Português: 05/07/25

sábado, 5 de julho de 2025

Análise de O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos

 I. Vida de José Mauro de Vasconcelos


II. Obras


III. Obra


IV. Época


V. Ação

        1. Resumo

        2. Estrutura

        3. Resumo dos capítulos

                3.1. Primeira parte

                        3.1.1. Primeiro capítulo

                        3.1.2. Segundo capítulo

                        3.1.3. Terceiro capítulo

                        3.1.4. Quarto capítulo

                        3.1.5. Quinto capítulo

                3.2. Segunda parte

                        3.2.1. Primeiro capítulo

                        3.2.2. Segundo capítulo

                        3.2.3. Terceiro capítulo


Resumo do capítulo III - 2.ª parte - de O Meu Pé de Laranja Lima

    Este capítulo abre com uma longa conversa entre Zezé e Minguinho. O menino conta-lhe que descobriu onde mora o Portuga, concretamente na Rua Barão de Capanema. Ao chegar lá, encontra-o a fazer a barba no quintal, bate as palmas para lhe chamar à atenção e oferece-se para lhe engraxar os sapatos. Simpaticamente, Valadares convida-o a entrar enquanto acaba de se barbear. Ao ser questionado sobre a escola, responde que é feriado e que aproveitou o feriado para ganhar algum dinheiro. O português convida-o para entrar e tomar café, o que dá a oportunidade ao narrador para observar a organização e a limpeza do espaço, que contrasta com a sua casa, pobre e menos bem cuidada. A criança interrompe o assunto, ao notar o silêncio do pé de laranja lima, e questiona-o. A árvore responde que se sente desprezado pelo menino desde que passou a encontrar-se com Valadares.

    Zezé retoma a descrição do encontro com o Portuga, nomeadamente o momento em que lhe confessou que não estava realmente a trabalhar e que só tinha levado os apetrechos de engraxador como pretexto para sair de casa, já que apenas tinha autorização para se ausentar para longe para trabalhar. Isso evita que lhe batam tantas vezes, visto que a família acredita que, trabalhando, não fará travessuras. Valadares fica admirado com tanta malícia vinda de uma simples criança, e Zezé começa, então, a listar as suas traquinices e maldades, afirmando que é mau e que alguém como ele nem deveria ter nascido, segundo ouviu da boca de uma irmã, e acrescenta que é sovado constantemente. Dessa lista fazem parte as seguintes maldades: incendiou a cerca da vizinha Nega Ifigénia, ofendeu outra mulher chamando-lhe Pata Choca, partiu um espelho com uma bola de pano, quebrou lâmpadas com a baladeira, apedrejou a cabeça de um miúdo, arrancou mudas de plantas de outra vizinha e fez o gato de Dona Rosena engolir uma bola de gude. O português procura esconder o riso, mas repreende-o pela traquinice feita ao gato. De seguida, narra o episódio mais embaraçoso: no cinema, para não perder a parte de um filme, urinou num canto da sala. Todavia, as outras crianças aperceberam-se e imitaram-no, criando um «rio» dentro do cinema. Descoberto, foi culpado pelo incidente e foi proibido de entrar no Cinema Bangu durante um ano. Para piorar a situação, o dono contou tudo ao pai, que lhe deu uma sova com um tamanco, mesmo estando a criança já a dormir.

    No final, Minguinho continua amuado por se sentir rejeitado. Zezé tenta convencê-lo de que há espaço no seu coração para todos. Perante o silêncio da árvore, decide ir jogar bola de gude, dizendo que ela está muito enjoada.

    Zezé e Manuel Valadares passam a encontrar-se frequentemente, crescendo entre eles uma amizade com contornos familiares. De facto, o narrador aproveita todos os momentos e oportunidades para estar com o português, que, por sua vez, lhe proporciona algumas das coisas com as quais a criança poderia apenas sonhar. De início, porém, mantém a amizade entre ambos em segredo, primeiro por vergonha, depois por diversão. Durante os seus encontros, Zezé fala sobre a sua família, as suas dificuldades e os seus sonhos. Tudo isto faz com que a relação entre ambos se fortaleça, a ponto de o menino lhe pedir para o tratar por «você», pois soa mais íntimo e carinhoso entre amigos e o chamar «Portuga», que considera mais carinhoso e representativo da amizade entre ambos, em vez de «senhor» ou «Manuel». Valadares aceita, demonstrando um afeto paternal. Ele emociona-se com os relatos da criança acerca da sua miséria familiar (conta que a mãe é filha de índios, trabalha muito para sustentar a casa e sofre com uma hérnia; apesar de ser rígida e, às vezes, lhe bater, Zezé reconhece que é uma boa mãe, apenas cansada demais; fala também sobre a irmã mais velha, que vive a fugir para encontrar namorados, contrariando as ordens maternas), e ela fica impressionada com o carinho, a preocupação e o afeto que o português lhe dedica, em todos os momentos. Os dois combinam que tudo o que é do Portuga, incluindo o carro, pertence também, de certa forma, ao menino, que lhe conta que pensava que Valadares era um antropófago (um canibal), coisa que ouvira por aí, e explica o significado do termo com surpreendente clareza para a sua idade.

    Zezé revela que tem oficialmente cinco anos, mas diz ter seis para poder frequentar a escola. Além disso, mostra ao português uma medalhinha antiga, na qual está escrita a palavra «carborundum» e que fazia parte do relógio de seu pai, o qual teve de ser vendido para fazer face às dificuldades económicas da família. A medalha constitui, para a criança, a herança que restou do progenitor. Para o deixar ainda mais feliz, Valadares deixa-o pendurar-se no pneu sobressalente na traseira do carro enquanto conduz devagar, realizando, assim, o sonho da criança. Para terminar, conversam sobre o modo como Zezé justificaria junto da família o tempo passado fora de casa – astuto como habitualmente, diz que inventará que estava no catecismo. No caminho de regresso, muito emocionado, o narrador encosta-se ao braço do Portuga e faz-lhe uma declaração tocante: nunca mais se quererá afastar dele, porque, na sua companhia, sente-se protegido, amado e feliz.

    Enquanto a amizade entre Manuel Valadares e o narrador evolui e se cimenta, passa existir algum distanciamento entre este e Minguinho.

Áudio do Exame Nacional de PLNM 2025 - 1.ª fase

Correção do Exame de PNLM 2025 - 1.ª fase

"Will You Love Me Tomorrow", The Shirelles


1960

Exame de Português Língua Não Materna - 12.º ano - 2025 - 1.ª fase

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