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sábado, 26 de julho de 2025

Listas

1.         As listas dispostas em várias linhas permitem organizar enumerações, tornando o texto mais claro e acessível para o leitor.
 
2.         Habitualmente, existem três tipos de listas:

. os fragmentos (palavras ou expressões), sem um início de frase;

. uma só frase distribuída em várias linhas;

. várias frases completas.

 
3.         Exemplo de uma lista de fragmentos:

. Lista de compras:
- Batatas
- Cebolas
- Arroz
- Azeite
- Gelatina
- Melão
- Bananas
Este tipo de lista não necessita de pontuação no final de cada elemento, todavia é possível usar o ponto e vírgula (exceto no último elemento) ou o ponto a separá-los.
 
4.         Exemplo de uma lista constituída por uma frase distribuída em várias linhas:

. Aprender Matemática requer:
- compreender os conceitos básicos antes de avançar;
- praticar com frequência e regularidade;
- desenvolver o raciocínio lógico;
- aplicar a matemática em situações do dia a dia;
- não ter medo de errar e aprender com os erros.
 
5.         Exemplo de uma lista constituída por várias frases:
. Estas são as razões pelas quais o trabalho em grupo é valorizado na escola:
- Desenvolve-se a cooperação entre os alunos.
- Estimula-se o respeito pelas opiniões dos outros.
- Aprendem-se competências sociais importantes para a vida.
 
6.         Existem ainda listas feitas de vários parágrafos. É o caso de listas de normas. Tomemos como exemplo um artigo numa determinada lei, que é habitualmente constituído por parágrafos numerados e cada parágrafo por alíneas.

Artigo 12.º — Direitos dos trabalhadores-estudantes

1. O trabalhador-estudante tem direito à realização de exames em época especial, nos seguintes termos:

a) Deve apresentar atempadamente o seu comprovativo de matrícula;

b) A marcação da época especial deve ser feita de comum acordo com a entidade empregadora;

c) O número de exames não pode exceder o estipulado pelo regulamento da instituição de ensino.

2. O trabalhador-estudante tem direito à dispensa de serviço para a frequência de aulas, desde que:

a) As aulas decorram em horário coincidente com o horário de trabalho;

b) A entidade empregadora seja previamente informada do horário letivo;

c) A frequência seja devidamente comprovada pela instituição de ensino.

3. Para efeitos de justificação de faltas, o trabalhador-estudante deve apresentar:

a) Declaração comprovativa da atividade académica;

b) Prova documental da realização de provas ou frequência de aulas obrigatórias.
 
7.         Para organizar listas, usam-se sinais próprios (travessão, hífen, pequeno círculo, etc.), números (conjugados ou não com sinais de pontuação) ou letras – as chamadas alíneas (com um ou dois parêntesis ou outro sinal de pontuação):
-> , -, –, etc.
-> a), (a), A), (A), a., A., a, A
-> 1), 1., (1), 1, i., I., i, I, etc.
 
8.         Numa lista, podem existir vários níveis, com sublistas dentro de cada elemento.

1. Primeiro elemento da lista

a) Primeira alínea do primeiro elemento.

b) Segunda alínea do primeiro elemento.

2. Segundo elemento da lista

a) Primeira alínea do segundo elemento.

b) Segunda alínea do segundo elemento.

 
9.         Se uma lista for constituída por uma frase, esta deve ser escrita como se não estivesse em forma de lista:

. Falar bem implica:
·         exprimir-se corretamente oralmente;
·         estruturar bem o discurso;
·         apresentar argumentos e exemplos adequados ao tema.
 

Classes e subclasses de palavras (1)

1. Lê o seguinte excerto.
 
Deambulações e pensamentos ...

               – Amo, pelas tardes demoradas de verão, o sossego da cidade baixa, e sobretudo aquele sossego que o contraste acentua na parte que o dia mergulha em mais bulício. A Rua do Arsenal, a Rua da Alfândega, o prolongamento das ruas tristes que se alastram para leste desde que a da Alfândega cessa, toda a linha separada dos cais quedos tudo isso me conforta de tristeza, se me insiro, por essas tardes, na solidão do seu conjunto. Vivo uma era anterior àquela em que vivo; gozo de sentir-me coevo de Cesário Verde, e tenho em mim, não outros versos como os dele, mas a substância igual à dos versos que foram dele. Por ali arrasto, até haver noite, uma sensação de vida parecida com a dessas ruas. De dia elas são cheias de um bulício que não quer dizer nada; de noite são cheias de uma falta de bulício que não quer dizer nada. Eu de dia sou nulo, e de noite sou eu. Não diferença entre mim e as ruas para o lado da Alfândega, salvo elas serem ruas e eu ser alma, o que pode ser que nada valha, ante o que é a essência das coisas. um destino igual, porque é abstrato, para os homens e para as coisas designação igualmente indiferente na álgebra do mistério.

         Mas há mais alguma coisa... Nessas horas lentas e vazias, sobe-me da alma à mente uma tristeza de todo o ser, a amargura de tudo ser ao mesmo tempo uma sensação minha e uma coisa externa, que não está em meu poder alterar. Ah, quantas vezes os meus próprios sonhos se me erguem em coisas, não para me substituírem a realidade, mas para me confessarem seus pares em eu os não querer, em me surgirem de fora, como o elétrico que dá a volta na curva extrema da rua, ou a voz do apregoador noturno, de não sei que coisa, que se destaca, toada árabe, como um repuxo súbito, da monotonia do entardecer!
Bernardo Soares, Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa
(ed. Richard Zenith), 7. ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2014, pp. 41-42

 

1.1. Identifica as classes e as subclasses das palavras presentes nas seguintes tabelas.
 

Palavras

Classe

Subclasse

 

Palavras

Classe

Subclasse

«tardes» (l. 1)

 

 

 

«De dia» (ll. 7-8)

 

 

«sobretudo» (l. 1)

 

 

 

«um» (l. 8)

 

 

«aquele» (l. 1)

 

 

 

«que» (l. 8)

 

 

«mais» (l. 2)

 

 

 

«Eu» (l. 9)

 

 

«se» (l. 3)

 

 

 

«nulo» (l. 9)

 

 

«desde» (1l. 3)

 

 

 

«Não» (l. 9)

 

 

«a» (l. 3)

 

 

 

«entre» (l. 9)

 

 

«Alfândega» (l. 3)

 

 

 

«o» (l. 10)

 

 

«quedos» (l. 4)

 

 

 

«salvo» (l. 10)

 

 

«me»(l.4)

 

 

 

«ante» (l. 10)

 

 

«se» (l. 4)

 

 

 

«porque» (l. 11)

 

 

«essas» (l. 4)

 

 

 

«abstrato» (l. 11)

 

 

«seu» (l. 5)

 

 

 

«tudo» (l. 14)

 

 

«àquela» (l. 5)

 

 

 

«e» (l. 14)

 

 

«coevo» (l. 5)

 

 

 

«Ah» (l. 15)

 

 

«mim»(l.6)

 

 

 

«os» (l. 16)

 

 

«outros» (l. 6)

 

 

 

«de fora» (l. 17)

 

 

«como» (l. 6)

 

 

 

«ou» (l. 17)

 

 

«ali» (l 7)

 

 

 

«entardecer» (l. 18)

 

 


2. Associa as formas verbais da coluna A à respetiva subclasse da coluna B.

 

A

B

a) «Amo»(l. 1)

1. 1ntransitivo

b) «cessa» (l. 3)

2. Transitivo direto.

c) «insiro» (l. 4)

3. Transitivo indireto.

d) «sentir» (l. 5)

4. Transitivo direto e indireto.

e) «serem» (l.10)

5. Transitivo predicativo.

f) «substituírem»(1. 16)

6. Copulativo

 

2.1.   Classifica os verbos auxiliares dos complexos verbais presentes nas seguintes frases:

a)   Bernardo  Soares tinha deambulado  pela cidade baixa. ................................................

b)   Continuou  a  percorrer  as  ruas  tristes. ......................................................................

c)   A realidade nunca será substituída  pelos sonhos. ............................................................

d)   Soares não pode alterar  a tristeza que o invade. ..........................................................

e)   A realidade  circundante    de fasciná-lo  eternamente. ................................................

 
2.2. Indica o tempo e o modo dos complexos verbais. .............................................................................
 
3. Indica a classe e a subclasse dos vocábulos relativos presentes nas seguintes frases:

a)  O excerto pertence ao Livro do Desassossego, cujo autor é Bernardo Soares.

...........................................................................................................................................................

 

b)  O enunciador, que percorre a cidade de Lisboa, tece várias considerações.

.............................................................................................................................................................

 

e) As reflexões surgem a partir de locais da cidade de Lisboa por onde deambula.

............................................................................................................................................................

 

            d)  quem pense que Bernardo Soares é uma figura real.

............................................................................................................................................................

 

e)   O Livro do Desassossego, do qual muito me falaram, é realmente composto por fragmentos.

............................................................................................................................................................

 

3.1. Indica os antecedentes dos relativos presentes nas alíneas a), b), e) e e).

..............................................................................................................................................................

 

4. Reescreve as seguintes frases, substituindo a expressão destacada por um pronome.

a)  Os sonhos surgem de fora a Bernardo Soares.

...............................................................................................................................................

 
b)  Podemos dispor livremente os fragmentos do Livro do Desassossego.

...............................................................................................................................................

 
e) Quando puder, lerei este excerto do livro à minha mãe.

................................................................................................................................................

 
d)    Temos lido vários fragmentos da obra.

................................................................................................................................................

 
e)   Na próxima aula, leremos um novo fragmento.

................................................................................................................................................

 
f)    Relatar-vos-ei a deambulação de Bernardo Soares.

................................................................................................................................................

 

5. Indica se o valor do pronome pessoal «se», presente nas seguintes frases, é reflexo, recíproco, inerente, impessoal ou passivo.

a)  Atualmente, lê-se muito pouco. ...............................................................................................

b)  Bernardo Soares goza de sentir-se coevo de Cesário Verde. ...................................................

e) Salientam-se os heterónimos pessoanos e não o semi-heterónimo. ......................................

d)  Se Pessoa e Soares se encontrassem, decerto que se cumprimentariam. ................................

e)   Viu-se absorto e perdido nos seus próprios pensamentos. .........................................................

 

5.1. Completa as afirmações que se seguem com os valores utilizados anteriormente:

a)    o pronome pessoal surge sem pessoa gramatical, quando apresenta os valores

..................................................................................................................................................

 

b)    o pronome pessoal surge com as várias pessoas gramaticais, quando ocorre com os valores

..................................................................................................................................................

 
e) o pronome pessoal surge somente com sujeitos plurais ou com sujeitos constituídos por grupos nominais coordenados, quando apresenta o valor

..................................................................................................................................................

 
5.2. Comprova o valor passivo do pronome pessoal «se», colocando a(s) respetiva(s) frase(s) na voz passiva.

..........................................................................................................................................................

 
5.2    Indica as alíneas que apresentam frases em que:

a)    o «se» exprime um sujeito indeterminado, parafraseável por «há pessoas que»; «há quem» ou «alguém».

..........................................................................................................................................................

 

b)    o «se» indica que uma única entidade é simultaneamente agente e paciente da ação expressa pelo verbo, ao qual se pode juntar as expressões «a si» e «a si próprio/mesmo».

........................................................................................................................................................

 
6.     Refere a classe e a subclasse dos constituintes destacados.

a)  Soares subiu por ali, pois algo o impeliu. .............................................................................................

b)  Deambulava vagarosamente para apreciar o que via. ...............................................................................

e) O seu escritório ficava perto daquele lugar. .......................................................................................

d) Os sonhos surgiam-lhe de dia, insistentemente. .................................................................................

 

* * * * *

Correção
 

1.

«tardes»: nome/ comum;

«sobretudo»: advérbio/ modo;

«aquele»: determinante / demonstrativo;

«mais»: advérbio / quantidade e grau;

«se»: pronome / pessoal (inerente);

«desde»: preposição;

«a»: pronome/ pessoal;

«Alfândega»: nome/ próprio;

«quedas»: adjetivo/qualificativo;

«me»: pronome/ pessoal;

«se»: conjunção/ subordinativa condicional;

«essas»: determinante/ demonstrativo;

«seu»: determinante/ possessivo;

«àquela»: pronome/ demonstrativo (forma contraída);

«coevo»: adjetivo/ qualificativo;

«mim»: pronome/ pessoal;

«outros»: determinante/ indefinido;

«como»: conjunção / subordinativa comparativa;

«ali»: advérbio / lugar;

«De dia»: locução adverbial/ tempo;

«um»: determinante/ artigo indefinido;

«que»: pronome/ relativo;

«Eu»: pronome/ pessoal;

«nulo»: adjetivo/ qualificativo;

«Não»: advérbio/ negação;

«entre»: preposição;

«o»: determinante/ artigo definido;

«salvo»: advérbio/ exclusão;

«ante»: preposição;

«porque»: conjunção/subordinativa causal;

«abstrato»: adjetivo/ qualificativo;

«tudo»: pronome/ indefinido;

«e»: conjunção/ coordenativa copulativa;

«Ah»: interjeição;

«os»: pronome/ pessoal;

«de fora»: locução adverbial/ lugar;

«ou»: conjunção/ coordenativa disjuntiva;

«entardecer»: nome/ comum.

 

2.

a) 2

b) 1

c) 3

d) 5

e) 6

f) 4

 

2.1.

a) «tinha»: auxiliar do tempo composto;

b) «Continuou»: auxiliar aspetual;

c) «será»: auxiliar da passiva;

d) «pode»: auxiliar modal;

e) «há (de)»: auxiliar temporal.

 

2.2.

a) Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo;

b) Pretérito perfeito do indicativo;

c) Futuro do indicativo;

d) Presente do indicativo;

e) Presente do indicativo.

 

3.

a) «cujo»: determinante relativo;

b) «que»: pronome relativo;

c) «onde»: advérbio relativo;

d) «quem»: pronome relativo;

e) «(d)o qual»: pronome relativo.

 

3.1.

a) «(o) Livro do Desassossego»;

 b) «O enunciador»;

c) «(d)a cidade de Lisboa»;

d) sem antecedente;

e) «O Livro do Desassossego».

 

4.

a) Os sonhos surgem-lhe de fora;

b) Podemos dispô-los livremente;

c) Quando puder, ler-lho-ei;

d) Temo-los lido;

e) Na próxima aula, lê-lo-emos;

f) Relatar-vo-la-ei.

 

5.

a) Valor impessoal;

b) Valor inerente;

c) Valor passivo;

d) Valor recíproco;

e) Valor reflexo.

 

5.1.

a) impessoal e passivo;

b) inerente e reflexo;

c) recíproco.

 

5.2. Os heterónimos pessoanos são salientados e não o semi-heterónimo.

 

5.3.

a) alínea a);

b) alínea e).

 

6.

a) Locução adverbial de lugar;

b) Advérbio de modo;

c) Advérbio de lugar;

d) Locução adverbial de tempo.

 

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