quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
Texto dramático: finalidade, características e estrutura
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
Análise do poema "Nihil Sibi", de Miguel Torga
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
Análise de "Poema em Linha Reta"
segunda-feira, 24 de janeiro de 2022
Análise do capítulo CXV da Crónica de D. João I
- metonímia: refere-se aos
habitantes que tomaram partido / apoiaram D. Beatriz e o rei de Castela;
- coloquialismo (“Onde sabee”):
uso da 2.ª pessoa do plural e conectores aditivos – cativa e
aproxima o leitor dos factos narrados;
- adjetivação expressiva: «grande
e poderoso cerco» – intensifica a dimensão e a força do cerco castelhano,
sugerindo a valentia e a excecionalidade de quem lhe resistir – exaltação dos
Portugueses.
a. Muros:
- reparação e fortificação dos muros;
- construção de caramanchões de madeira
nas torres;
- apetrechamento das torres com armas
(lanças, bacinetes, armaduras, catapultas, etc.);
- distribuição da guarda dos muros
pelos nobres e burgueses, apoiados por grupos de soldados armados;
- estabelecimento de um sistema de
alarme em cada quadrilha: o repicar de um sino lá colocado (sempre que os
vigias ouviam tocar o sino, dirigiam-se rapidamente para a secção de uma
muralha que estavam incumbidos de proteger, bem como pessoas das outras torres
e a restante população;
- colocação de vigias noturnos nas
torres;
b. Portas da cidade:
- manutenção de 12 das 38 portas da
cidade abertas todo o dia, guardadas por soldados;
- controlo apertado das entradas e
saídas (por elas não passava ninguém, mesmo conhecido ou «importante», sem que
apresentasse uma razão para entrar ou sair);
- distribuição da guarda noturna de
algumas portas: as chaves de algumas portas/casas eram guardadas à noite e
recolhidas no Paço; outras eram entregues a pessoas de confiança, para as
poderem abrir de noite no sentido de passarem os batéis que transportavam
mantimentos para a cidade; junto à porta de Santa Catarina havia sempre uma
casa destinada ao tratamento dos feridos – uma espécie de hospital de
campanha atual, visto que, nessa zona, eram frequentes os confrontos entre
portugueses e castelhanos, dado que era a mais próxima do acampamento inimigo.
- construção de duas cercas de estacas
(duas estacadas “grandes e fortes”, feitas “de grossos e valentes paus”), uma
desde o mar até à cidade e outra junto ao mosteiro de Santa Clara, que não
permitiam a passagem de cavalos e homens a pé sem que tivessem de subir para
cima delas, o que seria muito perigoso – entre as estacas, havia espaços que
permitiam aos batéis abrigar-se, se fosse necessário;
- montagem do acampamento junto a uma
das cercas;
- construção de um muro exterior ao
acampamento [a barbacã] desde a porta de Santa Catarina até à torre de Álvaro
Pais, que não estava ainda concluída.
• Define os responsáveis pela defesa e proteção das muralhas,
mas também se envolve pessoalmente na defesa da cidade à noite, inspecionando
os muros e torres.
• Dorme pouco, vê todas as suas ordens serem cumpridas de
forma diligente, mostrando toda a sua capacidade de liderança.
• É diligente relativamente à organização da defesa da cidade.
• Possui capacidade tática: antecipa os movimentos do
adversário.
• Possui capacidade de liderança e de motivação (repartição
da guarda dos muros e das portas dos homens de valor e de confiança).
• Mostra ser organizado, preocupado, solidário e cauteloso.
• Pensa em todos os todos os pormenores (por exemplo, a
criação do “hospital de campanha”, a proteção da margem do rio, por onde os
castelhanos poderiam atacar).
a) Interpelação do leitor /
narratário, recorrendo à 2.ª pessoa do plural: “que havees ouvido”;
b) Uso do verbo «ouvir»,
sugerindo a interação oral (apesar de se tratar de um texto escrito): “que
havees ouvido”);
c) Reprodução de cantigas populares;
d) Emprego da frase exclamativa: “Ó
que fremosa cousa era de veer!”.
• Visualismo e dinamismo:
a) Pormenorização dos factos:
38 portas, etc.:
b) Sensações (visuais,
auditivas…);
c) Recurso à enumeração gradativa (bem
como do polissíndeto e da conjunção coordenativa copulativa):
“lanças e dardos e bestas de torno, e doutras maneiras com grande avondança de
muitos viratões”;
d) Emprego da comparação com
função de concretização (por exemplo, a comparação entre os portugueses e os
filhos de Israel da época do profeta Neemias. Esta comparação visa exacerbar as
qualidades dos portugueses que, simultaneamente, cuidavam da defesa da cidade e
repeliam os ataques dos inimigos.);
e) Uso abundante de adjetivos;
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
Correção do questionário sobre o Capítulo XI da Crónica de Fernão Lopes
Apresentação de Admirável Mundo Novo
domingo, 16 de janeiro de 2022
Como identificar o sujeito indeterminado?
Quando temos dúvidas acerca da identificação de um sujeito indeterminado, basta aplicarmos o teste da interrogação: O que / Quem + verbo?
Se a resposta que obtivermos for «Não sei.», tal significa que o sujeito dessa frase é indeterminado.
Vejamos a frase seguinte: "Bateram à porta.»
Apliquemos-lhe o teste de identificação: Quem bateu [à porta]? «Não sei» é a resposta. Temos noção de que alguém bateu, mas, como não vimos quem ou o que foi, não sabemos quem foi exatamente.
O mesmo se passa com outros enunciados:
. «Assaltaram o banco.» Quem assaltou? Alguém, mas não sei quem foi.
. «Diz-se que vai nevar.» Quem diz que vai nevar? Alguém, mas não sei quem.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2022
De luto
Obrigado por tudo, tio João!
quinta-feira, 6 de janeiro de 2022
Vida e obra de Aldous Huxley
quarta-feira, 5 de janeiro de 2022
Questionário sobre o capítulo XI da Crónica de D. João I
Inicialmente, o povo (a “arraia-miúda”) mostra-se
________________ (“As gentes que esto ouviam saíam aa rua para ver que cousa
era.”), indignado, revoltado e agressivo (“__________________________”),
determinado, unido, solidário e disponível (“________________________”,
“_______________________”). De facto, age
como um todo e acorre aos Paços para acudir ao Mestre com intuitos de vingança
(“________________________________________________”). Aí chegado, mostra-se
____________________ e agitado (“dizendo que as britassem para entrar dentro”),
num crescendo de __________ (“cada vez se acendia mais”), visível nos atos de
violência que se propõem cometer para invadir o Paço: ________________________
e ______________________________, atos esses que evidenciam toda a sua
______________________, ausência de reflexão e descontrole __________, típicos
de quem age ___________________. As tentativas de o acalmar não diminuem a sua
____________ (“mas isto nom queria nenhum crer”).
Depois de ver D. João, o povo fica aliviado, mais
_____________ e _____________ (“houveram gram prazer quando o virom”), virando
então a sua fúria para a rainha e o conde, referindo-se-lhes de forma
______________ (“- Ó que mal fez! Pois que matou o traidor do Conde, que nom
matou logo a aleivosa com ele!”), sempre empenhado na
_________________________.
D. João revela-se, neste capítulo, uma figura
____________________ {carismática / ineficiente / liderante}, determinada e
__________________, mostrando-se à população para ter o seu apoio.
Recursos |
Exemplos |
Discurso direto |
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Frases exclamativas |
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Sensações visuais |
|
Sensações auditivas |
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Verbos de ação/movimento |
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Verbos que sugerem sentimento |
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Advérbios expressivos |
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Pretérito imperfeito |
|
Gerúndio |
|
A
alternância entre as duas modalidades do discurso confere ……………………………………….
{dramatismo / consequência / tranquilidade} e ………………………………………. {subjetividade /
veracidade / alternância} ao que é narrado, visto que, através do discurso
direto, temos acesso ……………………………………………. {ao “pulsar” efetivo / às falas “reais”
/ aos “sentimentos e emoções”} dos intervenientes. Desta forma, Fernão Lopes
confere à sua narração ……………………………………………………… {poder / maior dinamismo /
alternância de planos / confronto de pontos de vista} e cumpre a sua missão de relatar a ………………………… {ficção
/ irracionalidade / história / verdade} dos factos.
Exemplo
textual |
Recurso
expressivo |
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Expressividade |
|
1.
“e assi como viúva que rei nom tinha, e
como se lhe este ficara em logo de marido…” |
.
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A.
Traduz a ansiedade da multidão em saber do Mestre. |
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2.
“(…) veendo tam grande alvoroço como
este, e que cada vez se acendia mais…” |
.
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B.
Reforça o efeito visual da ação. |
|
C.
A comparação mostra, por um lado, a união do povo, da cidade, por causa do
suposto perigo de vida que o Mestre corre; por outro, associa a cidade a uma
rainha viúva que deseja casar-se com um novo marido – o Mestre de Avis, tudo
fazendo para lhe salvar a vida. Remete para a crise de
sucessão ao trono, sugerindo o desgoverno e desproteção a que a cidade
(mulher) ficava sujeita sem marido (sem rei), tal como acontece com as
viúvas. |
||||
3.
“que é do Mestre?” |
.
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4.
“Mestre (…) Mestre” |
.
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|||
5.
“braadavom”, “arroido”,
“alvoroço” |
.
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6.
“vinham com feixes de lenha,
outras traziam carqueija” |
.
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7.
“pera sobir acima” |
.
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D.
Sugere o crescimento do alvoroço e da inquietação da multidão, face às
notícias sobre o perigo que o Mestre corria, à semelhança de um fogo que
começa pequeno e toma proporções gigantescas. |
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8.
“todos feitos dhu coraçom” |
. |
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9. “Amigos, apacificae-vos.” |
. |
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E.
Representa a ansiedade da multidão em saber do Mestre. |
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10. “por lhe darem vida e
escusar morte” |
. |
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F.
Sugere o visualismo da ação da multidão para entrar nos paços da rainha. |
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G.
Torna a narração mais realista, “transportando” o leitor para o local dos
acontecimentos, fazendo-o “ver” e “ouvir” o que se passou. |
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H. Realça-se a fusão entre todos os populares, como
se fossem uma única e só pessoa. |
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I. Apela-se à população, chamando a sua atenção e
expressando cumplicidade. |
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J.
Sugere a complexidade da situação que se vivia. |
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