Luís Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças de José Sócrates, ao Público de 6 de Agosto:
«A educação – outro problema calamitoso – também não deu boas notícias com a perspectiva do fim das reprovações. Há uns meses, numa conferência em S. Francisco na Califórnia, um professor americano já reformado, que escreveu muito sobre Espanha e também sobre Portugal, perguntou-me qual a razão dos maus resultados do ensino nacional. Depois de uma longa conversa em que mostrei que os recursos financeiros, humanos e materiais eram dos melhores da Europa, os resultados brilhavam pela ausência. A finalizar disse-lhe que boa parte da culpa também era deles, americanos. Perante a surpresa expliquei-lhe que no final dos anos sessenta (ou princípios de setenta) um ministro da Educação tivera a ingenuidade de mandar umas dezenas de pessoas estudar “ciências da educação” nos Estados Unidos. Ele interrompeu-me perguntando: não me diga que foram para Boston. Exactamente, disse-lhe. O meu amigo respirou fundo e calmamente concluiu: então, o caso é mesmo muito grave.»
Fonte: blogue A Educação do meu Umbigo, autoria do prof. Paulo Guinote
NOTA: A «ingenuidade» ocorreu em finais dos anos setenta e princípios dos oitenta. Nela participaram a actual Ministra da Educação, Isabel Alçada, e o ex-secretário de estado do sector, actual titular do ministério do trabalho, Valter Lemos.
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