domingo, 26 de janeiro de 2014
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
sábado, 18 de janeiro de 2014
"Quando Deus entrou no meu carro"
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Colocação do adjetivo na frase
Por
norma, o adjetivo qualificativo
ocorre à direita do nome:
. O autocarro amarelo despistou-se naquela curva perigosa.
Na
verdade, boa parte dos adjetivos qualificativos podem ocorrer tanto à direita
como à esquerda do nome, conservando, genericamente, o mesmo significado. No entanto,
alguns adjetivos qualificativos (os que possuem valor avaliativo: «pobre», «rico»,
«bom», «mau», «grande», etc.) alteram o seu significado consoante ocorrem à
esquerda ou à direita do nome.
De
facto, esses adjetivos, quando surgem após o nome, possuem valor restritivo, isto é, exigem uma interpretação literal,
conotativa:
. O
Ernesto é um homem pobre. (neste caso, o adjetivo significa «homem
de fracos recursos económicos)
Porém,
quando colocados à esquerda do nome, implicam uma interpretação subjetiva,
conotativa e não possuem valor restritivo:
. O
Eusébio era um pobre homem. (nesta frase, o adjetivo significa
«homem infeliz, débil mental, marginal…)
Outros
adjetivos são colocados, obrigatoriamente, à direita do nome:
. Os adjetivos qualificativos que
traduzem características restritivas / específicas (os relacionados com a cor,
a forma, o estado, a dimensão das coisas, a técnica, os de tipo
classificativo):
» Rasguei a minha camisola verde. /
» * Rasguei a minha verde
camisola.
» Os animais mamíferos são simpáticos. /
* Os mamíferos animais são
simpáticos.
. Os adjetivos relacionais:
» A mulher brasileira tem um sotaque interessante.
» A crise económica está a deixar-nos na penúria.
» Aos transportes aéreos portugueses
são dos mais fiáveis do mundo.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Distinção entre complemento do nome e modificador do nome
1. O modificador do nome não é
selecionado pelo nome, quer seja restritivo quer apositivo. No primeiro caso, a
referência restringe àquele nome; no segundo, o modificador é meramente
explicativo, daí aparecer isolado por uma ou por duas vírgulas, consoante o
lugar em que se encontre na frase.
Vejamos alguns exemplos:
Modificador de nome restritivo
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1. Gosto de livros volumosos.
(A referência
restringe-se aos livros com esta característica.)
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A função sintática
de modificador é desempenhada por um GAdj
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2. Aquela rapariga de casaco escuro vive na minha rua.
(A referência
restringe-se àquela rapariga, a mais nenhuma outra.)
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A função sintática
de modificador é desempenhada por um GPrep
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3. Traz-me o livro que está em cima da mesa.
(A referência restringe-se a esse livro, a mais
nenhum outro.)
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A função sintática de modificador é desempenhada por
uma OSARR
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Modificador de nome apositivo
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1. D. Afonso Henriques, o conquistador, foi o primeiro rei de Portugal.
(A referência faz-se
sem qualquer restrição ao nome; o modificador apenas introduz uma explicação
adicional.)
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A função sintática
de modificador é desempenhada por um GN
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2. Estes livros, que nunca ninguém lê, deveriam estar na última prateleira.
(A referência faz-se
sem qualquer restrição ao nome; o modificador apenas introduz uma explicação
adicional.)
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A função sintática
de modificador é desempenhada por uma oração
subordinada adjetiva
relativa explicativa
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2. O complemento distingue-se do
modificador por ser selecionado pelo nome. Há nomes (como há verbos, também)
cuja referência não fica completa sem um complemento.
A melhor forma de identificar um
complemento de nome é verificar se o verbo correspondente (relembrar a
derivação não afixal) seleciona complementos.
Vejamos alguns exemplos:
1. a participação foi elevada.
(participar em) – participação em quê?
2. a compra foi feita em boa
altura. (comprar alguma coisa) compra de quê?
3. a
entrega decorreu numa bonita cerimónia. (entregar alguma coisa) entrega de
quê?
4. a constatação foi feita pelo lesado. (constatar alguma
coisa) constatação de quê?
5. a pesca faz-se ao largo dos
Açores. (pescar alguma coisa) pesca de quê?
Como se pode constatar, qualquer um dos
nomes destacados seleciona um complemento (normalmente precedido da preposição «de»).
Basta colocá-lo para que a frase fique
completa:
1. a participação na votação
foi elevada.
2. a compra dos livros
foi feita em boa altura.
3. a entrega dos prémios
decorreu numa bonita cerimónia.
4. a constatação de que o carro lhe foi roubado foi feita
pelo lesado.
5. a pesca da baleia (= baleeira)
faz-se ao largo dos Açores.
Os complementos de nome são
normalmente desempenhados por grupos preposicionais (exemplos 1 a 3) ou orações
(exemplo 4), raramente por adjetivos (exemplo 5).
3. Há outros nomes que indicam a parte
de um todo e que selecionam complementos.
Vejam-se os exemplos seguintes:
1. Comi agora um bocado (de quê?) de pão.
2. O meu computador custou um terço (de quê?) do teu.
3. Apenas comi uma parte (de quê?) do bolo.
4. Já li centenas
(de quê?) de livros.
5. Comprei uma
fração (de quê?) da lotaria.
Os GPrep destacados a negro são os
complementos dos nomes que os antecedem (a que se referem). Como se pode ver,
nenhum dos nomes a verde teria o seu sentido completo se esses GPrep não lhes
fossem acrescentados.
4. O
complemento de nome não se pode confundir com o modificador de nome restritivo
(MNR). É verdade que nenhum deles pode ser separado por vírgulas, mas, enquanto
o complemento é de colocação obrigatória, o MNR é de colocação facultativa.
Comparem-se os exemplos:
Frases com complementos de nome ou modificadores de nome restritivos
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Frases sem os complementos /e modificadores
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Domínios de predicação completos?
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1. A entrega dos prémios decorreu numa bonita
cerimónia. (complemento)
|
1. A entrega decorreu numa bonita
cerimónia. (complemento)
|
Não.
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2. Comi agora um bocado de bolo. (complemento)
|
2. Comi agora um bocado. (complemento)
|
Não.
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3. Gosto de livros volumosos. (MNR)
|
3. Gosto de livros. (MNR)
|
Sim.
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4. Aquela rapariga de casaco escuro vive na minha rua. (MNR)
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4. Aquela rapariga vive na minha rua. (MNR)
|
Sim.
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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Na aula (IX): O alienista - uma definição «sui generis»
Profe. - Lido o texto e tendo em conta a palavra em si, o que será um «alienista»?
Rafa - É uma pessoa que procura OVNIS.
Rafa - É uma pessoa que procura OVNIS.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Cheque ensino: o fim de algo que nunca chegou a ser
Educação
Cheque ensino já não avança nesta legislatura
Ana Petronilho
14/01/14 00:06
14/01/14 00:06
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Complemento do nome
1. Definição
Há
nomes que não são totalmente autónomos e que necessitam de um constituinte que
complete o seu sentido / significado,
Lê as
seguintes frases e repara nas palavras ou expressões sublinhadas.
A visita à minha tia foi traumática.
“Guernica” é uma obra de
Picasso.
A observação de “Guernica” foi orientada pelo professor.
A força de “Guernica” é espantosa.
A oferta desse quadro ao museu foi uma bela ideia.
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Nota
que as palavras ou expressões sublinhadas nas frases completam o sentido dos nomes
que os antecedem. Por isso, desempenham a função sintática de complemento do nome.
2. Regras
1. O complemento do nome é uma função sintática interna ao grupo nominal
(tendo como núcleo um nome).
. A
visita à minha tia foi traumática.
2. O complemento do nome é selecionado por um nome, completando o sentido do mesmo. Em certos casos, se não
estiver presente, ficamos com uma sensação de incompletude:
. A
força (de quem ou de quê?) é
espantosa.
. “Guernica”
é uma obra. (de quem?)
3.O complemento do nome pode ser desempenhado por:
. um grupo preposicional
(geralmente introduzido pela preposição de, podendo também ser introduzido
por outras preposições):
. “Guernica” é uma obra de Picasso.
. A declaração de que Messi ia ser vendido foi recebida como uma
bomba.
. A visita ao orfanato ocorrerá na quinta-feira.
. um grupo adjetival (sendo os
adjetivos derivados de nomes e os nomes que os selecionam derivados de verbos):
. A participação no funeral foi fraca.
. A entrega dos diplomas decorreu no sábado.
. Os filhos de Mário Soares comoveram-se na cerimónia.
4. Um nome pode selecionar mais do que um complemento.
. A oferta desse quadro
ao museu foi uma bela ideia.
3. Colocação:
o complemento do nome surge sempre à direita do nome.
4. Nomes que
selecionam complemento do nome
. nomes que representam situações (derivados
de verbos ‑ nomes deverbais) (desejo,
procura, construção, substituição, invasão, compra, descida, entrada,
descoberta, ida, visita, viagem, oferta…):
. O desejo de sucesso aumentou nos últimos
anos.
. A construção da casa prolongou-se no tempo.
. A visita ao museu correu bem.
. A observação da pintura é difícil daquele
ângulo.
. A oferta do quadro ao museu foi bem
recebida.
. A declaração de que Messi ia ser vendido foi
recebida como uma bomba.
. nomes
relacionais, de parentesco (pai, mãe,
tio, filho…):
. O pai da Joaquina chamava-se Miguel.
. O filho do meu vizinho emigrou.
. nomes epistémicos, i.e., relativos ao
conhecimento, que indicam conceitos, ideias (hipótese, ideia, necessidade, possibilidade, beleza…):
. A ideia de fugir desagrada-me.
. A beleza do quadro é indesmentível.
. A hipótese de faltar às aulas seduz os
alunos.
. O facto de comer piza não significa que
goste do prato.
. nomes icónicos (que denotam
representações visuais / gráficas – fotografia,
imagem, retrato…):
. A fotografia da Micaela é horrível.
. nomes que designam cargos sociais ou profissionais:
. O
diretor da escola chama-se
José Estaline.
.
O ministro da Educação não
usa cuecas.
. O
porteiro da escola foi ao
médico.
. nomes que denotam relações de parte-todo
(indicam posse):
. O
cabelo do Cristiano Ronaldo
parece um piaçaba. (parte-todo)
.
A perna da cadeira está cheia
de caruncho.
.
O norte do país está sob
aviso amarelo.
.
O bico do lápis partiu-se.
. O
último capítulo de ‘Os Maias’
foi comovente.
. nomes
que denotam relações institucionais ou sociais entre pessoas:
. O
amigo de Sherlock Holmes é o
doutor Watson.
. O
professor de mandarim
chama-se Ming.
.
O sócio de Luís Filipe Vieira
fugiu para Marte.
. nomes
que descrevem estados psicológicos de
alguém (sensações, emoções), que designam impressões
sensoriais:
. Aquele
rebuçado tem sabor a morango.
.
O som dos A-ha é celestial.
.
O cheiro a cocó empesta a
sala.
. A
alegria dos alunos foi de curta duração.
. O
medo do Pedro é incurável.
. O
desejo do Custódio é
irrealizável.
. A
angústia dos pais era
comovente.
. nomes
que designam autoria ou tema/assunto:
. O
retrato de Pessoa foi roubado
por Sheldon Cooper.
.
A estátua de Camões está
cheia de verdete.
. O
quadro de Munch é o mais
valioso da exposição.
.
A última sinfonia de Beethoven
foi a nona.
.
A obra de Eça de Queirós é
riquíssima.
. A
obra de Miguel Torga deveria
merecer mais consideração.
. “O
nome da Rosa” é um filme de
Jean-Jacques Annaud.
.
A Ilíada é uma obra de Homero sobre o amor, a pátria e a lealdade.
. nomes que denotam locais seguidos de topónimos:
. A
vila do Sátão é extremamente
bela.
. O
arquipélago dos Açores
situa-se no oceano Atlântico.
. nomes que designam propriedades de pessoas ou coisas:
. A
altura da Torre Eiffel
provoca-me tonturas.
.
Algum de vocês sabe a idade de
Ricardo Araújo Pereira?
.
O conteúdo de Crime e Castigo
é perturbante.
.
O preço do petróleo voltou a
aumentar.
.
O peso da Joaquina rebentou a
escala.
. nomes através dos quais se exprimem sentimentos, emoções ou atitudes dirigidas ou em honra de alguém ou
de algo, ou que exigem a referência a um destinatário ou a um objetivo:
. A
ideia de mudança perturba as
pessoas autistas.
. O
meu filho tem muito orgulho no seu
pai.
.
Qualquer pessoa tem ódio ao racismo.
.
Todas as pessoas têm medo de falhar.
5. Representação
5.1. Complemento do nome com a forma de grupo adjetival
O
complemento do nome que assume a forma de grupo adjetival surge à direita do
nome e forma com este uma unidade de sentido, isto é, se o adjetivo for
retirado, o sentido do nome altera-se:
. A
previsão meteorológica (=
da meteorologia) propicia os incêndios.
. A
procura turística (= dos
turistas) tem diminuído em Portugal.
5.2. Complemento do nome com a forma de
grupo preposicional não oracional:
. Tenho pena da tua família.
5.3. Complemento do nome com a forma de
grupo preposicional oracional:
. O desejo de vencer o Porto deve animar os
futebolistas.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Na aula (VIII): o sexo das galinhas
Pergunta do Luís: «Uma vez disseram-me que as galinhas tinham relações sexuais pelas asas. É verdade?»
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