domingo, 24 de março de 2013
sábado, 23 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
Nuno Crato MENTIU!
Há poucos meses, eram estas as certezas de Crato...
Pouco tempo volvido, estamos nisto:
A tecnologia que muda a internetRealtime
Crato assume mobilidade especial para os professores
Ana Petronilho
22/03/13 12:06
22/03/13 12:06
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O ministro da Educação confirmou hoje aos sindicatos que não pode "continuar a garantir que a mobilidade especial não será aplicada aos professores".
Declarações que vêm contrariar o que Nuno Crato disse no Parlamento a 19 de Julho ao assegurar que os professores não iriam estar incluídos no programa de mobilidade especial.
"Não está em cima da mesa, no Ministério da Educação e no Ministério das Finanças e da Administração Pública, nenhuma discussão sobre a mobilidade especial dos professores", afirmou Nuno Crato em Julho no Plenário.
O ministro recuou entretanto na distância de colocação dos professores. Isto porque apresentou aos sindicatos um novo mapa com dez quadros de zona pedagógica.
A proposta inicial apresentada na quarta-feira podia resultar em colocações de professores a mais de 200 quilómetros de distância da sua residência.
Além do novo mapa, o ministro entregou hoje uma proposta com novas regras de compensação de graduação, que pode atingir um ano de serviço. A compensação varia com as distâncias com que o professor fica deslocado.
Caso o professor fique deslocado entre 80 e 120 quilómetros, em linha recta da sua residência, terá uma compensação de 183 dias. Caso seja entre 121 e 180, a compensação sobe para 274 dias. Com mais de 181 quilómetros a compensação atingirá os 365 dias.
Crato diz que não quebrou compromisso
O ministro da Educação garante que não quebrou o compromisso ao aplicar a mobilidade especial aos professores justificando que nas anteriores declarações terá referido a este ano lectivo.
Confrontado pelos jornalistas, Nuno Crato não adiantou em que condições e quando será aplicada a mobilidade especial nos professores. Além disso, o ministro não revelou se esta é uma medida com a qual concorda dizendo que essa é uma questão "que é mais ou menos perguntarem-me se concordo com a chuva" argumentando que "vivemos no mundo em que vivemos" não deixando de sublinhar que "estamos numa situação excepcional". Por isso, argumenta o ministro, o MEC está "a trabalhar em várias alternativas" e a "fazer tudo que está ao seu alcance" para que os professores possam evitar a mobilidade especial referindo o aumento da mobilidade geográfica dos docentes, a possibilidade de dar aulas nos cursos profissionais do IEFP ou a passagem à categoria de técnicos superiores para trabalhar em outros ministérios.
Conclusão:
Portugal cortou mais de 5% do PIB na Educação
Portugal cortou mais de 5% do PIB no investimento em Educação nos últimos três anos, revela um estudo da Comissão Europeia.
Portugal está entre os cinco países da União Europeia que mais cortaram no investimento em Educação, desde 2010, por causa da crise. Uma redução em mais de 5% do PIB nos orçamentos de Educação, revelou um estudo da Comissão Europeia hoje divulgado.
A par de Portugal há nove países que europeus que têm vindo a desinvestir em Educação nos últimos três anos. A Grécia, a Hungria, a Itália e a Lituânia estão também entre os países que mais desinvestiram em Educação, acima dos 5%.
Nos outros quatro países, Estónia, Polónia, Espanha e Reino Unido, os cortes no sector ficaram entre os 1% e os 5%.
Para a Comissão Europeia este desinvestimento deve-se à crise e tem reflexo na redução de salários e de professores. Cenário para o qual a instituição lança o alerta: "Se os Estados-Membros não investirem suficientemente na modernização da educação e das competências, ficaremos aquém dos nossos concorrentes mundiais e será mais difícil combater o desemprego juvenil", diz a comissária europeia para a Educação, Androulla Vassiliou.
O estudo que analisou o financiamento em todos os níveis de ensino, desde a educação pré-escolar ao ensino superior, em 35 sistemas educativos nacionais e regionais, vem confirmar os últimos dados do relatório anual "Education at a Glance" da OCDE e contrariar o relatório do FMI que diz que o investimento nacional no sector atingiu os 6.2% do PIB, estando acima da média da Europa a 15.
Mas também a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico revelou em Setembro que o investimento público em Educação caiu, este ano, em Portugal, para níveis abaixo dos registados em 1995 não tendo os 3,8% do PIB nacional. Investimento que coloca o País ainda mais distante da média dos 36 países abrangidos, que neste momento se situa nos 6,2%. Contas feitas, são menos 1,1 pontos percentuais do investimento registado em Portugal há 17 anos, que então ascendeu aos 4,9% do PIB.
(c) Diário Económico
segunda-feira, 18 de março de 2013
"Ao Povo!"
Ó Portugal d'outras eras
Como agora estás mudado...
Povo de heróis, porque esperas,
Esquecendo o teu passado?
Cospem-te os filhos na face
Com hipócritas lamúrias;
Ó Pátria, quem te vingasse
D'essas infames injúrias.
Ó terra de crenças mortas,
Tens brigões afadistados...
São fidalgos que nas hortas
Bebem vinho e cantam fados.
Fidalgos, aventureiros,
De brasão já carcomido,
Fostes outrora os primeiros
E quanto tendes descido!
A autoridade, que encobre
Vosso escândalo canalha,
Ao povo, só porque é pobre,
Constantemente enxovalha.
Como agora estás mudado...
Povo de heróis, porque esperas,
Esquecendo o teu passado?
Cospem-te os filhos na face
Com hipócritas lamúrias;
Ó Pátria, quem te vingasse
D'essas infames injúrias.
Ó terra de crenças mortas,
Tens brigões afadistados...
São fidalgos que nas hortas
Bebem vinho e cantam fados.
Fidalgos, aventureiros,
De brasão já carcomido,
Fostes outrora os primeiros
E quanto tendes descido!
A autoridade, que encobre
Vosso escândalo canalha,
Ao povo, só porque é pobre,
Constantemente enxovalha.
domingo, 17 de março de 2013
O sucesso da Educação da Finlândia
ENTREVISTA
Laukkanen: "Si en Finlandia aplicamos los recortes en educación de España, sería una catástrofe"
Los jóvenes fineses son los profesionales mejor preparados de Europa gracias a que el gobierno del país escandinavo, "sea del signo que sea", ha seguido siempre un mismo objetivo sin escatimar recursos: "educar para aumentar el bienestar social"
MARTA RODRÍGUEZ MADRID 15/03/2013 19:11 Actualizado: 15/03/2013 21:08
126 Comentarios
Reijo Laukkanen, exconsejero de la Junta Nacional de Educación de Finlandia.UEM
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Los jóvenes fineses se convertirán en los profesionales mejor preparados de Europa. Al menos, esa es la realidad que reflejan losinformes PISA desde hace más de diez años. Sin embargo, actualmente el país escandinavo se enfrenta a los problemas comunes en la Unión Europea como el envejecimiento de la población y la crisis económica. ¿El secreto para sobrevivir?"Educar para aumentar el bienestar social". Según el exconsejero de la comisión de Nacional de Educación de Finlandia, Reijo Laukkanen, para lograrlo se necesitan cuatro pilares imprescindibles: Una educación pública cien por cien gratuita, una buena gestión de los recursos, los mejores profesores y la equidad en exigencia y oportunidades acceso a la enseñanza.
P.- ¿Cuáles son los factores que han convertido al sistema educativo finés en el más envidiado de Europa?
Hay una cosa muy importante. Y es que nuestros gobiernos, uno tras otro, han aceptado siempre el mismo objetivo en materia de educación. No ha sido como en otros países en los que un cambio de gobierno significa un cambio del sistema educativo. Cuando lo planteamos hubo un gran debate político y después análisis técnico por parte de los expertos. Se vio que era importante subir el nivel educativo de toda la población. Primero, porque Finlandia es un país pequeño, solo somos 5,4 millones de habitantes -más o menos como la población de la ciudad de Madrid- y, segundo, porque cuando empezamos a cambiar esto Finlandia era un país pobre que se basaba en la industria agropecuaria y en la madera. Por eso, pensamos que mejorar la calidad de la educación de los niños de primaria y de los maestros era imprescindible.
Otro aspecto importante es que exigimos mucho de nuestros chicos, de todos, de los mejores y de los peores. Buscamos el mismo objetivo: somos una pequeña nación que quiere subir el nivel educativo de todos ellos porque queremos sobrevivir en un mundo con gran nivel competitivo. Si nos comparamos con Corea del Sur, Japón, Shangay o Hong Kong podemos ver que ellos también salen muy bien parados. Pero en Finlandia hay una gran diferencia, el Estado se basa en la ley de la equidad en la que el Gobierno está para apoyar a los que menos recursos tengan. Buscamos el trato justo con el fin de mejorar sus destrezas y habilidades para llegar al nivel común de exigencia y que vuelvan a la corriente. Para aumentar nuestro bienestar necesitamos todos los cerebros de los jóvenes. Estos han sido los principales aspectos que nos han llevado hasta lo que somos hoy en día.
P.- ¿Cuánto tiene que pagar un padre para enviar a su hijo a un colegio público?
La educación en Finlandia es totalmente gratuita, desde preescolar hasta la Universidad. El comedor es gratuito en la mayor parte de los municipios y en algunos casos incluso tampoco tienen que pagar los libros de texto.
P.- ¿Qué peso tienen los centros educativos privados en el sistema finés?
No hay ninguna universidad privada, para empezar. En el nivel de Formación Profesional, tenemos algunos institutos, pero en total serán como mucho 15. En cuanto a la educación primaria, creo que la cifra anda en torno a las 90 escuelas privadas. Aunque éstos no son completamente privados, sino que son concertados por lo que la sociedad y el Estado aporta su parte a la educación de estos niños. Suelen ser escuelas con una pedagogía especial con respecto a la religión como las cristianas luteranas que inculcan sus principios religiosos en las aulas. No obstante, los programas escolares son los mismos en todos estos centros. Solo la manera de trabajar dentro del colegio es lo que puede ser diferente. Pero desde luego la diferencia no es tanta como la pueden llegar a tener en las escuelas públicas españolas.
sábado, 16 de março de 2013
Resgate a Chipre...
«O Eurogrupo chegou a acordo com o Governo cipriota quanto aos termos e condições do resgate financeiro do país. O Chipre receberá 10 mil milhões de euros e, entre outras medidas, o Governo compromete-se a limitar os levantamentos bancários e a introduzir um imposto sobre o valor dos depósitos, de 9,9% no caso de depósitos superiores a 100 mil euros e de 6,7% sobre depósitos de valor inferior àquele. Significa isto que quem tenha um saldo de conta por exemplo de 110.987,70 euros terá oportunidade de verificar no extracto um movimento negativo de exactamente 10000 euros a favor da troika, tal como quem tenha um saldo de 10 mil euros verá a sua conta subtraída em 670 euros. Desta vez, não se preocuparam sequer em disfarçar. Já roubam à descarada. E é um convite a uma corrida desenfreada aos bancos em todos os países que tenham uma troika para sustentar, que será ganha por quem consiga chegar antes dos ladrões. Salve-se quem puder. Os cipriotas perderam a corrida.»
Via O País do Burro
sexta-feira, 15 de março de 2013
Predicado
O predicado é a função sintática
desempenhada pelo grupo verbal e que expressa aquilo que se diz sobre o
sujeito:
O João é um rapaz simpático.
predicado
O predicado pode apresentar diversas
formas / constituições:
. Forma
verbal simples: O Ernesto faleceu.
. Complexo
verbal: O meu filho tem melhorado.
. Verbo +
grupo nominal: O José caçou um
javali.
. Verbo +
dois grupos nominais: Vieira nomeou
Eusébio embaixador benfiquista.
. Verbo +
grupo nominal + grupo preposicional: O
Rui ofereceu flores à namorada.
. Verbo +
grupo preposicional: O Rui telefonou
à namorada.
. Verbo +
grupo adjetival: O João é simpático.
. Verbo +
grupo adverbial: O meteoro passou longe.
. Verbo +
oração: Penso que Relvas está a mais
no governo.
Por outro lado, o predicado pode
integrar, além do verbo ou complexo verbal, as seguintes funções sintáticas:
No que diz respeito à identificação do predicado, este pode ser identificado se acrescentarmos e + grupo nominal + também / também não à oração:
. Eu fui à feira e tu também (também foste à feira).
. Nós não queremos exames e eles também não (também
não querem exames).
quinta-feira, 14 de março de 2013
terça-feira, 12 de março de 2013
Um fim nunca esperado
A
figuração apresentada é um cartoon e
intitula-se de “Pastores de Nuvens”. É uma das obras de um cartunista brasileiro,
Ubiratan Nazareno Borges Porto ou Biratan Porto, nascido em Belém do Pará a 29
de outubro de 1950. Formou-se em publicidade na Universidade Federal do Pará,
sendo atualmente cartunista profissional e bandolinista nas horas vagas.
Trabalha com humor gráfico há já 30 anos, tem sete livros de humor publicados e
trabalhos divulgados nos EUA, Itália, França, Bélgica e Holanda. Conquistou
importantes competições de humor no Brasil e noutros países. Criou o guião e
dirigiu o filme de animação em 3D “Cadê o verde que estava aqui?”. No ano de
2002, conquistou o primeiro lugar no Internacional Cartoon Festival of
Knokke-Heist, realizado na Bélgica, um dos mais importantes e tradicionais
concursos de humor da Europa.
A
imagem é formada por vários elementos, sendo um deles o solo seco e sem
qualquer vegetação, o que nos remete para um deserto. Os indivíduos presentes
na reprodução são pastores de nuvens uma vez que um dos sujeitos está a “bater”
numa nuvem, tal como faz o pastor quando uma ovelha se afasta do rebanho. Abaixo
das nuvens encontram-se potes, que aguardam que a água neles caia. Nuvens, que
se encontram escuras, não por se avizinhar uma tempestade, mas sim,
provavelmente, devido a poluição existente no ar.
O cartunista
Biratan Porto, com a elaboração deste cartoon
tinha a intenção de criticar a falta de água que o nosso planeta atravessa e
que provoca, consequentemente, a desertificação dos solos, o que impede que se
possa cultivar os campos, alimentar seres racionais e irracionais, e que pode mesmo
vir a finalizar a espécie humana.
Tanto
no cartoon, como nos poemas de
Alberto Caeiro salienta-se a importância da Natureza. Para as ambas situações a
Natureza, é o mais importante, a luz dos seus olhos, daí a tratarem como única
e insubstituível. No cartoon estão
representados pastores, que no entanto não o são, tal como Alberto Cairo é
apelidado de pastor, não porque é na realidade um pastor, mas porque ama a
natureza e lhe é fiel.
Os
poemas de Caeiro, além do já mencionado, mostram que o poeta aceita a dor
porque é natural e tudo o que é natural é justo, e também podemos ver isto no cartoon, pois os “pastores”, em vez de
se levantarem e mudarem os seus hábitos, melhorarem o ambiente e acabarem com a
seca, não, estão e vão continuar a estar sentados, pois aceitam o que lhes
sucede sem criticar ou tentar mudar a situação, isto é, rendem-se perante o
destino. Tanto nos poemas do heterónimo de Pessoa, como no cartoon, os indivíduos não pensam nem no passado nem no futuro,
Caeiro apenas se centra nas suas sensações ocasionais e no presente que o situa
no momento em que vive. Os “pastores” do cartoon
estão sentados sem intenção de tentar mudar o futuro, ou de olhar para o
passado e ver em que erraram e descobrir o que provocou a situação apresentada,
para então a conseguirem alterar. Os guardadores apenas se centram na grande
necessidade de obter água naquele preciso momento.
O título do cartoon é por sua vez, “Pastores de Nuvens”, uma vez que os
pastores representados não guardam as ovelhas, como é o comum, mas sim nuvens,
isto porque esperam desesperadamente que caia chuva, por mais ínfima que seja.
Com a
realização deste cartoon o principal
objetivo do cartunista é alertar para a falta de água que provoca a
desertificação dos solos e conseguir persuadir os populares a mudarem os seus
hábitos diários.
MY
segunda-feira, 11 de março de 2013
O declínio da Europa
«A Europa vai entrar num declínio sob todos os aspectos – económico, cultural, intelectual. Aliás, se se vir a evolução das universidades na Europa, é aterradora. Não na parte das ciências exactas, mas no que era o chamado “ramo das humanidades” — e que infelizmente se passou a chamar “ciências sociais” — as universidades entraram numa decadência aflitiva. A universidade pública tem desprezado esse ramo do saber. Como é que se alimenta cultura e os valores da cultura, se se nega pertinência, validade e interesse àquilo que são saberes não científicos, mas que são saberes à mesma? Então a Guerra e Paz do Tolstoi, O Vermelho e o Negro do Stendhal, o D. Quixote do Cervantes, um trio do Schubert, a Filosofia, não interessam para nada? Todo este ramo do saber está descuidado e pervertido pelos estudos culturais e pelo pós-modernismo. Daqui vem uma ameaça à sanidade cultural do pensamento do Ocidente.(...) Há uma relação entre pós-modernismo e neoliberalismo. O neoliberalismo corrói e opõe-se à social-democracia e à democracia cristã. O pós-modernismo é a outra lei da selva, é a lei da selva no campo cultural e intelectual. Não é por acaso que surgem, alastram e invadem ao mesmo tempo. Eu sou muito conservadora, mas não subscrevo, nem nunca subscreveria, a tese de que a vida em sociedade está sujeita à lei da selecção natural dos mais fortes e que os mais fracos podem rebentar contra a parede.»
Prof. Fátima Bonifácio, in Público
Despesas sociais em % do PIB
Dados de 2010. Lido o gráfico, facilmente se conclui que o Estado português tem dinheiro para a Educação e a Saúde, não tem é para a Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações.
Tendo em conta os cortes aplicados no ministério da Educação e Ciência desde 2010, a % do PIB gasta no setor deve situar-se na casa dos 4.
sábado, 9 de março de 2013
A origem do chá
Por Alice Vieira
DIZEM que foi um imperador chinês que o descobriu.
Preocupado com longas epidemias que assolavam o império, ordenou que toda a gente bebesse água sempre fervida.
Um dia, estava ele à sombra de uma árvore e pediu água. Lá lhe trouxeram a água a ferver, e ele teve de esperar alguns minutos, pois até mesmo quem é imperador não aguenta água a escaldar pela goela abaixo.
Enquanto esperava, não reparou que umas folhas da árvore tinham caído para dentro do copo (chávena? caneca? malga?) e a água tinha ficado um bocado para o castanho.
O natural seria – sobretudo rodeado de epidemias por todos os lados… - que deitasse fora aquela mistela e voltasse a pedir mais água fervida, e nós nunca viríamos a saber de nada.
Mas não.
Ou porque a vista já não estivesse lá muito apurada, ou porque a sede fosse insuportável, ou porque – e eu aposto nesta... — pensou que a um imperador nada de mal podia acontecer, o certo é que bebeu tudo. E até gostou!
Ler mais aqui.
sexta-feira, 8 de março de 2013
quarta-feira, 6 de março de 2013
'A Capoeira'
O
quadro “A capoeira” foi pintado pela artista Maria Paula Figueiroa Rego, tendo
como nome artístico Paula Rego, que nasceu a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa.
O nome de “capoeira” foi atribuído pela autora por significar, segundo esta, o
espaço da espera, da prisão e da ausência de perspetiva.
O
mundo interno e secreto da mulher é muitas vezes retratado. Neste quadro, esse
ambiente é ricamente representado numa espécie de homenagem à gravidez que
sendo uma das fases da vida exclusivamente femininas. Paula Rego recria
emoções, sentimentos e receios evidenciados nesta etapa, aproveitando para
igualmente retratar os pensamentos e medos que pairavam na cabeça da senhora
representada no quadro.
Neste
quadro, vemos quatro personagens femininas, três das quais têm as mesmas
características faciais, enquanto a restante é, pela expressão facial, mais
velha. Estas três figuras representam a Amélia em três momentos diferentes da
gravidez. No centro do quadro e em grande plano, vemos duas dessas personagens:
a primeira encontra-se sentada e ligeiramente inclinada para a frente, o que
nos indica, devido a esta posição, que a gravidez ainda está no princípio, o
que é reafirmado pelo ar sonhador e calmo da personagem, parecendo que sonha
com o Amaro que a virá salvar daquela “jaula” e com o filho, que será o seu
libertador; a segunda figura encontra-se também sentada, mas agora num cadeirão
mais confortável, com apoio para os braços e sobre a qual está recostada,
deixando bem visível a barriga saliente de uma gravidez já avançada, isto,
conjugado com o facto de ter uma boneca excessivamente pequena no colo, indica
que o nascimento do bebé está próximo. O seu rosto já apresenta sinais de
preocupação, como também simboliza o receio natural de todas as futuras mães.
Num
plano mais afastado, vemos Amélia, já de cabelo solto, a ser ajudada a
levantar-se da cama depois do parto por uma mulher mais velha, a parteira. A
grande referência à obra está no significado dos restantes elementos que
compõem o quadro e sabendo que na obra literária original Amaro mata o seu
próprio filho e Amélia acaba por morrer também, podemos ver no chão do quarto,
num plano próximo do observador, um livro vermelho. À sua frente podemos ver um
pombo moribundo e, sabendo que este animal é usado como correio para o
transporte de notícias, entende-se que a notícia esperada ou já comunicada não
é boa, será antes o aviso de morte, informação confirmada pela conjugação com a
galinha morta que se encontra pendurada no canto superior esquerdo, simbolizando
a morte do bebé, e da própria Amélia, como no texto original. Do ventre redondo
à boneca minúscula, a tela sugere a espera e a morte do filho.
Apesar de o nascimento de uma criança ser, supostamente,
um momento de alegria, neste quadro está representado exatamente o contrário,
pois, apenas vemos expressões e símbolos que nos traduzem morte, dor e tristeza.
Bibliografia:
- http://texere.blogspot.pt/2005/01/capoeira.html
- http://www.infopedia.pt/$paula-rego
- http://members.shaw.ca/eduardobpinto/lilian_pagina_catorze.html
- http://pt.scribd.com/doc/74135255/Analise-Das-Imagens
- http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/4768.pdf
- http://opatio.com.sapo.pt/arqmpsite/tx/educacaofamiliar_naobradepaularego.pdf
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