. Exactamente, disse-lhe. O meu amigo respirou fundo e calmamente concluiu: então, o caso é mesmo muito grave.»
Fonte: blogue A Educação do meu Umbigo, autoria do prof. Paulo Guinote

NOTA: A «ingenuidade» ocorreu em finais dos anos setenta e princípios dos oitenta. Nela participaram a actual Ministra da Educação, Isabel Alçada, e o ex-secretário de estado do sector, actual titular do ministério do trabalho, Valter Lemos.
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