quinta-feira, 9 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Fraude nos exames nacionais? Naaaaaaaaaaaaã!!! Ignorância!
A história resume-se facilmente: uma solícita professora de Português de um estabelecimento de ensino privado, antes do início do exame nacional de 12.º ano da disciplina, entrou em todas as salas onde o mesmo iria decorrer e explicou o que era uma metonímia.
Daí a pouco, à hora marcada, os alunos foram confrontados com um item de escolha múltipla que apresentava como uma das hipóteses de resposta a... metonímia. Obviamente, selecionaram essa alínea.
Acontece que essa opção estava errada.
O que é que eu penso disto tudo? Que a senhora deveria ser "presa", não por ter praticado fraude (ela e uma série de gente!), mas por ter revelado toda a sua ignorância ao confundir metonímia com sinestesia.
A "tragicomédia" está narrada, em pormenor, no Aventar (é só clicar...).
sábado, 4 de julho de 2015
Novo programa de Português do ensino básico
Aqui »»».
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Hã?
Anexo I
A parcela PTIC é a parte inteira de T/8, onde T é o número de turmas da escola, subtraída do total dos tempos já destinados aos apoios TIC dos docentes de quadro do Grupo de Recrutamento 550 (Informática). Caso o resultado seja negativo, o valor de PTIC é igual a zero.
Esta pérola encontra-se no despacho normativo que regulamenta a OAL 2015/2016. Estou esmagado...
Vicente, o dilatador
Um professor está sempre a aprender com os seus alunos. Ou então é o professor que está a deformar os seus alunos.
Há pouco tempo, fiquei a saber que Vicente, a personagem de Felizmente Há Luar!, é um DILATADOR.
terça-feira, 23 de junho de 2015
"Presidente" ou "presidenta"?
Causou alguma comoção, quando
foi eleita, o facto de Dilma Roussef se ter intitulado “presidenta”.
Ora, o termo em questão não foi
propriamente uma invenção da sucessora de Lula da Silva. De facto, já constava
de dois documentos de meados do século XX, concretamente os dicionários de
Augusto Moreno (1944) e Cândido de Figueiredo (1953). Convém ter presente,
porém, que o vocábulo “presidenta” possuía então um cunho popular e era usado
de forma irónica e pejorativa. Além deste, as obras mencionadas registavam outros
casos semelhantes, como, por exemplo, “giganta” e “hóspeda”.
Por outro lado, os dois
principais dicionários brasileiros (o de Aurélio Buarque de Holande e o de
Antônio Houaiss), bem como o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, publicado
pela Academia Brasileira de Letras, a entidade que estabelece a norma da língua
portuguesa para o Brasil, registam a forma “presidenta” como feminino de “presidente”.
“Presidente” pertence ao
conjunto dos nomes (terminados em –ente)
que têm origem nas formas do particípio presente latino, que não variava em
género: “amans”, “amantis” (amante, que ama), “audiens”, “audientis” (ouvinte,
que ouve), etc. São os chamados nomes
comuns de dois, isto é, possuem a mesma forma para o masculino e para o
feminino. É o que sucede, por exemplo, em “o doente” e “a doente”, “o tenente”
e “a tenente”, “o docente” e “a docente”.
Nesta questão, há que ter em
conta ainda um conjunto de exceções que fogem à norma: “infante” / “infanta”, “governante”
/ “governanta”, “”elefante” / “elefanta”. Observe-se o que diz Regina Rocha
sobre esta questão (Ciberdúvidas): «Como
ponto prévio, direi que a dúvida apresentada diz respeito a três palavras de
natureza diferente, e que estas palavras não terminam em -ente (como presidente),
do particípio presente de verbos latinos, mas em -ante.
Analisemos, então, cada uma das
palavras e por que motivo elas têm o morfema -a no feminino.
A palavra infante provém do latim infans,
infantis,
que significava «aquele que não fala», «aquele que tem pouca idade», «criança»,
passando, em português, também a designar «filho do rei, irmão do príncipe
herdeiro», «irmão do rei». Na acepção de «criança», a palavra entra no
português como substantivo comum de dois («o ou a infante») e assim é utilizada
pelos clássicos. Entretanto, por influência do francês infante, feminino de infant,
começa a utilizar-se o termo infanta, apenas na acepção de «filha
de rei ou de rainha, não herdeira da coroa». O termo infanta não é, pois, formado do pretenso «masculino» infante, mas provém do francês.
Quanto à palavra governante,
trata-se de um termo oriundo do francês, ainda sentido em meados do século XIX
como um «francesismo inadmissível e desnecessário» (Novo Diccionario da Lingua Portugueza, por Eduardo de Faria, 1857).
Com o significado de «pessoa que governa», é um substantivo comum de dois («o
ou a governante»). A palavra governanta entra posteriormente no
português, também proveniente do francês, com o significado de «mulher a quem
estava confiada a administração de uma casa» e também vai ser sentida como
galicismo, por ocupar o mesmo espaço que aia,
ama, criada grave. Não é,
pois, uma palavra formada do português governante, não tendo, naturalmente,
o significado de «mulher que preside ao governo de um país ou dele faz parte».
Finalmente, o substantivo
feminino elefanta já está registado há séculos em dicionários: provém do
latim, de um substantivo que assume normalmente as duas formas (o elefante e a
elefanta), não sendo formado de nenhum verbo. Há, no entanto, quem utilize
apenas uma forma, considerando-o um substantivo epiceno, como é regra geral em
grande parte dos nomes de animais.
Em suma, estas palavras terminadas em -e que formam o feminino com a utilização do
morfema -a são exceções em
relação à regra relativa à formação do feminino dos substantivos ou adjectivos
terminados em -ente da mesma família
de verbos cujos particípios presentes são reveladores de quem pratica a ação
daquele verbo.».
quarta-feira, 17 de junho de 2015
Correção do Exame Nacional de Português 12.º ano - 2015 (1.ª fase)
Grupo I
1. Entre a Rua Nova dos Mercadores e o portão da quinta, o cravo é transportado por dois homens experientes que, com todo o seu saber e experiência e o máximo de cuidados, fazem uso dos processos adequados para transportarem o objeto até São Sebastião da Pedreira.
Entre o portão e a abegoaria, o cravo é transportado por Baltasar e Blimunda. Porém, como não possuem a experiência dos dois homens neste tipo de trabalho e com medo de danificarem um instrumento tão frágil, viram-se em sérias dificuldades para transportar o cravo até ao seu destino.
2. Com efeito, ao longo do excerto, a música de Scarlatti vai-se articulando com os diferentes trabalhos de Baltasar e Blimunda.
Assim, no dia em que o cravo chegou à abegoaria, o músico procedeu à afinação do instrumento musical. Seguidamente, começou a tocar, encadeando os sons de forma progressivamente mais complexa. Enquanto isso, o par amoroso estava ocupado com trabalhos que causavam pouco ruído (como entrançar vimes e coser velas), não interferindo, portanto, com a música de Scarlatti.
Nas visitas posteriores à quinta, o músico italiano nem sempre pedia que Baltasar e Blimunda parassem os trabalhos ruidosos que realizavam na abegoaria, o que fazia com que o som proveniente do cravo se fizesse ouvir harmonioso, não obstante o barulho causado pela forja, pelo malho a bater na bigorna ou da água a ferver na tinta,
3. O comentário do narrador justifica-se pela surpresa que as palavras de Blimunda e de Baltasar lhe provocam, dado que, sendo eles analfabetos / iletrados, conseguem verbalizar pensamentos tão complexos e elaborados, o que não seria expectável em alguém sem qualquer grau de escolarização. De facto, colocada perante a possibilidade de a passarola voar, Blimunda admite que a música se possa integrar no voo como expressão de harmonia e celebração. Por seu turno, Baltasar, acometido pelas recordações negativas da guerra, prevê a ocorrência de desastres, dor e sofrimento.
4. No poema, a humanização da música decorre de vários aspetos, como os seguintes:
- a sua associação a vivências subjetivas do ser humano ("Povoa este
deserto" - v. 2);
- o facto de ser indissociável da identidade do ser humano ("A música
do ser / Interior ao silêncio / Cria seu próprio tempo / Que me dá
morada" - vv. 8-11);
- o possuir uma voz que é companheira do sujeito poético ("Por
companheira tenho a voz da guitarra" - vv. 15-16).
5. De facto, a música é fundamental na construção da identidade do "eu".
Por um lado, a música tem o poder de unificar o sujeito poético: "O canto me reúne" (v. 18); "E agora de mim / Não me separa nada" (vv. 21-22).
Por outro lado, a música torna possível o reencontro com um tempo primordial e puro: "De muito longe venho / Pelo canto chamada" (vv. 19-20).
Grupo II
Versão 1 Versão 2
1 - B D
2 - C D
3 - A C
4 - C B
5 - B C
6 - D B
7 - B A
8 - "a sabedoria dos odores"
9 - Complemento direto.
10. Oração subordinada adverbial concessiva.
"Regresso"
(…)
Ah! quando eu voltar...
Hão-de as acácias rubras,
a sangrar
numa verbena sem fim,
florir só para mim!...
E o sol esplendoroso e quente,
o sol ardente,
há-de gritar na apoteose do poente,
o meu prazer sem lei...
A minha alegria enorme de poder
enfim dizer:
Voltei!...
Alda
Lara (1948)
domingo, 14 de junho de 2015
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