Português: Resumo do conto "Há coisas..."

domingo, 3 de agosto de 2025

Resumo do conto "Há coisas..."

    O conto narra uma experiência inquietante vivida numa noite de verão. Acordado repentinamente em plena madrugada, o narrador sente um medo profundo e solidão, com o coração disparado e o quarto mergulhado num silêncio assustador.
    Subitamente, ouve-se um ruído estranho e sem explicação aparente, que intensifica a sensação de medo, evocando memórias infantis de fantasmas e lendas noturnas. O temor é apontado como consequência do desconhecido e da possibilidade de que as histórias de fantasmas sejam reais. Apesar de tentar racionalizar a situação, atribuindo o barulho a uma brisa da madrugada, todavia o facto de a janela do quarto estar fechada deixa em aberto a dúvida e mantém o mistério e o clima de inquietação. De facto, «há coisas» inexplicáveis que nos cercam na solidão.
    Quando ouve novamente o som, estremece: parece-lhe que unhas arranham a parede, perto do seu ouvido. Assustado, lembra-se de Bieito, uma personagem de um conto galego que foi enterrada viva por engano. De facto, o desgraçado acordou a caminho da sua derradeira morada e arranhou desesperadamente as tábuas do caixão. Um dos que carregavam o caixão pareceu ouvi-lo, mas, duvidoso, permaneceu calado. A lembrança aprofunda a sua sensação de pavor. Questiona-se então se os sons que escuta são reais ou fruto da sua imaginação. Quando mais sons sinistros ecoam no quarto, sente-se fisicamente afetado e quase cede à vontade de gritar por ajuda, mas hesita. Com efeito, recorda-se da história de Bieiro e o medo de parecer louco fá-lo ficar em silêncio.
    De seguida, reflete sobre as possíveis consequências da sua reação, nomeadamente alarmar outras pessoas, não conseguir provar o que ouviu e descobrir, eventualmente, descobrir que nada havia. O medo do ridículo e do desconhecido mantém-se calado. No escuro, com os olhos abertos, sente-se indefeso no meio da escuridão. Senta-se na cama, sentindo um frio intenso e uma angústia profunda, como se algo invisível e ameaçador estivesse a seu lado.
    O protagonista acende a luz e o medo dissipa-se de imediato. Observando o quarto, descobre que o motivo de medo do narrador é apenas um gafanhoto dourado, pousado na mesinha de cabeceira. Seguidamente, desfaz-se do intruso e começa a recuperar o sangue frio e a razão, refletindo sobre como medos tão intensos podem nascer de algo inofensivo. Superstições e crenças parecem-lhe agora ridículas.
    No entanto, ao desligar a luz e retornar ao descanso, o narrador tenta convencer-se de que os medos e os fantasmas são um mero produto da mente. Porém, ao fechar os olhos, um sopro gélido acaricia-lhe o rosto, o que o faz ter a certeza inquietante de que não está só, reinstalando-se a dúvida de que algo não racional pode, de facto, estar presente.

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