sábado, 29 de junho de 2019
quarta-feira, 26 de junho de 2019
"Presságio"
O poema “Presságio”
foi escrito por Fernando Pessoa em 24 de abril de 1928, já na fase final da sua
vida (13 de junho de 1888 – 30 de novembro de 1935).
O tema da
composição poética é o amor, mais concretamente a dificuldade em o revelar à
pessoa amada (em última análise a impossibilidade de viver um amor
correspondido), abordado em cinco quadras de redondilha maior (bem ao gosto
popular), com rima cruzada, segundo o esquema rimático ABAB.
Na primeira
quadra, o sujeito poético apresenta o mote do texto, isto é, o tema que vai ser
desenvolvido, bem como o seu posicionamento face ao mesmo: quando o sentimento
amoroso se revela, quando surge, não sabe como se revelar, como se confessar
(note-se a antítese construída em torno da repetição de formas do verbo “revelar”
nos dois versos iniciais: “revela” e “revelar”). Recorrendo à personificação,
ele representa o amor como uma entidade autónoma, que age independentemente da
vontade do sujeito. Assim, sem conseguir controlar aquilo que sente, apenas
pode olhar a mulher amada, mas não consegue conversar com ela, não sabe o que
dizer.
Na segunda
estrofe, o sujeito poético reforça a incapacidade de expressar devidamente o
seu amor, parecendo acreditar que o sentimento não pode ser traduzido por
palavras, pelo menos por ele: “Quem quer dizer o que sente / Não sabe o que há
de dizer.”. O «eu» é um inadequado relativamente ao «outro» e tem dificuldade em
comunicar com ele, a qual resulta na sensação de que está sempre fazendo algo
de errado.
A
observação e a opinião dos outros restringem os seus sentimentos. O sujeito
acredita que, se falar sobre eles, vai parecer que mente, mas, se os calar, vai
ser julgado por deixar (a amada? O amor?) cair no esquecimento. Assim sendo,
sente que não pode agir de nenhum modo.
Na terceira
estrofe, o sujeito lírico, triste e desalentado, lamenta-se e, socorrendo-se do
pretérito imperfeito do conjuntivo (modo verbal do desejo) e de uma oração
subordinada adverbial condicional, manifesta um desejo: que ela pudesse
compreender o amor que sente através do olhar. Atente-se na sinestesia dos
versos 9 e 10 (“Ah, mas se ela adivinhasse, / Se pudesse ouvir o olhar”),
que exprime a crença do sujeito, segundo a qual o modo como olha a amada
denuncia mais o seu sentimento do que qualquer declaração. O «eu» suspira (“Ah”),
imaginando como seria se ela percebesse, sem que ele tivesse de dizer por
palavras. Porém, a presença do conjuntivo (“adivinhasse”, “pudesse”) e da
oração condicional nega desde logo a possibilidade de se concretizar essa
vontade.
Na estrofe
seguinte, defende que “quem sente muito, cala”, ou seja, aqueles que estão
realmente apaixonados calam o seu sentimento. Para ele, quem tenta expressar o
seu amor “fica sem alma nem fala”, “fica só, inteiramente”. Falar do que sente
irá sempre levá-lo ao vazio e à solidão absoluta. Assim, é como se assumir um
amor fosse, automaticamente, uma sentença de morte para o sentimento, que
passaria a estar condenado.
A última
quadra é passível de diferentes leituras:
a) Se
o sujeito poético pudesse explicar à mulher a dificuldade que tem em exprimir o
seu amor, não mais seria necessário fazê-lo, porque já se estava a declarar,
mesmo que indiretamente. Porém, a realidade é que não consegue verbalizar o
sentimento nem discutir essa sua inabilidade. Assim sendo, o relacionamento
está condenado a não passar do plano platónico.
b) O
texto é, na verdade, uma declaração de amor. Neste caso, o «eu» usa a poesia
como forma de falar, de mostrar o que sente; o poema diz/fala aquilo que ele
não consegue. Porém, para que esta forma de comunicação se concretizasse, seria
necessário que ela lesse o poema e soubesse que lhe era dirigido. Como não o lê
não sabe, o relacionamento também não se concretiza deste modo.
c) O
verdadeiro amor é incomunicável, não pode ser expresso através de palavras,
caso contrário desaparece. O sujeito poético conclui que só conseguiria
declarar o seu amor, caso o sentimento não existisse mais.
A conjunção
coordenativa adversativa “mas” estabelece uma oposição entre aquilo que tinha
sido dito antes e a quadra que encerra o poema. Embora lamente não poder
expressar o seu sentimento, está conformado, pois sabe que não pode ser revelado,
sob pena de desaparecer.
Ao longo de
todo o poema, transparece a atitude derrotista do sujeito poético face ao amor.
https://www.culturagenial.com/poema-pressagio-de-fernando-pessoa/
Análise de "O Grito", de Edvard Munch
O Grito
é considerado a obra-prima de Edvard Munch, pintor norueguês nascido em Loten,
em 12 de dezembro de 1863, e aí falecido em 23 de janeiro de 1944, um dos
precursores do Impressionismo e do Expressionismo. Pintado pela primeira vez em
1893 a óleo e pastel sobre cartão, o quadro conheceu quatro versões, três das
quais dispersas por museus e outra na posse de um empresário norte-americano, Leon
Black, que a comprou por 119,9 milhões de dólares.
A pintura
situa-nos num cenário natural, constituído por céu, água e arvoredo,
representado de forma impressionista, no qual são visíveis três figuras: uma em
primeiro plano e as outras duas ao fundo, todas situadas numa ponte, que é o
único elemento do cenário caracterizado por linhas direitas, pois todos os
restantes elementos estão representados com linhas ondulantes e curvas, criando
um efeito de redemoinho, de abismo que tudo engole, nomeadamente as duas
embarcações que parecem à deriva. Este movimento, conjugado com as cores, é
gerador de tensão e sugere um grito da própria natureza.
À semelhança
do cenário, a figura humana em primeiro plano caracteriza-se por linhas curvas:
trata-se de um corpo contorcido, em sofrimento, estado sugerido pelo seu grito
e pelas mãos que apertam a cabeça, em atitude de desespero, contrastando com as
outras duas figuras, direitas e de costas, que se afastam, acentuando a ideia
de solidão e de profundo desespero. O rosto da primeira pessoa é
fantasmagórico, os seus olhos estão desmesuradamente abertos, mas, ao mesmo
tempo, as cavidades oculares parecem estar vazias, evocando uma caveira, o que
torna este rosto uma prefiguração da morte. Em suma, este ser grita em uníssono
com a natureza ou porque não quer ouvir o grito dela, dado que as mãos na
cabeça podem indiciar o seu desejo ou recusa de escutar. De facto, cada vez
mais surgem interpretações, baseadas nas palavras do próprio Munch, segundo as
quais a figura não grita, antes cobre os ouvidos enquanto ouve os gritos da
natureza. Mais: segundo Giulia Bartrum, curadora de uma exposição dedicada ao
artista no Museu Britânico, a pintura é a reprodução de um pôr do Sol, de um
céu vermelho-sangue que gerou nele um efeito de muita ansiedade. Assim sendo, a
figura e as mãos nos ouvidos está praticamente em êxtase, a tentar bloquear o
grito da natureza. No fundo, o quadro seria uma metáfora para uma emoção muito
intensa e muito pessoal.
Igualmente
importantes são os efeitos cromáticos. De facto, as cores do quadro são fortes
e vivas, mas simultaneamente soturnas: o amarelo e o vermelho remetem para as
nuvens do pôr do Sol, divisando-se ainda réstias de azul; o azul-escuro identifica
a água (o mar talvez, ou um lago); enquanto os tons verdes e castanhos
assinalam as árvores e a terra. Por outro lado, as cores que caracterizam o céu
parecem contaminar todos os outros elementos que ganham tonalidades sangrentas.
O elemento cromático assume, assim, um significado simbólico, não sendo somente
um reflexo da realidade, até porque esta pintura não pretende constituir a sua
representação objetiva.
Várias
curiosidades rodeiam também este quadro. Por exemplo, ele inspirou a saga de
filmes Scream, protagonizada pela atriz Neve Campbell, na qual os
«serial killers» usam máscaras baseadas na expressão da figura principal da
pintura. Além disso, apareceu duas vezes na série Os Simpsons, a
primeira na aberta do episódio Treehouse of Horror IV (exibido nos EUA
em 1993) e a segunda no episódio See Homer Run, de 2005, no qual foi
satirizado o roubo de duas versões da pintura.
Em suma,
segundo as interpretações mais antigas, O Grito constitui a
representação de um determinado estado psíquico, expressando um intenso
sentimento de desespero e angústia. Neste sentido, a figura em primeiro plano
simboliza o ser humano na sua íntima e intrínseca solidão. Pelo contrário,
tendo em conta interpretações mais recentes, o quadro representa o êxtase de
uma figura perante o «grito da natureza».
terça-feira, 25 de junho de 2019
A escola e o elevador social ou o 54/2018
O SE Costa veio recentemente falar da escola como «elevador social», referindo a este propósito o papel do 54/18, como elemento integrador e que garante oportunidades aos mais desfavorecidos, ao garantir o sucesso a todos os alunos, através das chamadas medidas universais.
Por outro lado, um jornal explicava que «a indisciplina nas salas de aulas está a prejudicar o ensino e é um dos motivos pelos quais cada vez mais pais procuram explicadores para os filhos mais cedo, logo no 1.º Ciclo. A ansiedade e a pressão pelas boas notas justificam que já não se vendam apenas aulas particulares de Matemática, mas também para as línguas, as Ciências e, até, o Português».
Estas duas lógicas são contraditórias, ou o elevador social só funciona com as medidas universais, isto é, adapta a avaliação ao aluno, se o aluno não teve sucesso com o nível normal de exigência, reduz-se o mesmo; ou funciona com mais esforço, com mais repetições, nas explicações.
Um excelente artigo de opinião [artigo] sobre a falácia que constitui a Educação segundo o governo de António Costa.
De facto, nele o autor mostra, com facilidade e total clareza, como o 54/2018 aprofunda as desigualdades no setor educativo: os «mais fracos» não saem da cepa torta e os com «mais recursos» singram, ou pelo menos têm muito mais possibilidades de singrar.
A ler com toda a atenção por parte de todos aqueles de mente aberta e que procuram os dois lados do espelho.
sábado, 22 de junho de 2019
"The Sun Ain't Gonna Shine Anymore", The Walker Brothers
"The sun ain't gonna shine anymore" surgiu em 1966 pela voz dos The Walker Brothers.
Scott Walker, o membro mais destacado da banda, faleceu no passado dia 25 de março deste ano, notícia que nos passou despercebida até hoje. Há muitos anos, várias noites de verão eram passadas ouvindo este tema e este grupo. RIP, Scott!
Exames nacionais do ensino secundário - 1.ª fase - 2019
1.ª FASE
138 | Português Língua Segunda | 18-06-2019
501 | Alemão | 26-06-2019
Prova | Áudio | Guiões | Critérios de classificação definitivos | Grelha de classificação
517 | Francês | 26-06-2019
Prova | Áudio | Guiões | Critérios de classificação definitivos | Grelha de classificação
547 | Espanhol | 26-06-2019
Prova | Áudio | Guiões | Critérios de classificação definitivos | Grelha de classificação
550 | Inglês | 26-06-2019
Prova | Áudio | Guiões | Critérios de classificação definitivos | Grelha de classificação
623 | História A | 21-06-2019
635 | Matemática A | 25-06-2019
Caderno 1 | Caderno 2 | Critérios de classificação definitivos | Critérios de classificação definitivos (Braille) | Grelha de classificação
639 | Português | 18-06-2019
702 | Biologia e Geologia | 26-06-2019
706 | Desenho A | 26-06-2019
708 | Geometria Descritiva A | 27-06-2019
712 | Economia A | 27-06-2019
714 | Filosofia | 17-06-2019
715 | Física e Química A | 19-06-2019
719 | Geografia A | 19-06-2019
Prova | Critérios de classificação definitivos | Critérios de classificação definitivos (Braille) | Grelha de classificação | Grelha de classificação adaptada
723 | História B | 21-06-2019
724 | História da Cultura e das Artes | 21-06-2019
732 | Latim A | 18-06-2019
734 | Literatura Portuguesa | 27-06-2019
735 | Matemática B | 25-06-2019
835 | Matemática Aplicada às Ciências Sociais | 25-06-2019
Prova | Critérios de classificação definitivos | Critérios de classificação definitivos (Braille) | Grelha de classificação
839 | Português Língua Não Materna - B1 | 18-06-2019
Exames nacionais de 9.º ano - 1.ª Fase - 2019
3.º Ciclo - 9.º Ano de Escolaridade
1.ª FASE
91 | Português | 21-06-2019
92 | Matemática | 27-06-2019
Prova adaptada caderno 1 e caderno 2 | Critérios de classificação definitivos da prova adaptada
93 | Português Língua não Materna - A2 | 18-06-2019
94 | Português Língua não Materna - B1 | 18-06-2019
95 | Português Língua Segunda | 21-06-2019
sexta-feira, 21 de junho de 2019
quinta-feira, 20 de junho de 2019
Os Lusíadas: Canto V: estâncias 92 a 100
. Contextualização
Depois de
escaparem da cilada preparada por Baco em Mombaça, os navegadores portugueses
chegam a Melinde, cidade do Quénia, graças ao auxílio de Vénus.
Aí, são
recebidos pelo rei, que pede a Vasco da Gama que lhe fale do seu país e lhe
conte a história de Portugal e da viagem que levou os portugueses a paragens
tão remotas. Vasco da Gama acede ao pedido e inicia um longo relato, no qual
apresenta a pátria e, em analepse, narra a história nacional desde a sua
fundação lendária até ao reinado de D. Manuel e descreve os sucessos e
insucessos da sua viagem, de Lisboa a Melinde.
Assim, narra
episódios diversos, como o Fogo de Santelmo e a Tromba Marítima, e o
enfrentamento de outros obstáculos à partida difíceis de superar por parte dos
marinheiros destemidos e ousados, como a hostilidade dos nativos, a fúria de
monstros, como o Adamastor, ou a doença e a morte provocadas pelo escorbuto.
. Tema da
reflexão: a
desvalorização da poesia e da cultura pelos portugueses.
. Acontecimento
motivador da reflexão: o fim da narrativa de Vasco da Gama sobre a História de Portugal e a
aventura marítima de Lisboa até Melinde.
. Análise estância a
estância
. Estância 92
.
É agradável (“doce”)
Continuação da análise: aqui.
terça-feira, 18 de junho de 2019
Correção do exame nacional de Português - 12.º ano - 2019 - 1.ª fase
Grupo I
Parte A
Grupo II
Versão 1 Versão 2Parte A
1. Caracterização do espaço:
- ilhas do sul com paisagens belas e irreais ["Onde há paisagens que não pode haver. / Tão belas (...) como que o veludo..." - vv. 2-3];
- espaço associado ao sonho e à imaginação;
- espaço associado à beleza, à suavidade ("Tão belas que são como que o veludo" - v. 3);
- espaço acolhedor e aprazível ("o veludo / Do tecido" - vv. 3-4);
- espaço associado à ilusão do amor ("E o pensamento julga que é amor"- v. 12);
- espaço visto como promessa da felicidade ("... tudo o que é a vida / Tornado amor e luz..." - vv. 6-7).
2. Os versos 3 e 4 contêm uma comparação entre a beleza das ilhas e o "veludo", nome que sugere a ideia de suavidade que o mundo pode proporcionar ("Do tecido que o mundo pode ser." - v. 4). Os versos associam-se à dicotomia entre o sonho e a realidade (o tema do poema), visto que o sujeito poético imagina as "ilhas lá ao sul", proporcionadoras de beleza, suavidade, mas que são produto do seu sonho, da sua imaginação, e não da realidade.
3. As anáforas sugerem o seguinte:
4. O padre Vieira elogia os peixes por não confiarem nos homens e, por isso, se manterem, prudentemente, afastados dele.
Por outro lado, esse facto fez com que os peixes conservem a sua liberdade e autonomia, ao contrário do que sucede com os outros animais que vivem próximos do homem, se deixam domesticar e sofrem as consequências dessa atitude.
5. Os exemplos apresentados por Vieira sustentam o conselho dado aos peixes para que se mantenham, prudentemente, afastados do ser humano e, assim, conservem a sua liberdade. Por contraste, esses exemplos sugerem que os outros animais, porque vivem próximos dele e se deixam subjugar, perdem a sua liberdade e são explorados.
6. Um dos objetivos da oratória é delectare, ou seja, agradar ao auditório; para o alcançar, nas linhas 14 a 21, entre outros processos, Vieira socorre-se de uma construção na qual existe uma estrutura paralelística ou simétrica (1) que contribui para uma evidente musicalidade (4) do discurso.
3. As anáforas sugerem o seguinte:
- a ideia / consciência de que o espaço ("ilhas lá ao sul") é mero produto do sonho e da imaginação ("o que o sonhar / Dá à imaginação..." - vv. 7-8);
- a consciência de que o espaço descrito sugere o amor, a felicidade, a tranquilidade e harmonia, mas, enquanto fruto do sonho, é impossível de alcançar ("Sei, sim, é belo, é longe, é impossível..." - v. 13);
- a consciência de que o sonho é distinto da realidade (vv. 17-18), mas característico do ser humano.
Parte B
4. O padre Vieira elogia os peixes por não confiarem nos homens e, por isso, se manterem, prudentemente, afastados dele.
Por outro lado, esse facto fez com que os peixes conservem a sua liberdade e autonomia, ao contrário do que sucede com os outros animais que vivem próximos do homem, se deixam domesticar e sofrem as consequências dessa atitude.
5. Os exemplos apresentados por Vieira sustentam o conselho dado aos peixes para que se mantenham, prudentemente, afastados do ser humano e, assim, conservem a sua liberdade. Por contraste, esses exemplos sugerem que os outros animais, porque vivem próximos dele e se deixam subjugar, perdem a sua liberdade e são explorados.
6. Um dos objetivos da oratória é delectare, ou seja, agradar ao auditório; para o alcançar, nas linhas 14 a 21, entre outros processos, Vieira socorre-se de uma construção na qual existe uma estrutura paralelística ou simétrica (1) que contribui para uma evidente musicalidade (4) do discurso.
Parte C
Visão crítica sobre o tempo histórico representado e a sociedade desse tempo:
Obra
|
Crítica
|
Memorial do Convento
|
. a megalomania, a ostentação e a sumptuosidade
associadas a D. João V, traços visíveis na importação de materiais e objetos
valiosos/caros do estrangeiro e na ampliação do convento de Mafra;
. a prepotência, o poder absoluto e discricionário do
rei, patentes no recrutamento à força de trabalhadores para as obras do
convento em todo o reino e na sua vida precária e miserável em Mafra como autênticos
escravos;
. a prática
religiosa caracterizada pelo fanatismo, primitivismo e barbarismo;
. a violência, a crueldade e a opressão exercidas pela
Inquisição, visíveis nos autos de fé;
. o contraste entre as classes sociais: por exemplo,
entre a riqueza, o luxo, a opulência do rei e do alto clero e a pobreza, a
miséria em que vive o povo.
|
O Ano da Morte de Ricardo Reis
|
. a opressão que caracteriza o Estado Novo, patente
na forma como a PIDE oprime e controla o povo e na ação dos delatores;
. o controle e a manipulação da informação transmitida
pelos meios de comunicação social, de que é exemplo a informação/o noticiário
sobre a guerra na Europa;
. a propaganda política em favor do regime político,
de que é exemplo a forma como a figura de Salazar é elogiada e apresentada
como um modelo a seguir por outros países e como o salvador de Portugal;
. o poder opressor do Estado Novo, visível no modo
como são reprimidas as manifestações de revolta, cujo exemplo mais eloquente
está presente na atuação dos marinheiros.
|
Grupo II
1. D C
2. B A
3. C B
4. C D
5. D B
6.
a) Complemento do nome.
b) Complemento direto.
7. Modalidade deôntica, valor de obrigação.
segunda-feira, 17 de junho de 2019
quinta-feira, 13 de junho de 2019
O regresso do «eduquês»
O ardiloso engenho curricular "Autonomia e Flexibilidade Escolar" tornou a escola num processo kafkiano e numa Torre de Babel onde ninguém se entende, com instrumentos opacos, absurdos e inexequíveis.
O Governo e os seus leais funcionários do Ministério da Educação, pressionados pelas organizações internacionais e por uma nebulosa ideologia igualitarista escorada em pretextos economicistas, decidiram declarar guerra ao insucesso escolar. Para isso, criaram um novo «eduquês» que apelidaram de autonomia e flexibilidade escolar dos ensinos básico e secundário — designação desvendada num pacote prolixo de diplomas mais ou menos herméticos plagiados de documentos curriculares provenientes de meia dúzia de países mais ilustrados e prósperos do que Portugal e inspirados nas filosofias da Escola Moderna.
A Escola Moderna não é invenção nova, pois remonta ao início do século XX. Foi uma notável filosofia educativa teorizada por diversos pedagogos e bafejada por ideologias anarquistas e socialistas. Ajudou a combater o ensino elitista, magistral, teórico, confessional, misógino, empedernido e repressivo de outros tempos. Abraçou extraordinários desígnios humanistas já incorporados nos sistemas educativos contemporâneos. Mas também conceções controversas, românticas e lunáticas. Por exemplo, José Pacheco, missionário nacional da Escola Moderna e criador da Escola da Ponte, a qual, entretanto, deixou para pregar a sua boa nova no Brasil, defende, nutrido de certezas, uma escola sem divisão de ciclos de ensino, sem turmas, nem aulas, sem horários, nem testes, sem exames, nem reprovações, onde os alunos brincam a aprender e são felizes. Os políticos que nos governam ainda não arriscaram promulgar este modo final da história da educação.
O resto do artigo pode ser lido aqui [artigo].
Labels:
Autonomia e Flexibilidade Curricular
,
Educação
,
Opinião
Subscrever:
Mensagens
(
Atom
)