quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Bernardo Soares: análise de fragmentos
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
domingo, 28 de outubro de 2018
Substratos
A
língua portuguesa pertence ao grupo das línguas românicas, também chamadas
neolatinas, resultado das transformações que ocorreram no latim vulgar que chegou à Península
Ibérica. O latim é uma língua que nasceu na Itália, numa região chamada Lácio (Latium), pequeno distrito situado na margem do rio Tibre e foi
levado para o território ibérico pelas legiões romanas.
Antes
da ocupação romana da Península Ibérica, os povos que a habitavam eram
numerosos e apresentavam língua e cultura bastante diversificadas. Havia duas
camadas de população muito diferenciadas: a mais antiga – Ibéria – e outra mais
recente – os Celtas, que tinham o seu centro de expansão nas Gálias. Em suma,
antes de se falar latim na Península Ibérica, nela falavam-se muitas línguas
que influenciaram, em maior ou menor grau, a língua latina e, consequentemente,
as novas línguas que se viriam a formar a partir dele.
Os substratos
Antes
de os romanos conquistarem a Península Ibérica, povos indo-europeus como os
lígures, ilíricos e ambro-ilíricos habitaram-na no II milénio a.C., bem como os
celtas, um povo também indo-europeu, que terá aqui chegado no séc. VII a.C.
Mais tarde,
outros povos além destes se instalaram ou frequentaram o território peninsular:
egípcios, fenícios, cretenses, cartagineses, tartéssios (no estuário do
Guadalquivir), talvez afins do etrusco.
Posteriormente,
quando os romanos ocuparam, efetivamente, a Península, esta já era habitada por
outros povos:
. iberos (vindos do norte de África;
. fenícios (em entrepostos comerciais
na costa sul);
. gregos (na costa catalã);
. bascos (vindos, provavelmente, da
Ásia Menor ou do norte de África);
. celtas, pertencentes a vários tribos:
- cantabros,
ásturese galaicos (a norte do rio Douro);
- lusitanos
(entre os rios Douro e Mondego);
- cónios,
etc.
Esses povos
falavam línguas próprias que, quando os romanos impuseram o latim na Península,
a partir do século III a.C., acabaram por se lhe submeter, deixando, no
entanto, alguns vestígios no latim. São os chamados substratos:
os contributos linguísticos deixados pelas línguas faladas pelos vários povos
que habitaram a Península antes da romanização.
sábado, 27 de outubro de 2018
Belenenses - 2 Benfica - 0
O comentário ao desempenho do treinador do Benfica hoje não é meu, daí a inveja que sinto:
"Hoje nada a dizer, fizemos o que pudemos contra uma excelente equipa. O Belenenses é uma equipa fantástica e, como tal, fizemos o que nos era possível. 2-0 acaba por ser um resultado positivo e que dará motivação para o futuro. Acredito que depois do jogo de hoje a equipa tenha muita revolta. Eu que injustamente já me fartei de criticar o Sr. Rui Vitória, hoje não tenho nada a apontar: muito bem montada a equipa, muito bem a rodar alguns jogadores e devo dizer que esteve genial nas substituições. Felizmente, teve capacidade para perceber que não deveria desmontar a linha de 4 defesas, se não poderíamos ter levado mais. Orgulho, muito orgulho neste Benfica! Parabéns, rapazes, grande esforço frente a esta super equipa. Carrega, Benfica! 1904!
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
Análise do poe,ma "Gato que brincas na rua"
(c) blog12cad
Análise do poema "Não sei se é sonho, se realidade"
Fonte: blog12cad
terça-feira, 23 de outubro de 2018
Regência do verbo "parecer-se"
O verbo parecer-se, na aceção «ser semelhante», pode
ser intransitivo:
- «Toda
a família se parece.»*
Pode também ser transitivo indireto, selecionando, neste
caso, complemento oblíquo, introduzido pelas preposições a ou com:
- «A
crítica diz que este livro se parece ao anterior.»*
- «Eu
acho que os animais se parecem com os donos.»
Predicativo do complemento indireto
De acordo com o sítio Ciberdúvidas [aqui], existe, na língua portuguesa, um caso de predicativo do complemento indireto, que ocorre com o verbo chamar.
Assim, de acordo com o post, na frase «Chamavam gulosa à Maria.», o verbo «chamar» é transitivo indireto, exigindo a presença de um complemento indireto: à Maria. A este, está-lhe inerente o adjetivo gulosa, que é um caso (raro) de predicativo do complemento indireto, e que acontece apenas com o verbo chamar.
Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, p. 147, 2.ª edição, fazem notar que «somente com o verbo chamar pode ocorrer o predicativo do complemento indireto:
«A gente só ouvia o Pancário chamar-lhe ladrão e mentiroso. (Castro Soromenho, Viragem)»
«Chamam-lhe fascista por toda a parte. (Ciro dos Anjos, Montanha)»
Assim, de acordo com o post, na frase «Chamavam gulosa à Maria.», o verbo «chamar» é transitivo indireto, exigindo a presença de um complemento indireto: à Maria. A este, está-lhe inerente o adjetivo gulosa, que é um caso (raro) de predicativo do complemento indireto, e que acontece apenas com o verbo chamar.
Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, p. 147, 2.ª edição, fazem notar que «somente com o verbo chamar pode ocorrer o predicativo do complemento indireto:
«A gente só ouvia o Pancário chamar-lhe ladrão e mentiroso. (Castro Soromenho, Viragem)»
«Chamam-lhe fascista por toda a parte. (Ciro dos Anjos, Montanha)»
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Do indo-europeu ao latim
Nos
finais do século XVIII, os europeus que começaram a contactar com a literatura
tradicional da Índia deram conta que o sânscrito,
língua clássica daquele país longínquo, era semelhante ao latim e ao grego a tal
ponto que deveria ter uma origem comum. Nas décadas seguintes, compreendeu-se
que também as línguas germânicas, celtas e eslavas, bem como o persa, língua
falada no Irão, pertenciam à mesma família, a que se passou a chamar indo-europeu por a ela pertencerem
quase todas as línguas da Europa, da Índia e de grande parte das regiões entre
uma e outra.
Foi Sir
William Jones, jurista, filólogo e humanista inglês, quem demonstrou, em 1786,
que o sânscrito, uma língua antiga da Índia, era inequivocamente próxima do
grego, do latim e das demais línguas já referidas. No discurso dirigido à
Sociedade Asiática, publicado em 1788, considerado o início da Linguística
Histórico-Comparativa, afirmou o seguinte:
O sânscrito, sem levar
em conta a sua antiguidade, possui uma estrutura maravilhosa: é mais perfeito
que o grego, mais rico que o latim e mais extraordinariamente refinado do que
ambos. Mantém, todavia, com estas duas línguas tão grande afinidade, tanto nas
raízes verbais quanto nas formas gramaticais, que não é possível tratar-se do
produto do acaso. É tão forte essa afinidade que qualquer filólogo que examine
o sânscrito, o grego e o latim não pode deixar de acreditar que os três
provieram de uma fonte comum, a qual talvez já não exista. Razão idêntica,
embora menos evidente, há para supor que o gótico e o celta tiveram a mesma origem
que o sânscrito. (ROBINS, 1983, p.107)
O termo
indo-europeu acabou por ser cunhado,
em 1813, pelo polímata inglês Thomas Young.
Em
suma, dos diversos estudos dos filólogos, cientistas, gramáticos comparativos e
humanistas, foi possível descobrir que o latim e o sânscrito eram aparentados o
suficiente para terem uma origem comum, nos moldes em que dizemos que o francês
e o português têm origem no latim. A suposta língua que deu origem ao latim, ao
grego, ao sânscrito, ao protogermânico, etc., foi chamada protoindo-europeu (PIE). No entanto, não há praticamente nenhum
resquício escrito da passagem do PIE para as línguas da família indo-europeia e
a sua reconstituição é feita com base na comparação entre as diversas línguas
indo-europeias e nas mudanças linguísticas atestadas historicamente.
As
línguas dos povos indo-europeus (que terão vivido cerca de 5000 a.C.) foram-se
diferenciando e dando origem a diversos grupos de línguas:
. o anatólio (que se desenvolveu
provavelmente por volta de 2000 a.C.);
. o indo-iraniano (cerca de 1400 a.C.);
. o balto-eslavo;
. o tocariano;
. o arménio;
. o albanês;
. o helénico (cerca de 1300 a.C.);
. o germânico;
. o céltico;
. o itálico (o latim era uma das
línguas do grupo itálico).
Assim,
pode supor-se que o PIE terá sido falado provavelmente antes de 2500 a.C., mas as
datações são todas muito difíceis de estabelecer e muito hipotéticas. Para
termos ideia da extensão cronológica envolvida nas transformações entre as
línguas indo-europeias, é lícito dizer-se que o latim teve origem em
torno do século XI a.C. (as inscrições
mais antigas encontradas datam do século VII, embora Roma tenha sido fundada
por Rómulo, segundo a lenda, em 753 a.C.) e o sânscrito entre 1500 e 1000 a.C.
O
quadro seguinte ilustra as principais famílias linguísticas que tiveram origem
no protoindo-europeu:
O símbolo (†) indica que se trata de uma língua que não tem mais falantes nativos, ou
seja, trata-se de uma língua morta.
No quadro, estão representadas famílias de línguas que não
pertencem ao indo-europeu.
O
indo-europeu não é, obviamente, a única família de línguas do planeta. Idiomas como
o árabe, o chinês e o turco não são indo-europeus e cada um pertence a uma
família linguística, respetivamente, o semítico, o sino-tibetano e o altaico (a
inclusão deste último é incerta, mas esta família inclui também o coreano e o
japonês, entre outras).
Fontes:
. Gramática de Português, Maria Regina
Rocha (pág. 14);
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