3.1. Definição: o texto argumentativo é um texto
onde se expressa uma opinião (sobre alguém ou alguma coisa) e se procura
justificar ou refutar essa opinião por meio de argumentos.
A sua intenção
comunicativa é convencer, persuadir
o(s) interlocutor(es), levando-o(s) a aceitar determinado ponto de vista, ideia
ou produto, etc., obtendo assim a sua aprovação, ou refutar uma opinião alheia, estabelecendo relações entre factos,
hipóteses, provas e refutações. Deste modo, pode afirmar-se que um texto
argumentativo se caracteriza, por um lado, pela expressão de uma opinião que,
sendo controversa, suscita uma defesa e abre espaço de contestação e, por outro
lado, pela apresentação de argumentos a favor ou contra uma determinada tese.
3.2. Estrutura
O
texto argumentativo apresenta, geralmente, a seguinte estrutura:
. Tese: apresentação da opinião que se se
pretende defender.
. Premissa(s):
pode(m) ou não estar expressa(s), representando algo que é inequivocamente
aceite.
. Argumentos:
conjunto de provas ou razões que sustentam a tese, que devem ser fidedignas,
autênticas e relevantes. Podem funcionar como argumentos exemplos, ilustrações,
narrações, descrições, estatísticas, comparações, referências históricas, etc.
Normalmente, os argumentos são apresentados de forma gradativa e crescente,
partindo-se dos mais frágeis para os mais fortes e irrefutáveis.
. Conclusão:
é uma demonstração clara da tese defendida.
3.3. Géneros (ou tipos de textos argumentativos)
- discursos políticos
- publicidade
- discursos da imprensa
escrita e falada
- debates
- propaganda política
- discursos religiosos
- interações verbais da
vida quotidiana
- mundo académico
No
contexto social e académico, o protótipo argumentativo exige algum nível de
formalidade e determinadas competências como, por exemplo:
- saber utilizar os
argumentos;
-
distinguir entre um bom argumento e uma falácia (isto é, um falso argumento
como o jogo linguístico, o ataque e a desqualificação pessoais, a manipulação,
etc.);
- usar
argumentos de autoridade;
-
apresentar exemplos adequados e pertinentes;
-
estabelecer paralelismos e analogias.
3.4. Características
As
principais marcas linguísticas são as
seguintes:
. verbos de opinião e crença (“achar”, “julgar”,
“crer”, “dever”, “querer”, “gostar”, “ser preciso”, “concordar”, etc.);
. verbos declarativos (“afirmar”, “considerar”,
“declarar”, etc.);
. verbos que indicam uma relação entre a causa e o
efeito (“causar”, “motivar”, “originar”, “provocar”, “ocasionar”, etc.);
. uso frequente do verbo “ser” ou equivalente na
elaboração da tese;
. predomínio do presente, pretérito perfeito e futuro
do indicativo com valor universal;
. frases declarativas e interrogativas;
. marcadores e conectores discursivos com valores
diversos: aditivo (“mais”, “além disso”), exemplificativo / confirmativo (“por
exemplo”, “com efeito”), contrastivo (“mas”, “no entanto”, embora”),
explicativo e conclusivo (“porque”, “pois”, “com efeito”, “por conseguinte”);
. marcas linguísticas que expressam um ponto de vista.
Bibliografia:
. Domínios, de Zacarias Nascimento et alii;
. Gramática da Língua Portuguesa, de Clara Amorim;
. Itinerário Gramatical, Olívia Figueiredo e Eunice de
Figueiredo;
. Nova Gramática Didática de Português, Santillana.