PowerPoint que sintetiza o estudo referente ao Renascimento: power-point-renascimento.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2024
Renascimento
Labels:
9.º Ano
,
Camões
,
Contexto
,
Os Lusíadas
,
Patreon
,
PowerPoint
Luís Vaz de Camões
Iniciam-se este ano e concluem-se no próximo as celebrações em torno dos 500 anos do nascimento de Camões.
domingo, 31 de dezembro de 2023
"Encontra-se" ou "se encontra"?
Neste caso, o pronome «se» deveria anteceder a forma verbal, dado que faz parte de uma oração subordinada substantiva completiva: "... revelou que a filha mais velha se encontra a estudar...".
Rita Pereira não é canibal
A piadola brejeira é óbvia, portanto adiante.
Rita Pereira e/ou o jornaleiro que escreveu este pedaço de prosa desconhecem a regência do verbo «ir», o qual, neste caso, pede a preposição «com»: ir com alguém fazer alguma coisa.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2023
Provas De Aferição (2018-2023) – Matemática, 8.º Ano
Comecemos pela Matemática e pelos resultados de 2018 e os de 2023.
Nos quatro domínios comparáveis, os resultados dos alunos que “conseguiram” ou “conseguiram, mas” foram em 2018 de 24,7%, (Números e Operações) 22,4%, (Geometria e Medida) 28,7% (Álgebra) e 17,3% (Org. Tratamento Dados). Em 2023 os resultados foram, respectivamente de 24,2% (- 0,5%), 9,5% (-12,9%), 23,9% (-4,8) e 20,3% (+2,7%).
É fazer as contas, por muito simplista que seja a apresentação das coisas.
. Resultados de 2018:
. Resultados de 2023:
FONTE: O Meu Quintal, blogue da autoria de Paulo Guinote
quarta-feira, 20 de dezembro de 2023
Apreciação crítica: análise do quadro "Golconde", de René Magritte
Plano de texto
Introdução (1.º par.) –
Identificação da pintura, do autor e aspetos da obra.
Desenvolvimento: descrição,
análise e avaliação:
2.º par.: do cenário;
3.º par.: das figuras humanas;
4.º par.: do tema do quadro.
Conclusão (5.º par.) –
Ideia central retirada sobre a pintura.
Introdução |
|
Título:
|
|
Um mundo diferente |
O
quadro “Golconde”, pintado em 1953 por René Magritte, poeta surrealista de origem
belga, nascido em 1898 e falecido em 1967, representa uma cena intrigante, que
rompe com as leis do mundo que conhecemos e nos traz para uma realidade marcada
pelo maravilhoso.
Desenvolvimento
|
–
|
Cenário
|
A
pintura retrata um cenário urbano e tem como pano de fundo um conjunto de
prédios alinhados, que preenchem a parte inferior e lateral da tela. Foi
engenhosa a ideia de representar, deliberadamente, edifícios monotamente
semelhantes: retilíneos, germinados, formando um contínuo. Todas as paredes
estão pintadas da mesma cor – castanho claro –, as janelas possuem todas a
mesma forma retangular, os telhados exibem o mesmo tom de vermelho. Certo é que
a conjugação das cores torna este conjunto arquitetónico harmonioso. Por
outro lado, nesta selva de cimento, o céu, pintado com matizes atraentes
de azul claro, é o elemento que confere vida à cena representada.
Desenvolvimento
|
–
|
Figuras
|
Esta
paisagem citadina revela-se claustrofóbica também porque o espaço deixado vazio
pelos edifícios é preenchido por dezenas de figuras humanas masculinas que se
encontram suspensas no ar, do topo à base da pintura, do primeiro ao mais
remoto plano. Não há sinais de movimento, mas as personagens podem ser sempre a
mesma figura: um homem de sobretudo preto e com um chapéu de coco também preto.
Deste modo, cria-se a ilusão, bem conseguida, de as personagens se
multiplicarem infinitamente.
Desenvolvimento
|
–
|
Tema
|
Numa
das interpretações possíveis, “Golconde” representa, de forma genial, a
sobrepopulação das cidades. Efetivamente, podemos nele ver uma crítica bem
construída ao facto de as cidades serem lugares claustrofóbicos (daí os
prédios) povoados por um número excessivo de pessoas. Assim se sugere que este
não é o espaço harmonioso para o ser humano viver. Mais ainda, o facto
de todos os homens se assemelharem é um indício preparado com grande
subtileza para denunciar que a cidade gera pessoas iguais, monotamente
indistintas.
Conclusão
|
Concluindo,
este é um quadro fascinante que representa uma cena de um mundo
diferente do nosso, mas que nos refletir sobre o nosso próprio mundo.
Análise do poema "A abelha que, voando, freme sobre", de Ricardo Reis
Nesta
ode, Ricardo Reis socorre-se de um inseto, uma abelha, para demonstrar o
contraste entre a mudança que ocorre na vida do ser humano e a imutabilidade da
Natureza.
Assim,
neste poema de três quadras, o «eu» começa por descrever uma situação em que
uma abelha, ao aproximar-se de uma flor e ao pousar nela, se confunde com esta
aos olhos de quem não presta atenção, “À vista que não olha”. A ideia expressa
na primeira quadra apenas se conclui no primeiro verso da segunda (transporte):
a abelha não mudou desde a Antiguidade, representada por Cecrops, o lendário
fundador e rei de Atenas (entre 1558 e 1508 a.C.), que ensinou aos gregos a
leitura, a escrita, o casamento e o cerimonial do sepultamento.
Pelo
contrário, o “ser que se conhece”, isto é, o ser humano, que tem consciência de
si mesmo e da sua individualidade, ao contrário do que sucede com os elementos
da Natureza, envelhece de forma distinta dos outros membros da sua espécie.
Dito de outra forma, o ser humano tem consciência de que envelhece, é diferente
dos outros seres e vai morrer, ou seja, conhece-se.
A
«abelha» é a mesma que outra que não ela.”, isto é, é igual a qualquer outra
abelha, de qualquer época, sem diferença ou individualidade, ao contrário dos
seres humanos, que, marcados pelo tempo, pela alma, pela vida e pela morte
(atente-se na enumeração e sucessão de apóstrofes), «compram» (metáfora) “Ter
mais vida que a vida”, ou seja, procuram algo mais do que a vida naturalmente
lhes oferece (sonhos, desejos, arte, cultura, etc.). Essa demanda é, todavia,
mortal, já que implica sofrimento e dor, desde logo porque o Homem está
condenado à morte, que tudo reduz a pó. Mas não é esse, afinal, o desejo do ser
humano, isto é, ser diferentes dos demais animais e não se limita a viver? “Ter
mais do que a vida”.
Assim,
neste poeta, o «eu» poético estabelece o contraste entre o ser humano, a única
entidade que é consciente de si mesma, e os outros animais, representados aqui
pela abelha, que são iguais e imutáveis. Além disso, o ser humano envelhece e
morre de forma diferente dos outros animais, exatamente porque é um ser
consciente, desde logo de si, e, por isso, sabe que envelhece e morre e esta
consciência, este saber que, provocando-lhe dor, angústia, sofrimento. Enquanto
ser irracional, a abelha de nada tem consciência, daí que não sofra, por
exemplo, com a passagem do tempo, o envelhecimento e a morte. A abelha é a
mesma desde a Antiguidade, o ser humano envelhece e diferencia-se dos outros
elementos da sua espécie, é único e mortal.
Em
suma, para Ricardo Reis, a questão que diferencia o ser humano e os animais é a
mortalidade do primeiro e a imortalidade dos segundos, neste caso não em
sentido literal, mas figurado, ou seja, a abelha, o exemplo de que se socorreu
o poeta, é tomada como um elemento de uma espécie [morre uma abelha, nasce(m)
outra e assim sucessivamente]. Pelo contrário, o Homem é encarado, não em
termos de espécie, mas como ser individual.
Análise do poema "As mãos da noite postas sobre a mesa : uma palma", de Manuel Gusmão
As mãos da noite postas sobre a
mesa : uma palma
As mãos da noite postas sobre a
mesa : uma palma
oblíqua à espera da surda cabeça
da manhã:
– a outra escura como se abrem
as folhas do chá.
Uma recordação e a sua névoa; um
rosto indeciso
entre o sono e o sonho, entre o
corpo do brilho
e a cintilação da noite : as figuras quebradas.
A ondulação é mais pressentida
que avistada. Pode
ser apenas a circulação do
sangue no animal ereto,
a tremulante auréola dos fetos
arbóreos. Ou
a luz que sobe da mesa onde as
mãos esperam, ou
do chão sobre que dançamos a
dança. Tomo
irrepetível a curva infinita de
uma linha, onde
O teu corpo não cessa de ter
nascido. Não cessa
Este poema
de Manuel Gusmão abre com uma imagem das mãos da noite – personificada – postas
sobre a mesa, indiciando uma atmosfera de silêncio, espera, contemplação. O que
simbolizará a peça de mobiliário? Um local de espera? De encontro? De espera?
Uma das palmas é ou está oblíqua, isto é, inclinada desviada, sugerindo uma
atitude de espera, enquanto a outra é escura, como as folhas de chá que se
abrem na água quente. A comparação que aqui é feita indicia uma atitude de
mistério, de profundidade e revelação, a partir da alusão à noite e à
escuridão. Por outro lado, associa a mão a um movimento ou abertura subtil (“como
se abrem as folhas do chá”), que remete para uma revelação gradual que se vai
operando. Recuando ao verso anterior, a mão cuja palma é oblíqua está à espera
da “surda cabeça da manhã”, ou seja, à espera do nascer do sol, que sucede sem
se ouvir. O amanhecer surge silenciosamente.
Na
segunda estrofe, o sujeito poético alude à memória, que está envolta em «névoa»,
isto é, estamos perante uma memória que não é clara, que é vaga ou distante. O “rosto
indeciso” representa a indefinição “entre o sono e o sonho”, entre o corpo do
brilho e a cintilação da noite, o que pode constituir uma imagem poética que
aponta para uma fronteira entre a vigilância e a sonolência.
O
terceiro terceto apresenta-nos uma ondulação apresentada como algo pressentido,
não necessariamente visto, isto é, trata-se de um movimento suave e ritmado que
é mais sentido do que visto, mais intuído do que percebido. O «eu» poético
coloca em questão se essa ondulação pode ser apenas a circulação do sangue no
animal ereto, isto é, no ser humano. Pode referir-se também à “tremulante
auréola dos fetos arbóreos”, quer dizer, a luz que se reflete nas folhas dos
samambaias, plantas antigas e resistentes que simbolizam a vida e a renovação.
Pode ainda ser “a luz que sobe da mesa onde as mãos esperam”, ou seja, a
claridade que se eleva da mesa onde as mãos descansam, a claridade que brota do
local onde a noite está presente. A referência ao “chão sobre que dançamos a
dança” (pleonasmo) aponta para uma ligação à terra e para o caráter terreno e ritualístico
da vida, uma expressão artística – a dança –, uma celebração da vida. A dança
desde sempre constitui uma forma ritualizada de celebração com múltiplos
significados, desde ritos de agradecimento ou de celebração dos deuses até
formas de sedução do outro. O recurso à conjunção coordenativa disjuntiva «ou»
indicia a multiplicidade de interpretações possíveis.
Os dois
últimos versos oferecem diferentes possibilidades de interpretação. A forma
verbal «tomo» remete para uma escolha: ele toma irrepetível a curva infinita de
uma linha, na qual o “teu corpo não cessa de ter nascido”, isto é, o corpo do
«tu» (a pessoa amada? a vida?) está em constante renovação e transformação.
O tema do sacrifício do filho / A intertextualidade no conto "A Aia"
O tema
do sacrifício do filho surge em textos seminais do Oriente, como, por exemplo,
a Bíblia, através de Abraão, e a mitologia grega, através de Ifigénia,
personagem da Ilíada.
Na
Bíblia, no Génesis, Abraão oferece o seu filho primogénito, Isaac, em
sacrifício para provar a sua fidelidade à divindade. Ora, o ritual é
interrompido pelo próprio Deus, que considera que o gesto de Abraão constitui
já prova de amor e adoração.
Há uma
relação entre o gesto de Abraão e a atitude da aia: a lealdade. Tal como sucede
com a figura bíblica, também no conto de Eça se confrontam a fidelidade a um
Senhor e o amor ao filho. No entanto, na casa da ama de leite, a lealdade é
levada ao extremo, tanto que o amor de mãe se torna secundário perante a
submissão à rainha e aos interesses do reino. Ao contrário do que sucede na
narrativa bíblica, o sacrifício do filho da aia não é interrompido por nenhum
Deus piedoso; o seu filho não é substituído pelo cordeiro, antes se torna o
cordeiro que substitui o príncipe.
O
episódio da Ilíada tem contornos semelhantes: o sacrifício de Ifigénia.
Agamémnon provocou a ira de...
Continuação da análise: aqui.
Subscrever:
Mensagens
(
Atom
)