Sexta-feira
13 é considerado um dia de azar e um poço de superstições. Qual será a origem
desta associação do dia a diversos mitos, crenças e curiosidades? Uma coisa é
certa: todos os meses começados a um domingo terão uma sexta-feira 13.
O medo resultante da ocorrência deste dia tem um nome: parascavedecatriafobia. O Instituto da
Fobia de Ashville, na Carolina do Norte, Estados Unidos, estima que entre 17 e
21 milhões de norte-americanos sofram desta doença, que também é conhecida por frigatriscaidecafobia. Muitas destas
pessoas não saem de casa quando a sexta-feira coincide com o dia 13 do mês, com
medo que algo de mal lhes aconteça. Por outro lado, há quem sofra de um medo
incontrolável apenas do número 13. Essa fobia também está estudada
cientificamente e chama-se triskaidekaphofia.
O cantor brasileiro Roberto Carlos, por exemplo, tem tanto medo dos maus
agouros que às sextas-feiras 13 simplesmente não trabalha. Pelo sim, pelo não,
tira folga nos outros dias 13 do ano. Em vários países asiáticos, nomeadamente
no Japão, o número 13 não existe nos prédios. Os números dos elevadores dos
prédios mais altos, por exemplo, saltam do 12 para o 14.
Por outro
lado, este dia é pródigo em acontecimentos trágicos:
. O dilúvio bíblico,
relatado no livro do Génesis, terá começado precisamente numa sexta-feira 13.
Só Noé ‑ e a sua família ‑, instruído por Deus a construir uma arca que pudesse
albergar um casal de cada espécie existente na Terra, escapou.
. A queda do avião que
levava a equipa uruguaia de rúgbi nos Andes foi numa sexta-feira 13, em 1972.
. O maior incêndio da
história da Austrália, onde todos os anos ardem quilómetros e quilómetros de
floresta, deflagrou a uma sexta-feira 13, em 1939. Nesse dia, mais de 20 mil
quilómetros quadrados de floresta arderam e 71 pessoas perderam a vida.
. De acordo com uma
seguradora britânica, nas sextas-feiras 13 o número de acidentes de automóvel
sofre um acréscimo na ordem dos 13%.
As
explicações em torno desta superstição são várias e de diversas origens.
Uma
das principais explicações provenientes do Ocidente prende-se com a Última
Ceia, durante a qual Jesus se sentou à mesa com 12 apóstolos, sendo ele o 13.º
elemento na mesa. Além disso, foi crucificado numa sexta-feira.
Outra
das mais comummente aceites está relacionada com a ordem dos Templários. O rei
Felipe IV de França sentia-se ameaçado pelo poder e influência exercidos pela
Igreja católica no país. Para contornar a situação, tentou entrar na ordem
religiosa dos Cavaleiros Templários, que gozava de grande prestígio. No
entanto, o seu pedido foi declinado. Enfurecido, terá ordenado a perseguição
dos templários. Os que foram encontrados foram presos (aos milhares),
excomungados e até queimados na fogueira. Tal sucedeu numa sexta-feira, 13 de
outubro de 1307.
A
mitologia nórdica procura explicar a maldição das sextas-feiras 13 a partir de um
grande banquete organizado pelos deuses em Valhalla, no qual o seu chefe, Odin,
terá reunido outras onze importantes divindades. Uma delas, Loki, o deus da
discórdia e do fogo, ofendida por não ter sido convidada, foi ao encontro,
enganou um deus cego para que este ferisse Balder (ou Baldur), favorito de
Odin, ato que resultou na morte de Balder. Daqui terá surgido a ideia que
juntar 13 pessoas à mesma mesa é sinal de desgraça. Por isso, fica um de fora,
ou se convida um décimo quarto.
Um
segundo mito da mitologia nórdica explica esta superstição com o processo de
cristianização dos povos bárbaros que invadiram a Europa no início do período
medieval. Antes da conversão, eram politeístas e muito devotos de Friga, deusa
do amor e da beleza. Com o processo de conversão, passaram a amaldiçoá-la como
uma bruxa. Então, todas as sextas-feiras, Friga terá passado a reunir-se com 11
feiticeiras e com o Diabo, rogando pragas contra os homens.