Português: 13/08/25

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Resumo do conto "O Eremita"

    O conto "O Eremita" narra a odisseia de um professor, conhecido comumente por Toninho, diminutivo de António, que decide abandonar a profissão e a vida agitada para viver isolado no meio dos montes, procurando uma existência mais autêntica. Deste modo, instala-se num pequeno casebre que herdara e que reconstruíra, com a ajuda da comunidade, e passa a levar uma vida simples, criando alguns animais e deslocando-se periodicamente à aldeia.
    Um jornalista,  curioso com a notícia da mudança radical de vida do ex-professor, vai ao seu encontro, guiado por Ti Augusto, um habitante local. No entanto, ao chegarem junto do casebre reconstruído, não encontram Toninho. Curioso, o jornalista decide espreitar o interior da habitação. E cima da mesa, encontra uma edição de D. Quixote aberta numa página onde se destaca uma citação sobre a liberdade, o que esclarece o motivo e o sentido da escolha do antigo professor.
    O conto termina com o jornalista e Ti Augusto deixando o local, acompanhados pelo som distante de Platão, o mastim fiel que acompanhava sempre o «eremita». O primeiro pede ao segundo que lhe conte histórias de contrabando, parecendo considerar que a narrativa em torno da opção de Toninho não teria o impacto esperado. Afinal, em vez de uma história fabulosa com um desenvolvimento do arco da velha, encontrou «apenas» uma história de liberdade. 

Resumo do conto "No limiar da vida"

    Um homem entra num café, senta-se sozinho e começa a folhear um jornal de trás para a frente, observando casualmente o ambiente e uma empregada apressada. Enquanto lê o periódico, depara com um texto sobre o escritor José Cardoso Pires.
    Noutra página de jornal, encontra fotografias a preto e branco, e uma delas desperta a sua atenção em particular: ele reconhece nela uma mulher que conheceu, o seu rosto, o olhar, o sorriso e até o perfume. Essa imagem desperta-lhe memórias da juventude, como, por exemplo, a primeira vez que a viu de minissaia, o primeiro "olá", o primeiro sorriso. A emoção que essas recordações lhe trazem é tão intensa que lágrimas escorrem pela face e caem sobre a página, borrando a fotografia.
    A empregada passa novamente perto de si e o homem descobre uma semelhança desconcertante entre ela e a figura da fotografia, incluindo o perfume. Ao regressar à leitura do jornal, encontra na secção de "fait-divers" uma notícia sobre um fotógrafo que, na sequência de um acidente rodoviário ocorrido há três anos, permanecia em estado vegetativo, sendo a esposa a única sobrevivente ilesa. O homem compreende então que a mulher da notícia era a da fotografia e que ele mesmo era o fotógrafo.
    Voltando à página da necrologia, vê que a imagem da figura feminina tinha desaparecido. De seguida, sorri, dá a mão à mulher que sempre estivera ali e acorda.

Resumo do conto "O caçador"

    A narrativa acompanha João durante uma caçada, sempre cauteloso, atento ao ambiente e seguindo o cão Farrusco, que fareja o rasto de uma presa. Em determinado momento, o animal indica a presença de uma lebre, todavia o protagonista recorda um episódio anterior em que falhou dois tiros, algo incomum para ele, tido como um excelente atirador. Ti Ventura demonstra toda a sua incredulidade por João ter deixado a lebre escapar nessa ocasião.
    Ele explica que falhara o primeiro tiro para não atingir o cão, que cruzava a linha de fogo no momento em que se preparava para disparar. Ti Ventura, satisfeito com a explicação, reconhece que o caçador não erraria de outra forma.
    Regressando à caçada presente, João aproxima-se silenciosamente, posiciona-se e, num momento preciso, surgem duas lebres em simultâneo. Ele dispara rapidamente dois tiros quase simultâneos, abatendo ambas. O conto encerra com Farrusco alcançando os animais já imóveis, confirmando o êxito do caçador.

Resumo do conto "Perseguição"

    O título do conto retrata a sua ação: a fuga de um contrabandista durante a noite, envolta num ambiente de tensão e mistério.
    O texto abre com a descrição do grupo movimentando-se como sombras, silenciosas e cautelosas, até o amanhecer. Dada a atividade a que se dedicam, a luz do dia é vista como inimiga. Em determinado momento, o grupo é surpreendido por um ruído suspeito, um reflexo da presença nas imediações de um guarda civil, um carabineiro. A perseguição inicia-se: o contrabandista corre pelos campos e procura esconder-se, passando despercebido entre trabalhadores rurais.
    Durante a espécie de caçada, ocorrem diálogos tensos em português e espanhol, o guarda ordena-lhe que o contrabandista largue a carga e se entregue. Perante a sua resistência e obstinação, são disparadas rajadas de metralhadora e um cão que acompanha os policiais ataca-o ferozmente, até ser controlado pelo dono. Mesmo acossado desta maneira, o contrabandista consegue criara distrações, atravessar a fronteira e manter distância dos perseguidores, até chegar junto de um povoado e, numa jogada astuta, grita por ajuda aos guardas-fiscais portugueses, confundindo os carabineiros. Estes, surpreendidos pela atitude e sem a compreender, ficam a pensar no caso, enquanto o contrabandista desaparece.
    O final do texto retoma o seu início: há quem diga que se transformou em fantasma, desaparecendo sem deixar rasto, e que os carabineiros sentiram um silêncio ameaçador, como o voo de um dragão invisível prestes a roubar-lhes a alma e a identidade.
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