Português: 28/08/25

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Antes Maucabelo que cabelo nenhum

Autárquicas 2025

Resumo de Contagem até Zero, de Agatha Christie

    Um grupo de advogados reúne-se à volta da lareira para discutir um julgamento recente, o caso Lamorne. Entre eles destaca-se Mr. Treves, um célebre e idoso advogado, conhecido pela sua experiência, discrição e conhecimento na área da criminologia. Embora já retirado da prática por causa da sua idade avançada, todos aguardam com respeito a sua opinião. Enquanto os colegas se concentram apenas nos aspetos técnicos e no valor dos testemunhos, Mr. Treves surpreende-os ao refletir sobre as pessoas envolvidas no processo, lembrando que por trás das leis e provas existem seres humanos apanhados pelo acaso em circunstâncias que os levam inevitavelmente ao tribunal. Refere-se ao encadeamento de pequenos acontecimentos que convergem para um mesmo ponto: a chamada “hora zero”, momento inevitável em que o crime acontece.
    Após a reunião, Treves regressa a casa. Já sozinho, reflete: se fosse escritor de romances policiais, começaria não pelo crime em si, mas pelos antecedentes e pelas coincidências que conduzem as pessoas ao local e hora exatos do acontecimento. Porém, ao abrir a correspondência, encontra uma carta que altera os seus planos e reage com contrariedade, regressando bruscamente da reflexão à realidade.
    O prólogo estabelece a atmosfera de suspense, introduzindo a figura sábia mas frágil de Mr. Treves, e lançando a ideia central de que os crimes não nascem apenas de um momento, mas de uma cadeia de circunstâncias que convergem para o inevitável.

    Angus MacWhirter está internado num hospital após uma tentativa falhada de suicídio. Amargurado e revoltado, lamenta não ter conseguido pôr fim à vida, que considera inútil. Sem saúde, sem emprego, sem dinheiro, sem família ou amigos, acredita que o suicídio teria sido o ato mais lógico e sensato.
    Na enfermaria, uma jovem enfermeira ruiva cuida dele com calma e paciência. Angus descarrega a sua frustração, criticando a constante interferência dos outros e defendendo o direito de decidir sobre a própria vida. A enfermeira, com serenidade, contrapõe que o suicídio “não está certo”, por ser pecado e porque uma vida nunca é apenas de quem a vive: pode ter impacto noutras pessoas.
    Durante a conversa, Angus revela como perdeu o emprego por recusar mentir num acidente para favorecer o patrão, foi abandonado pela mulher e caiu na miséria. Apesar disso, a enfermeira insiste que ele ainda poderá ter utilidade, mesmo que apenas por estar num certo lugar num momento decisivo.
    No fim, Angus percebe que talvez não volte a tentar o suicídio. Embora mantenha dúvidas, a convicção simples da enfermeira – e a sugestão de que a sua vida ainda pode ter um propósito imprevisto – começa a abalar a sua desesperança.

    Numa sala silenciosa, alguém escreve, fria e detalhadamente um minucioso plano de assassinato. O processo é descrito como uma criação quase divina, calculando todos os detalhes e possibilidades e deixando até margem para o imprevisível. O autor conclui o plano e escreve uma data em setembro. Em seguida, destrói cuidadosamente os papéis na lareira, conservando-o guardado apenas na sua mente.

Ciao: origem da palavra

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