quarta-feira, 23 de julho de 2025
Campo lexical e campo semântico 1
Discurso político: "Apelo à Paz"
Exposição: "O grande rei escondido"
Arcaísmos e neologismos 1 - Correção
1.
a) arcaísmo
b) arcaísmo
c) neologismo
d) arcaísmo
2.
a) embarcação
b) fortemente
d) rejuvenescida
3. Este fruto, introduzido na Europa neste tempo dos Descobrimentos, era novidade para os portugueses; logo «coco» seria uma palavra nova na língua para designar o fruto.
4. «estrumpfado» (amálgama – estrumpf + apaixonado); «estrumpforto» (amálgama – estrumpf + morto).
. Ficha: arcaísmos-e-neologismos.
Arcaísmos e neologismos 1
Relato de viagem: "Em Macau..." - Correção
1.1. (B)
1.2. (C)
1.3. (B)
1.4. (D)
1.5. (C)
1.6. (C)
1.7. (A)
2. Exemplos de marcas do relato de viagem
1.º) Variedade de temas:
viagem a Macau – descrição do que vê; comentários e outras reflexões suscitadas
pelo ambiente (“A paisagem era enorme; de um lado, estava Macau, do outro,
estava a Taipa.” – ll. 1-2; “Ali, à altura aproximada de 338 metros, eu sabia
com muita clareza que essa dita ponte velha, por exemplo, se chama Ponte
Governador Nobre de Carvalho e que foi construída entre 1970 e 1974.” – ll.
10-13; “Isto, claro, além de ser um dos lugares onde se sente com muita nitidez
a presença dos portugueses...” – ll. 32-34).
2.º) Discurso pessoal:
prevalência da 1.ª pessoa – narrador autodiegético (“As pontes eram
atravessadas por pequenos carros, alguns táxis parecidos com aqueles onde eu
próprio tinha seguido, a escutar rádio em cantonês.” – ll. 6-9).
3.º) Dimensões narrativa –
predomínio de nomes (“No lado oposto ao Senado, com as ondas da calçada a
chegarem aos degraus da sua entrada, está a Igreja de São Domingos.” – ll.
40-42) – e descritiva – predomínio de adjetivos (“arcadas cheias de
vida, atravessadas por gente que entra e sai de pequenas lojas; através da calçada
portuguesas, com um padrão de ondas, calcário negro sobre calcário branco” –
ll. 36-39).
Processos fonológicos * Palavras divergentes e convergentes - Correção dos exercícios
segunda-feira, 21 de julho de 2025
Relato de viagem: "Em Macau..."
Processos fonológicos * Palavras divergentes e convergentes 1
sábado, 19 de julho de 2025
A origem da pontuação
1. Os
povos mais próximos de quem herdamos muito do que é o nosso modo de vida, a
cultura, a língua, etc., escreviam de forma bem diferente da que hoje usamos.
De
facto, os Gregos escreviam sem espaços entre as palavras, sem pontuação, sem
qualquer diferente entre minúsculas e maiúsculas, ou seja, dispunham as letras
ininterruptamente, umas atrás das outras:
HOJEÉSÁBADOEESTÁMUITOVENTOOCALORABRANDOUPORALGUNSDIASMASDEVEVOLTAREMFORÇANOSPRÓXIMOSDIAS
No
entanto, foi na Grécia Antiga que surgiram os primeiros sinais de pontuação que
conhecemos, porém não passaram de experiências pessoais, provavelmente para
facilitar o processo de leitura, que não vingaram na época e, portanto, não se
tornaram norma. Tanto quanto se sabe, o sistema mais importante e conhecido foi
o criado por Aristófanes de Bizâncio, um gramático, filólogo e bibliotecário
grego, nascido por volta de 257 a.C. e falecido por volta de 180 a.C.,
conhecido pelo seu trabalho na Biblioteca de Alexandria. Aristófanes foi um dos
primeiros estudiosos a realizar edições críticas de obras literárias,
especialmente de poetas como Homero, Hesíodo e os trágicos gregos. Além disso,
desenvolveu um sistema de acentuação e sinais diacríticos (como os
acentos agudo, grave e circunflexo) para o grego, ajudando os leitores a
pronunciar corretamente as palavras. Também introduziu sinais de pontuação
primitivos a apontar diferentes pausas nos textos para facilitar a leitura em
voz alta. Além disso, ajudou a organizar e categorizar obras literárias
na Biblioteca de Alexandria, separando-as por gêneros e autores. Esse trabalho
foi fundamental para preservar muitos textos antigos.
2. Os
Romanos atuaram de forma muito semelhante aos Gregos. Por exemplo, um
dos maiores escritores latinos – Cícero (106 – 43 a.C.) – considerava que a
pontuação era uma cedência indesculpável ao facilitismo. Não obstante, num ou
noutro texto, encontramos um ponto a meio da linha a dividir as palavras. Seja
como for, que Gregos quer Romanos utilizaram a chamada escrita contínua.
3. Na
Idade Média, os monges das ilhas britânicas começaram a pontuar os textos
latinos que liam, visto que o inglês antigo que falavam então era muito
diferente do latim e nem todos possuíam
conhecimentos suficientes da língua romana para os ler sem estarem pontuados.
Note-se que, na época, os monges comiam enquanto ouviam leituras da Bíblia, que
deveriam ser expressivas e sem falhas. Se quem lia cometesse algum erro ou
alguma falha durante a leitura, seria castigado.
Convém
ter presente que a conexão entre a leitura, a pontuação e o domínio do sagrado
eram anterior àquele tempo. De facto, Santo Agostinho (teólogo e filósofo,
nascido em 354 d.C. e falecido em 430) defendera já nos séculos IV e V a necessidade
de pontuar os textos sagrados, de modo a conservar o sentido da Bíblia.
4. O facto
referido no ponto 3 mostra que a pontuação estava ligada à leitura em voz alta,
todavia, com a passagem do tempo, a leitura silenciosa foi ganhando espaço,
pelo que a pontuação permitiu que essa as frases se tornassem mais claras e
mais fáceis de ler em silêncio.
5. Quem
sabia ler e quem possuía hábitos de leitura ganhou consciência da importância e
utilidade da pontuação, pelo que esta se foi espalhando pelo continente europeu.
Assim, quando surgiu a imprensa na Europa, cerca de 1439, graças a Gutenberg
(o seu inventor terá sido um chinês chamado Bi Sheng no ano de 1040), a
pontuação começou lentamente a generalizar-se.
Este
processo enfrentava, porém, um constrangimento. Com efeito, não havia regras
mais ou menos definidas para pontuar um texto, como sucede hoje em dia. Cada
autor, cada revisor, cada editor ou ada tipografia pontuava os textos ao seu
«gosto», o que naturalmente gerava uma grande confusão e incoerência.
Com o
avançar do tempo, o hábito de pontuar os textos foi-se enraizando e a pontuação,
embora continuasse a ser bastante flexível, foi ganhando alguma ordem e coerência.
6. Cada
sinal de pontuação tem uma origem e história definidas. O sistema criado pelo
já citado Aristófanes de Bizâncio usava um ponto superior para marcar uma pausa
significativa, um ponto a meio da linha para marcar uma pausa menos prolongada
e um ponto na parte inferior da linha para marcar uma pausa breve. Este último
ponto constituía, portanto, uma espécie de vírgula, embora se situasse no local
da fase e da linha onde atualmente usamos o ponto final. Com o tempo, este
ponto situado na parte inferior da linha foi o único que sobreviveu dos três
referidos.
7. Por
sua vez, a vírgula
teve a sua origem no uso de barras oblíquas a meio de uma frase para marcar uma
pausa: O meu tio faleceu / mas deixou muitas saudades. Aldo Manúcio (um
impressor e humanista italiano, fundador da Aldine Press, nascido em
Itália, em 1149, e falecido em Veneza, em 1515) diminuiu o tamanho dessa barra
e deu-lhe uma forma curvada, pendurando-a na linha.
quinta-feira, 17 de julho de 2025
Modelos / Minutas do JNE
Provas Finais e Exames Finais Nacionais 2025
Modelo 16-A – Alegação justificativa de reclamação de prova
Modelo 16 – Requerimento para reclamação de prova
Modelo 15 – Requerimento para reclamação de prova final
Modelo 12-A – Alegação justificativa de reapreciação de prova
Modelo 12 – Requerimento para reapreciação de prova
Modelo 11 – Requerimento para reapreciação não automática de prova final
Modelo 10 – Requerimento para retificação das cotações
Modelo 09 – Requerimento para consulta da prova
Modelo 02 – Requerimento para Alteração de Escola
Análise do poema "Amor, que o gesto humano n’alma escreve", de Camões
O assunto do soneto é simples: o sujeito poético, certo dia, viu a mulher amada a chorar, por isso ele mesmo subitamente começou também a verter lágrimas. Logo após esta descrição, que ocupa as duas quadras, no primeiro terceto, interpreta o pranto da mulher como uma manifestação de benevolência para com ele próprio, todavia não tem a coragem de acreditar nisso, visto que, se se provasse ser verdade, correria o risco de enlouquecer. No segundo terceto, o poeta, dissociando-se do sujeito lírico, chama a atenção do leitor (“Olhai”) para o poder sobrenatural de Amor, dado que é capaz de gerar lágrimas a partir de lágrimas. No primeiro caso, o choro é apenas sinal de compaixão, enquanto, no segundo, é sinónimo de uma felicidade tanto imortal quanto ilusória.
segunda-feira, 14 de julho de 2025
Análise do poema "Fui criança, indo por um carreiro, a caminho do mar", de Fiama Hasse Pais Brandão
O poema, da autoria de Fiama Hasse Pais Brandão, é constituído por uma única estrofe, constituída por 13 versos livres, brancos ou soltos, e aborda a temática da infância, convocando a memória para a rememoração desse tempo e do impacto que teve na formação espiritual e emocional do sujeito poético. De facto, a experiência sensorial da Natureza molda-o-
O sujeito lírico recorda um passado distante – o da infância –, daí o recurso ao pretérito perfeito do indicativo (“Fui criança.”). Metaforicamente, retrata-o como um carreiro, que simboliza o percurso dessa fase da vida, uma passagem inicial, rodeada pela Natureza. Esse carreiro desagua no mar, um espaço que remete para a ideia de vastidão, de descoberta, de aventura. O mar, de facto, simboliza a vastidão da vida, a liberdade e o desconhecido – o destino para onde a criança caminha, representando a passagem para um mundo mais amplo e complexo – o da adultez. Durante o percurso, o «eu» poético vai de mão dada (supostamente com alguém), um gesto que representa afeto, proteção e cumplicidade: a criança não está sozinha, há quem a acompanhe e guie (talvez um adulto – um pai, uma mãe) através da Natureza – “entre árvores, pedras, insetos e aves” (esta enumeração de elementos naturais caracteriza-se pela diversidade e vida exuberante e evidencia a atenção que o «eu» infantil dedica ao que o rodeia – a Natureza funciona, assim, como companhia e cenário). Resumidamente, o carreiro simboliza o caminho estreito e inicial da infância, o percurso inicial, ainda protegido e embalado pela Natureza, rumo ao mar (a descoberta / a maturidade), em direção à maturidade.
O verso 4 recorda a poesia de Cesário Verde e Alberto Caeiro: “Toda a Natureza me coube nas pupilas”. O sujeito poético capta o mundo por meio dos sentidos, das sensações, nomeadamente, no caso do verso citado, da visão. Além das sensações visuais, nele ocorre uma hipérbole: toda a Natureza «caber» nos olhos do «eu» sugere a sua capacidade de maravilhamento, característica da infância. O verso seguinte personifica-a como mestra, isto é, como «algo» que ensina, e apresenta-se a si mesmo como «discípula», ou seja, como alguém que aprende a lição que a professora ministra. Note-se que o uso do feminino clarifica que o «eu» poético é uma mulher. Quer isto dizer que a infância é uma fase de aprendizagem, concretizada através da experiência sensorial do mundo. A Natureza é, em síntese, representada como uma mestra viva e sensível, que educa o «eu» através do que os sentidos conseguem captar. Através dos seus elementos (som, cor, movimento, etc.) e das suas ausências (silêncio, distância), ela ensina o sujeito lírico a sentir emoções como o prazer, a perda, a dor e a pertença. Neste contexto, as pupilas constituem uma espécie de portal sensorial através do qual a criança absorve o mundo – trata-se de uma espécie de abertura, de aprendizagem. A criança que o «eu» foi é, portanto, a discípula da Natureza, alguém que absorve o mundo com total abertura sensorial e emocional, conduzido e protegido pela mão de um adulto.
Quando o «eu» fechava os olhos e deixava de contemplar a Natureza, esta punia-o “com o silêncio cruel das ondas” (a ausência do som natural – sensação auditiva – é opressiva e dolorosa), com a “mudez imerecida dos insetos” (novamente o silêncio e nova sensação auditiva, representando um castigo injusto e vulnerável) e com a distância das aves, que lhe causava dor. Ou seja, o «eu» lírico relacionava-se com a Natureza, que o deixava maravilhado, através dos sentidos e das sensações, nomeadamente do olhar, o primordial. Fechando os olhos, deixa de poder contemplá-la, de se maravilhar com ela, e isso causa-lhe sofrimento e dor. Como castigo, a Natureza fica em silêncio, impedindo-o de com ela contactar, na ausência de visão, através do sentido seguinte mais abrangente: a audição. Esse sofrimento e essa dor intensificam-se com a distância de outro elemento natural: as aves. Além do corte da visão e do silêncio, a separação física delas – símbolo de liberdade – ampliam a sensação de perda e intensifica, a dor, pois representam a perda da ligação imediata e afetiva com o mundo natural e, simbolicamente, com a liberdade e a inocência da infância.
Quando abria os olhos e voltava a contemplar a Natureza com o olhar, o mundo regressava, abundante, generoso, acolhedor (o contacto com ela através dos sentidos é essencial para a plenitude), apaziguador e dele(a) (nota-se aqui um sentimento de pertenças forte, uma fusão entre o sujeito poético e o ambiente natural que o rodeia. No entanto, quem o guiava no tempo da infância – a “mão que me trazia a mão” (a repetição do nome «mão» reforça a ideia da ligação entre a infância e o amparo proporcionado pelos adultos, mas também o caminho em direção para uma nova fase da existência) – levava-o além da atitude de contemplação da Natureza, puxava-o – a mão que puxa representa o crescimento inevitável – para o crescimento, para a “luz de cada dia”, isto é, o quotidiano, o amadurecimento inevitável, para o qual é conduzido pelo adulto, experiente, conhecedor da vida e que já enfrentou aquele caminho, aquele processo. Assim sendo, a “luz de cada dia” associar-se-á à consciência, à maturação, à entrada consciente no mundo dos adultos. Por outro lado, essa transição da infância para a adultez constitui um movimento gradual, mas inevitável: o «eu», ligado à Natureza, é conduzido pela mão em direção ao futuro.