1.ª. Muitas cantigas de
amigo são constituídas por dois versos paralelos, seguidos de refrão.
Estas composições estavam associadas
ao canto e à dança: dois coros cantavam as estrofes alternadamente e o refrão
era cantado pelos dois coros simultaneamente ou por um solista.
2.ª.
Existe também a repetição de versos, iguais ou muito semelhantes, de forma a
constituir-se uma unidade rítmica.
3.ª.
As ideias repetem-se através de versos iguais ou muito semelhantes e de forma simétrica.
É o chamado paralelismo.
4.ª.
Algumas cantigas paralelísticas apresentam alternância da rima de i ou e em a ou vice-versa: amigo - amado, sofrer - endurar.
5.ª.
Podemos também constatar o processo de leixa-prem,
que consiste em retomar, no todo ou em parte, o último verso da estrofe
anterior:
"Ondas
do mar levado
se vistes meu amado!
E
ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amado
o que mentiu
do que m'a jurado
E
ai Deus, se verrá cedo!"
6.ª.
Apresentam grande simplicidade.
7.ª.
A narratividade.
8.ª.
A donzela (moça solteira) exprime a situação amorosa ou os seus dramas na relação
com o amigo.
9.ª.
A donzela é uma moça simples, por vezes ingénua, mas enamorada.
10.ª.
O amor é um sentimento natural e espontâneo.
11.ª.
O ambiente é natural e familiar. A natureza surge muitas vezes como confidente
e reflecte o estado de espírito da donzela.
12.ª.
São de origem autóctone, galaico-portuguesa, de carácter popular e de tradição
oral.