Zezé recupera e recomeça a sua vida, apesar do vazio enorme que sente. É já quase restabelecido que escuta a novidade do pai: fora nomeado gerente da Fábrica de Santo Aleixo, o que significa que a situação financeira da família irá melhorar. É precisamente isto que o pai promete: pegando nele ao colo e falando-lhe com carinho, garante-lhe uma vida melhor, com presentes no Natal, viagens e uma nova casa com muitas árvores. Além disso, tenta resgatar o vínculo afetivo, relembrando a medalha do índio e prometendo devolvê-la num novo relógio.
No entanto, Zezé, apesar das palavras otimistas do progenitor e do seu gesto de carinho, de aproximação, afasta-se, confuso e magoado, e reflete que aquele homem não é seu pai – o seu verdadeiro pai, na sua perceção afetiva, tinha partido no dia em que o Portuga morreu, símbolo do afeto e compreensão. Quando seu Paulo tenta consola-lo, dizendo-lhe que, no futuro, poderá escolher novas árvores, acrescentando que não haverá motivo para temer o corte do seu pé de laranja lima, visto que não acontecerá a curto praxo, Zezé desaba. Em lágrimas, assume simbolicamente, sem que o pai compreenda o alcance e o significado das suas palavras, que a sua árvore já fora cortada há mais de uma semana, associando-a, assim, ao desaparecimento do seu amigo Portuga.
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