Português: 2020

domingo, 13 de dezembro de 2020

Análise dos capítulo X a XIV de A Guerra dos Tronos

 
Os presentes de casamento que Daenerys recebe revelam um pouco sobre cada uma das figuras que lhos ofereceram. Viserys oferta os seus escravos fornecidos por Illyrio e gaba-se de que nãos e trata de servos comuns, revelando, assim, todo o seu orgulho e egoísmo, apesar da sua incapacidade de comprar um presente para a irmã que ele vendeu para se casar. Jorah humildemente apresenta uma pilha de livros sobre a história dos Sete Reinos, escritos na Língua Comum. As obras refletem o seu desejo, compartilhado com Daenerys, de voltar para casa. Illyrio oferece-lhe três ovos de dragão fossilizados. Daenerys sabe que são muito caros, mas também tem consciência de que Illyrio poderia pagá-los facilmente. Os ovos são as formas imaturas e não nascidas dos dragões, o símbolo (ou “sigilo” na linguagem do romance) da família Targaryen. Ao oferecê-los a um Targaryen imaturo que acabou de se casar com um homem poderoso, Illyrio pode querer significar que espera grandes coisas de Daenerys. Ela tornar-se-á um dragão um dia. O último presente que lhe é dado, da parte de Dorog, é um cavalo de prata. Entre a tribo de cavalos Dothraki, a bela jovem fêmea pode ser um sinal de respeito ou uma ferramenta necessária para cavalgar com a tribo.

Ned, nesta fase, já percebeu que Robert não é mais o homem que conhecia, e as suas interações na estrada do rei destacam algumas das diferenças entre eles. A decadência e a moralidade frouxa de Robert fazem sobressair o comportamento sério de Ned e a adesão rigorosa a princípios como a lealdade e a justiça. Enquanto Robert ri rápido e aproveita os prazeres da vida, Ned é severo e reservado. O traço mais importante, porém, tem a ver com o facto de os dois homens terem conceitos de justiça drasticamente diferentes. Robert parece ser mais tolerante em relação ao desejo de Jorah de retornar a Westeros, mas o compromisso de Ned com o dever e a honra não o deixará perdoar o homem. No entanto, Ned pode perdoar os filhos Targaryen pelos crimes da sua família, enquanto Robert prefere perseguir e matar o último membro da família dos seus inimigos. Por outras palavras, Robert julga os indivíduos pelas ações da sua casa e família mais amplas e, portanto, um Mormont merece perdão por um crime e um Targaryen merece a morte, mesmo que ele ou ela não tenham feito nada de errado. Ned julga os indivíduos pelas suas próprias ações. Embora Robert e Ned tenham sido criados juntos, os dois homens atuam como contrapesos um do outro.

A observação de Tyrion sobre a aversão das pessoas a enfrentar verdades difíceis aplica-se a outras personagens, nomeadamente as principais, além de Jon Snow. Robert não quer admitir que Ned tenha motivos válidos para desconfiar dos Lannister e, por isso, opta por não ver os sinais claros da sua traição. Ned, entretanto, tem dificuldade em admitir que Robert se tornou um governante injusto, embora isso seja claro para si. Tyrion, por outro lado, é extremamente honesto consigo mesmo e com os outros, confrontando as suas verdades difíceis e apontando as homónimas com as quais vê os outros lutar. Através dos seus olhos verdes e pretos, Tyrion vê as coisas como elas são, seja literalmente dando uma bofetada em Joff ou lembrando a Jon que é um recruta bastardo entre os fora-da-lei. Essa clareza de visão serve-lhe bem, e o romance sugere que talvez seja a sua maior virtude. Isso permite-lhe conhecer os seus pontos fracos, mas também os fortes, que ele pode usar em seu proveito. Também reitera o motivo da visão: quando Tyrion pergunta a Jon o que vê quando olha para ele, Jon responde que vê Tyrion Lannister, ao invés de dizer algo sobre ter visto um anão ou um homem pequeno. Ao fazer isso, a conversa de Jon e Tyrion baseia-se no vínculo simbólico entre a visão e a verdade que foi introduzido pela luneta que Lysa Arryn enviou a Winterfell.

Ao lado da cama de Bran, Catelyn enfrenta o seu próprio conflito entre amor e dever. Enquanto Ned escolheu o seu dever de servir a Robert ao invés do amor pela sua família, Catelyn escolheu o amor por Bran, em detrimento dos deveres como chefe da família Stark. Ela negligencia tudo para ficar com Bran, permitindo que a administração do dia-a-dia da casa desmorone, até que Robb se voluntaria para assumir essa responsabilidade. Apenas o atentado contra a vida de Bran a traz de volta aos seus sentidos, levando-a a deixar Bran e navegar para Porto Real para avisar o marido. Significativamente, são as mãos de Catelyn que são feridas quando ela luta contra o assassino que tenta matar Bran. As mãos são um símbolo do dever no romance, exemplificado no papel de Ned como Mão do Rei. O principal dever de Catelyn, do seu ponto de vista, é proteger a família, e as suas mãos feridas parecem fazê-la perceber que não estava a cumprir esse dever. A partir daí, a sua prioridade muda e, como Ned, resolve cumprir o seu dever, por mais incómodo que seja. Quando ela parte para Porto Real, diz a Robb que abandona Bran para proteger a família.

 

Análise de A Guerra dos Tronos





III. Ação / Enredo

          1. Resumo

          2. Capítulos
               . Prólogo:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo I:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo II:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo III:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo IV:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo V:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo VI:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo VII:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo VIII:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo IX:
                    - Resumo.
                    - Análise.
               . Capítulo X:
                    - Resumo.
               . Capítulo XI:
                    - Resumo.
               . Capítulo XII:
                    - Resumo.
               . Capítulo XIII:
                    - Resumo.
               . Capítulo XIV.
                    - Resumo.
                    - Análise dos capítulos X a XIV.
               . Capítulo XV:
                    - Resumo.


IV. 

Resumo do capítulo XIV de A Guerra dos Tronos

 
De volta a Winterfell, Robb oferece-se para cuidar dos assuntos do castelo enquanto Catelyn vigia Bran. Subitamente, Robb apercebe-se que um prédio próximo está em chamas e sai para ajudar. Assim que parte, um homem entra na sala com uma adaga para assassinar Bran. Catelyn protege-o, agarrando a adaga com as próprias mãos, até que o lobo gigante de Bran aparece e mata o assassino. Mais tarde, Catelyn acorda com as mãos enfaixadas. Ela sente-se envergonhada por causa do modo como negligenciou tudo, exceto Bran. Catelyn sabe que este era um escalador habilidoso, que Jaime não se juntou à caça de Robert no dia da queda de Bran e que o assassino carregava uma arma muito mais cara do que cabia a um homem com a sua roupa e aparência. Ela conclui que os Lannisters empurraram Bran da torre e tentaram assassiná-lo, porque o jovem havia tomado conhecimento de algo que não deveria. Ela e Rodrik partem para Porto Real para avisar Ned.

Resumo do capítulo XIII de A Guerra dos Tronos

 
Na jornada para norte em direção à Muralha, Tyrion e o resto do grupo juntam-se a Yoren, um homem da Patrulha da Noite, e dois estupradores condenados que se estão a juntar à Patrulha em vez de permanecerem na prisão. Jon pergunta por que razão Tyrion lê tanto, e este explica-lhe que lê porque, como um anão, a sua mente é a sua única arma. Tyrion fala sobre a sua família e como ele fantasiou sobre as mortes do seu pai, Tywin, e da sua irmã, Cersei, quando ele era mais jovem. Tyrion nota que a Patrulha da Noite é composta pela escória da sociedade e não é o nobre que Jon pensava que era. Embora este discorde no início, admite que Tyrion está certo. Este elogia a honestidade do jovem, dizendo "A maioria dos homens prefere negar uma verdade dura do que enfrentá-la."

Resumo do capítulo XII de A Guerra dos Tronos

 
Enquanto percorre a estrada em direção ao sul de King's Landing, Robert diz a Ned que Jorah lhe enviou notícias do casamento de Daenerys. Cinco anos antes, Jorah violou a lei ao vender caçadores furtivos como escravos, mas fugiu pelo mar oriental antes que Ned o pudesse capturar para o sentenciar. Jorah agora serve como espiã para obter o perdão. Robert quer assassinar Daenerys e Viserys pelos crimes da sua família, mas Ned discorda. Robert lembra a este o modo como Rhaegar Targaryen, irmão do ex-rei, estuprou Lyanna e como Aerys matou o irmão mais velho de Ned, Brandon. Robert teme que, quando os filhos Targaryen crescerem, naveguem pelo Mar Estreito com um exército Dothraki. Ned diz a Robert que os Dothraki nunca navegarão e que a traição dos Lannister é uma ameaça muito mais imediata e realista. Ele lembra Robert de como os Lannisters traíram o último rei, Aerys Targaryen.

Resumo do capítulo XI de A Guerra dos Tronos

Em Pentos, Jorah Mormont jura lealdade a Viserys na noite em que Daenerys se casa com Drogo. Viserys está impaciente para comandar um exército fornecido por Drogo e, assim, possa reivindicar o Trono de Ferro de Westeros.
Durante o casamento, Daenerys esforça-se ao máximo para esconder o seu terror; enquanto isso, o povo Dothraki festeja, bebe, dança e faz sexo em público, como é seu costume. Como presentes de casamento, Viserys dá a Daenerys três servas de Illyrio, Jorah oferta os seus livros de Westeros e Illyrio três ovos de dragão antigos, que se transformaram em pedra. Por seu turno, Drogo presenteia-a com um lindo cavalo de prata. Antes de Daenerys e Drogo partirem ao pôr do sol, Viserys ameaça a irmã e ordena-lhe que agrade a Drogo. Quando chega a hora de consumar o casamento, Daenerys considera Drogo mais gentil do que ela esperava.
 

Resumo do capítulo X de A Guerra dos Tronos

 
Duas semanas após a queda de Bran, o grupo real está prestes a deixar Winterfell para King's Landing. Jon, enquanto isso, prepara-se para seguir para o norte, em direção à Muralha. Catelyn está ao lado da cama de Bran dia e noite desde que ele caiu e entrou em coma. Jon enfrenta o seu desprezo para se despedir de Bran, e Catelyn diz àquele que ele deveria ter caído da torre. Antes de partir, Jon abraça Robb e dá a Arya uma espada que ele havia feito para ela como presente de despedida. É muito fina e leve, e Arya decide batizá-la de Needle, uma piada que traduz o seu ódio pela costura. Jon dá ainda a Arya a sua primeira lição: diz-lhe para perfurar os seus inimigos com a ponta pontiaguda da espada.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

A Cor do Dinheiro - 10/12/2020

A nostalgia da infância em Fernando Pessoa

 A nostalgia da infância

. A nostalgia constitui um conceito diferente da saudade (por exemplo, a saudade de alguém ausente). O sentimento da nostalgia é a lembrança de uma felicidade longínqua e aparentemente perdida, como se o passado fosse, por natureza, melhor do que o presente.

. Por outro lado, a infância é um motivo literário muito antigo e diretamente associado a valores como a pureza do ser humano e a inocência que o estado adulto já não permite. Encarada como uma espécie de paraíso perdido, a infância provoca muitas vezes atitudes nostálgicas.

. A decetividade que caracteriza o presente do eu lírico leva-o frequentemente a manifestar-se nostálgico em relação à infância.

. O tempo da infância, porém, é idealizado, sendo apresentado como um símbolo da inconsciência, ingenuidade, inocência e felicidade (ou seja, uma época dourada que se associa à ausência da dor de pensar) e do sonho (isto é, do refúgio num mundo de fantasia que permite ao eu libertar-se das amarras da realidade).

. Insatisfeito com o presente e incapaz de o viver em plenitude, o eu poético refugia-se numa infância idealizada, regra geral, desprovida de experiência biográfica e submetida a um processo de intelectualização. De facto, trata-se de uma nostalgia imaginada, intelectualmente trabalhada e literariamente sentida.

. O próprio eu tem consciência de que a infância é uma época idealizada, visto que, na realidade, nem enquanto era criança ele parece ter sido feliz: “E toda aquela infância / Que não tive me vem, / Numa onda de alegria / Que não foi de ninguém” (poema “Quando as crianças brincam”).

. Deste modo, a evocação da infância não passa de uma tentativa infrutífera de evasão da melancolia do presente através de um passado que, porque concebido apenas ilusoriamente como um paraíso perdido, acaba por não permitir ao eu libertar-se da tristeza, do tédio e da angústia que o atormentam.

. Para Pessoa, a infância é o passado irremediavelmente perdido, o tempo longínquo em que era feliz sem saber que o era, o tempo em que apenas sentia, inconsciente daquilo que sentia, sem pensar. Era o tempo em que ainda não procurava conhecer-se e, por isso, era um ser uno, não fragmentado em diversos «eus».

. A passagem da infância à idade adulta não é um processo evolutivo e tranquilamente natural; pelo contrário, é um processo de rutura, de corte, de morte: “A criança que fui vive ou morreu?”. Frequentemente, sente-se habitado por «outro», diferente da criança que foi: “Sou outro? Veio um outro em mim viver?”.

. Assim, o passado e o presente opõem-se, não se complementam. O passado – da infância – é alegria, felicidade inconsciente, enquanto o presente é nostalgia, ânsia, desconhecimento de si mesmo e do futuro.

 

Sonho e realidade em Fernando Pessoa

 Sonho e realidade

. Quando falamos de sonho, podemos referir-nos a duas dimensões. Por um lado, sonho, em sentido literal, refere-se à vivência, por alguém adormecido, “de recordações ou de traumas que nesse mundo (chamado onírico) se manifestam, às vezes de forma aparentemente incoerente ou até absurda.” Por outro lado, “o sonho pode referir-se também ao chamado «sonhar acordado»”, ou seja, aos projetos orientados para um futuro que há de vir. Nesse futuro, o que foi sonhado (isto é, desejado) vem a realizar-se ou não.

. Pessoa faz contrastar o sonho e a realidade. O eu lírico não encontra a felicidade na realidade do quotidiano, porque é dominado pela frustração, pelo vazio ou pelo tédio existencial. Então, idealiza o sonho, onde acredita conseguir realizar-se e atingir a plenitude, a felicidade ou o equilíbrio.

. Na sua poesia, o mundo do sonho (o espaço onírico) não funciona como forma de evasão ou escape, mas como um lugar onde o eu acredita que pode recuperar uma experiência perdida (a da infância) ou ser o que não se é no mundo “real”.

. O eu sonhado não é uma outra pessoa; é, sim, uma outra faceta do eu lírico: “Não sei se é sonho, se realidade”. O sujeito sente-se, pois, dividido entre o que é “realmente” e o que desejava ser. Está simultaneamente presente nestes dois mundos: nós somos, de facto, a realidade e sonho que sonhamos; ou, recorrendo às palavras de Shakespeare, “Nós sonhos a matéria de que são feitos os sonhos”.

. Se, na situação anterior, não há uma distinção clara entre o real e o onírico, noutros caso o eu lírico crê que ele próprio se encontra na fronteira entre estes dois mundos: “Entre mim e o que em mim / É o que eu me suponho / […] corre um rio sem fim”.

. No sonho, o eu lírico começa por se imaginar outro, um eu idealizado. Esse eu sonhado pode viver num outro espaço (uma ilha, um país, um palácio) onde, num primeiro momento, tudo parece perfeito e ele acredita ter encontrado a felicidade e a harmonia: “Ali, ali [na ilha do sonho] / A vida é jovem e o amor sorri.”. No entanto, num segundo momento, após uma reflexão mais atenta, o sujeito lírico constata que esse estado de perfeição é ilusório e que o sonho não é solução para os problemas existenciais que o minam: “Ah, nessa terra também, também / O mal não cessa, não dura o bem”.

. Assim sendo, o sonho não resolve as insatisfações e as ansiedades do eu lírico. Isso sucede porque o sonho é uma ilusão ou porque não é resposta para os problemas que se geraram: o tédio, o vazio existencial, as saudades da infância perdida.

. Por outro lado, o sonho pode ser, muitas vezes, uma forma de evasão para um eu poético que se sente prisioneiro no interior de si mesmo: “Quem me amarrou a ser eu / Fez-me uma grande partida. // Debaixo deste amplo céu, / Nem tenho vinda nem ida”.

. O poeta “passou a sua vida” a pensar e a sonhar. De facto, autoanalisa-se, recorrendo permanentemente ao pensamento, tentou iludir a vida através dos sonhos, mas, porque se entregou intensamente ao pensamento e se virou para o sonho, acabou por se separar do mundo e não atingiu a felicidade.

. Em “Não sei se é sonho, se realidade”, o poeta manifesta a esperança de alcançar a felicidade através do sonho, no entanto acaba por duvidar da possibilidade de viver tal forma de felicidade. E conclui mesmo que é impossível vivenciar a felicidade no sonho, pelo caráter efémero do bem e permanente do mal, o que gera um grande desânimo e desilusão.

. No final, o eu poético conclui que não é no sonho, de facto, que podemos encontrar a felicidade, mas no íntimo, no interior de cada ser humano.

. No poema “Entre o sono e o sonho”, o eu poético apresenta-se dividido entre aquilo que é, na realidade, e o que desejava ser no sonho. O real é pautado pela inatividade e pela inércia, enquanto o mundo onírico se caracteriza pela idealização, pelo que o eu desejaria ser. O «rio» constitui, no poema, a fronteira que separa a realidade do sonho; enquanto aquele flui, o eu está parado. Sempre que o eu se tenta aproximar da realidade, o rio já passou, pelo que nunca é possível aproximar o eu real do eu sonhado.

 

A dor de pensar em Fernando Pessoa

 A dor de pensar

. O pensamento permite ao homem ter consciência da sua existência (logo, na perspetiva de Fernando Pessoa ortónimo, aqueles que pensam são superiores aos inconscientes).

. Contudo, o pensamento sistemático, a razão omnipresente provoca a dor de pensar no eu, dor essa que decorre de uma tendência permanente para refletir sobre a realidade e para intelectualizar as suas emoções (terá sido mero acaso o facto de Pessoa, em “Autopsicografia”, ter selecionado a dor como exemplo da sua teoria poética?).

. O poeta tem consciência de que existe um enorme fosso entre aquilo que sente e o que pensa que sente, ou seja, está consciente de que não consegue exprimir o que realmente sente, o que gera nele angústia. Esta constatação leva-o a desejar não pensar.

. A dor de pensar – de ser lúcido – é a consequência da constante racionalização das emoções, da análise, da abstração. A intelectualização excessiva causa sofrimento, dor, angústia e frustração. De facto, o poeta sofre, porque é incapaz de se libertar da razão / do pensamento permanente e omnipresente, que o leva sistematicamente a refletir sobre a realidade e a intelectualizar as suas emoções. Assim sendo, torna-se impossível desfrutar da sua vida e vivências.

. O poeta apresenta-se angustiado e abúlico, centrado sobre si mesmo, sofrendo a dor de pensar, a distância entre o sonho e a realidade e, sobretudo, dividido entre a inconsciência e a consciência, entre o sentir e o pensar, numa tentativa de ultrapassar a infelicidade e a angústia geradas pelo pensamento.

. Para ultrapassar a dor de pensar, o poeta deseja ser inconsciente e apenas sentir. É o que sucede nos poemas “Ela canta, pobre ceifeira” e “Gato que brincas na rua”, bem como em “A lavadeira no tanque”, nos quais ele exprime o desejo de ser inconsciente como a ceifeira ou irracional como o gato, para, assim, fugir à dor de pensar e ser feliz.

. No entanto, o eu acredita que aquele que não pensa, que é inconsciente, não pode ser verdadeiramente feliz, visto que não tem consciência da sua suposta felicidade. Assim sendo, a tentativa do poeta de ser libertar da dor de pensar acaba por redundar em fracasso.

. Em “Ela canta, pobre ceifeira”, manifesta, de facto, o desejo de ser inconsciente (como o gatou ou a ceifeira), mas tendo consciência disso. Porém, este desejo é um paradoxo, é impossível de concretizar, o que mostra que é impossível libertar-se da dor de pensar e, consequentemente, que a tentativa de alcançar a felicidade é igualmente impossível de se concretizar. Com efeito, o poeta aspira à vida instintiva e dirige-se à ceifeira, encantado pelo seu cantar, exprimindo a aspiração impossível de ser conscientemente inconsciente.

. A ceifeira e o gato são felizes, porque não pensam, enquanto o poeta não alcança a felicidade porque é racional.

 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Na aula (XXXVII): uma questão de zeros

      Aula de Português sobre Fernando Pessoa:

     - Quem inventou o zero?

     - Foi um senhor Zero.

Rafael M.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A crise de 1383-1385

 
● Em 1357, D. Pedro I subiu ao trono, sucedendo a seu pai, D. Afonso IV, que, no anterior, tinha mandado matar D. Inês de Castro, amante do então príncipe D. Pedro, que posteriormente a declarou rainha, vingando-se de quem a assassinara.
 
● Em 1367, D. Pedro morreu, deixando D. Fernando como herdeiro do trono, bem como vários filhos bastardos (isto é, nascidos de relações fora do casamento). Um desses bastardos era o futuro D. João I, Mestre de Avis.
 
● D. Fernando nasceu em Coimbra, em 31 de outubro de 1345. Quando subiu ao trono, aos 21 anos, herdou um reino em paz e um erário muito rico.
 
● Durante o reinado ocorreram algumas guerras com Castela, até porque D. Fernando cria que o novo rei de Castela, D. João, seria um guerreiro fácil. Em 1371, casou com Leonor Teles, que vinha de um primeiro casamento, entretanto anulado. Esta união causou grande desagrado e movimentos de revolta popular em Lisboa.
 
● Em 1372, foi assinado um tratado de proteção e apoio com a Inglaterra, o qual foi reforçado no ano seguinte. Isto provocou outra guerra com Castela, da qual D. Fernando saiu derrotado.
 
● Entre 1375 e 1380, D. Fernando produziu leis de auxílio à agricultura (Lei das Sesmarias), à construção de navios e ao comércio.
 
● Em 1381 e 1382, Portugal foi invadido pelas tropas de D. João I de Castela. Depois do restabelecimento da paz e para a reforçar, foi estabelecido o Tratado de Salvaterra de Magos: a infanta D. Beatriz, herdeira do trono de Portugal, casaria com o rei / herdeiro de Castela (casamento esse que estará na origem dos problemas de sucessão dinástica que ocorreram pouco depois); se D. Fernando falecesse seu filho varão, as coroas de Portugal e Castela, embora separadas, seriam cingidas por D. João e D. Beatriz; quando estes falecessem, as coroas seriam herdadas pelos seus sucessores; se não os possuíssem nem D. Fernando outro(a) filho(a), ambas as coroas passariam para quem fosse rei de Castela; se D. Fernando falecesse sem mais filhos nem netos maiores de 14 anos, D. Leonor Teles, a sua viúva, ficaria como regente do reino.
 
● Passados 7 meses, em 1383, a 22 de outubro, D. Fernando morreu em Lisboa, nove dias antes de completar 38 anos. Em conformidade com o Tratado de Salvaterra de Magos, na falta de herdeiro masculino, D. Leonor Teles ficou como regente do reino. A sucessão passou para a única filha legítima, D. Beatriz. As cláusulas do matrimónio confiavam a regência e o governo do reino a Leonor Teles, até filho ou filha nascer a Beatriz. Por ter casado com a herdeira do trono português, o rei de Castela entendeu que tinha direito ao de Portugal, o que punha em causa a independência nacional, e decidiu invadir Portugal e tomar conta do poder.
 
● A partir daí, o descontentamento disparou, não propriamente contra D. Beatriz, mas contra o seu marido e contra Leonor Teles, e as revoltas sucederam-se em diversos locais, sobretudo em Lisboa. Num desses movimentos (que envolveu o povo, a burguesia e a pequena nobreza), foi assassinado o conde João Fernandes Andeiro, no dia 6 de dezembro de 1383. D. João, Mestre de Avis, apesar de alguma hesitação, afirmou-se então como líder dos que se opunham a Leonor Teles – Andeiro e D. João I – Beatriz, acabando por ser designado como «Regedor e Defensor do Reino», contra todos os tratados e à revelia de todo o direito. O próprio D. João I ajudou a assassinar o conde Andeiro, obrigou D. Leonor Teles a fugir e a unir forças com D. João I de Castela. Posteriormente, enviou embaixadores a Inglaterra com o propósito de renovar a aliança política contra Castela e começou a organizar a resistência.
 
● Em 1384, D. João de Castela pôs cerco a Lisboa, que durou cerca de cinco meses, mas uma mortífera epidemia de peste forçou-o a regressar a casa, em outubro, para reunir novas tropas. Nesse ano, Nuno Álvares Pereira comandou as tropas portuguesas que venceram os castelhanos na batalha de Atoleiros, no Alentejo.
 
● Segundo o professor Carlos Reis, a guerra com Castela teve três fases principais: na primeira (entre janeiro e outubro de 1834), D. João I de Castela invadiu Portugal e cercou Lisboa; entretanto, os Portugueses, chefiados por Nuno Álvares Pereira, filho ilegítimo do Mestre dos Hospitalários, derrotaram os Castelhanos em Atoleiros. Na segunda fase (entre maio e outubro de 1385), D. João de Castela invadiu Portugal de novo, mas foi derrotado em Aljubarrota por um exército português muito mais pequeno, mas melhor organizado e apoiado por archeiros e por conselheiros ingleses (além de outras batalhas menores, como Trancoso ou Valverde). Na terceira fase (entre julho de 1386 e novembro de 1387), um tratado formal entre Portugal e a Inglaterra trouxe o duque de Lancaster à Península Ibérica como pretendente à coroa castelhana. Uma primeira trégua foi assinada em 1387.
 
● Em 1385, realizaram-se as Cortes de Coimbra, onde D. João, Mestre de Avis, foi reconhecido e aclamado como rei de Portugal, depois de se ter libertado de outros dois pretendentes (D. João e D. Dinis, filhos ilegítimos do rei D. Pedro e de Inês de castro), com a ajuda de um famoso legista, João das Regras, enteado de Álvaro Pais, que ele prontamente nomeou seu primeiro chanceler.
 
● O rei de Castela voltou a invadir novamente Portugal com um exército que incluía a maioria da nobreza portuguesa. Os dois exércitos enfrentaram-se no dia 14 de agosto de 1385, em Aljubarrota. Os Portugueses triunfaram, graças à ação de Nuno Álvares Pereira, já então condestável do exército português. Esta derrota dos castelhanos teve consequências políticas definitivas. As vitórias nas batalhas de Aljubarrota, Trancoso e Valverde, com a ajuda de tropas inglesas, confirmaram aquele reconhecimento e o início da dinastia de Avis.
 
● A partir de então, foi-se estabelecendo uma certa normalidade na vida pública portuguesa. Em 1387, o tratado de Windsor reafirmou a aliança com a Inglaterra, reforçada pelo casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre, que pertencia à família real inglesa. Em 1381, nasceu o príncipe D. Duarte, que sucedeu a D. João I.
 
Entre 1396 e 1402, aconteceu uma nova guerra com Castela, ainda motivada pela ambição do trono de Portugal. Só em 1411 o tratado de Segóvia terminou os conflitos entre Portugal e Castela, que vinham praticamente desde o reinado de D. Fernando.
 
● Em 1414, decidiu-se a expedição e conquista de Ceuta, que teve lugar no ano seguinte, em 1415, a 21 de agosto, data que marca o início da expansão portuguesa, que se estendeu até ao século XVI.
 
● Em 1433, morreu D. João I, sucedendo-lhe o seu filho D. Duarte, que no ano seguinte – 1434 – nomeou Fernão Lopes cronista-mor do reino.
 
● O reinado de D. Duarte durou cerca de cinco anos. Após a sua morte, em 1438, sucedeu-lhe D. Afonso V, passando a rainha Leonor de Aragão regente até à maioridade do príncipe.
 
● Foi no reinado de D. Afonso V, em 1454, que Fernão Lopes, já idoso, deixou de ser cronista-mor do reino.
 
Todos estes acontecimentos estiveram na base de mudanças sociais que anunciavam o fim de um modo de viver e de pensar, que era o da Idade Média. Algumas dessas mudanças sociais e mentais foram as seguintes:
• A distinção entre nobreza e povo vai perdendo significado na segunda metade do século XIV e na primeira metade do século XV.
• As profissões lucrativas, como era o caso dos mesteirais, começam a ganhar importância, pois têm um ofício com alguma dignidade social. Este fenómeno ocorre essencialmente nas cidades e dá origem a corporações: a dos sapateiros, a dos alfaiates, a dos ferreiros, a dos pedreiros, etc.
• Os mesteirais não se confundem com a chamada “arraia-miúda”, ou seja, vendedores ambulantes, lavadeiras, ajudantes de mesteirais, serviçais, etc.
• Algumas (poucas) pessoas que tinham origem em famílias de mesteirais estudam e podem ser consideradas letradas (os juristas, os notários, etc.). Terá sido o que sucedeu com Fernão Lopes.
• Uma nova classe social vai-se afirmando – a burguesia –, que ganha poder, graças ao comércio e à produção de bens com valor material, que lhe permite intervir ativamente na vida pública, designadamente nas Cortes. É a burguesia (os chamados «homens-bons») que afirma o patriotismo e a ideia de pátria como valores a defender em momentos de crise. Foi o que aconteceu na crise dinástica de 1383-1385.
 

A peste negra em Portugal

 
A peste negra chegou a Portugal no outono de 1348 e terá causado a morte a quase metade da população nacional, o que mergulhou o país no caos: muitas aldeias ficaram despovoadas, deu-se um enorme êxodo rural (um grande número de trabalhadores deixou as terras na esperança de uma vida melhor na cidade), a produção agrícola – nomeadamente a cerealífera – ressentiu-se imenso. Por isso, em 1375, D. Fernando publicou a Lei das Sesmarias, que obrigava os antigos camponeses a cultivar a terra, mediante salários tabelados.
 

Fim da Idade Média e o início dos tempos modernos

 
● O século XIV, na Europa, foi marcado por vários acontecimentos / factos:

▪ grande recessão económica;

▪ guerras sucessivas flagelaram as populações;

▪ alterações climáticas diminuíram a produção agrícola;

▪ períodos de fomes cíclicas;

▪ grande instabilidade social: os burgueses acusavam os senhores de saques, de cobrar taxas enormes e de lhes fazer concorrência desleal no comércio; levantamentos populares, com os burgueses a agruparem-se em reuniões para se defenderem das desvalorizações; a «arraia miúda», cansada de tanta exploração, atacava os castelos;

▪ a pandemia de peste negra, originada na Crimeia e que se espalhou pela Europa entre 1347 e 1350, que terá causado a morte de um terço da população europeia – esta pandemia foi a principal causa do caos que se viveu na Europa.

 

domingo, 29 de novembro de 2020

Análise do capítulo IX de A Guerra dos Tronos

 
O assassinato de Jon Arryn e a nota oculta que Catelyn recebe da sua irmã sobre isso colocaram o enredo principal do livro em movimento. O assassinato cria a necessidade de uma nova Mão, levando o rei a pedir a Ned Stark que assuma o papel. Ned sente-se dividido entre o seu amor pela família e o seu dever de servir Robert, seu rei e amigo, pois sabe que ser Mão significa afastar-se de Winterfell e da sua família. Mas a nota que culpa os Lannisters pelo assassinato força Ned a assumir o cargo, pois ele sabe que deve proteger o rei. (É importante notar que a lente que revela a mensagem oculta sobre o assassinato de Jon Arryn apresenta a visão como um motivo. A lente deixa claro, literal e simbolicamente, o que não é facilmente visto). Além disso, cria um sentimento de suspeita sobre os Lannisters, estabelecendo dois campos rivais no romance: os Lannisters, que são retratados como moralmente corruptos, e os Starks, que parecem obedientes e honrados. Quando Bran descobre Cersei e Jaime Lannister coniventes e fazendo sexo, levando Jaime a empurrar Bran pela janela, isso cimenta essa rivalidade e enfatiza a diferença de caráter entre as duas famílias.
 

Análise do capítulo VIII de A Guerra dos Tronos

 
A má vontade entre Robb e Joff enquanto combatem não é um bom presságio para futuras interações entre os jovens e as casas que liderarão. Presságios à parte, esses meninos são os herdeiros e os filhos mais velhos de duas famílias poderosas, e crescerão para liderar e exercer o poder. Já existe sangue ruim entre eles enquanto lutam com não mais do que espadas embotadas. Tyrion em particular parece estar ciente desse facto. Logo depois de terminar de ler um livro intitulado Engines of War, ele encontra Joff e insiste que o rapaz seja gentil com os Stark para garantir um relacionamento tranquilo entre as duas famílias. Jaime, no entanto, ao perguntar a Tyrion de que lado está no jantar, sugere que ele e Cersei já veem os Stark como inimigos. Tendo recebido a mensagem de Lysa sobre Jon Arryn, Catelyn sente o mesmo em relação aos Lannister. O coma de Bran e a falta de evidências dos Stark exigem que o conflito em andamento permaneça oculto, no entanto.
 

Análise do capítulo VII de A Guerra dos Tronos

 
Tyrion, ele próprio acostumado a sentir-se um estranho, prova ser extremamente inteligente, humano e astuto nesta seção, e começamos a ver os sentimentos conflituantes que ele tem em relação à família. Como um companheiro pária, Tyrion obviamente sente alguma simpatia por Jon, e quando lhe diz que todos os anões são bastardos aos olhos do seu pai, fica claro que está a falar sobre a sua experiência com o próprio pai. As suas palavras sugerem um relacionamento tenso. Além disso, ele parece realmente amar Jaime por mostrar afeto, enquanto todos os outros acham Tyrion grotesco, mas este também parece sarcástico quando diz a Jaime que ama a sua família. Com Joff, Tyrion reconhece o status do jovem como herdeiro do trono, mas também está claro que ele não gosta do menino. Quando o esbofeteia, por exemplo, parece haver vários motivos: porque sente a dor dos Stark pelo terrível ferimento do seu filho; porque percebe que é politicamente importante para Joff pelo menos fingir ser gentil com a nova Mão; e, por último, porque se delicia com a chance de atingir o desagradável príncipe. Em todos os casos, é leal à família, mas não parece gostar deles como gente. Notavelmente, Tyrion também é o assunto de alguns prenúncios muito literais quando retorna para a festa e a sua sombra parece tão alta quanto um rei. O pequeno homem pode estar destinado a um grande poder.
 

Análise do capítulo VI de A Guerra dos Tronos

 
Nos capítulos V e VII, as frustrações de Arya e John por se sentirem outsiders surgem de maneira quase idêntica. Jon sai a correr do grande salão envergonhado e à beira das lágrimas por causa da sua raiva por ter sido excluído da sua família e da Patrulha da Noite. Arya sai também furiosa da sala onde está a fazer bordado por causa do seu constrangimento com a costura inadequada e o ciúme de sua irmã Sansa. Arya encontra conforto na companhia de Jon não apenas porque ele é gentil consigo, mas porque sente que ele entende os seus sentimentos por ser uma estranha. Notavelmente, depois de Arya terminar a sua aula de costura, ela e Jon assistem à distância enquanto o Príncipe Joff e Robb treinam no quintal. Ambos gostariam de participar no treino, mas foram excluídos da mesma atividade por motivos injustos. Arya é uma rapariga e Jon é um bastardo, então nenhum dos dois pode treinar luta de espadas na presença do príncipe Joff, porque isso seria considerado humilhante para o príncipe.
 

Análise do capítulo V de A Guerra dos Tronos

 
Jon e Arya sentem-se estranhos, principalmente porque ambos se sentem deslocados na família Stark. Jon sente-se assim porque ele é um bastardo. Ned é seu pai, mas Catelyn não é sua mãe. Ele está sempre ciente de que Catelyn não gosta de si e que, aos olhos da sociedade, ele não tem o status de filho legítimo. Arya, por outro lado, sente-se assim porque é mulher, e a sociedade espera que as mulheres desempenhem um papel particularmente limitado. Os nomes que dão a seus lobos gigantes refletem esses sentimentos. Como se desafiando o que as pessoas esperam dela enquanto dama nobre, Arya deu ao seu lobo o nome de uma rainha guerreira. Como se aceitasse a maneira como ele é invisível aos olhos dos nobres senhores e damas, Jon chamou Fantasma ao seu lobo.
 

Resumo do capítulo IX de A Guerra dos Tronos

 
Quatro dias depois, Tyrion está na biblioteca de Winterfell a ler sobre a guerra e a mudança das estações. Quando sai para tomar o café da manhã, encontra Hound e Joff. Este reclama dos uivos dos lobos gigantes. Tyrion dá uma bofetada em Joff e manda o príncipe encontrar os Stark e oferecer as suas condolências por Bran. No café da manhã, Tyrion lembra-se de como Jaime foi a única pessoa que lhe mostrou amizade ou respeito quando era menino. Cersei diz que os lobos gigantes a assustam, e Tyrion diz-lhe que ele sente uma estranha conexão entre Bran e o seu lobo, que mantém Bran vivo. Tyrion diz a Jaime, Cersei, Myrcella e Tommen que Bran pode viver e pergunta-se em voz alta o que Bran terá a dizer quando acordar. Jaime pergunta a Tyrion de que lado está. Tyrion sorri e diz que ama a sua família.
 

Resumo do capítulo VIII de A Guerra dos Tronos

 
Antes de deixar o castelo para cavalgar para o sul até King's Landing com o pai, Bran vai escalar os telhados e paredes de Winterfell uma última vez. Ele é muito bom a escalar as torres de Winterfell e, do topo do castelo, alimenta os corvos e estuda a arquitetura do edifício para aprender os seus segredos. Ao escalar a Primeira Fortaleza, ouve as vozes de Jaime e Cersei. Os dois estão a discutir as motivações de Ned para aceitar a posição como Mão. Consideram que Ned é perigoso para si e temem que ele ou Lysa Arryn os acusem de assassinar Jon Arryn. Enquanto continua a ouvir, Bran vê os irmãos começarem a fazer amor. Quando Cersei avista Bran, Jaime empurra-o para fora da janela.
 

Resumo do capítulo VII de A Guerra dos Tronos

 
Mais tarde, Arya, Sansa e a Princesa Myrcella fazem bordado sob a supervisão de Septa Mordane. Sansa irrita Arya ao chamar bastardo a Jon. Quando Septã Mordane pede para ver o bordado de má qualidade de Arya, esta sai da sala com vergonha. Do lado de fora, ela encontra o seu lobo gigante, Nymeria, a quem deu o nome de uma rainha guerreira da história antiga. Sansa nomeou o seu lobo gigante de Lady. Arya e Nymeria encontram-se com Jon e o seu lobo gigante, chamado Ghost. Juntos, eles veem Robb e Joff a treinarem lutando no quintal sob a supervisão de Rodrik e o Cão de Caça. Arya gostaria de poder praticar luta de espadas em vez de bordado. Robb derrota Joff na luta. Zangado, Joff exige que eles lutem com lâminas de aço afiadas em vez de espadas de treino. Quando Rodrik o nega, Joff insulta Rodrik e Robb e sai do quintal.
 

Resumo do capítulo VI de A Guerra dos Tronos

 
Após a festa, Luwin entrega uma mensagem da irmã de Catelyn, Lysa. A mensagem afirma que os Lannisters assassinaram o marido de Lysa, Jon Arryn. Embora Ned não queira ser o novo Mão, Catelyn e Luwin o convencem de que ele agora deve assumir a posição a fim de proteger Robert e levar os assassinos de Jon Arryn à justiça. Ned concorda relutantemente. Uma vez que Jon não será recebido nem por Catelyn nem pela corte real em King's Landing, Ned permite que ele se junte à Patrulha da Noite. Ned teve Jon com uma mulher diferente não muito depois de se casar com Catelyn, e esta ainda está ressentida por ele ter trazido consigo Jon de volta para Winterfell, em vez de o deixar com a mãe. Ela acha que a honra de Ned o obrigou a aceitar Jon.
 

Resumo do capítulo V de A Guerra dos Tronos

 
Na festa realizada para Robert, Jon fala com o tio, Benjen Stark, sobre as suas aspirações de ingressar na Patrulha da Noite, o grupo que defende a Grande Muralha no Norte de Westeros. Benjen diz a Jon que ele é muito jovem para se juntar à Patrulha. Bêbado, envergonhado e zangado por ser um bastardo sem lugar numa casa nobre como Winterfell, Jon sai da mesa e encontra o anão Tyrion. Jon fica enraivecido quando Tyrion se refere a ele como um bastardo. Tendo sido rotulado como "O Diabrete" durante toda a sua vida, Tyrion aconselha o jovem a não permitir que tal rótulo o incomode. Ele aconselha Jon a proteger-se com o conhecimento de que é um bastardo. Dessa forma, isso nunca o magoará. Quando Tyrion sai, Jon percebe que a sua sombra de é tão alta quanto um rei.
 

Análise do capítulo IV de A Guerra dos Tronos

 
As palavras de Stark, “O inverno está a chegar,” advertem que tempos sombrios se aproximam. Pelo valor de face, as palavras são sempre verdadeiras, independentemente da época do ano. Embora as estações de Westeros mudem de duração, elas inevitavelmente passam do verão para o inverno e vice-versa. Mesmo que o tempo esteja a aquecer, os Stark têm a certeza de que logo será inverno novamente, por isso as suas palavras aconselham que se preparem. Simbolicamente, as palavras implicam a inevitabilidade de tempos difíceis. A boa sorte vem e vai, e as palavras Stark avisam que, mesmo que as coisas estejam a correr bem, a saúde e a prosperidade podem e sempre serão piores nalgum momento. Catelyn considera as palavras preocupantes porque, embora sejam pessimistas, são inevitavelmente verdadeiras. As palavras de outras casas constituem afirmações sobre honra, orgulho e glória, mas as palavras Stark são uma declaração, de facto.
 

Análise do capítulo III de A Guerra dos Tronos

 
O capítulo dedicado a Daenerys fornece uma perspetiva distintamente diferente das outras personagens de ponto de vista do livro. O seu conhecimento da história de Westeros é a versão distorcida da realidade que Viserys lhe contou; então o narrador refere-se a Robert como o Usurpador nos capítulos de Daenerys. De acordo com Viserys, Robert e a sua traição contra Aerys Targaryen são a causa de todos os infortúnios de Daenerys. No entanto, é imediatamente claro que o orgulho, a crueldade e até a estupidez de Viserys são os culpados pela infelicidade de Daenerys. O seu irmão ameaça-a, molesta-a, vende-a para se casar e diz que deixaria com prazer quarenta mil homens estuprá-la. Daenerys está apavorado com ele, mas acredita que a única maneira de voltar para casa é através do seu plano de recuperar o trono. Mesmo que Viserys tivesse um plano mais realista, Daenerys ainda sentiria dificuldade de regressar a casa, já que não tem certeza do que o lar significa para si. O motivo da porta vermelha representa as memórias desbotadas da sua casa temporária em Bravos.
 

Análise do capítulo II de A Guerra dos Tronos

 
O lobo gigante morto na neve é um símbolo surpreendentemente claro para quase todos, exceto Bran, a personagem do capítulo em perspetiva. O lobo gigante é o símbolo da Casa Stark, enquanto o cervo é o símbolo da Casa Baratheon. A visão de um lobo gigante morto como resultado do chifre de um veado morto é mais do que suficiente para chocar os homens de Ned até ao silêncio. Se for realmente um presságio, só pode significar coisas más para as casas Stark e Baratheon. O reaparecimento de qualquer membro da espécie de lobo gigante é por si só sinistro. A presença do animal ao sul do Muro indica ainda que os problemas do norte do Muro, como os descritos no prólogo, podem estar a deslocar-se para o sul. Até mesmo o nome do animal, com o prefixo "terrível", avisa sobre dias futuros tão sombrios quanto as palavras Stark: "O inverno está a chegar". Quando Jon aponta que cada cria tem um filho correspondente na família Stark, ele marca-os como um símbolo para os filhos também. O filhote albino rejeitado de Jon parece combinar muito bem com a sua identidade de filho bastardo com o sobrenome Snow.
 

Análise do capítulo I de A Guerra dos Tronos

 
A execução do capítulo I apresenta um sentido básico do que Ned vê como justiça adequada. Um homem que abandona os seus companheiros é punido com a execução, mas não antes de ser interrogado. Insanidade temporária claramente não é uma defesa válida, já que Ned mais tarde admite que Gared estava meio louco de medo. Após a execução, as personagens não discutem se Gared era culpado ou inocente, mas sim a maneira como morreu. Ned explica que o próprio juiz deve proceder à execução se achar que a sua decisão é justa. Mesmo que outros senhores tenham algozes, Ned mantém-se num nível superior de responsabilidade. Considerando o bom conselho de Gared e os repetidos avisos ao seu jovem líder, Waymar, o leitor deve decidir se a morte de Gared foi realmente justa.
 

Análise do prólogo de A Guerra dos Tronos

 
O prólogo imprime um tom assustador e horrível para o resto do romance. O texto apresenta um inimigo que parece improvável que se preocupe com o conflito político mencionado no título do livro, o jogo dos tronos. Os Outros são sencientes, empunham espadas, têm uma linguagem própria e não parecem ser humanos. Na verdade, embora eles matem todos os humanos que encontram no prólogo, parece que suas vítimas, como Waymar e o acampamento de selvagens desaparecido, não permanecem mortos. As personagens humanas do livro podem formar tramas sinistras umas contra as demais, mas os Outros representam uma ameaça sobrenatural muito mais séria. A parte mais perigosa pode ser que ninguém perceba que os Outros são uma ameaça. Ned acredita que eles estão extintos, mas Catelyn lembra-o que até então se acreditava que os lobos gigantes estavam quase extintos. Os elementos sobrenaturais do prólogo alertam o leitor de que o mundo do livro é de magia de baixo nível. A ameaça dos Outros coloca os conflitos políticos do livro em perspetiva.
 

Resumo do capítulo IV de A Guerra dos Tronos

 
De volta a Winterfell, Robert chega e visita imediatamente as criptas de Winterfell com Ned. Lá, eles prestam homenagem a Lyanna, que era irmã de Ned e noiva de Robert antes de ser sequestrada e estuprada por Rhaegar Targaryen. As ações de Rhaegar foram parte da causa da rebelião de Robert contra o rei louco Aerys Targaryen. Robert lembra, amargamente, ter matado Rhaegar no rio Trident. Ned lembra-se de como Lyanna morreu de febre. Robert lembra com carinho o tempo que ele e Ned passaram juntos quando crianças e diz-lhe o quanto ele odeia ser rei. Robert pede a Ned para ser a nova Mão do Rei, o que Ned esperava. Ele também lhe pede que case a sua filha, Sansa, de onze anos, com Joff, filho de doze anos de Robert e Cersei, o que é uma surpresa para Ned, que não deseja aceitar o cargo de Mão, mas pede algum tempo para considerar a oferta.
 

Resumo do capítulo III de A Guerra dos Tronos

 
A leste do continente Westeros, do outro lado do Mar Estreito, na cidade de Pentos, Viserys prepara a irmã, Daenerys, para um banquete naquela noite. No banquete, ela deve conhecer Drogo, o senhor da guerra Dothraki, ou Khal, pois seu irmão está a força-la a casar-se. Viserys e Daenerys são os últimos na linhagem da família real Targaryen. Eles fugiram de Westeros quando Ned e Robert derrotaram os exércitos Targaryen. As únicas lembranças da infância de Daenerys são de uma grande casa com uma porta vermelha nas Ilhas Braavosi. Desde que saíram de casa, ela e Viserys vagaram de anfitrião em anfitrião e, no último ano, moraram na casa do rico comerciante Illyrio. Daenerys quer ir para casa, mas não tem a certeza de onde fica sua casa. O irmão garante-lhe que a sua casa se situa em Westeros. Viserys está a forçar Daenerys a casar-se com Drogo para que este, com o seu enorme exército, os ajude a retomar Westeros.
 

Resumo do capítulo II de A Guerra dos Tronos

 
Catelyn vai ao encontro de Ned na floresta sagrada dentro das muralhas de Winterfell, conhecida como bosque sagrado. Catelyn reflete sobre o significado das palavras da casa Stark: "O inverno está a chegar". Enquanto Ned limpa a sua espada, Ice, diz a Catelyn que Gared estava a morrer de medo. Catelyn informa a Ned que Jon Arryn, o ex-Mão do Rei, está morto. Ned está profundamente triste, pois o falecido era como um segundo pai para ele, enquanto o homem criava e defendia Ned e Robert. Ned fica animado ao saber que Robert, seu velho amigo e agora rei de Westeros, vem visitar Winterfell. No entanto, ele guarda rancor da esposa de Robert, Cersei, e da sua família, os Lannister. Na guerra que Ned e Robert travaram contra os Targaryen, que governaram Westeros antes de Robert, os Lannister não se juntaram a este até que a vitória fosse quase certa.
 

sábado, 28 de novembro de 2020

Resumo do capítulo I de A Guerra dos Tronos

 
Bran assiste à execução de Gared, que fugiu depois que Will e Waymar morreram, mas foi capturado e condenado à morte como desertor. Ned Stark, o Senhor de Winterfell, concretiza a execução sozinho, usando a espada larga de gelo para decapitar Gared. Robb Stark argumenta que aquele morreu bravamente, enquanto Jon Snow, o filho bastardo de Ned, acredita que Gared estava apavorado. Ned explica a Bran que um homem só pode ser realmente corajoso quando, de facto, está com medo. Explica também a sua crença de que o homem que profere uma sentença de morte deve executá-la ele mesmo. No caminho de regresso para Winterfell, casa da família Stark, o grupo descobre um lobo gigante morto com cinco filhotes vivos. Os homens de Ned estão prestes a matar os animais quando Jon faz notar que as crias são iguais em número e género, três machos e duas fêmeas, aos filhos legítimos de Ned. Ele diz que é um sinal de que os Stark deveriam tê-los. Enquanto o grupo parte, Jon descobre uma sexta cria, macho com pelo branco e olhos vermelhos, e leva-a consigo.
 

Resumo do Prólogo de A Guerra dos Tronos

 
A ação abre com três homens da Patrulha da Noite, Waymar, Will e Gared, em busca de um pequeno grupo de selvagens, pessoas incivilizadas que vivem ao norte da parede gigante que protege os Sete Reinos. Indo na dianteira, Will encontra os selvagens mortos, retorna a Waymar e Gared com a notícia e diz que aqueles parecem ter morrido congelados. O clima recente, no entanto, não está frio o suficiente para matar uma pessoa. Will e Gared percebem que algo está errado, e Gared sugere que eles acendam uma fogueira. Waymar, arrogantemente, exige que eles continuem. Os três vão para o local onde Will encontrou os corpos, mas eles desapareceram. Um grupo de figuras brancas fantasmagóricas, conhecido como os Outros, cerca Waymar. Este duela com uma das figuras, enquanto Will observa silenciosamente de uma árvore. Waymar é morto, mas, quando Will desce, o corpo reanimado de Waymar ergue-se e estrangula-o.
 

Resumo da ação de A Guerra dos Tronos

 
A Guerra dos Tronos ocorre ao longo de um ano no continente fictício de Westeros ou próximo dele. A história começa quando o rei Robert visita o castelo ao norte, Winterfell, para pedir a Ned Stark que seja o seu braço direito, ou Mão do Rei. O Mão anterior, Jon Arryn, morreu em circunstâncias suspeitas. Robert vem com a sua rainha, Cersei Lannister, e a sua comitiva, que inclui vários Lannister. Logo após a chegada do grupo real, a esposa de Ned, Catelyn, recebe uma mensagem alegando que a família Lannister foi responsável pela morte do ex-Mão. Ela diz a Ned que aceita a posição de Mão para proteger Robert dos Lannisters. O filho de Ned, Bran, descobre então Cersei Lannister e o seu irmão, Jaime Lannister, tendo relações sexuais, e Jaime empurra Bran de uma janela para o silenciar. Todos pensam que Bran simplesmente caiu enquanto subia ao redor do castelo. Enquanto Bran ainda está inconsciente, Ned deixa Winterfell e cavalga para o sul com Robert. No mesmo dia, o filho bastardo de Ned, Jon, sai para servir na Muralha, uma estrutura enorme que protege Westeros da selva do extremo Norte. O grupo de homens que jurou defender a Muralha, a Patrulha da Noite, tem recebido relatos sobre criaturas estranhas e tem perdido homens com frequência crescente. Tyrion Lannister, uma pessoa pequena que é irmã(o) de Cersei e Jaime, viaja com Jon até à Parede para ver a estrutura maciça. Enquanto isso, num continente a leste de Westeros, Daenerys Targaryen casa-se com o senhor da guerra Khal Drogo, um dos líderes do povo Dothraki. Daenerys e o seu irmão Viserys são os últimos sobreviventes da família que Robert derrotou para se tornar rei, os Targaryen. Eles são uma velha família e dizem ser descendentes de dragões, e Viserys pensa que, com o exército de Khal Drogo, poderá retomar o trono. Um cavaleiro chamado Sor Jorah Mormont, exilado por Ned Stark, promete ajudar. Daenerys recebe três ovos de dragão como presente de casamento e fica imediatamente fascinada por eles.
Na viagem ao sul para a capital, chamada King’s Landing, o filho de Robert e Cersei, Joffrey, e a filha de Ned, Sansa, que todos presumem que se casará um dia, vão dar um passeio. Quando Joffrey vê Arya, a outra filha de Ned e irmã de Sansa, praticando a sua luta de espadas com um jovem, ele decide mostrar-lhes que é um lutador melhor. Como animais de estimação, todas as crianças Stark têm filhotes de lobo gigante, uma raça de lobo maior que os lobos normais que também é o símbolo da casa Stark, e o lobo de Arya fere Joffrey ao defendê-la. Embora Sansa saiba que Joffrey instigou a briga, ela não vai denunciar Joffrey porque está apaixonada por ele. Como punição, Cersei quer que o lobo de Arya seja morto, mas, como ele fugiu depois de ferir Joffrey, Cersei exige que Ned mate o lobo de Sansa. Enquanto isso, um assassino tenta matar o inconsciente Bran, mas falha. Ned chega finalmente a Porto Real para descobrir que Catelyn navegou para a cidade em segredo, para descobrir a verdade sobre o assassino. Ela possui a adaga que o assassino usou e, após examiná-la, o amigo de infância de Catelyn, Littlefinger, reconhece-a como pertencente a Tyrion Lannister. Ned diz a Catelyn que tentará determinar quem matou o ex-Mão, Jon Arryn, e tentou assassinar Bran. Bran finalmente acorda do seu coma, mas não se lembra de como caiu nele. Tyrion visita-o no seu caminho ao sul da Muralha para entregar uma saudação de Jon. Tyrion continua para o sul, enquanto Catelyn começa a voltar para o norte e, quando os seus caminhos se cruzam, ela prende-o por tentar matar Bran.
Em King's Landing, Ned lentamente começa a desvendar o mistério em torno da morte da anterior Mão. Ele sabe que tem a ver com algo que aquela aprendeu sobre os filhos do Rei Robert. Através de um espião, Robert descobre que Daenerys Targaryen está grávida. Ele quer assassiná-la porque teme que ela e o seu filho um dia desafiem o direito de Robert ao trono. Desgostoso com este plano, Ned renuncia como Mão. Nessa noite, Jaime e os seus homens confrontam Ned sobre a captura de Tyrion. Jaime mata os homens de Ned e este parte a perna enquanto luta. No dia seguinte, Robert reintegra Ned como Mão. Enquanto aquele sai para caçar, este ordena a execução de um cavaleiro rebelde, leal à família Lannister, que tem pilhado aldeias. Mais ao norte, Catelyn leva Tyrion ao castelo da sua irmã, Lysa Arryn, o Ninho da Águia, que fica numa área montanhosa chamada Vale. Lysa acusa Tyrion de ter arquitetado o assassinato de Jon Arryn e Bran. Tyrion nega as acusações e exige um julgamento por combate. Um cavaleiro luta em nome de Lysa e um mercenário luta em nome de Tyrion. O mercenário de Tyrion vence. Enquanto este cavalga do Ninho da Águia, um grupo de clãs das montanhas tenta matá-lo, mas ele promete ajudá-los a tomar o Vale e convence-os a juntarem-se- a ele.
No leste, enquanto Khal Drogo e os seus seguidores Dothraki voltam para Vaes Dothrak, a capital, Viserys fica cada vez mais zangado por Drogo não ter lhe fornecido um exército para travar uma guerra em Westeros. Durante um banquete, ele ataca Daenerys em fúria, e Khal Drogo mata Viserys deitando ouro derretido na sua cabeça. Em King’s Landing, Ned descobriu por que a Mão foi morta: que Joffrey não era realmente filho de Robert, mas era, na verdade, o produto do relacionamento sexual de Cersei com o seu irmão, Jaime. Robert não sabe a verdade; é mortalmente ferido durante uma caçada e, antes de morrer, nomeia Ned como o Protetor do Reino, essencialmente um rei interino, até Joffrey atingir a maioridade. Ned não diz a Robert que sabe que Joffrey não é o verdadeiro herdeiro, já que ele é filho de Cersei e Jaime. Ned pede a ajuda de Littlefinger para entronar o verdadeiro herdeiro, Stannis, irmão de Robert, como rei, e Littlefinger concorda. Mas quando Ned confronta os Lannister, dizendo que Joffrey não é o verdadeiro herdeiro e esperando o apoio de Littlefinger, este trai-o, e Cersei aprisiona Ned por traição. Enquanto isso, ao norte da Muralha, Jon e outros homens descobriram dois corpos estranhos, que trazem de volta para os examinar, mas, de noite, um dos corpos ganha vida e tenta matar o comandante de Jon. Este e o seu lobo gigante lutam contra o corpo morto-vivo e Jon mata a criatura com fogo.
Após a captura de Ned, Arya escapa do castelo de Porto Real e Cersei mantém Sansa como refém (ela diz que aprisionou Sansa para sua própria proteção). Tywin Lannister, pai de Tyrion, Cersei e Jaime, trava guerra com Catelyn e com o seu filho, Robb Stark. Astutamente superando Tywin, Robb consegue derrotar uma parte do exército Lannister e capturar Jaime. Em King’s Landing, Joffrey, considerado herdeiro de Robert, é coroado rei. Na esperança de evitar que as suas filhas sejam feridas, Ned confessa publicamente a traição, e Joffrey executa-o enquanto Sansa assiste. Arya está entre a multidão, embora ninguém saiba disso. Ao saber da morte do pai e da marcha do seu irmão para a guerra, Jon tenta abandonar a Muralha. Mas os seus amigos convencem-no de que deve ficar e defender a Muralha como jurou. No Leste, Drogo é ferido ao invadir uma aldeia. Daenerys pediu a uma das mulheres da aldeia que o tratasse, mas ele ficou muito doente. Quando está prestes a morrer, Daenerys pede à mulher que o cure, mas ela responde que apenas a magia do sangue o salvará e exigirá uma morte em troca da sua vida. Apesar dos protestos do povo Dothraki, Daenerys manda a mulher fazer isso. Pouco depois, Daenerys entra em trabalho de parto. Quando acorda, muitos dias depois, o seu filho está morto e Drogo vivo, mas em morte cerebral. Todos os seus seguidores partiram, deixando para trás apenas alguns guerreiros, os doentes e velhos, e Sor Jorah Mormont, que se tornou um dos conselheiros mais confiáveis de Daenerys. Esta acende uma pira funerária para queimar Drogo e a mulher, que a enganou e basicamente matou o seu marido e filho. Daenerys também coloca os três ovos de dragão na pira. Enquanto o fogo queima, Daenerys entra nele e, quando finalmente se apaga, Mormont e os Dothrakis encontram-na com três dragões recém-nascidos no seu peito.
 

Vida de George R. R. Martin

     George Raymond Richard Martin, mais conhecido como George R.R. Martin ou simplesmente G.R.R.M., nasceu em Nova Jersey em 20 de setembro de 1948. Desde muito jovem teve uma imaginação muito fértil e, quando criança, vendeu histórias de monstros a outras crianças em troca de alguns cêntimos. Tratava-se de histórias de fantasia em que as suas tartarugas de estimação eram cavaleiros e damas matando-se em tramas sinistras. Mais tarde, escreveu ficção para revistas amadoras de banda desenhada.

Martin recebeu um bacharelato em Jornalismo pela Northwestern University em 1970. Nessa década, dirigiu torneios de xadrez e trabalhou como instrutor de jornalismo no Clarke College, enquanto continuava a escrever. Os seus primeiros escritos publicados profissionalmente foram contos de ficção científica. A primeira história surgiu em 1971 e, em 1973, publicou a história indicada ao Hugo-Award With Morning Comes Mistfall, sobre um planeta com espectros misteriosos e padrões climáticos estranhos.
O primeiro romance de Martin, uma obra de ficção científica chamada Dying of the Light, foi lançado em 1977. No final dos anos 80, ele trabalhou na série de televisão da CBS The Twilight Zone e na série da CBS A Bela e o Monstro. Então, em 1991, começou a trabalhar no romance A Guerra dos Tronos, o primeiro dos sete livros planeados para a série As Crónicas de Gelo e Fogo. Um mês antes da primeira publicação do livro, em 6 de agosto de 1996, a revista «Asimov’s Science Fiction» publicou uma novela apresentando apenas os capítulos na perspetiva de Daenerys, intitulada The Blood of the Dragon.

Contexto de A Guerra dos Tronos

 
     Como acontece com grande parte da fantasia moderna, Martin reconhece ter uma grande dívida para com a série O Senhor dos Anéis. O escritor acredita que, de certa forma, J.R.R. Tolkien estabeleceu o padrão para futuros escritores da área do fantástico. Ao contrário dos mundos de Tolkien, de fronteiras bem definidas entre o Bem e o Mal, no entanto, com heróis valentes e brilhantes e vilões sombrios e sinistros, as personagens de Martin movem-se em áreas morais cinzentas. Na verdade, para o autor personagens imperfeitas configuram heróis mais interessantes. Martin também disse que, como o trabalho de Tolkien, a sua história foi crescendo à medida que foi sendo contada.
A série começou com apenas três livros e depois continuou a crescer continuamente, acabando por gerar outras histórias. Outros trabalhos pertencentes ao universo Westeros da série incluem Tales of Dunk and Egg, uma série de contos publicados de 1998 a 2010. A ação, no contexto das novelas, decorre 89 anos antes de A Guerra dos Tronos.
Martin acredita que há uma grande semelhança entre fantasia épica e ficção histórica, e o cenário de A Guerra dos Tronos é rico em detalhes historicamente precisos da Europa medieval. A Guerra das Rosas (1455-1485) e a Guerra dos Cem Anos (1337-1453) servem como fonte de material para a rivalidade familiar em A Guerra dos Tronos. A Guerra das Rosas foi uma série esporádica de guerras civis travadas pela sucessão ao trono na Inglaterra. A Guerra dos Cem Anos também foi um conflito dinástico, embora tenha sido travada pelo controle do trono francês. Martin acredita que, como A Guerra dos Tronos decorre num universo fictício em vez de numa nação real num momento específico da História, a ação presta-se a um apelo mais multicultural e a temas universais. Além disso, ao contrário da ficção histórica, o escritor de fantasia é livre para determinar o resultado de uma batalha ou luta política. Martin é conhecido pela sua predisposição para matar uma personagem principal, mesmo que o leitor se tenha apegado a ela, o que ajuda a manter as apostas altas e torna as consequências das ações das personagens mais realistas.
Um dos detalhes mais chocantes para os leitores modernos pode ser a idade de muitas personagens principais. Daenerys fica grávida no seu décimo quarto aniversário, Joff torna-se rei aos doze anos e Robb lidera um exército aos quinze. No entanto, na época medieval, esperava-se que as crianças crescessem muito rapidamente. As raparigas podiam casar-se aos 12 anos na Inglaterra medieval. Dos doze aos catorze, as crianças podiam sair de casa para trabalhar. Além disso, as histórias dinásticas de todo o mundo estão repletas de exemplos de crianças governantes que herdaram reinos.
Quando Martin terminou o quarto livro de As Crónicas do Gelo e do Fogo em 2005, os seus títulos já se estavam a aproximar das listas dos mais vendidos. Em 2007, a HBO adquiriu os direitos para transformar aquela obra numa série dramática de televisão. Quando o primeiro episódio de A Guerra dos Tronos, da HBO, foi para o ar em abril, os romances alcançaram uma popularidade ainda maior.
Martin é um dos coprodutores executivos da série e escreve um episódio por temporada. Como os livros nos quais se baseia, a série de televisão foi bem recebida pelos telespectadores e pela crítica, e tanto a série quanto os livros tiveram grande sucesso comercial.
 

Conjunção

 
As conjunções:
▪ são palavras invariáveis que pertencem a uma classe fechada de palavras;
▪ ligam orações(1) ou palavras e grupos de palavras(2) de uma frase:
(1) Fui à feira e comprei uns sapatos.
(2) A Maria e o Manuel casaram-se ontem.
▪ a par das conjunções, existem as locuções conjuncionais, que são sequências de duas ou mais palavras que têm a mesma função das conjunções;
▪ existem duas subclasses de conjunções: as coordenativas e as subordinativas;
▪ sintaticamente, as conjunções e as locuções conjuncionais não desempenham qualquer função sintática nas frases em que surgem.
 
 
1. Conjunções e locuções conjuncionais coordenativas
 
As conjunções coordenativas estabelecem uma relação entre duas orações coordenadas da mesma natureza, ou entre palavras que ocorrem numa oração.
As conjunções coordenativas podem ser:
correlativas: introduzem cada um dos elementos coordenados;
Ex.: Nem o pai morre nem a gente almoça.
não correlativas: introduzem apenas o segundo elemento coordenado;
Ex.: Fui à feira e comprei uns sapatos.
As conjunções e locuções conjuncionais coordenativas distinguem-se dos advérbios ou locuções adverbiais conectivos porque, ao contrário destes, não podem ser deslocados na frase:
Exs.:
. Estudei pouco, mas tive boa nota no teste. / * Estudei pouco, tive, mas, boa nota no teste. [conjunção coordenativa]
. Estudei pouco, porém tive boa nota no teste. / Estudei pouco, tive, porém, boa nota no teste. [advérbio conectivo]
 
Existem cinco tipos de conjunções e locuções conjuncionais coordenativas.

1. Copulativas
 
As conjunções e locuções conjuncionais coordenativas copulativas estabelecem uma relação de adição.
Ex.: A minha avó morreu atropelada e o meu avô faleceu por causa de um AVC.
 
As conjunções e locuções conjuncionais coordenativas copulativas podem ser correlativas ou não correlativas:
. Nem o pai morre nem a gente almoça.
. Tropecei e caí.
 
Em determinados contextos, a conjunção e possui valor adversativo:
Ex.: Caí e não me magoei. [= Caí, mas não me magoei.]
 
2. Adversativas
 
As conjunções e locuções conjuncionais coordenativas adversativas estabelecem uma relação de oposição ou contraste.
Ex.: Escorreguei, mas não caí.
 
As palavras porém, todavia, contudo, no entanto têm o mesmo valor contrastivo que a conjunção mas, embora sejam advérbios e locuções adverbiais conectivos: têm uma função semelhante ao das conjunções e locuções coordenativas quando surgem em posição inicial de um elemento coordenado (seja ele uma oração ou outro constituinte da frase), mas podem ocupar outra posição na frase e ainda coocorrer com conjunções:
. O João foi ao banco, porém este estava fechado.
. O João foi ao banco, este, porém, estava fechado.
. O João foi ao banco, mas este, porém, estava fechado.
 
3. Disjuntivas
 
As conjunções e locuções conjuncionais coordenativas disjuntivas estabelecem uma relação de alternativa ou de alternância.
 
Nalguns casos, a alternativa apresentada implica a exclusão da primeira oração; noutros, as alternativas não se excluem:
Exs.: Amanhã, vou ao cinema ou [vou] ao teatro.
(Se for ao cinema, não vou ao teatro, e, se for ao teatro, não vou ao cinema.)
O deputado falava de assuntos quer políticos quer históricos.
(O deputado falava de dois assuntos simultaneamente.)
 
4. Conclusivas
 
As conjunções e locuções conjuncionais coordenativas conclusivas estabelecem uma relação de conclusão: ligam duas orações, sendo a mensagem da segunda uma conclusão da da primeira.
Ex.: Tive negativa no teste, logo tenho de estudar mais.
 
Outras palavras têm valor conclusivo. É o caso dos advérbios e locuções adverbiais conectivos como pois, portanto, assim, por isso, por consequência, por conseguinte.
Estes palavras desempenham uma função semelhante ao das conjunções e locuções coordenativas quando surgem em posição inicial de um elemento coordenador (quer seja uma oração quer seja outro constituinte da frase), mas podem ter outra posição na frase a ainda coocorrer com conjunções.
Exs.:
. Já criaram várias vacinas, por conseguinte sinto-me mais tranquilo.
. Já criaram várias vacinas, sinto-me, por conseguinte, mais tranquilo.
. Já criaram várias vacinas e sinto-me, por conseguinte, mais tranquilo.
 
5. Explicativas
 
As conjunções e locuções conjuncionais coordenativas explicativas estabelecem uma relação de explicação.
A segunda oração explica o acontecimento relatado na primeira oração.
Ex.: Não cuspas no chão, que fico enjoado.
 

Designação

Conjunções

Locuções

Valor ou relação que estabelecem

Copulativas

e
nem (= e não)
não só… mas também
não só… como também
nem… nem
tanto… como
adição
sequencialização

Adversativas

mas
porém(1)
todavia(1)
contudo(1)
no entanto
ainda assim
não obstante
de outra sorte
apesar disso
oposição
ou
contraste

Disjuntivas

ou

ou… ou
quer… quer
ora… ora
seja… seja
já… já
alternativa
ou
alternância

Conclusiva

logo
portanto(2)
pois(2)
assim(2)
por conseguinte(2)
por consequência(2)
por isso(2)
conclusão
consequência

Explicativa

pois
que

__________

explicação

 
(1) As palavras porém, todavia, contudo e as locuções como no entanto, não obstante, tradicionalmente classificadas como conjunções e locuções conjuncionais adversativas – sobretudo quando introduzem um elemento coordenado (seja uma oração, seja um elemento de oração) – são, na verdade, advérbios conectivos (de valor contrastivo), pois:
. podem coocorrer com conjunções coordenativas genuínas;

. podem ocorrer, separadas por vírgulas, entre o sujeito e o predicado;
. são móveis na frase.
Ex.: O meu tio telefonou, contudo eu não atendi a chamada.
O meu tio telefonou, eu, contudo, não atendi a chamada.
 
(2) As palavras pois, portanto, assim e locuções como por isso, por consequência, tradicionalmente classificadas, são, de facto, advérbios conectivos, pelas razões apontadas em (1).
 
 
2. Conjunções e locuções conjuncionais subordinativas
 
As conjunções e locuções subordinativas estabelecem uma relação de dependência entre duas orações, uma subordinante e uma subordinada, tendo esta última a função de completar i sentido da primeira.
As conjunções subordinativas são as que introduzem orações subordinadas:
completivas (ou integrantes):
A Maria disse que amanhã irá chover.
adverbiais:
Quando a Maria chegar, avisa-me.
Existem oito tipos de conjunções e locuções conjuncionais subordinativas.
 
1. Temporais
 
As conjunções e locuções conjuncionais subordinativas temporais estabelecem uma relação de tempo.
Ex.: A Argentina chorou quando Maradona faleceu.
 
2. Causais
 
As conjunções e locuções conjuncionais subordinativas causais estabelecem uma relação de causa.
Ex.: A Miquelina partiu a perna porque escorregou numa banana.
 
3. Condicionais
 
As conjunções e locuções conjuncionais subordinativas condicionais introduzem uma condição ou uma hipótese.
Ex.: Vou ao cinema se tiver companhia.
 
4. Finais
 
As conjunções e locuções conjuncionais subordinativas finais introduzem uma finalidade.
Ex.: O professor fez tudo para que o aluno passasse de ano.
 
5. Comparativas
 
As conjunções e locuções conjuncionais subordinativas comparativas introduzem uma comparação
Ex.: A Sofia fala como um papagaio.
 
6. Concessivas
 
As conjunções e locuções conjuncionais subordinativas concessivas introduzem uma objeção, uma dificuldade.
Ex.: Tive negativa no teste de inglês, embora tivesse estudado afincadamente.
 
7. Consecutivas
 
As conjunções e locuções conjuncionais subordinativas consecutivas introduzem uma consequência.
Ex.: Fiquei tão triste com a derrota do Benfica que até chorei!
 
8. Completivas ou integrantes
 
As conjunções e locuções conjuncionais subordinativas completivas introduzem uma oração subordinada substantiva, que completa a ideia presente na oração subordinante.
Ex.: O Miguel disse que iria ser pai.
 O João perguntou ao Miguel se o filho era mesmo seu.
 

Designação

Conjunções

Locuções

Valor ou relação que estabelecem

Temporais

quando
enquanto
mal
apenas

logo que, antes que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, depois que, até que, sempre que, à medida que, agora que

localização, no tempo, do que é apresentado na oração subordinante: anterioridade, simultaneidade, posterioridade

Causais

porque
como (= porque)
pois
porquanto
que (= porque)
dado (+ infinitivo)
visto (+ infinitivo)
visto que
já que
dado que
pois que
uma vez que
por isso que
tanto mais que

causa, justificação ou explicação da situação descrita na oração subordinante

Condicionais

se
caso

desde que, salvo se, sem que, a menos que, contanto que, exceto se, a não ser que

introduz a condição de que depende o estado de coisas expresso na oração subordinante

Finais

que (= para que)
para (+ infinitivo pessoal)
para que
a fim de que
a fim de (+ infinitivo)
por que
de modo a que

finalidade do que é referido na oração subordinante

Comparativas

como
segundo
(do) que
conforme
quanto (depois de tanto)
qual (depois de tal)
assim como
tão (tanto)… como
mais… (do) que
menos… (do) que
bem como
que nem
como se
ao passo que

introduz um dos termos de uma comparação – o outro é expresso na oração subordinante

Concessivas

embora
conquanto
malgrado
que

ainda que, não obstante, apesar de, mesmo que, mesmo se, se bem que, por menos que, por mais que, nem que, ainda quando

introduz uma situação habitualmente não compatível com o que se diz na oração subordinante

Consecutivas

que (depois de tal, tanto, tão, tamanho, de tal modo, de tal maneira)

de modo que
de forma que
de maneira que
de sorte que

introduz a consequência de algo referido na oração subordinante

Completivas

ou

integrantes

que (= como se)
se
para

__________

introduz uma oração que é sujeito ou complemento da oração subordinante

 
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