Toda a gente (ou quase toda) já ouviu falar em Novas Oportunidades (NO) ou, segundo Medina Carreira, uma imensa fraude que se traduz na atribuição de certificados de 6.º, 9.º e 12.º ano a eito, por vezes após apenas alguns meses de suposta frequência de qualquer coisa.
Existe uma entidade, designada ANQ, supostamente responsável pela qualidade de toda esta encenação, que, entre outras atribuições, fixa as metas de cada Centro Novas Oportunidades (CNO), isto é, o número de certificações que tem de conceder anualmente e de cujo cumprimento depende o respectivo financiamento. Não é muito difícil de antever o resultado final de toda esta embrulhada em termos de qualidade e exigência deste tipo de formação.
O «texto» acima transcrito é um exemplo do que escrevemos e que constitui o suporte de um certificado do Ensino Secundário atribuído a um desgraçado (?) qualquer que, mediante tamanha competência, passou a possuir o 12.º ano de escolaridade. A quantidade de erros e de falhas é de tal monta que se torna escusado estar a apontá-los ou sequer exemplificá-los. Acresce que estes «trabalhos», antes de serem apresentados, são corrigidos e aperfeiçoados por professores até se alcançar, supostamente, um desempenho minimamente decente.
Por outro lado, conforme noticiava há dias o jornal i, estão à venda na Internet trabalhos realizados por anteriores «alunos» que já obtiveram o seu certificado a cerca de 400 euros a peça. Todos sabem disto e convivem bem com tamanha fraude, parafraseando novamente Medina Carreira.
Não tenho dúvidas de que o país pagará um preço elevado a curto prazo por este imenso embuste. Espero, pelo menos, que não se esqueça o nome dos embusteiros e que alguém os chame à responsabilidade, dado que, no presente, ninguém parece importar-se minimamente com o assunto.