sexta-feira, 27 de junho de 2025
A origem da palavra fixe
terça-feira, 24 de junho de 2025
«São» versus «Santo»
domingo, 22 de junho de 2025
Resumo do capítulo V de O Meu Pé de Laranja Lima
Zezé decide faltar às aulas, porque é terça-feira, o dia em que um vendedor ambulante de folhetos que é também músico, chamado Ariovaldo, costuma aparecer no bairro. Para passar o tempo, entra na igreja, onde encontra Zacarias, o sacristão, que troca as velas dos castiçais. A criança finge ter ido à escola e mente sobre a sua idade para conseguir os toquinhos de vela, dizendo que são para encerar a linha do seu papagaio, quando, na verdade, os quer para fazer alguém escorregar. Zacarias concorda e, como recompensa, o menino promete começar o catecismo.
Zezé esfrega a cera no chão da calçada, na esperança de ver alguém escorregar. Após uma longa espera, vê Dona Corinha (amiga da sua mãe) cair e xingar, o que o diverte. No entanto, é descoberto por seu Orlando, que o repreende, mas não denuncia, pedindo-lhe apenas que não volte a repetir a travessura, pois alguém poderá magoar-se a sério.
Zezé encontra finalmente Ariovaldo, que há já algum tempo o vinha encantando com a sua voz poderosa e com as suas versões de canções populares da época, cujas letras vende em folhetos. O pequeno fica especialmente emocionado com a canção “Fanny”, que o toca profundamente, A criança aproxima-se dele e mostra-se interessada em o acompanhar e vender os folhetos, sem qualquer pagamento em troca. Ariovaldo acha graça ao facto de o menino o abordar com tanta convicção e lucidez, por isso aceita que o acompanhe nas suas vendas e atuações, um dia por semana. Ariovaldo percebe que Zezé é esperto, sensível e educado. Leva-o a lanchar num boteco e divide com ele uma sanduíche e limonada.
Zezé consegue convencer a irmã glória a deixá-lo faltar às aulas uma vez por semana, argumentando com o seu bom desempenho escolar e a sua dedicação, mostrando os cadernos impecavelmente mantidos, as boas notas e exaltando o facto de ser o melhor na leitura. Além disso, afirma que as aulas são repetitivas e que aprende muito mais a cantar e a ler os folhetos que Tio Edmundo lhe dá. Assim, todas as terças-feiras a criança encontra-se com Ariovaldo na estação de caminho de ferro. Os dois vendem folhetos de músicas pelas ruas. Zezé entusiasma-se com as canções, especialmente a nova, intitulado “Malandrinha”, que acredita ser um sucesso de vendas. Ao almoço, dividem sanduíches e refrigerantes num boteco. O menino, com os seus trocos, paga a refeição, o que deixa Ariovaldo impressionado com a sua honestidade e solidariedade. O vendedor ambulante decide, então, deixar que Zezé fique com o dinheiro que ganhar, considerando que, a partir daquele momento, passarão a formar uma dupla musical. O menino fica orgulhoso, sente-se valorizado e propõe cantar a parte mais sensível da canção “Fanny”. Esse momento acaba por ser interrompido por D. Maria da Penha, uma beata, que os acusa de indecência por Zezé estar a cantar letras que ela considera imorais e ameaça denunciar ao padre, ao juiz de menores e à polícia. Ariovaldo, indignado, defende-se com firmeza e chega a puxar uma faca para a intimidar, afirmando que odeia pessoas que se metem na vida dos outros. A mulher vai embora enfurecida, mas o episódio revela os preconceitos sociais e morais da época.
De tarde, em conversa com o companheiro, Ariovaldo reconhece a sorte que Zezé lhe trouxe nos negócios. Posteriormente, dialogam sobre Maria da Penha e o homem entrega-lhe um folheto para Glória. A conversa prossegue com humor e cumplicidade, mostrando a amizade sincera e o afeto entre ambos. Quando se despedem, Ariovaldo chama a criança de «anjo», mas este ri, consciente de que não é tão inocente quanto parece.
sexta-feira, 20 de junho de 2025
Resumo do capítulo IV de O Meu Pé de Laranja Lima
quinta-feira, 19 de junho de 2025
Resumo do capítulo III de O Meu Pé de Laranja Lima
terça-feira, 17 de junho de 2025
segunda-feira, 16 de junho de 2025
Resumo do capitulo II de O Meu Pé de Laranja Lima
domingo, 15 de junho de 2025
Benfica é tetracampeão de basquetebol masculino!
Regime iraniano sob ataque
O cartune,
da autoria de Christian Adams, aborda o ataque de Israel à República
Islâmica do Irão, representando simbolicamente a destruição dos alicerces
do regime teocrático. Através da imagem de uma estátua sendo atacada por
mísseis, o cartunista critica a rigidez do poder religioso e aponta para a sua
crescente instabilidade, diante de pressões externas e/ou internas. É uma
representação política visual que sugere a fragilidade de um sistema que
aparenta solidez, mas está sob ataque.
Em
primeiro plano, encontramos uma estátua imponente do líder iraniano Ali Khamenei.
A figura está de pé, trajando vestes religiosas tradicionais — túnica longa e
turbante — com expressão severa e uma das mãos levantadas em gesto de
autoridade ou bênção, o que remete para o poder teocrático iraniano. A
escultura é feita em pedra acinzentada, reforçando a ideia de rigidez,
conservadorismo e culto à personalidade. Na base da estátua, lê-se parcialmente
a inscrição "ISLAMIC REPUBLIC" (República Islâmica), que está rachada
e a ser atingida por explosões. Vários mísseis atingem ou dirigem-se para a sua
base, vindos de diferentes direções. As explosões são intensas, com cores
quentes como vermelho, laranja e amarelo, em forte contraste com os tons frios
do restante da imagem. Esses elementos criam uma sensação de tensão, destruição
iminente e conflito direto. O facto de os ataques se concentrarem na base da
estátua é simbólico: indica que os fundamentos do regime estão a ser atingidos
na tentativa de os destruir, mesmo que sua “fachada” ainda permaneça em pé,
embora inclinada.
Num plano mais afastado, deparamos
com a cidade de Teerão, capital do Irão, identificável pela sua paisagem
urbana e pela presença da Milad Tower, um dos marcos mais reconhecíveis
da urbe. Os edifícios são modernos, sugerindo uma sociedade urbana, dinâmica e
conectada ao mundo contemporâneo. As cores utilizadas são predominantemente
frias e claras (tons de azul, cinza e branco), criando um contraste com as
explosões vibrantes do primeiro plano. Esse fundo urbano representa a população
civil, a modernidade e a vida real que existe paralelamente à
estrutura teocrática representada pela estátua. Pode também simbolizar o
contraste entre o desejo de progresso da sociedade iraniana e o conservadorismo
do regime vigente.
Ao fundo, estão representadas as montanhas
nevadas, que representam a cordilheira de Alborz, que cerca Teerão.
Elas estão pintadas em tons de branco e azul claro, transmitindo uma sensação
de solidez, permanência e tranquilidade natural. Esse elemento pode ter um
duplo simbolismo: por um lado, reforça a geografia iraniana, situando o
cenário de forma inequívoca; por outro, pode simbolizar a resistência do
povo iraniano, ou até a ideia de que o país (a terra, o território)
permanece, independentemente das estruturas de poder que nele se ergam ou
desmoronem. A paz das montanhas contrasta diretamente com o caos e destruição
do primeiro plano.
Em
suma, este cartune utiliza metáforas visuais potentes para retratar os ataques
que Israel está a desferir sobre o regime da República Islâmica do Irão, a
pretexto de destruir a ameaça que constitui o seu programa nuclear. A estátua
representa o poder teocrático, rígido e autoritário, enquanto os mísseis e
explosões indicam que esse poder está sendo desafiado e corroído, especialmente
nas suas fundações. A cidade moderna ao fundo aponta para uma sociedade que
deseja avançar, enquanto as montanhas evocam permanência e resiliência. A obra
transmite uma mensagem clara: apesar da aparência imponente do regime, as suas
bases estão sob ataque — e talvez prestes a ruir.
sexta-feira, 13 de junho de 2025
Estrutura de O Meu Pé de Laranja Lima
quinta-feira, 12 de junho de 2025
Resumo do capitulo I de O Meu Pé de Laranja Lima
quarta-feira, 11 de junho de 2025
Resumo de O Meu Pé de Laranja Lima
O Meu Pé de Laranja Lima é uma obra narrativa autobiográfica que relata a infância sofrida e as desventuras de Zezé, um menino de cinco anos natural de Bangu, periferia do Rio de Janeiro, no final dos anos 20 do século XX. Muito esperto e independente, aprende a ler sozinho e, como qualquer criança deixada solta, “vive aprontando”, expressão que designa as asneiras e partidas que prega e que, regra geral, têm consequências desastrosas para quem as faz e as sofre: “Aprendia descobrindo sozinho e fazendo sozinho, fazia errado e fazendo errado, acabava sempre tomando umas palmadas.”
A sua vida é tranquila e estável, habita uma casa confortável e vive com conforto material, até ao momento em que o pai perde o emprego e a mãe se vê forçada a trabalhar na cidade, mais especificamente no Moinho Inglês, uma fábrica de tecidos. Para agravar a situação, a família é extensa – Zezé tem cinco irmãos: Glória, Totoca, Lalá, Jandira e Luís. Operária na fábrica, a mãe passa o dia a trabalhar enquanto o pai, desempregado, fica em casa e começa a beber. Em virtude da nova situação para que é arrastada, a família vê-se forçada a mudar de casa e a levar uma vida modesta, por isso não é de espantar que os Natais outrora fartos sejam substituídos pela mesa vazia e por uma árvore sem presentes. No quintal da nova residência, existem diversas árvores, e cada membro da família escolhe uma para chamar sua. Zezé é o último a escolher e fica com um modesto pé de laranja lima, com o qual mantém longas conversas e a que chama carinhosamente Minguinho e Xururuca. Dadas a sua traquinice e as constantes travessuras, é frequente ser agredido fisicamente pelos pais e pelos irmãos, indo depois consolar-se com a árvore. Certa vez, foi sovado de tal maneira por uma das irmãs e pelo pai que ficou uma semana sem ir à escola.
A outra grande amizade de Zezé é Manuel Valadares, também conhecido por Portuga, um emigrante português que trata a criança com o afeto, a atenção e paciência que não tinha em casa. Por uma fatalidade do destino, Valadares é atropelado pelo comboio e morre, evento que tem um fortíssimo impacto em Zezé, que fica doente. Outro acontecimento dramático marca negativamente a sua vida: o pé de laranja lima é cortado por ter crescido mais do que era suposto.
Zezé recupera e recomeça avida, apesar de sentir um enorme vazio. Entretanto, a situação económica da família melhora quando o pai encontra emprego numa fábrica. Por outro lado, não há também motivo para temer o corte do pé de laranja lima, dado que tal não acontecerá tão cedo. É neste contexto que a história termina, com Zezé a assumir simbolicamente que a sua árvore amiga já fora cortada, associando-a ao desaparecimento do Portuga, sem o pai perceber.
A ação termina com o narrador a ser um Zezé agora adulto que se dirige a Manuel Valadares, mais de quarenta anos depois, e lhe confessa o impacto que teve na sua existência. Por outro lado, desabafa a influência que teve em si o facto de ter sido precocemente atingido pela realidade dura e cruel, que choca com a inocência, a alegria e a esperança que deveriam caracterizar a infância.