quinta-feira, 8 de março de 2012
Maria Monforte
Sinteticamente, a descrição que o narrador nos fornece desta personagem é a seguinte:
- filha de Manuel Monforte, natural dos Açores;
- loura;
- "testa curta e clássica";
- olhos maravilhosos;
- "perfil grave de estátua";
- vista por Pedro "como alguma coisa de imoral e superior à Terra";
- "um ideal da Renascença";
- vive rodeada de luxo;
- lê novelas (românticas);
- é conhecida em Lisboa pela alcunha pejorativa de «a negreira», alcunha ligada a seu pai e à forma como fizera fortuna, enquanto comandante de um navio de transporte de escravps;
- a sua extrema beleza deslumbra Lisboa;
- misteriosa;
- apresenta traços de transgressão: "toilettes excessivas e teatrais".
Após a lua-de-mel, em Itália e Paris, de regresso a Arroios, Maria exige que Pedro escreva a Afonso. Quando este a rejeitou, ela apressou ao casamento e a partida para Itália como forma de vingança e de lhe demonstrar que valia mais o seu poder de sedução do que as tradições familiares e o grau de parentesco. No entanto, com o regresso a Lisboa deseja a reconciliação para se poder mostrar à sociedade da capital «pelo braço desse sogro tão nobre e tão ornamental». Perante a recusa de Afonso, Maria injuria-o, chamando-lhe «D. Fuas» e «Barbatanas».
Depois do nascimento da filha, recusa-se a amamentá-la, embora a adore e acarinhe em êxtase de idolatria. Relativamente ao marido, detém grande poder sobre ele e usa-o astutamente, como o demonstra o episódio da tentativa de reconciliação. Note-se a este propósito o facto de o narrador omitir o nome da criança, para que não seja explícito antes do momento indicado que Carlos e Maria Eduarda são irmãos. Sobre ela ficamos apenas a saber que se trata de «uma linda bebé, muito gorda, loura e cor-de-rosa, com os belos olhos negros dos Maias».
As soirées de Arroios mostram-nos uma Maria avançada para o seu tempo. Por exemplo, fuma e joga com os homens. Por outro lado, lá estão presentes os traços que a marcam desde o início do romance: o luxo, a ostentação, a mundaneidade, as paixões que desperta e que suscitam os ciúmes do marido, apaziguados com carícias e mimos.
Com efeito, Maria Monforte recebe e vive requintadamente, rodeada de luxo, fausto e ostentação. Esclarece-nos o narrador que «nunca fora tão formosa», que escolhe a túlipa, «opulenta e ardente», para flor que a simbolize - uma flor que sugere a sua sensualidade, que desperta paixões em todos os amigos de Pedro; em suma, uma mulher muito sensual e sedutora.
Preenche o ócio diário lendo novelas românticas, que a influenciam de tal modo que escolhe o nome do segundo filho, entretanto nascido, a partir do nome de uma personagem de uma dessas novelas. Será também o conteúdo dessas novelas que a ajudam a lançar nos braços de Tancredo, a quem dedica, a partir de determinado momento, uma paixão revelada pelos seguintes indícios:
As soirées de Arroios mostram-nos uma Maria avançada para o seu tempo. Por exemplo, fuma e joga com os homens. Por outro lado, lá estão presentes os traços que a marcam desde o início do romance: o luxo, a ostentação, a mundaneidade, as paixões que desperta e que suscitam os ciúmes do marido, apaziguados com carícias e mimos.
Com efeito, Maria Monforte recebe e vive requintadamente, rodeada de luxo, fausto e ostentação. Esclarece-nos o narrador que «nunca fora tão formosa», que escolhe a túlipa, «opulenta e ardente», para flor que a simbolize - uma flor que sugere a sua sensualidade, que desperta paixões em todos os amigos de Pedro; em suma, uma mulher muito sensual e sedutora.
Preenche o ócio diário lendo novelas românticas, que a influenciam de tal modo que escolhe o nome do segundo filho, entretanto nascido, a partir do nome de uma personagem de uma dessas novelas. Será também o conteúdo dessas novelas que a ajudam a lançar nos braços de Tancredo, a quem dedica, a partir de determinado momento, uma paixão revelada pelos seguintes indícios:
- a excitação e noite mal dormida perante a ideia de ter «um príncipe entusiasta, conspirador, condenado à morte, ferido agora, por cima do seu quarto»;
- os ciúmes que sente perante as idas constantes da arlesiana ao quarto de Tancredo;
- a pergunta a Pedro se «era necessária (...) constantemente a sua própria criada no quarto de Sua Alteza!»;
- a sua palidez e a sua cólera quando Pedro lhe responde que Tancredo achava «picante» a arlesiana;
- o choro da arlesiana após uma conversa com Maria;
- os suspiros sem razão (pág. 43).
A partir de determinado momento, Maria muda radicalmente o seu comportamento e a sua postura:
- troca o vestuário luxuoso por um vestuário negro;
- suspende as soirées mundanas por outras singelas onde faz crochet, estuda música clássica e fala de política com sisudez, apenas com alguns íntimos;
- é adepta da Regeneração;
- organiza uma associação de caridade, a Obra Pia dos Cobertores;
- visita os pobres;
- torna-se devota;
- a «deusa» transforma-se em terna Madona e vai adiando para o inverno a visita de reconciliação com Afonso.
No capítulo III, temos notícia da sua presença em Paris sob o nome de Madame de l'Estorade, porque aí viera habitar com Mr. de l'Estorade, «um jogador, um espadachim, que a explorou e depois abandonou. «Pobre, formosa, doida, excessiva», nas palavras do narrador, sobrevive como uma prostituta: «... está com quem lhe paga.». Antes de Paris, tinha vivido na Áustria com Tancredo e com o pai durante três anos. Depois, fora para o Mónaco, onde Tancredo acabou morto em duelo. Entretanto faleceu também o papá Monforte, arruinado pelo luxo da filha, pelas viagens e pelas perdas do napolitano no jogo. Depois destes acontecimentos, deslocara-se para Londres.
Pedro da Maia
Incluída na longa analepse que se inicia no capítulo I, a história exemplar de Pedro da Maia norteia-se pelos princípios naturalistas, segundo os quais a personalidade do indivíduo dependia da conjugação de três fatores: a hereditariedade, a educação e o meio.
1. Educação
2. Hereditariedade
3. Meio
- O Romantismo (Ultrarromantismo) hiper-sentimental e lamechas: «romantismo torpe»;
- o vaguear pelos lupanares e botequins;
- a vida de boémia, «dissipada e turbulenta», de «estroinice banal»: os distúrbios no Marrare, as «façanhas nas esperas de toiros, de cavalos esfalfados", as pateadas em São carlos;
- as devoções (as leituras devotas);
- a família (a mãe).
Numa perspetiva determinista, o comportamento do Homem não é espontâneo, mas influenciado por determinados fatores: a hereditariedade, o meio e a educação.
Pedro cresce pequeno, nervoso e indiferente a quaisquer interesses, apesar da sua inteligência viva, com grande paixão pela mãe, cuja morte provoca nele longos dias de prostração e apatia, seguidos de outros de dissipação e estúrdia para afogar o seu sofrimento, a sua dor, e novamente de uma fase de abatimento e devoção religiosa. Tornar-se-á num bom representante dessa exaltação sentimental que, posteriormente, o fará fracassar no suicídio, de toda uma geração romântica, orientando-se pelos valores indiviodualistas, desligada dos problemas sociais. Dessa fase será libertado pela paixão por Maria Monforte.
4. Comportamentos
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4. Comportamentos
- A promessa, feita após a morte da mãe, de dormir durante um ano sobre as lajes do pátio;
- as visitas diárias ao túmulo da mãe, carregado de luto pesado;
- os distúrbios, a boémia e a estroinice;
- as leituras devotas;
- a mudança frequente de comportamentos e atitudes.
5. A paixão por Maria Monforte
5.1. A paixão romântica
- paixão súbita / à primeira vista => paixão fatal;
- namoro "à antiga";
- escrita diária de duas cartas febris de seis folhas de papel a Maria;
- oferta de ramos das mais belas camélias dos jardins de Benfica;
- as ausências ao jantar em Benfica;
- as crises de abatimento.
5.2. A oposição de Afonso
- ao conhecer os pormenores hediondos relativos à família de Maria Monforte, Afonso opõe-se ao relacionamento amoroso;
- recusa ao filho a autorização para se casar com ela (o que não impede o casamento);
- o talher de Pedro é retirado da mesa;
- Vilaça nota em Afonso, que nele se apoia pesadamente, a primeira tremura do velho;
- a referência a Pedro é riscada da conversação.
5.3. Os presságios
- a parecença de Pedro com um avô da mãe, que enlouquecera e se enforcara: aponta para o suicídio de Pedro;
- a paixão por Maria é descrita como "um amor à Romeu, vindo de repente numa troca de olhares fatal...":
- a oposição paterna (de Afonso da Maia);
- a presença do fatalismo;
- os indícios de tragédia (a morte dos amantes na peça de Shakespeare encontra, n' Os Maias, equivalência na morte de Pedro;
- o vestido cor-de-rosa: a cor simboliza a vida romântico em que Pedro se enleou;
- a cor dos olhos de Maria ("azul sombrio"): sugere a existência de sombras, ou seja, complicações, naquela relação amorosa;
- a ramagem de um verde triste: constitui o prenúncio da tristeza que ensombrará a relação;
- a sombrinha que envolve totalmente Pedro da Maia parecia a Afonso "... uma larga mancha de sangue...":
- o suicídio de Pedro;
- o incesto de Carlos e Maria Eduarda (a relação amorosa entre dois irmãos de sangue),
- o ramo que se esfolha num vaso do Japão sugere a morte de Pedro.
Em jeito de conclusão, assinale-se o estado de espírito de Pedro nos momentos que antecedem o seu suicídio e que vem comprovar estarmos na presença de uma personagem que é «um fraco em tudo». Com efeito, ele surge em casa do pai num estado de absoluto desespero e descomposto: enlameado, desalinhado, com a face lívida, os cabelos revoltos um olhar de loucura.Com o rosto devastado, envelhecido, chora perdidamente, lançando-se nos braços do pai.
Num primeiro momento, ainda pensa perseguir Maria e Tancredo, mas desiste rapidamente dessa intenção, revelando, desde já, a sua incapacidade para reagir frontalmente às situações adversas. Ao longo da noite que antecede a morte, Pedro revela grande agitação e falta de autodomínio, sobretudo por não saber o que fazer e por se ver naquela situação. Por momentos, revela toda a sua fúria contra o «amigo» Tancredo, que fugiu com a esposa, e contra esta, que o atraiçoou fugindo e deixando-o numa situação miserável. Antes do momento fatal, escreve uma carta final ao pai.
Maria Eduarda Runa
"Linda morena, mimosa", Maria Runa é uma fidalga filha do conde de Runa, doente e frágil.
Acompanha o marido, Afonso da Maia, no exílio, mas mostra-se sempre infeliz em Inglaterra, andando sistematicamente pensativa e triste, a tossir, a suspirar e calada, mostrando assim a sua nostalgia / saudade de Portugal.
De facto, "verdadeira lisboeta, pequenina e trigueira", Maria Runa é hostil a tudo o que tenha a ver com a Inglaterra, pelo que, durante o período em que lá vive, surge constantemente pensativa, melancólica e inativa. Definha gradualmente e entrega-se à religião de uma forma beata e incondicional. Nem a viagem a Roma e a proximidade do Papa diminuem as saudades do solo pátrio.
Odiando aquela terra de hereges, não consente que seu filho Pedro estude no colégio de Richmond, porque, segundo ela, aí não se ensinava o «seu catolicismo». Assim, convoca o padre Vasques, capelão de Runa, para educar o filho, que superprotege, facto que terá consequências nefastas para ele futuramente.
A última notícia que temos dela é proveniente do narrador, que nos informa que morreu "numa agonia terrível de devota".
Deixis / Deíticos
- Deixis, etimologicamente, liga-se ao ato de mostrar, de apontar através da linguagem.
- A deixis designa o conjunto de palavras ou expressões que têm como função apontar para o contexto situacional, isto é, que assinalam as marcas da enunciação: o locutor - o sujeito que enuncia, o interlocutor - o sujeito a quem se dirige, o tempo e o espaço da enunciação.
- O locutor / sujeito da enunciação é o fulcro a partir do qual se estabelecem as coordenadas do contexto:
- EU: a pessoa que fala
- TU: a pessoa que me escuta
- AQUI: o lugar em que o EU se encontra
- AGORA: o momento em que o EU fala
- Dito de outra forma: para que o discurso seja coerente, é necessário que esteja adequado a uma situação de comunicação (o chamado contexto situacional). Os dois elementos envolvidos na produção de qualquer enunciado ou discurso - o EU (locutor) e o TU (interlocutor) - inserem-se num determinado tempo (AGORA) e num determinado espaço (AQUI) e partilham (ou não) um universo de referência - o mundo extralinguístico.
- Os deíticos são as palavras ou expressões (os elementos linguísticos) que, não tendo um valor referencial próprio, remetem para a situação em que é produzido o texto, isto é, permitem situar o enunciado em relação a um tempo, a um espaço, aos sujeitos e às circunstâncias diversas de comunicação.
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1. Deixis pessoal
- Indica as pessoas do discurso, que participam no ato de enunciação.
- Integram este grupo:
- os pronomes pessoais de 1.ª e 2.ª pessoa: eu, tu, nós, vós, me, te, nos, vos...;
- os determinantes e pronomes possessivos de 1.ª e 2.ª pessoa: meu, teu, nosso, vosso...;
- os sufixos flexionais de pessoa-número: cantas, cantamos...;
- os vocativos.
2. Deixis espacial
- Assinala a localização espacial de indivíduos ou objetos, tendo como ponto de referência o lugar em que decorre a enunciação.
- Integram os deíticos espaciais:
- os advérbios com valor locativo (= de lugar): aqui, ali, além, cá, lá...;
- as locuções adverbiais com valor locativo: aqui perto, lá de cima...;
- os pronomes e determinantes demonstrativos: este, esse, aquele, aquilo, o outro, o mesmo...;
- alguns verbos que indicam movimento: ir, vir, trazer,levar, partir, chegar, aproximar-se, afastar-se, subir, entrar, sair, descer...;
- algumas preposições e locuções prepositivas: perante, ao lado de...
- Ex.: Dê-me aquele bolo.
O determinante demonstrativo aquele aponta para um bolo presente no contexto situacional e localiza-o num espaço distante do(s) interlocutor(es).
3. Deixis temporal
- Localiza, no tempo, factos relacionados com a enunciação (o momento da enunciação e o que, em simultâneo, ocorre com ela; o que ocorre antes do momento da enunciação; o que o locutor pensa que virá a acontecer depois).
- Integram os deíticos temporais:
- os advérbios de tempo: ontem, hoje, amanhã...;
- locuções adverbiais ou expressões de tempo: na semana passada, no dia seguinte, no próximo mês...;
- os sufixos flexionais de tempo-momento-aspeto: falávamos, cantarás...;
- alguns adjetivos: futuro, atual, contemporâneo...;
- alguns nomes: véspera...;
- algumas preposições e locuções prepositivas: após, depois de, antes de...
- Ex.: Quando tu entraste, ontem, em casa, a mãe já tinha saído.
O advérbio ontem é um deítico cujo valor referencial depende do conhecimento acerca do momento de enunciação: será impossível interpretar ontem sem se saber quando foi produzido o enunciado.
O pretérito perfeito entraste constitui um ponto de referência fundamental, remetendo para um tempo anterior ao da enunciação e, simultaneamente, fixando um ponto de referência discursivamente construído para uma nova relação de anterioridade expressa pelo pretérito mais-que-perfeito composto tinha saído.
4. Deixis social
- Assinala a relação hierárquica existente entre os participantes na interação discursiva e os papéis que desempenham.
- Desempenham a função as formas de tratamento: o senhor, o senhor diretor, o senhor presidente, vossa excelência...
5. Deixis textual
- Demarca e organiza, anafórica e cataforicamente, o tempo e o espaço do próprio texto (escrito ou oral).
- Constroem a deixis textual expressões como como referir antes, a ideia antes expressa, como se referiu no parágrafo anterior, como se demonstrou acima, veremos seguidamente...
IMPORTANTE
- Não se deve confundir elementos anafóricos com deíticos.
- Os elementos anafóricos identificam-se como elementos de retoma (relação entre termos / expressões linguísticos), enquanto os deíticos referenciam a situação de enunciação (relação do termo / expressão linguística com a situação de produção do enunciado).
Exemplo 1: anafóricos
. A casa da Maria é acolhedora. Ali sente-se a humanidade que a caracteriza.
Exemplo 2: deíticos
. Quero que me dês os apontamentos que estão ali.
quarta-feira, 7 de março de 2012
"Os companheiros do medo"
A imagem retratada na figura [no quadro],
intitulada “Os companheiros do medo”, foi criada em 1942 por René Magritte, que
foi um pintor belga, nascido a 21 de novembro
de 1898, que se dedicou ao surrealismo e que foi morrer [morreu] em Bruxelas a 15
de agosto de 1967.
Em primeiro plano, observam-se,
imediatamente, duas corujas e três mochos e, em segundo plano, observam-se
montanhas e o céu. No primeiro plano, estão representados animais da noite que
nos remetem para a falta de vida, assim como todo o solo onde elas se
encontram, desprovido de cor, avistando-se apenas pequenas plantas e um curto
areal. Em segundo plano, observam-se montanhas no horizonte, com neve, e um céu
escuro carregado de nuvens. Toda a imagem nos remete para o título, pois só nos
faz recordar morte e agonia. A imagem é caracterizada por cores frias e
tristes, como o cinzento e o preto, e a morte é simbolizada pelos mochos, as
corujas, as nuvens carregadas e o solo nú [nu].
O ato segundo da peça Frei Luís
de Sousa relaciona-se com a imagem, devido ao facto de que, tal como a
imagem, nos remete para a ausência de vida,
a agonia e o desespero, aquele também é caracterizado pela tristeza da chegada ao palácio que outrora fora de D.
João de Portugal e pela descoberta iminente das personagens.
"Os companheiros do medo"
Na página 118 do manual, encontra-se
uma imagem que é obra do famoso pintor belga René Magritte, intitulada de “Os
companheiros do medo”. René Magritte nasceu em Lessines, no dia 21 de novembro
de 1896, morrendo no dia 15 de agosto de 1967, em Bruxelas. Com 52
anos (em 1942), desenvolveu a obra presente na página referida anteriormente.
A
obra tem como plano principal 5 aves noturnas, nomeadamente mochos e corujas.
Os animais referidos procuram alimento e mantêm-se acordados durante a noite e
descansam durante o dia, sendo este processo diferente do da maioria dos animais.
A noite caracteriza o medo, sendo o pesadelo de muitas pessoas e principalmente
da maioria das crianças, pois é durante a noite que as supostas criaturas
assustadoras aparecem. A origem do nome da obra provém do facto de estes seres
circularem durante a noite (como se fossem criaturas assustadoras do imaginário
infantil). Dos 5 animais representados, 3 são grandes e os 2 restantes são mais
pequenos, porém todos eles têm uma cor bastante escura, em tons de
castanho-escuro. As patas das criaturas estão representadas por folhas que
estão presas ao solo, sendo este constituído por algumas rochas.
O
segundo plano da obra é precisamente o fundo desta. Nele estão representados
várias montanhas com diversos espaços brancos. O céu também faz parte do
segundo plano da obra, estando o topo do céu representado por diversas nuvens
negras, podendo adivinhar-se uma tempestade. O único ponto de luz do quadro
está na parte do céu que se encontra mais junto das montanhas, estando essa
parte em tons de amarelo.
A
obra Frei Luís de Sousa relaciona-se
com a imagem, pois nela as personagens vivem atormentadas pelo medo e o quadro
representa o medo provocado pela noite e pelas criaturas noturnas. e no Frei Luís de Sousa algumas personagens
atormentam outras como se fossem as criaturas da noite.
domingo, 4 de março de 2012
Lisa Marie & Elvis Presley - "In The Ghetto"
Maravilhas da tecnologia: pai e filha juntos pela primeira vez, trinta anos depois da morte dele.
Ensino público "versus" ensino privado
Alunos vindos de privadas têm piores notas
Um estudo da Universidade do Porto concluiu que a classificação de entrada não permite prever o desempenho académico individual e que, em média, os estudantes provenientes de escolas privadas revelam pior desempenho do que os das escolas públicas.
sábado, 3 de março de 2012
Emigrem!
O primeiro ministro aconselha os portugueses sem emprego a emigrar. Eles seguem o conselho. Depois, dá nisto:
Portugueses que estão a emigrar para o Luxemburgo em grandes dificuldades
sexta-feira, 2 de março de 2012
quinta-feira, 1 de março de 2012
Caetano da Maia
Pai de Afonso, Caetano da Maia é um «português antigo e fiel», um conservador.
Fidalgo beato e religioso, antijacobino ferrenho e miguelista convicto, expulsa o filho de casa, sem mesada, no entanto as lágrimas da mulher e as razões da tia Fanny levam a desterrá-lo para Santa Olávia por causa das suas ideias políticas.
Afonso da Maia
1. Retrato atual
a. Retrato físico
- Afonso da Maia é um velho «mais idoso que o século». Tendo em conta que a ação se inicia em 1875, tal significa que a sua idade será superior aos 75 anos, símbolo da sua sabedoria e experiência de vida;
- É forte, saudável e resistente aos desgostos e à passagem dos anos;
- Um pouco baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes;
- Tem a face larga, o nariz aquilino e a pele corada, quase vermelha;
- Cabelo branco cortado à escovinha e longa barba branca.
b. Retrato moral
- Ama os seus livros, o seu whist, o conforto da sua poltrona e o seu semelhante, praticando assiduamente a caridade, o que evidencia o seu lado caridoso, generoso e solidário.
c. Retrato social
- Rico, graças a um conjunto de heranças que a família recebeu e que possibilitam que não tenha trabalhado um único dia da sua vida.
2. Breve história de Afonso da Maia - Grande analepse
A analepse inicia-se em 1820, ano da Revolução Liberal, e abrange 55 anos, pois termina em 1875.
a. Primeiro exílio (voluntário)
a. Primeiro exílio (voluntário)
- Rebelde, liberal e jacobino, segundo o pai, lê Rousseau, Volney, Helvécio e a Enciclopédia, de Tácito de Rabelais.
- Adepto da Constituição, maçon (segundo o pai), defende valores opostos ao deste, pelo que é expulso de casa para Santa Olávia.
- Enfastiado do campo e perdoado, Afonso regressa a Lisboa e parte, quase de seguida, rumo ao exílio voluntário em Inglaterra, onde vive confortavelmente com o dinheiro do pai, portando-se sempre como diletante e estrangeirado, indiferente à situação política portuguesa, esquecendo os seus correligionários maçónicos e de lides políticas, que, em Portugal, continuam a sua intervenção política militante e ativa contra o Absolutismo e são perseguidos por D. Miguel nos dias da Abrilada, enquanto ele assiste às corridas em Epson.
- Este conflito entre pai e filho é, no fundo, um conflito entre duas gerações. De um lado, temos Caetano da Maia, miguelista, absolutista, conservador e beato; do outro, Afonso, liberal, revolucionário e inovador.
b. Casamento
- Afonso regressa a Lisboa por causa da morte súbita do pai.
- Casa com Maria Eduarda Runa, da qual tem um filho, Pedro da Maia.
- Faz obras em Benfica, preparando o futuro.
- Face à Lisboa miguelista, recorda com saudades a Inglaterra e anseia por uma aristocracia tory que possa repor a ordem, o progresso e a moral.
c. Segundo exílio (forçado)
- Vendo o seu domicílio invadido pelos seguidores de D. Miguel, exila-se novamente em Inglaterra, onde vive rodeado de luxo.
- Observa as desigualdades que existem entre os emigrados liberais, o que o leva a descrer do liberalismo, mas nunca se envolve ativamente no combate às mesmas.
- Pelo contrário, estuda e admira a língua e a cultura inglesas, integrando-se com naturalidade no universo social e cultural inglês. Conserva a prática da caridade e da solidariedade.
- Mostra-se impotente face ao fanatismo religioso e à ignorância da mulher. Procurando despertá-la desse estado de espírito, viaja para Roma e, posteriormente, regressa a Benfica. A deterioração da doença e do beatismo de Maria Runa tornam-no cada vez mais ateu e revoltado contra a pobreza espiritual do país.
d. Suicídio de Pedro
- Mostra-se colérico por ver o filho naquela situação humilhante, antecipando o escândalo, a desonra da família e «o seu nome pela lama»;
- Mostra-se, por outro lado, indignado pela incapacidade de Pedro reagir «como homem» à situação, lançando-se, em vez disso, «... para um sofá, chorando miseravelmente...»;
- Porém, a visão de Pedro mergulhado na dor lancinante reaviva-lhe toda a ternura pelo filho;
- Sente enorme carinho e felicidade e fica embevecido quando pega no neto pela primeira vez;
- Ao jantar, não come quase nada e deixa-se cair num estado de melancolia, centrando o seu pensamento na desgraça («... pensando em todas as coisas terríveis que assim invadiam num tropel patético a sua paz de velho...»);
- É resgatado desse estado pela antevisão de futuras alegrias na presença do neto;
- Após o suicídio, parte para Santa Olávia mergulhado em pesado luto, o que leva Vilaça a afirmar que «... o velho não durava um ano». No entanto, o neto dar-lhe-á a força para sobreviver à desgraça do filho e viver.
(em atualização)
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