Português: 08/08/25

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Resumo do conto "No casino de Ledesma"

    Este conto narra um episódio protagonizado por António, um contrabandista raiano português, em terras espanholas.
    O texto inicia-se com a chegada de um guarda-civil à pousada onde António está a comer. A presença da polícia deixa-o inquieto e desconfiado. O sargento, depois de perguntar por ele ao estalajadeiro, aproxima-se da mesa e chama-o pelo nome, deixando-o atordoado e alarmado. Como poderia aquele homem saber quem ele era?
    O guarda pergunta-lhe se é galego ou português, ao que António responde ser galego, procurando evitar problemas. O sargento tenta saber o que está ali a fazer. António responde que procura trabalho, porém a resposta não convence o polícia, que continua a insistir e lhe faz um aviso misterioso ("Si llevas café al casino, no lleves más de cinco kilos."), que indicia que foi denunciado e que os guardas conhecem as suas atividades de contrabando. O aviso tem toda a aparência de uma tentativa de proteção elada. António fica perplexo, mas finge normalidade, tentando recuperar o apetite enquanto o sargento desaparece por uma porta da estalagem.
    À noite, cinco contrabandistas dirigem-se ao pátio do casino, onde entregam as suas cargas, presumivelmente de café. São recebidos por um funcionário, enquanto António, curioso, observa por uma pequena janela um homem a manusear notas sob vigilância armada, o que indicia a operação ilegal que ocorre no interior do casino. António tenta compreender o aviso que o sargento lhe fizera, enquanto observa outro homem que entra, fala com o funcionário e faz uma chamada telefónica. No pátio, cansados, os contrabandistas descansam e adormecem.
    Um portão abre-se com estrondo. Um grupo de guardas entra no pátio, depois da filha do estalajadeiro os ter informado que chegou à cidade um grupo de portugueses suspeito de contrabando. Um sargento interrogara-a e descobrira que um deles se chama António e que traziam café. Embora a rapariga não soubesse o destino final da mercadoria, um vendedor afirmou que o café ia para o casino. O carabineiro reagiu com inquietação, percebendo que os portugueses estavam em risco. O sargento, embora angustiado pela sua origem portuguesa, reúne cinco homens e parte em direção ao casino, preparando-se para agir com firmeza, norteado pelo dever.
    Os contrabandistas atravessam a ponte romana de Salamanca e encaminham-se para uma venda escondida numa ruela, na qual são recebidos por um homem que os reconhece lhes oferece sedas para contrabandear, em substituição do café. António aceita.
    O conto termina com o protagonista a soprar três vezes o caldo antes de o comer, o que simboliza um breve momento de alívio antes de dar continuidade à vida arriscada do contrabando.

Resumo do conto "Quarenta e dois dias e quarenta e duas noites"

    Um pai dá uma moeda de vinte e cinco tostões para comprar doces, aparentando normalidade, enquanto se prepara para partir, levado por homens num carro. Em Vilar Formoso, o subchefe informa-o que será levado para Coimbra e dá-lhe conselhos como se comportar aí.
    Chegado à cidade dos estudantes, é brutalmente interrogado, sendo sujeito a tortura física, após a qual é conduzido para um calabouço subterrâneo, um local escuro onde passará quarenta e dois dias e quarenta e duas noites. O prisioneiro permanece em silêncio, tentando dormir. Passado algum tempo, é novamente retirado da cela e interrogado, mas continua a não responder, pelo que é acusado de se fazer passar por valente e é ameaçado com mais agressões. Cinco homens cercam-no e começam a espancá-lo intensamente, como se ele não passasse de um saco de pancada para pugilistas.
    A descrição da violência que é exercida sobre ele é profundamente gráfica: o rosto incha, o sangue escorre, cambaleia, quase perde a consciência. Até dos ouvidos sai sangue. Mesmo sujeito a tão extrema violência, o protagonista resiste. Um dos cinco torturadores exige que confesse, ameaçando mesmo matá-lo, porém ele continua a insistir que não conhece os homens de que falam e que nada tem a ver com qualquer negociação ou conspiração. O espancamento só termina quando o chefe manda parar.
    Alguns dias depois, é levando novamente à sala de interrogatório, onde se encontra outro detido. Perguntam-lhe se conhece o outro homem e a resposta é negativa. O interrogador volta-se então para o outro prisioneiro, repetindo a pergunta. Este, completamente debilitado por sucessivos espancamentos brutais, diz que conhece o protagonista e recorda-lhe os homens que passaram para Espanha, mas ele nega. Perante a continuação da negação dos factos que desejam que confesse, segue-se nova cena de violência, marcada por mais um espancamento, tão intenso que chega a perder a consciência.
    Horas depois, desperta, com dificuldade para abrir os olhos e com o corpo coberto de equimoses e inchaços. Lentamente, tenta recuperar-se, levanta-se com esforço e vai para o chuveiro. Enquanto isso, os agentes torturadores observam-no secretamente por trás de um espelho falso. Quando se apercebem de que não toma banho, um deles confronta-o com agressividade, gritando que a água custa dinheiro e ameaça-o de que, se não se banhar, o matará. Mesmo perante esta ameaça, o protagonista não cede e responde que lhe é indiferente morrer naquele dia ou no seguinte.
    Com o corpo entregue e o olhar perdido, parece ver uma nuvem negra de aves necrófagas, uma metáfora da aproximação da morte. Os agentes atiram-no para a tarimba e deixam-no aí. De seguida, entra num sono profundo e, no meio da escuridão, surge uma luz intensa. Uma figura angelical surge e aproxima-se dele. Toca-o e ele sente-se envolvido por uma sensação de felicidade celestial. De mãos dadas, partem juntos, simbolizando a sua morte e libertação espiritual. Sobre a tarimba, uma moeda de vinte e cinco tostões brilha e transforma-se em pó, o que simboliza a transitoriedade da vida e o valor efémero das coisas materiais perante a morte.
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