Português

sexta-feira, 18 de março de 2011

Bibliofilmes

         O prazo de entregra / envio dos Bibliofilmes aproxima-se.

          Para que possam compreender o tipo de trabalhos que poderão construir, preenchendo eventuais ausências de inspiração, aqui ficam alguns dos vencedores de 2010, que poderão consultar (além de muitos outros) em http://bibliofilmes.com/.


1. Tétrio, vazio e gelado: vencedor Curtas BiblioFilmes



2. Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos: vencedor Prémio Trailer de Livros



3. O rabo do esquilo: vencedor Curta BiblioFilmes (votação popular) (1.ª parte)


4. Aventura na Quinta das Lágrimas: melhor Trailer de Livros (selecção do júri)

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Estrutura interna

 
(c) Aula Viva - Português A - 12.º Ano (Porto Editora) 

quinta-feira, 17 de março de 2011

Ode à Mentira

                    Crueldades, prisões, perseguições, injustiças,
                    como sereis cruéis, como sereis injustas?

                    Quem torturais, quem perseguis,
                    quem esmagais vilmente em ferros que inventais,
                    apenas sendo vosso gemeria as dores
                    que ansiosamente ao vosso medo lembram
                    e ao vosso coração cardíaco constrangem.
                    Quem de vós morre, quem de por vós a vida
                    lhe vai sendo sugada a cada canto
                    dos gestos e palavras, nas esquinas
                    das ruas e dos montes e dos mares
                    da terra que marcais, matriculais, comprais,
                    vendeis, hipotecais, regais a sangue,
                    esses e os outros, que, de olhar à escuta
                    e de sorriso amargurado à beira de saber-vos,
                    vos contemplam como coisas óbvias,
                    fatais a vós que não a quem matais,
                    esses e os outros todos… – como sereis cruéis,
                    como sereis injustas, como sereis tão falsas?
                    Ferocidade, falsidade, injúria
                    são tudo quanto tendes, porque ainda é nosso
                    o coração que apavorado em vós soluça
                    a raiva ansiosa de esmagar as pedras
                    dessa encosta abrupta que desceis.
                    Ao fundo, a vida vos espera. Descereis ao fundo.
                    Hoje, amanhã, há séculos, daqui a séculos?
                    Descereis, descereis sempre, descereis.

                                                                     Jorge de Sena
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