Português: 22/11/25

sábado, 22 de novembro de 2025

Origem e desenvolvimento das tendências pré-românticas europeias

    Na literatura europeia, há como que uma cronologia diferenciada das manifestações pré-românticas.
    A difusão do Pré-Romantismo não se faz do mesmo modo nos países europeus.
    Em dois países, Grã-Bretanha e Alemanha, as tendências pré-românticas tendem a afirmar-se mais cedo. No entanto, a Grã-Bretanha tem a primazia. Podemos mesmo dizer que, nos princípios do século XVIII, surgem os primeiros escritores pré-românticos, que apesar de numerosos, não têm intenção de formar escola. A Grã-Bretanha desempenhou um papel primordial da gestação e florescimento do Pré-Romantismo. Alguns dos escritores ingleses mais importantes foram:

Pré-Romantismo

     O conceito de Pré-Romantismo é relativamente recente na história da literatura. Antes falava-se apenas nas primeiras manifestações do Romantismo.
    É sobretudo à ação de Paul Van Tieghem que começa a divulgar-se o vocábulo Pré-Romantismo, com uma significação mais ou menos precisa.

                    O que é o Pré-Romantismo?

    São as tendências estéticas e as manifestações de sensibilidade que, no século XVIII, sobretudo a partir da segunda metade, se afastam dos cânones neoclássicos, anunciando já o Romantismo.
    Somos levados a pensar que estamos perante um conceito que já implica os cânones românticos. No entanto, ainda que aparentemente esta designação de Pré-Romantismo implique uma ligação direta (dependência) na anunciação do Romantismo, o Pré-Romantismo não é uma primeira fase do Romantismo.
    O que se designa por Pré-Romantismo é um estilo de época próprio. Surge como resultado e sob influência de anteriores tendências estéticas (sobretudo as que se opuseram ao Neoclassicismo), mas não é uma simples antecipação do Romantismo.
    O que se designa por Pré-Romantismo é um estilo de época próprio. Surge como resultado e sob influência de anteriores tendências estéticas (sobretudo as que se opuseram ao Neoclassicismo), mas não é uma simples antecipação do Romantismo.
    Não se trata duma espécie de proto-Romantismo do século XVIII, razão pela qual designá-lo como "Romantismo do século XVIII" é um erro que provoca confusões na periodização literária.
    No caso português, este estilo de época remete-nos para o conjunto de tendências pré-românticas que se manifestam nos finais do século XVIII e princípios do XIX.
    Em rigor, não podemos falar de uma escola literária homogénea em relação ao Pré-Romantismo, nem sequer da constituição de uma sistematização teórica dessa escola. Não obstante, é inegável que se verificaram nas principais literaturas europeias, desde meados do século XVIII, novas temáticas, conceitos estéticos e sobretudo uma nova sensibilidade, cuja manifestação evidenciou várias afinidades e simultaneidades cronológicas nessas literaturas.
    Em Portugal, as tendências pré-românticas constituem-se em divergência com o Neoclassicismo. Como tal, ao contrário de outros movimentos que tiveram um suporte teórico, o Pré-Romantismo português não tem ainda, nos finais do século XVIII, um programa definido.
    Segundo uma teorização de Jacinto do Prado Coelho, rigorosamente não houve Pré-Romantismo, pois não se trata de um movimento uno e de diretrizes conscientes.
    "Cada pré-romântico é um caso individual a considerar independentemente das escolas. Pré-românticos são os autores do século XVIII e XIX, que pelos temas, tópicos, pela atitude perante a vida, por uma conceção implícita da literatura, pelo estilo, apresentam várias características (...) que virão a distinguir o Romantismo."
    "Obedecem, não a uma doutrina, mas a tendências que não sabem ao certo aonde conduzirão."
    Combinam de diversos modos, de acordo com diferentes experiências pessoais, os elementos neoclássicos e românticos."
    É na linha desta conceção que vamos encontrar a definição de Paul Van Tieghem, para quem os pré-românticos são "escritores que, pelos fins da idade clássica, se distinguem por traços que anunciam o Romantismo, embora continuem clássicos sob vários pontos de vista. Na maioria, nasceram entre 1715 e 1760. Inovam principalmente pelas tendências morais, pelos modelos e fontes que utilizam."
    Há novos referentes e, por isso, a literatura tinha que mudar.
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