Português

terça-feira, 31 de maio de 2011

V, 92-100 - Correcção

1. Estância 92

     1.1. O que justifica a doçura dos louvores e a justeza da glória?

          A justificação reside no esforço denodado que está na base dos feitos praticados.


     1.2. Qual o fim último do esforço dos nobres?

          Os nobres esforçam-se para que a sua memória não fique atrás da dos seus antepassados.


     1.3. Comente o significado / a importância da inveja, de acordo com os últimos quatro
            versos da estância.

          A inveja da história dos outros conduz à prática de grandes acções. De modo semelhante, o desejo de ser louvado estimula também o ser humano ao cometimento de grandes feitos ("valerosas obras").



2. Estância 93

     2.1. Refira o que apreciava Alexandre e o que despertava a inveja de Temístocles?

          Alexandre, mais do que os feitos de Aquiles, apreciava os versos de Homero que celebravam esses feitos do herói grego.
          Relativamente a Temístocles, a sua inveja era despertada pelo canto, pela exaltação, pela celebração dos feitos / das vitórias de Milcíades.



3. Estância 94

     3.1. Sintetize a mensagem dos quatro primeiros versos.

          Vasco da Gama esforça-se por mostrar que as navegações dos antigos heróis - Ulisses e Eneias -, tão celebradas no mundo, não merecem tanta glória como a sua, que é tão extraordinária que "o céu e a terra espanta".


     3.2. Refira o motivo por que Virgílio, o autor da Eneida, canta Eneias (além da grandi-
            osidade dos feitos).

          Virgílio canta Eneias porque há um herói que o estima / recompensa com presentes e favores, reconhecendo, assim,o seu talento e o valor da arte (da escrita).



4. Estância 95

     4.1. Explicite o valor da conjunção «Mas» que inicia o verso 3.

          A conjunção coordenativa adversativa destaca a contradição existente entre a quantidade de guerreiros e reis valiosos que o reino português produz e o facto de não possuírem qualidades artísticas, o que faz com que se tornem rudes e toscos. Em suma, destaca a inexistência de quem aprecie e valorize a arte, não obstante os heróis e feitos que poderiam ser celebrados por ela.



5. Estância 97

     5.1. Portugal é apresentado como excepção de algo. Explicite este raciocínio.

          Todos os grandes capitães latinos, gregos ou bárbaros, além dos grandes feitos que cometeram, eram dados às letras, algo que não sucede com os portugueses, que as desprezam. Deste modo, não há nenhum capitão português celebrado na poesia, o que revela o seu desprezo pelas letras e, consequentemente, a sua ignorância.


6. Estância 98

     6.1. Complete a paráfrase apresentada.
     Em Portugal, não há grandes poetas, não por falta de dotes naturais / talento natural, mas por os portugueses desprezarem as Artes / Letras. Se a situação não se alterar, dentro de algum tempo não haverá grandes heróis. Por outro lado, o Destino fê-los tão rudesintratáveis e insensíveis, tão desleixados de espírito, que poucos se importam com isso.


7. Estância 99

     7.1. O que justifica a fama do Gama?

          A fama de Vasco da Gama é justificada pelo amor à pátria e pelos seus «trabalhos».



8. Estância 100

     8.1. Refira o móbil da «acção» das Tágides.

          As Tágides modevm-se em razão do amor e do gosto de louvar os feitos lusitanos.


     8.2. Explicite o apelo final do poeta.

          O poeta apela a que ninguém desista de praticar grandes feitos, visto que serão recompensados de uma maneira ou de outra.



9. Síntese

     a) Camões critica, nestas estâncias, os portugueses porque:
  • os portugueses não cultivam as Letras, ao contrário do que faziam os heróis da Antiguidade;
  • os heróis portugueses são rudes;
  • a pátria é ingrata para quem a canta.
     b) Por outro lado, destaca a importância do registo futuro dos grandes feitos como meio de
         glorificação do povo português e incentivo ao surgimento de novos heróis.

     c) Além disso, o poeta faz duas advertências:
       1.ª) se Portugal persistir em ignorar o reconhecimento, por via das Letras, dos seus feitos e heróis, no futuro não terá homens ilustres e corajosos;
       2.ª) o embrutecimento dos espíritos desmotivará futuros cantores dos feitos portugueses.

Pólos estruturadores

          A acção de Memorial do Convento estrutura-se a partir da construção de três núcleos.

          O primeiro desses núcleos refere-se ao universo dos DOMINANTES, aqueles que detêm o poder e dele fazem uso em seu proveito pessoal. É constituído pela realeza e pelo clero, mais concretamente o alto clero, que, sucessivamente, nos é retratado em termos caricaturais (por exemplo, a relação sexual entre os monarcas, ou a cena em que é descrita a fuga precipitada de um frade, apanhado, em plena relação sexual, por um marido enganado).

          O segundo diz respeito ao universo dos DOMINADOS, contemplando quer os operários que trabalham na construção do convento de Mafra - cujo trabalho denodado e sacrificado o narrador não se cansa de exaltar e, em simultâneo, condenar, por resultar da vaidade e da megalomania do rei -, quer as sequências em que são denunciados a guerra, a fome, a mendicidade, a prostituição, a criminalidade, a opressão, as desigualdades sociais, etc.

          O último núcleo engloba as situações ALTERNATIVAS, isto é, a da construção do convento e a da passarola, bem como a relação amorosa vivida por Baltasar e Blimunda.

Velho do Restelo - IV, 94-104

domingo, 29 de maio de 2011

Mitificação do herói

VII, 78-87 - Correcção

1.º momento (estância 78):
  1. A invocação: "Vós, Ninfas do Tejo e do Mondego";
  2. Objectivo: pedir às Ninfas que lhe dêem inspiração para a composição da obra ("Vosso favor invoco");
  3. Razões do pedido: o receio de que, sem a inspiração das Ninfas, não seja capaz de cumprir o seu propósito ("Que, se não me ajudais, hei grande medo / Que o meu fraco batel se alague cedo").


2.º momento (estância 79 - 81): Argumentos do poeta:
  1. O poeta já cantou "o vosso Tejo e os vossos Lusitanos";
  2. Trabalhos e danos que enfrentou:
a) os perigos do mar (79, v. 5);
b) os perigos da guerra (79, v. 6);
c) a pobreza sofrida no Oriente (80, v. 1);
d) os trabalhos passados em regiões estranhas (80, v. 2);
e) as esperanças e as desilusões (80, vv. 3-4);
f) os perigos da navegação: o naufrágio que sofreu (80, vv. 5-8);
g) a ingratidão (81) dos senhores (82, v. 1) que o Poeta cantava e que, em vez de honra e glória, lhe inventaram novos trabalhos (81, vv. 7-8), levando os poetas do futuro a desistir de cantar os feitos que mereçam "ter eterna glória".


3.º momento (estâncias 82 a 86): Crítica ao exercício do poder:




4.º momento (estância 87): Intenções do poeta: cantar apenas aqueles que, arriscando a vida por Deus e pelo seu rei, merecem a imortalidade.
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